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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Brasil alça vôo.

O Brasil alça Vôo.
O mundo inteiro voa. Grandes aeronaves cruzam os céus dia e noite. Países minúsculos possuem muitos aviões, e gigantes como o Brasil, tem uma aviação incipiente. O Brasil é o país do pai da aviação. É país de dimensões continentais, é o país onde pela segunda vez em todo o mundo se usou um avião como arma de guerra. Como explicar então essa incipiência de nossa aviação civil, ainda que revistas especializadas digam aos quatro ventos que somos possuidores da segunda ou terceira frota de jatos executivos do mundo, a nossa aviação é um funil estreito demais, que massacra um enorme contingente de possíveis pilotos profissionais. O fato precisa ser mais bem analisado. Não o faço com profundidade aqui, mas gostaria de levantar alguns porém. Alto custo das horas de vôo, e inutilidade do vôo de instrução.
Digo; se a hora voada é cara de mais para a média dos jovens vocacionados para o vôo no Brasil, as horas necessárias para o aprendizado e as hierarquias necessárias na ascensão da tecnologia do vôo até chegar a uma condição ideal para o exercício profissional efetivo (1500 horas voadas), parecem-me abusivo e anormal que tais vôos sejam na maioria inúteis, proporcionalmente, para o conjunto da sociedade. São desportivos alguns, instrucionais, e ate lúdicos, ou instrumento de lazer de poucos.
Agora, por favor, atente para a seguinte idéia, de tal modo que possamos nos entender ate o final do texto. Um corpo humano, quando é invadido por alguma bactéria, dispara, e entra em ação um sistema de defesa (civil) conhecida como anticorpos. Quando esse sistema falha ou é superado, usamos remédios específicos (militares) para dar combate à situação fora de controle. Então, para o nosso entendimento, os civis são o sistema natural de defesa, e os militares são o sistema especifico artificial e potente de combate e defesa.
Se assim entendermos, podemos agora nos concentrar sobre o problema da Amazônia Legal, aqueles nove estados que compõe a mais preservada área de nosso país. Os soldados sabem que não é fácil servir naqueles rincões. A umidade elevada que chega a dissolver o sal, as altas temperaturas e frios noturnos. A dificuldade de locomoção e silencio “ensurdecedor”, são obstáculos para a permanência em algumas regiões da Amazônia Legal. Dizia um amigo já falecido, que melhor seria que o exercito usasse sempre os naturais, os nascidos na região. Ora se isso é verdade, os pilotos da Amazônia deveriam, em princípio, serem os naturais da região.
Assim, seria razoável que os aeroclubes brasileiros, que possuem aeronaves cedidas pela União, e são em alguma medida subsidiados pelo Ministério da Aeronáutica, que cedessem, ou fundassem aeroclubes nas florestas amazônicas, em parceria com pequenos destacamentos armados do exercito nacional, e ali formassem pilotos, que ao invés do que dissemos acima, voariam, para aprender, mas não apenas para aprender, mas para também cuidar da floresta amazônica. Voariam em áreas previamente escolhida pelo poder militar, de modo que o subsídio e o uso de aeronave pública, em contrapartida, ajudasse-nos a cuidar da Amazônia Legal Brasileira. O custo de manutenção de aeronaves seria muito reduzido em comparação da economia que se faria com esse controle para a economia, o meio ambiente e o alcance social de tal programa.
Esse sistema civil construiria uma base de dados que seriam sistematicamente repassados a Vigilância Militar da Amazônia, que, no caso de falha ou perda de controle, poderia em tempo recorde colocar suas tropas em curso.
Parece fácil, mas não é. De qualquer forma o registro dessa idéia se coaduna com a Brigada Civil de Defesa Aérea dos EUA, que com melhorias, no Brasil, não só poderia sustentar uma indústria nacional de aviação de pequeno porte, como fazer com que rapidamente o Brasil alçasse vôo.
Sob o ponto de vista militar a coisa se complica um pouco. Por exemplo: o “The Word Defense Almanaque”, um pouco desatualizado, nos alerta para um fato curioso. O Brasil possuía naquela data de publicação cerca de 120 aviões caças. Israel, naquela data 622 aviões caças. Mas veja, se o Brasil tem na área Amazônia cerca de cinco milhões de quilômetros quadrados, Israel possui apenas 20.700 km quadrados (vinte mil e setecentos). Basta que você divida, o numero de aviões pela superfície do solo, e verá a dificuldade do Brasil.
Assim, ainda que o Brasil necessite de mais equipamento bélico, de rio, terra, mar e ar, nós temos que dar oportunidade para a nossa força civil, o nosso sistema natural de defesa dos interesses nacionais. São eles, que isolam os invasores, denunciam sua presença, testemunham in loco a expropriação. O que, eu me pergunto, é mais barato e mais urgente?
Se você me compreendeu, eu estou propondo uma Patrulha Aérea Civil de Defesa e Preservação da Amazônia Legal Brasileira. Ação construtora de um Brasil verdadeiramente aeronáutico.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Para o G 23 de Outubro.

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