A Mãe do Rocio foi rebaixada.
Um dos capítulos mais fascinantes da teologia é a encarnação do VERBO. Imaginem um elefante voluntariamente se transformando em uma pulga. Um rei voluntariamente tornar-se um mendigo. Um grande Boabá, voluntariamente ser tornado uma gramínea. Então imagine o que é Deus se fazendo homem. É muita humildade.
Por vezes eu penso na humildade e paciência das mães, que se humilham para suportar as misérias e defeitos de seus filhos.
Já há pouco mais de quatro anos, o padre redentorista Luiz Rangel, peregrina o Paraná para divulgar Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná. A pequenina imagem, vestida em manto branco enfeitado por pérolas e conchas do mar, devoção iniciada dos anos 1600 (século XV) em Paranaguá.
No último sábado, veio ela ao ombro de quatro mulheres, que em procissão pública, a trouxeram da Paróquia Bom Jesus ate a Paróquia Santo Estanislau. Foi recebida com honras de rainha. Aplausos e som de solo de “piston”, fazendo às vezes dos tradicionais clarins. Noviças e postulantes da Congregação da Sagrada Família a receberam com devoção filial. Muitas choraram.
48 horas ficou na paróquia sob custódia para o conhecimento e devoção dos fieis amantes da Mãe de Deus. Porém, ao findar o domingo, soube-se que a Igreja das Mercês, não havia se preparado para recebê-la. Logo a Paróquia de Nossa Senhora das Mercês (Favores) havia negligenciado a visita de sua padroeira sob a invocação de Mãe do Rocio. Não interessa os motivos, se justificáveis ou não, Maria foi rejeitada como quando andou em busca de uma estalagem para receber o Menino Jesus. Que desatenção.
Maria então se amiudou e humilhou-se, e sem rancor, em vez de sair elevada aos ombros, foi carregada como se carrega um caixão fúnebre, e sem alarde, sem pompa, embarcou quase solitária em um banco de trás de um automóvel, para em silêncio, sem bater a poeira de seus pés, voltar para a casa provincial dos redentoristas de onde houvera saído em sua ação missionária. Seus filhos não lhe deram atenção.
Pensei eu, que fui um dos responsáveis pela sua humilhação, carregado-a “rebaixada”, - como as mães são obrigadas a diversas humilhações de seus próprios filhos, para com paciência conduzi-los há dias melhores e mais cheios de amor e gratidão.
A Mãe do Rocio, a protetora do Paraná, voltou então, pacientemente para casa. Rebaixou-se para ser elevada. Amiudou-se para que Deus Filho, seu filho amado, fosse mais uma vez glorificado na paciência e silêncio de sua mãe.
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
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segunda-feira, 1 de março de 2010
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