As minhas pombinhas.
Costumo alimentar as pombinhas pela manhã. Fico assustado com a reação das pessoas. São agressivas com os bichinhos aos quais chamam de “ratos com azas”. Adultos e crianças chutam as pombas se elas estão em seu caminho. Voam-se sobre as cabeças dos transeuntes eles gritam, se ofendem, temem as doenças que as pombas podem transmitir. Ai se eu chutasse um cãozinho de Senhora seria preso, ou, no mínimo envergonhado publicamente, mas as pombas parece ser a opinião geral, é um mal a ser combatido com o ódio. Outro dia um advogado conhecido chegou a me ameaçar... Você não sabe que um cidadão norte americano foi condenado por alimentar pombinhas? Outro: Você não sabe que elas transmitem doenças? A este ultimo respondi: E o senhor o que transmite AIDS, gonorréia, sífilis? Quase brigamos.
Na verdade as pombas e os homens são amigos de muitos e muito anos. Há mesmo os que defendem a parceria desde tempos pré históricos.
Na Bíblia vemos que foi uma pomba que voltou com um ramo de oliveira noticiando que o mundo havia secado ao tempo de Noé. Vemos também o protagonismo da pomba no batismo de Jesus Cristo. Ela é o símbolo do Espírito Santo, talvez por isso tão odiada nesse mundo pagão.
Vou contar alguns fatos sobre as pombas.
Foi no ano de 79 da era cristã que Plínio o Velho nos relata que já se usava a marcação de pássaros como domésticos. Os pombos eram marcados em Toscana durante as corridas de carros e pintados com as cores do carro que venceu levavam a noticia aos de Roma. Afora o episodio bíblico as pombas foram usadas como animais de correio com muito sucesso. A Paz que vivemos hoje no Mundo ocidental se deve em parte ao trabalho desses animaizinhos. Essas aves na Europa ainda hoje são usadas como animais de corrida. Elas podem correr mil milhas sem se perderem regressando as suas casas com espantoso e misterioso senso de orientação. Certa vez um pombo chamado Hobo ganhou uma corrida de mil milhas cumprindo a distancia em nove dias, vinte horas e quinze minutos. Algo espantoso se você considerar o tempo que teve para dormir e fugir de seus inimigos os gaviões. Pombos correios foram usados na guerra de Troia, na Grécia clássica. Durante a Segunda Guerra de maneira fundamental. No tempo da ofensiva de Aisne-Marne utilizaram-se setenta e oito pombos mensageiros e nenhum deixou de voltar. Durante a batalha de Saint Michel, noventa importantes mensagens foram confiadas às aves. Em pouco mais de duzentos pássaros empregados apenas 24 não voltaram. Na Investida de Mause Argonne, mais de quatrocentas aves foram empregadas e quatrocentas e quarenta e duas entregaram suas mensagens.
Nas crônicas de guerra norte americano encontramos a historia do “Big Tom”, um pombo correio que ao meio de infernal canhoneio conseguiu entregar uma mensagem em vinte e cinco minutos em um ponto distante vinte e quatro milhas. Teve uma asa parcialmente arrancada, e o peito bem ferido, mas foi ate o fim na sua missão. The Mocker, outro herói, perdeu um olho, mas entregou sua mensagem. The Spike realizou mais de cinqüenta viagens na linha de frente e em nenhuma vez foi ferido ou fracassou na missão. Ficou famoso entre os soldados um pombo chamado Presidente Wilson. Pense nisso na próxima vez que chutar um pombo.
Na Bélgica se cria pombos de Corrida que pesam cerca de meio quilo e voam 1.106 metros por minuto. São muito fortes e resistentes e podem voar ate 13 horas sem parar. Ainda hoje é um mistério o senso de orientação dos pombos e a sua monogamia. Largados em distancias enormes eles podem voltar para casa ainda que essas casas se desloquem. Além do caso da Arca de Noé que navegava um soldado japonês durante a Guerra descobriu que pombos que tinham pombais em pequenos barcos voltavam para casa ainda que seus lares tivessem navegado por horas a fio. Com essa descoberta os pombos foram usados pela marinha com resultados práticos surpreendentes. Assim tanto o Exercito como a marinha estando em avanço podem soltar seus pombos que eles encontrarão seu caminho de volta. Não devemos esquecer que muitos povos os criam para alimento, como nós fazemos com galinhas e perus, bois e porcos. São excepcionais acrobatas e podem ser treinados nesse sentido. Porem diz autor norte americano, a mais curiosa utilização dos pombos se encontra na China, onde se amarra às penas da cauda dos pombos pequeninos tubos de bambu e quando o pássaro voa produz dulcíssima musica.
Eu gosto de alimentar esses animais, pois eles nos esperam todos os dias. Para que eu possa curtir o seu mistério.
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