Votar nos pobres.
A opção preferencial pelos pobres é, no seu âmago, muito radical. Optar pelos pobres é dar-lhes, acima de tudo voz.
Se nós queremos mudanças no país, temos que radicalizar nas atitudes, pois a repetição das mesmas atitudes resulta sempre nos mesmos resultados. Durante séculos nós escutamos o discurso dos melhores. Aprendemos que a escolha dos “melhores”, os mais dotados, os mais capazes, os mais ricos, os mais cheios de sucessos empresariais ou sociais, era o caminho e a solução, sempre mais segura. Mas as coisas se repetem e a sociedade muda muito pouco, há uma resistência dos jogos sociais, que resultam em pobres cada vez mais pobres e ricos (poucos) cada vez mais ricos. Geralmente os mais capazes na sociedade são os mais hábeis nos jogos de expropriação da mais valia do trabalho alheio.
Os gratuitos opositores aos meus textos tentaram me apresentar como um fracassado. Não digo que não seja verdade, sou homem e muitos dos meus sonhos não pude realizar. Como tenho mente ágil e criativa: mente verdadeiramente inquieta; tenho muito mais projetos que a maioria das pessoas, e, portanto, proporcionalmente, maior numero de fracassos. Para realizar o numero de idéias que tenho, teria que ter escravos trabalhando para mim, e não quero isso.
Essa atitude, denunciadora de meus fracassos, me levou a concluir que na minha vida pessoal ter voz tem sido a coisa mais importante para recuperar meu equilíbrio emocional, e a base para retomar meus projetos vitais. Se for verdadeiro para mim também é para os pobres.
Lula o Presidente, nos têm dado uma lição muito eficaz. No seu último discurso em Curitiba, vi outro Lula, e vi esperança nos pobres e nos resultados de suas gestões.
Então, mudar atitudes é ato de coragem. Votar nos pobres, nos realmente pobres, nos impotentes, nos que carregam por muitos anos a cruz dos insucessos, é mudar o paradigma social. Você deve se perguntar: em quem eu votarei? E responder também em quem não votaria, e o porquê dessas escolhas. Depois votar naqueles que você não votaria.
Percorrer sempre o mesmo caminho, leva ao mesmo lugar sob as mesmas circunstâncias, mudar o caminho, é ampliar a realidade pessoal e social. Nem sempre se chega ao mesmo destino, mas se conhece coisas e pessoas novas, alteramos o leque de problemas sociais, o que exige novas e criativas soluções e assim se atinge novos objetivos sociais.
Vejam que quando os inimigos de Requião festejam aquilo que ”eles” chamam do fim da “Era Requião”, eles pretendem substituí-la pela era que o antecedeu, ou seja, nada muda de fato, porque o paradigma de oposição ao Requião se traduz pelo enigma “J'aime Dias de Richa”, ou seja, a aliança Jaime e irmãos Dias com as suas “rixas e rachas”.
Se você for ousado experimente também com a prefeitura. E depois com o Governo.
Tenha coragem. Comesse pela Câmara municipal. Votem naqueles que tem menos chance de sucesso. Comesse por ai, votem nos pobres, eles tem soluções geniais, originais, vinculadas ao trabalho, não ao dinheiro, e aos negócios públicos, que é apenas fruto viciado do trabalho dos homens todos apropriado por poucos homens de “sucesso”.
Mudanças no sistema é conseqüência de radicais mudanças de atitude. Não tema, se eles forem incompetentes, serão também incompetentes para roubar. Se forem ingênuos, não tema, os sábios também são cegos e erram. Se eles não conhecem a vida, não tema, todos nós nascemos assim, e aprendemos. Quando meu pai começou a me ensinar a dirigir, alertou-me para a responsabilidade, e o saber avaliar a conseqüência de minhas atitudes ao volante e na vida. Eu aprendi na presença de meus irmãos mais velhos. Os pobres também precisam aprender a dirigir e expressar seus interesses. Você dirá, mas eles, como todos, querem ficar ricos ora, mas é por isso mesmo que vocês devem, então, dar-lhes a chance. Não é o que vocês precisam? Não é a melhora que vocês querem? Caso contrário, os ricos serão eternos nas suas riquezas, e na sua exploração dos pobres.
Isso é perigoso, dar chances aos pobres e trocar os ricos do mundo? É, mas mantê-los eternamente no poder também tem sido perigoso, pois eles estão tão longe da realidade dos pobres que planejam seus negócios sem considerar as pessoas, mas apenas, somos nós, todos nós, peças que deverão necessariamente consumir o fruto de seus negócios e mantê-los, como se fossemos escravos, em suas riquezas e fantasias.
Wallace Requião de Mello e Silva.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário. Obrigado pela visita.