A estranha personalidade de Wallace Req.
Ao principio nós estranhamos.
Quando ele chegou foi logo batizando nossa ilha de “Ilha da Fantasia”. Trabalhávamos em quatro pessoas na ilha de edição do PMDB. Gustavo Aquino, Jean Lamour, Acácio Filho e André o Sol. Ambiente calmo e silencioso que só era quebrado por um telefone impertinente. Então chegou o “velho”. Ele ria do que não tinha graça, e falava coisas. APARENTEMENTE SEM NEXO. Demoramos em entender que o Wallace Req não olha a realidade como a maioria de nós olha, pelo seu concretismo e suas relações comerciais. Ele olha tudo em perspectiva, olha possibilidades, não vê como as coisas são, mas como podem ser. Quando ria, antecipava a graça de uma coisa que ainda ia acontecer. Por vezes nos acusava de algo que ainda não tínhamos feito, mas que iríamos fazer, e de fato, tarde ou cedo faríamos. Não era um senso de previsão do futuro, mas como ele mesmo dizia é a evidência dos fatos que forçam o futuro, e tencionam os fatos para um desfecho que nem sempre atentamos. Wallace Req olha tendências, movimentos, possibilidades.
Alguém mostrava para ele, uma foto, e ele já criava uma história, um texto, uma readequação da imagem. Quem não tem dinheiro, amigos, conta histórias, dizia. Senta diante do teclado, ao inicio do dia como se nada fosse fazer. Escuta, pensa, desenha e derrepente começa a escrever com seus três dedos (digita com apenas três dedos) em grande velocidade. Já o vi compor em uma sentada um texto de dezenove paginas, sem consulta, ou parada. Começo meio e fim. Ele não bebe, não fuma, e pode virar o dia sem nada comer. Derrepente para e pergunta: como se escreve isso, ou aquilo, coisas primárias, de surpreender. Ai você pergunta: sobre o que você esta escrevendo? E ele esta escrevendo sobre economia, política, engenharia, projetos mecânicos, aviação, transporte, matemática, psicologia, religião, filosofia, literatura. É surpreendente. Daí para e te pergunta como se escreve “barbante” em russo, e pergunta como se nós tivéssemos a obrigação de saber. Quando ele gosta de um texto ele te elogia como se você o tivesse feito, ou colaborado com o que ele fez, como se a tua presença o inspirasse, e não o faz por gozação, ele de fato acredita nisso, acredita que quem esta ao seu lado o ajudou a escrever. Ele diz: eu usei a sua cabeça. Muito obrigado.
Diz ele que as pessoas não são completas para que precisem umas das outras. As pessoas não percebem, mas estão em constantes trocas, algumas invisíveis, como dois aparelhos eletrônicos que passam informação um ao outro. Mas sempre ressalva, Deus, é que “alimenta” estes aparelhos todos, digo, Deus é quem nos inspira a todos.
No curto convívio que tivemos percebi que Wallace Req dá tudo de graça, em nada coloca preço. Dá idéias, soluções, textos, projetos, conselhos, trabalhos e age como aquele cara que anda na rua empurrando carros enguiçados, e ele mesmo anda a pé sem rancor. Ao menos aparentemente. É no mínimo curioso.
Certa vez eu testemunhei o Wallace em público, numa sala de espera, resolver um problema de um casal que esperava por auxilio profissional. Quando eles saíram, Wallace disse: não deram o menor valor. Veja como são as coisas, eles saíram aliviados, mas não deram nenhum valor para a minha intervenção, sabe o porquê? Por que eu não lhes cobrei. As pessoas só dão valor no que pagam. Se eles tivessem sido atendidos pagariam seções sem fim, e continuariam com o problema. Por isso as pessoas não amam a Deus, porque Deus não lhes cobra nada, e foi Deus, não eu, que lhes resolveu o problema. É curioso não é?
Wallace Req vive rindo de sua própria incompetência. Ele diz: “uns sabem fazer, outros imaginar. Se um homem sabe fazer e imaginar seria quase perfeito, digo quase porque Deus não faria um homem que se bastasse a si mesmo, veja o caso de Eva. A mim foi dado imaginar, e eu não pude exercitar o fazer, de tanta imaginação que tenho. Vivo no sonho, e os dou de graça, porque a graça que me faz rir de mim mesmo, é que fico sem graça por não poder fazer, o que imagino poder”. A imaginação é ação antecipada, uns precisam realizar o que imaginam, e não descansam enquanto não o conseguem. Outros se realizam na imaginação, pois o que imaginam dentro de si é muitas vezes mais verdadeiro, concreto e satisfatório do que aquilo que possam realizar, porém diz Wallace, nós não nascemos para a realização interior apenas, nós nascemos para os outros, e temos que realizar minimamente, para suprir os sonhos e necessidades dos outros. Mas o Outro, o grande Outro é Deus. E Deus não necessita de nós, mas nós necessitamos Dele. Então nos diz a sabedoria e o bom senso: Deus, meu caro, se necessitamos de ti o que devemos fazer para suprir as necessidades que temos de ti? O que queres que façamos com essas nossas personalidades imperfeitas, carentes de vida e imaginação, carentes de comida, e de ar, carentes de amor, de respeito e pudor.
Então a poetiza responde:
Não precisas crer em nada,
Nem a vida compreender,
Basta amar-ME, o amor é escada,
Subirás mesmo sem crer. (AMS.)
Fica assim realizado o primeiro mandamento de Deus: Amar a Deus de todo o seu coração, com toda a sua alma (...)
Então Wallace disse: Acácio, eu já tentei me livrar do habito de pensar e imaginar, para ser então o homem do realizar o projeto de outros homens, seria então um escravo de meus iguais, mas não consegui submeter-me ao preço vil de meu trabalho, então me deixei navegar no sonho, e os dou de graça, pois não quero outros escravizados aos meus sonhos e projetos, não quero ser melhor me apropriando de idéias e trabalhos alheios, quero ser meu caro Acácio, simplesmente o que sou. E sou incompetente diante de Deus. Impossível competir, melhor amá-lo.
Acácio Filho em substituição de Wallace Req
Ao principio nós estranhamos.
Quando ele chegou foi logo batizando nossa ilha de “Ilha da Fantasia”. Trabalhávamos em quatro pessoas na ilha de edição do PMDB. Gustavo Aquino, Jean Lamour, Acácio Filho e André o Sol. Ambiente calmo e silencioso que só era quebrado por um telefone impertinente. Então chegou o “velho”. Ele ria do que não tinha graça, e falava coisas. APARENTEMENTE SEM NEXO. Demoramos em entender que o Wallace Req não olha a realidade como a maioria de nós olha, pelo seu concretismo e suas relações comerciais. Ele olha tudo em perspectiva, olha possibilidades, não vê como as coisas são, mas como podem ser. Quando ria, antecipava a graça de uma coisa que ainda ia acontecer. Por vezes nos acusava de algo que ainda não tínhamos feito, mas que iríamos fazer, e de fato, tarde ou cedo faríamos. Não era um senso de previsão do futuro, mas como ele mesmo dizia é a evidência dos fatos que forçam o futuro, e tencionam os fatos para um desfecho que nem sempre atentamos. Wallace Req olha tendências, movimentos, possibilidades.
Alguém mostrava para ele, uma foto, e ele já criava uma história, um texto, uma readequação da imagem. Quem não tem dinheiro, amigos, conta histórias, dizia. Senta diante do teclado, ao inicio do dia como se nada fosse fazer. Escuta, pensa, desenha e derrepente começa a escrever com seus três dedos (digita com apenas três dedos) em grande velocidade. Já o vi compor em uma sentada um texto de dezenove paginas, sem consulta, ou parada. Começo meio e fim. Ele não bebe, não fuma, e pode virar o dia sem nada comer. Derrepente para e pergunta: como se escreve isso, ou aquilo, coisas primárias, de surpreender. Ai você pergunta: sobre o que você esta escrevendo? E ele esta escrevendo sobre economia, política, engenharia, projetos mecânicos, aviação, transporte, matemática, psicologia, religião, filosofia, literatura. É surpreendente. Daí para e te pergunta como se escreve “barbante” em russo, e pergunta como se nós tivéssemos a obrigação de saber. Quando ele gosta de um texto ele te elogia como se você o tivesse feito, ou colaborado com o que ele fez, como se a tua presença o inspirasse, e não o faz por gozação, ele de fato acredita nisso, acredita que quem esta ao seu lado o ajudou a escrever. Ele diz: eu usei a sua cabeça. Muito obrigado.
Diz ele que as pessoas não são completas para que precisem umas das outras. As pessoas não percebem, mas estão em constantes trocas, algumas invisíveis, como dois aparelhos eletrônicos que passam informação um ao outro. Mas sempre ressalva, Deus, é que “alimenta” estes aparelhos todos, digo, Deus é quem nos inspira a todos.
No curto convívio que tivemos percebi que Wallace Req dá tudo de graça, em nada coloca preço. Dá idéias, soluções, textos, projetos, conselhos, trabalhos e age como aquele cara que anda na rua empurrando carros enguiçados, e ele mesmo anda a pé sem rancor. Ao menos aparentemente. É no mínimo curioso.
Certa vez eu testemunhei o Wallace em público, numa sala de espera, resolver um problema de um casal que esperava por auxilio profissional. Quando eles saíram, Wallace disse: não deram o menor valor. Veja como são as coisas, eles saíram aliviados, mas não deram nenhum valor para a minha intervenção, sabe o porquê? Por que eu não lhes cobrei. As pessoas só dão valor no que pagam. Se eles tivessem sido atendidos pagariam seções sem fim, e continuariam com o problema. Por isso as pessoas não amam a Deus, porque Deus não lhes cobra nada, e foi Deus, não eu, que lhes resolveu o problema. É curioso não é?
Wallace Req vive rindo de sua própria incompetência. Ele diz: “uns sabem fazer, outros imaginar. Se um homem sabe fazer e imaginar seria quase perfeito, digo quase porque Deus não faria um homem que se bastasse a si mesmo, veja o caso de Eva. A mim foi dado imaginar, e eu não pude exercitar o fazer, de tanta imaginação que tenho. Vivo no sonho, e os dou de graça, porque a graça que me faz rir de mim mesmo, é que fico sem graça por não poder fazer, o que imagino poder”. A imaginação é ação antecipada, uns precisam realizar o que imaginam, e não descansam enquanto não o conseguem. Outros se realizam na imaginação, pois o que imaginam dentro de si é muitas vezes mais verdadeiro, concreto e satisfatório do que aquilo que possam realizar, porém diz Wallace, nós não nascemos para a realização interior apenas, nós nascemos para os outros, e temos que realizar minimamente, para suprir os sonhos e necessidades dos outros. Mas o Outro, o grande Outro é Deus. E Deus não necessita de nós, mas nós necessitamos Dele. Então nos diz a sabedoria e o bom senso: Deus, meu caro, se necessitamos de ti o que devemos fazer para suprir as necessidades que temos de ti? O que queres que façamos com essas nossas personalidades imperfeitas, carentes de vida e imaginação, carentes de comida, e de ar, carentes de amor, de respeito e pudor.
Então a poetiza responde:
Não precisas crer em nada,
Nem a vida compreender,
Basta amar-ME, o amor é escada,
Subirás mesmo sem crer. (AMS.)
Fica assim realizado o primeiro mandamento de Deus: Amar a Deus de todo o seu coração, com toda a sua alma (...)
Então Wallace disse: Acácio, eu já tentei me livrar do habito de pensar e imaginar, para ser então o homem do realizar o projeto de outros homens, seria então um escravo de meus iguais, mas não consegui submeter-me ao preço vil de meu trabalho, então me deixei navegar no sonho, e os dou de graça, pois não quero outros escravizados aos meus sonhos e projetos, não quero ser melhor me apropriando de idéias e trabalhos alheios, quero ser meu caro Acácio, simplesmente o que sou. E sou incompetente diante de Deus. Impossível competir, melhor amá-lo.
Acácio Filho em substituição de Wallace Req
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