Internet na Rede Escolar Publica.
Ferramenta e motivo de preocupação.
· O Governo do Estado, através da Secretaria de Educação, exulta com o seu novo projeto do Portal da Educação. Supera-se, na expectativa do projeto, 40 mil computadores a serem instalados em 2000 escolas publicas. ( ja instaladas em 2008, e hoje já existem um decreto, e um sistema de segurança no acesso)
· Tecnologicamente o projeto é moderno, grandioso, único no país em extensão e alcance. Utiliza-se do anel de fibras óticas da COPEL Telecomunicações já instalado e em operação, dando-lhe mais uma utilização de alcance social.
· Sob o ponto de vista educacional, ao nível do ideal, é uma ferramenta de ótimas perspectivas, teoricamente fundada na democratização da informação, todavia um tanto defasada com a realidade vivida pelo aluno da escala publica e distante do poder aquisitivo de seus pais. Sob o ponto de vista negativo uma tal ferramenta exige dois cuidados especiais; a saber: possibilidade de demolição dos valores morais; e colonialismo tecnológico, ou seja, enraizamento de uma necessidade e habito artificial. Distanciado das verdadeiras necessidades de um país em desenvolvimento cuja maioria da população raia a miséria. Sem contar que cria uma nova demanda de gastos, auto renováveis dado ao custo da atualização do equipamento que é superado de dois em dois anos, tendo na ponta resultados discutíveis em termos do papel que possa ter a educação formal no aperfeiçoamento da sociedade e na defesa de seus valores. Porque educação é e sempre foi defesa de valores.
· Se a educação formal é subsidiaria da educação familiar, e essa é insubstituível, todo equipamento de educação formal dever construir sobre essa base de valores morais, fugir dela, é revolucionar, mas não é educar.
· A pratica do uso de computadores, via internet, tanto em repartições publicas, como em escolas, tem demonstrado que o maior uso se faz no campo da pornografia, incluindo a pedofilía, ou nos jogos em rede onde predomina a violência.
· Ambas atitudes são demolidoras da educação, da valorização da vida, do respeito ao próximo e coisificam a relação interpessoal, criando um objeto intermediário de consumo que lhes dá suporte, e até mesmo, empresta artificialmente essência e motivação.
· Dois grandes textos produzidos pela Igreja Católica abrangem esses temas com precisão, clareza e luminar orientação. São eles: “Pornografia e Violência” ( Documentos Pontifícios, número 228) e o decreto “Inter Mirifica” ( número 145).
· Ora, se não podemos colocar drogas a disposição dos alunos, ou armas a sua disposição, ou emprestar-lhes automóveis particulares ou oficiais, reconhecemo-lhes alguns limites, e seria muito, esperar que de uma conversa “entre adultos” resolva-se o problema num dialogo com pessoas cuja responsabilidade é limitada, seria o mesmo que dar um carro ao menino e pedir que ele não o ligue. Também não podemos colocar a disposição de crianças e adolescentes material violento ou pornográfico, muito menos custeado e ofertado pelo poder publico, esperando que eles, alunos, sigam uma orientação geral, de caráter ético, esperando que não utilizem deles, via rede, em conteúdos que estejam fora das necessidades dos conteúdos escolares.
· Um dos técnicos da COPEL me fez observar existir uma necessidade de censurar, uma vez que não se pode esperar de crianças um amadurecido discernimento, e avaliação de alcance das conseqüências sociais, e alcance psicológico do conteúdo da informação recebida. Além do que, a simples oferta, faz supor o incentivo e a aceitação tácita do poder publico e da autoridade docente.
· Assim sendo, tal técnico, me informou que duas atitudes podem ser tomadas com eficiência, a exemplo de um programa já em uso na COPEL, o PROXY, que centraliza todos os acessos a um único aparelho que serve de porta e identificador de acessos ou usuários ( no caso da COPEL existem cinco mil equipamentos ligados a uma única porta) e, em segundo lugar, a criação de uma FAIRE WALL ( Parede de fogo) que filtra o conteúdo do que pode entrar no sistema que estará disponível aos alunos. No primeiro pode-se ver, e tabular, o tipo de tentativas de acesso por parte dos alunos, medindo-lhes o interesse sócio - cultural - escolar, inclusive. No segundo, em permanente atualização, se impede o acesso a determinados conteúdos impróprios. Eu, em particular duvido da eficácia desses dois sistemas.. A Faire Wall necessita de um conselho de censores, que hoje tem critério duvidoso, pois, por exemplo, defende-se na rede publica a homossexualidade que é um mal moral.. O Proxy, dependeria de uma identificação responsabilizáveis do aluno, que dependeria por sua vez, de um fator punitivo, mas quando o Estado se obriga a ofertar o ensino básico, não se consegue punição exemplar eficaz, ou seja, ao aluno pouco importa a sua punição ou identificação..
· Como vemos, não é possível ou melhor, admissível, uma licenciosidade moral na educação, e o ideal revolucionário dos valores como querem muitos educadores, deve ficar, ao menos ao que diga respeito ao Estado, fora das experiências educacionais, pois é ele, Estado , que terá que dar resposta futura nas questões de saúde publica e segurança publica. O Estado não pode promover a sua própria auto demolição como querem muitos militantes ideólogos partidários ou correntes educacionais dita libertadoras. Caso contrario o estrago social que se fará será imenso.
· Quero aqui transcrever um trecho do documento “Inter Mirifica”; ele diz: “Para o emprego correto desses instrumentos é absolutamente necessário que todos os que fazem uso deles conheçam as normas de ordem moral e nessa matéria lealmente tirem as conseqüências praticas. Tomem em conta, portanto, a matéria das coisas que são comunicadas, em vista da natureza específica de cada instrumento; da mesma forma, tenham diante dos olhos também as circunstâncias todas, isto é, a finalidade, as pessoas a quem se destina, o lugar, o tempo, a idade e outras mais, pelas quais a própria comunicação se completa e que podem mudar ou inteiramente alterará sua bondade moral; entre essas circunstâncias enumera-se o modo de agir próprio de cada instrumento, melhor, sua força, que é capaz de ser tão grande que os homens, normalmente se desprevenidos, dificilmente podem dar-se conta dela, dominá-la e, se for o caso, rejeitá-la”.
Wallace Requião de Mello e Silva
Psicólogo.( OBS: este texto foi escrito em 2004)
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
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