O patriotismo encarnado.
Ou, o domínio moral da língua.
Ouvi falar que um “blogueiro” ironizava ao governador Requião por não dominar outras línguas. Engraçado, a gente pensa a partir de conceitos existentes em nossa mente. Para mim o domínio da língua, que dizer bem outra coisa, diz para mim, o domínio moral da língua se trata de dominar o músculo da língua, a tendência de falar, de denegrir, de injuriar, de revelar segredo alheio, de caluniar. Assim, no meu humilde entender, aquele “blogueiro” (B-loger) não tem domínio da língua. É um linguarudo, porque lhe falta hombridade, virilidade, masculinidade, se é que me entendem. Quanto ao Requião, que foi colega da Marielisa Ferraz hoje Marielisa Paciornick, e do médico Paula Soares, na Aliança Francesa, aos tempos, que ela, a Aliança ainda ficava na Av. Comendador Araújo, e provavelmente, o tal blogueiro da língua solta, ainda não havia nascido, devo dizer, não sei se o governador domina outras línguas, ou se domina a própria. Não me cabe julgá-lo. Sei que ele conhece o mundo, e ao invés de escrever fofocas sobre a vida alheia, resolveu escrever a própria história, e vivê-la e convenhamos, que bela história. Tão bela que estimula a calunia e difamação pela parte dos que lhe invejam secretamente.
No fundo, esses inimigos da Providência Divina murmuram contra Deus e lamentam: Por que Senhor esse homem que não é dos nossos governa o estado pela terceira vez. Nós somos os bons, os eleitos, porque então ele?
O que sei, no entanto, é que durante muito tempo, os países colonizados, tinham por habito conhecer a língua de seus patrões, ou colonizadores. Quando a Senhora Mitterrand falou em francês na escolinha de governo ninguém a criticou por não dominar a língua portuguesa, embora ela diga que tem corrido o mundo falando sobre Direitos Humanos. E um dos direitos humanos é falar a própria língua e preservar a própria cultura. É o que ela faz. Quando All Gore, vice presidente dos EUA visitou o Palácio Iguaçu e não falou português, ninguém o criticou. Assim, argentinos, colombianos, chineses, árabes e israelitas, têm visitado a nossa sede de governo, e falado em suas línguas maternas. Ora, Requião, tendo boa base do francês, não pode negar, porém não aventurou a responder ou interpelar a senhora Danielle Mitterrand em francês. Por quê? Por que Requião tem um “Patriotismo Encarnado”, e chegou à hora, para todos nós, de que os “patrões” que queiram ouvir o que os brasileiros têm a dizer, ou, com os brasileiros queiram comercializar algo, devem, traduzir ou aprender o português. Ora, se somos iguais, porque somente nós deveremos aprender a língua deles? Somos incultos? Não. Eu morei nos Estados Unidos e raramente encontrei um americano que falasse mais do que sua língua materna. Que crime há nisso? No entanto, na Europa, onde se anda trezentos quilômetros e se cruzam dois ou três países em poucas horas, já se fala, por necessidade, e contato, varias línguas. Mas isso não os faz cultos, eles ainda pensam que a capital do Brasil é Buenos Aires na Argentina, que o Brasil é uma floresta, e que não há populações brancas aqui? E os japoneses que produzem altíssima tecnologia não tratam os dentes, e fazem suas necessidades em “casinhas” com fossas secas. Como nós vemos os europeus, falam bobagens em diversas e variadas línguas. E falar bobagens é também um direito nosso. Quem assistiu no cinema o Balboa, personagem de Stallone, dizer que a Jamaica fica na Europa, sabe do que estou falando.
Requião foi à Bolsa de Valores de New York, e discursou como um patriota. Ele não falava para americanos, pois esses só pensam em dólares, e os dólares da Copel deram lucros, portanto eles já haviam ouvido o que queriam. Ele falava para brasileiros, para paranaenses, para que nós ouvíssemos e sentíssemos orgulho da COPEL, e do governador é claro. Se falasse em inglês isso ficaria ali, minimizado, som mouco para ouvidos desinteressados de americanos ricos. Mas ele falou pensando na repercussão do discurso no Brasil, nas reações dos paranaenses e dos brasileiros. Só um homem enlouquecido pela paixão pelo seu país faria isso; discursar com paixão para estrangeiros que não o entendem, embora ouvissem em tradução simultânea. De qualquer modo foi aplaudido.
A voz portuguesa de Requião, o jornalista, que governa o Paraná pela terceira vez, foi ouvida, e entendida, por brasileiros, portugueses e espano americanos. Isso é o que importa. Nós não queremos governar os países anglo-saxãos, nos queremos influenciar o Brasil..., e, portanto senhor “blogueiro”, domine a sua língua, porque besteira se diz... Em muitas línguas... Justamente por falta de domínio e freio na língua. Não lhe nego o direito, mas evoco o meu.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Revisar “com córdio ânsia” a “Besta eira”
sexta-feira, 17 de julho de 2009
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