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sábado, 31 de janeiro de 2015

Como nasceu Ecallaw Templanos.

Como nasceu Ecallaw Templanos.
Certa feita eu conduzia minha velha furgoneta pela Ruta 40 no sentido sul para norte cruzando a Argentina. Em dia escaldante, calor quase insuportável. Baixa umidade do ar resultando em baixa densidade. Eu, para me divertir, observava a alta velocidade dos dois ventiladores, que embora rápidos pela pouca resistência do ar, soprassem pouco ar. Pouco vento. La fora, o calor sobre o ripio do leito era tão grande que provocava miragens. Ninguém na estrada. Ninguém? Pois la estava ela, ao leito da estrada pedindo carona. Impossível, não naquele calor e longe de tudo. Parei o furgão, eu não acreditava. A jovem aproximou-se da janela e disse: Eu preciso de vacina antitetânica para entrar nesse monte de ferrugem? Eu tive que rir, naquele calor, naquele fim de mundo, a senhorita ainda esnobava a carona... Era engraçado. Ousada! Entrou, tirou a bota pampeira e colocou os pés sobre o painel próximo dos ventiladores... Resmungou: mais um pouco e eu perderia meus pés. E pior, nesse fim do mundo ninguém os encontraria.
 Conversa boa, alegre, agradável seguimos adiante. Perguntou: De onde tu vens? Imediatamte eu me lembrei de um tio que falava e escrevia de trás para frente. Estranho dom, que ele atribuía ao tempo em que fora sonoplasta no cinema de seu tio Aníbal Requião, o cine Smart, primeiro cinema da cidade de Curitiba. Aníbal `e considerado o pai do cinema no Paraná. Era a década de 20 do milênio passado, e meu tio Jahir, fazia o som para os filmes mudos, assistindo tudo por trás da tela onde lia as legendas de trás para frente. O ator dava um soco e ele derrubava um latão. Beijava e ele fazia o ruído característico. O cavalo corria E ELE FAZIA O SOM DO TROTAR. Verdade ou não, meu tio era muito engraçado. Forte como um touro não cortou os cabelos ate os trinta anos. Então eu respondo à jovem por prudência: sou de Abitiruc (Curitiba de trás para frente). Ela riu... Que estranho você ‘e um Abitiruc-poli-tano Onde fica. No Brasil? Eu ri, e ela perguntou e como você se clama? Respondi: Ecallaw (Wallace de trás para frente). Ela: que raro!  “Ri tanto que me esqueci de lhe perguntar o nome, e lhe coloquei um apelido,” pesuda” (ou patagon+a, nome que se da às índias da Patagônia.). Ficamos amigos instantaneamente e a conversa fluía. As distancias na Ruta 40 são enormes e logo anoiteceu. A minha condução era velha e não convém enfrentar as noites. Procurei um local fora da estrada, protegido. Apaguei as luzes para que ninguém mal intencionado visse onde eu entrava para um pernoite improvisado. Minha furgoneta não era propriamente um moto-home, muito menos uma fortaleza,  mas tinha uma cama, água e um bico de gás. Dividi com a “pesuda” um pão integral, um pedaço de carne seca, e uma caneca de vinho para cada um, jantar muito do bom. Ela então me contou que nascera na estrada. Que sua mãe a concebera na estrada, e que ela havia vindo ao mundo à beira do caminho. Contou-me mais detalhes  sobre sua mãe e sobre o casal de uma vila que a criou, fato  que não importa contar aqui e chorou. Logo que cresci, disse, procurei o que minha mãe gostava e coloquei o pe na estrada. Aqui estou. Dei-lhe então minha cama. Peguei o saco de dormir e deitei-me no chão da furgoneta, não sem antes tirar de um esconderijo uma pequena pistola. Ela observava. Então perguntou? Tudo isso ‘e por que tens medo de morrer? Demorei em responder... Mas concordei. Sim tinha medo. Ela então disse: você teve medo de nascer? Penso que não, e se tive não me lembro. Ela ficou um pouco em silencio e disse: Você não terá medo de morrer, e se tiver não se lembrara. Nada respondi. Pensei: pode estar certa. Ela então fez aquele ritual gestual que tanto excita aos homens, soltando os cabelos, acentuando suas curvas,  ao prepara-se para dormir. Eu fingi que nada vi. Ela então foi muito direta: Nos não faremos amor? Disse provocativa. Eu demorei um pouco para responder. Finalmente disse: estamos fazendo amor já há algum tempo. Retirei-te do sol abrasivo, te dei carona, te respeitei, dividi contigo o que tinha para comer e te dei minha cama, você esta protegida de qualquer intempérie... E eu estou cansado. Para mim isso e fazer amor. Ela ficou um tempão calada me olhando. Deitou-se e disse baixinho: você e muito gentil. Boa noite Ecallaw. Nada respondi. Dormimos.
Quando abri os olhos ela já estava mil por hora, descobrira pó de café e fazia um café de tropeiro. Movia-se com vigor de uma jovem em paz com a vida. Era bem atraente. Achei bonito aquilo. A conversa fluía. Os temas variavam.
Logo que dei a partida no motor ela me deu instruções: daqui uns cinqüenta quilômetros têm um lugarejo (Cafayate), quero que me deixe la. Ok? Ok, respondi. Rimos muito esse trecho. Eu contava para ela os meus planos.  Eu me sentia meio nervoso, pois sabia que não a veria novamente. O trecho foi curto. No lugar apontado ela desceu. Deu a volta na furgoneta e parando diante de minha janela disse: você não vai perguntar meu nome? Envergonhei, pigarreei e perguntei: como você se chama? Ela sorriu e disse: Maria Made Line, e completou, sim concebida na linha. Eu sorri. Ela então disse: Ecallaw você agora também tem um novo nome...Templanos, entendeu? E rindo disse: Fecha a boca tolo.
Que figura eu pensei. Gostei dela. Era melhor partir que chorar. E parti. Olhei pelo espelho e ela gritava: vou encontrar teu tumulo Ecallaw... e vou encontrá-lo vazio. Ok Made Line, respondi, e seu nome me soou Madalena, Maria Madalena. A primeira a chegar ao tumulo de Jesus, e a dar a noticia da ressurreição. Imediatamente me veio à mente o seguinte pensamento: A inocência não tem estrutura. Sei la o que isso quer dizer.
Foi assim que nasceu Ecalaw Templanos.  Que plano Deus terá

Made Line quer dizer provavelmente Linha de Producao 










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