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sábado, 31 de outubro de 2009

E o Espírito Santo votaria em Requião?


O Espírito Santo não vota, inspira. Agora, os capixabas sim votam. O que é preciso é lembrá-los de uns poucos fatos. Não existe em Colatina, Cavalinho, Linhares, Quarapari , Vitória e Vila Velha, homem ou mulher de mais de quarenta anos, que tnha nascido na região de Colatina, que não tenha ouvido falar do Dr Justiniano de Mello e Silva Neto ( falecido em 1986 e tio do Governador Roberto Requião de Mello e Silva). Em Colatina, ele não só fez os partos, como batizou boa parte da população. Vocês já notaram como encontramos o nome Wallace entre os capixabas? Deve-se possivelmente a uma homenagem ao pai de Requião, que lá exerceu a Medicina, fundou um jornal em Vitória, e lá no Espirito Santo, deixou inúmeros amigos e clientes. Não acredita pergunte aos Wallaces capixabas de Colatina sobre a origem dos seus nomes. Agora, se você não sabia disso, então você que é capixaba sabe onde fica o estádio de futebol Justiniano de Mello e Silva, estádio do Club Atlético Colatinense, que está no calendário do campeonato estadual . É o orgulho de Colatina. Agora você acredita? Ainda não? Veja no site de Colatina ( http://www.colatina.es.gov.br/) o nome de seus prefeitos, confirmou? Pois é...
então Veja isso:
Fundador da primeira Clinica de Colatina, depois Hospital São Sebastião ( 60 leitos). O G23 trabalhou nesse hospital, como almoxarife de farmácia, e secretário tesoureiro, e dá o seguinte testemunho: " Um hospital onde entravam todos que precisavam de atendimento médico, tivessem dinheiro ou não". Os capixabas, melhor do que eu, sabem disso.

Justiniano de Mello e Silva Netto ocupou a Prefeitura em dois mandatos; de 1934 a 1935, e de 1951 a 1954. Médico formado pela Faculdade Nacional de Medicina, do Rio de Janeiro, em 1923, começou a carreira na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (Paraná), sua cidade natal.

Ainda na década de 20 do século passado, foi trabalhar como médico no município mineiro de João Pedro (hoje Ipanema), onde começou a sua carreira política como prefeito, de 1927 a 1931.

Em 1930, ainda como prefeito de Ipanema, ocupou a região Norte do Espírito Santo, como chefe regional das forças revolucionárias de Minas Gerais, estado na época governado por Benedito Valadares, que apoiava Getúlio Vargas, em oposição a Washington Luiz.

Em 1932, logo após a ocupação, veio para Colatina, onde fundou a Casa de Saúde São Sebastião, também conhecida por Casa de Saúde Dr. Justiniano, e onde viveu a maior parte de suas vidas política e profissional. Na época, era prefeito, o advogado e amigo Ademar Távora, que ao deixar a Prefeitura, em 1934, indicou o seu nome como sucessor ao interventor no governo do Estado do Espírito Santo, que havia assumido em 1931, o capitão Punaro Bley. Aceitou o pedido e foi nomeado prefeito. Entretanto, quando o governo estadual decretou a divisão territorial do município de Colatina (criação de Linhares), ele discordou da decisão e pediu demissão do cargo com um ano de mandato.

Após alguns anos, com a saída do governador Punaro Bley, Justiniano foi convidado pelo então Ministro da Justiça Carlos Luz, seu amigo desde a época em que passou pela Prefeitura de Santa Leopoldina, onde também foi interventor, para ocupar o cargo de governador do Espírito Santo, o que não aceitou alegando compromissos profissionais.

De 1939 a 1940 morou na cidade de São Paulo, e depois retornou a Colatina. Em 1947 elegeu-se vereador. Quatro anos depois voltou a ser prefeito de Colatina por meio do voto direto e terminou o mandato em 1954.

Nos anos 50, construiu o Estádio, criou a Diretoria de Imprensa Oficial (hoje a Secretaria Municipal de Comunicação Social) e a Biblioteca Municipal. Em sua administração é que foi elaborado o Plano Diretor Urbano (PDU) de Colatina, já prevendo o aterro da Avenida Beira-Rio, pelos irmãos arquitetos Plínio, Marcos e Otávio, da família Catanhêde, discípulos do arquiteto franco- suíço, Le Corbusier.

Devido à sua administração, que em 1956, já na gestão de Raul Giuberti, Colatina foi premiado como um cinco municípios brasileiros mais desenvolvidos do país, escolhido pela Revista Cruzeiro, pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e por uma revista americana. Justiniano também ficou na história como o único prefeito que conseguiu eleger o seu sucessor, Raul Giuberti (1955 a 1958).

ORIGENS

Nascido em 9 de setembro de 1899 em Curitiba, Justiniano era filho de Joana Tadeu e Wallace de Mello e Silva. O nome foi herdado do avô paterno, que também influenciou a sua vida política, o professor sergipano e também advogado formado pela Faculdade de Direito de Recife.

Em 1876, a convite do presidente do estado do Paraná, Lamenha Lins, o avô Justiniano assumiu a função de secretário do governo da Província do Paraná. Em 1892, foi Diretor Geral da Instrução Pública (Educação). Foi deputado provincial e deputado estadual. Em Curitiba, foi professor de português, pedagogia e inglês e colaborador de diversos jornais, em Recife e no Paraná.

Justiniano Netto teve sete irmãos. Aos 73 anos deixou a carreira profissional. Aos 85 anos manifestava o sonho de viver pelo menos até no mês de janeiro de 2000, para ter a satisfação de ter vivido nos três séculos. O sonho acabou não se realizando, pois os problemas de saúde se agravaram. Em 1985 foi morar em Curitiba com o único filho, Luís Antonio, que também é médico, onde faleceu em 1986. Era casado com Ruth Lacerda.

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