Novas Teses.
A presença de Negros na América Pré-colombiana.
Em 16 de fevereiro de 1988 eu montei em minha motocicleta E PARTI DECIDIDO A CHEGAR POR TERRA à America do Norte. No dia 5 de Maio de 1988 eu cruzava a fronteira do Canadá pela aduana da pequena Iberville, onde conheci o professor de história em Quebec Ivan Robintail e o Padre Frances Maurice Mixous SSCC. Nessa viagem o que mais me despertou a curiosidade foi o riquíssimo patrimônio arqueológico dos povos pré-colombianos.
Neste sentido quero republicar, pela ultima vez, esse texto escrito em 1996, pois vejo que alguém nos EUA tem estado muito interessado nele e no assunto. Como sei? Pelas estatísticas do Blogger. Em um só dia uma pessoa abriu esses textos 10 vezes. Assim Seja.
Desde que li os relatos do frei Francisco Marco de Nice (1539) narrada na Revista Etnográfica Francesa contando que o primeiro homem vindo do Velho Mundo a chegar ao Novo México, centro oeste dos EUA, hoje estado do Colorado, foi o negro Estevanico, o mesmo negro chamado Esteban que houvera acompanhado Alvar Cabeza de Vaca (1528) a pé pelo território da America do Norte (ver o livro Naufrágios) depois do trágico naufrágio da expedição de Pamphilo Narvaez em águas que banham o Texas, e que posteriormente, tendo sobrevivido, serviu de Guia ao Frei Marco de Nice (em 1539) quando esse partiu da cidade do México em direção ao norte dos EUA. Eu me interessei nesta presença de um navegador ou marinheiro mouro e negro e o impacto que causaria nas populações autóctones. Posteriormente estudando a história da marinha portuguesa vim, a saber, que os portugueses lavavam a bordo, não só eles, mas também espanhóis negros experientes na navegação marítima e na tradução, pois via de regra, essa viagens acabavam sempre em portos africanos. A verdade é que muitos povos visitaram as Américas antes de Colombo. Polinésios, indonésios, e até "vikings" (Leif Erickson em 981 DC). Eu me perguntava, apoiado nas pesquisas de Paul Rivet, de que seria possível, ou não, a presença de navegadores negros na América em tempos remotíssimos, pois se sabe hoje, que navegadores negros deram a volta no continente africano sob patrocínio do faraó Necao II, isso 1200 anos antes dos portugueses. Rivet, nos fala das migrações pela Oceania, e da presença de australianos nessas viagens. Ora os aborígenes australianos eram negros. Passei a coletar alguns dados curiosos da presença negra nas ilhas do Pacifico, sem a menor pretensão cientifica. Dados preliminares que devem ser analisados com muita prudência, todavia o que eu encontrei já pode servir de base para uma pesquisa mais apurada, o que seria revolucionário para a antropologia e a arqueologia pré-colombiana.
Então vejamos: Em tempos próximos as descobertas do Novo Mundo, antes e depois. Todos sabem que os Portugueses viajavam as costas atlânticas da África, bem antes do descobrimento do Brasil e da Américas. E que suas viagens Atlânticas, presumiam a descoberta de um novo caminho para as Índias. Então podemos supor que desde muito os portugueses e demais europeus ( da antiguidade que formariam os atuais povos europeus) comercializavam com o Oriente por terra (rota da Seda) e por mar. Basta lembrar, por exemplo, num passado longínquo a Frota de Alexandre o Grande, navegando o Indico e o Pérsico. Assim, em algum momentos os negros participaram dos mistérios da navegação oceanica. O primeiro dado interessante vem do livro do autor português Carlos Selvagem (A Navegação Militar Portuguesa). Leremos ali que os barcos portugueses levavam a bordo em media dois sacerdotes católicos, dez homens condenados a morte, tradutores negros, árabes e cafres que serviriam de interpretes, pois o objetivo deles era as costas da África, Golfo Pérsico, Índia e China. Igualmente nas navegações para o ocidente (Américas) esperava-se encontrar um caminho marítimo mais curto para as Índias Ocidentais, generalização lingüística que designava as presumidas costas marinhas das Índias (China, Arábia, Pérsia e África) verdadeiro objetivo dos portugueses.
Assim, para mim, o mouro Estevanico não era um escravo, era um interprete ou piloto que viajava na frota de Pamphilo de Narvaez. Este homem tendo permanecido nove anos em território Norte Americano não teria deixado descendentes? Dele poderia ter nascido um povo. Do mesmo modo, neste mesmo período, alguns anos depois, o companheiro de Estevanico, Alvar, fará um relato de outra aventura. Colhemos outra informação importante e curiosa, pois nos relatos de Alvar Cabeza de Vaca, na sua inacreditável aventura na America do Sul, cruzando por terra da Ilha de Santa Catarina ate as terras paraguaias, sendo este o primeiro homem branco a registrar as Cataratas do Iguaçu, ele e seu lugar tenente Heraldo de Ribera (1541) registram a presença de um povo negro, vestido, barbado, esguios e altos e que construíam suas casas em pedra, em algum lugar entre o Brasil, o Paraguai e a Bolívia.
Agora já aprofundando no tempo, em tempos pré colombianos, existe uma verdadeira coleção de imagens de rostos negros, como ou sem barba, nas esculturas e gravuras maias, toltecas e olmecas que de alguma maneira já comprovam a presença de homens negros na América Pré-colombiana.
Os desenhos que coletei copilados pelo Bispo Diego de Landa e publicados em 1555 são mais eloqüentes, e mostram homens negros barbados. As cabeças encontradas em Três Zapotes, perto de Vera Cruz no México, deixam transparecer a fisionomia africana com olhos asiáticos, embora não tenham barba.
Documentos dos primeiros conquistadores espanhóis falam de índios brancos e negros, com muitas variantes, como o ruivos. Alguns exemplos desses últimos foram encontrados em múmias no Peru.
Não nos parece difícil que negros tenham pelo Pacifico ou Atlântico chegado as Américas. Aos poucos os arqueólogos começam a encontrar adiantadas civilizações em ruínas no coração da África o que aumenta as possibilidades. As culturas negras antiqüíssimas do Zimbabwe ( onde foram encontradas cerâmicas chinesas), por exemplo, ou as ruínas negras do Saara, a presença insofismável de negros na construção das Pirâmides, de negros gladiadores na Roma Clássica, negros na China, no Exercito de Alexandre, na Austrália, vão nos comprovando as grandes extensões habitas pelos negros em tempos remotissimos.
Finalmente eu chamo a atenção para os desenhos de Diego de Landa ( prestem a atenção nos cabelos, nas barbas, na cor) e a “Cabeça Negroide” insofismável, encontrada nas escavações em Vera Cruz no México
Vejam as fotos.
1) cabeça de jovem negro encontrada nas escavações de Vera Cruz, México, idade ignorada.
2) Típica escultura de vasos Incas, rosto negro bem definido em comparação ao rosto indio.
3) Cabeça de Pedra da desconhecida civilização Olmeca.
4) Desenhos compilados pelo Bispo Diego de Landa em 1555 mostra claramente o rosto negro barbado em escrita pré colombiana.
Mais informações por email.
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Olá! E bom dia a qualquer momento.
ResponderExcluirEstou a ler o livro do Dr. Justiniano (Seu tio?), de 1906, "Nova Luz Sobre o Passado. A Humanidade Primitiva e os Povos Pelasgicos. O Egypto e o Mundo", e me parece tão atual.
E assim está escrito:
"Entre os europeus, o continente negro é denominado Africa; entre os turcos, Efrikia; entre os arabes, Alkebulan, entre os indos, Bezecat; e os gregos o chamaram a principio Libya. Divergem as opiniões sobre a origem do nome que prevaleceu para nós, querendo alguns que elle provenha da voz arabica Aprigia, que significa exposto ao sol e ao ar, e acha-se em geral maior semelhança na derivação semitica, mas prendendo-a ao vocabulo pherik, que fala de espiga, por ser a Africa um celleiro abundante e muito fertil em grãos. A verdade é que todas as palavras, das quaes se presume descender o nome do continente, servem como de illustração ou comentario a uma mesma raiz, donde se tirou a denominação mais corrente, como havemos de demonstrar." Pág. 08
Até!!!