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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

As Riquezas Minerais da Amazônia.

Petróleo e as riquezas minerais da Amazônia Legal.
Por Wallace Requião de Mello e Silva

A Amazônia Legal criada por leis da década de 50 e pela Lei Federal de 1966 compreende os estados do Maranhão; Pará; Tocantins; Amapá; Amazonas; Acre; Roraima; Rondônia; e Mato Grosso. São nove estados brasileiros. Quando estivermos falando, neste texto, das riquezas desses nove estados brasileiros, estaremos falando das riquezas da “Amazônia Legal Brasileira”, estaremos falando em verdade de 60% do território brasileiro. Estaremos falando dos 60%, dos mais ricos territórios que compõe o território brasileiro.
Mapa da Amazônia Legal Brasileira (Inserir)

Normalmente, em manuais de informação sobre a Amazônia, faz-se referencia superficiais às suas riquezas. Timidamente se fala de suas riquezas minerais. Nuca de seu potencial hídrico, florestal, ou especificamente, sobre as suas riquezas energéticas de origem mineral, nem mesmo se fala da excepcional condição do potencial hidroelétrico e ou eólicoeletrico da planície Amazônica. Menos ainda se fala do potencial termelétrico gerado pela imensa quantidade de gás ali encontrada em reservas de volumes expressos em cifras astronômicas. Fala-se, quando muito de minerais, de minerais cuja exploração já não pode ser escondida dos brasileiros, sendo os mais freqüentemente citados; as reservas de ferro; bauxita; sal gema; manganês; calcário; cassiterita; gipsita; linhita; cobre; estanho; chumbo; caulim; diamante; e ouro. Omite-se sempre: o petróleo[1], a água, o gás natural e os minerais atômicos ou radioativos.
Mapa de o Petróleo Amazônico digitalizar. Foto da Usina de Urucu.

Recentemente a “Tribuna do Acre” em 15 de Abril de 2007[2]; publicou um texto sobre o petróleo no Acre, que além de ser um alerta, é uma denuncia estonteante, que pode servir de base para pesquisa de pessoas que tenham entendido como eu, que a preservação da floresta amazônica não se deveu, nem à consciência ecológica dos brasileiros, nem a incúria de seus governantes, mas foi sempre orquestrada e garantida de fora, não para a preservação das especies, mas sim para preservação de seus segredos, (haja vista o fracasso orquestrado da Transamazônica), orquestração garantida pelos cientistas e magos da imprensa e pelos interesses maiores dos grandes capitais internacionais. Siga o texto que reproduzo, e você entenderá claramente a estratégia que procuro denunciar nesse longo artigo que estamos lendo: “Por muitas décadas, o petróleo foi considerado produto tão nobre que só países desenvolvidos, superiores economicamente poderiam ousar possuir. No máximo se permitia que alguma colônia ou possessão pudesse ter sido abençoada por Deus a servir de deposito, para o bem dos impérios, desse motor do desenvolvimento industrial. Assim países como o Brasil estavam proibidos sequer de sonhar em possuir reservas de petróleo. Essa foi à conclusão de um famoso estudo norte-americano, levado a cabo nos anos trinta, que assegurava peremptoriamente que o Brasil não podia ter petróleo. Se tivesse, seria de má qualidade e inviável para exploração. Quase por decreto, o Brasil ficou privado dessa riqueza”
Não há duvida alguma, o Brasil engatinhou, entre as duas guerras por falta de liberdade para o uso de sua energia, o petróleo, entre outras. Se você duvida estude o problema da Borracha, das seringueiras amazônicas que foram transplantadas para o oriente. O Brasil também ficou engatinhando diante das indústrias de pneus. Ou o caso das ferrovias, pois estas construídas pelo capital estrangeiro, enquanto estes capitais exploravam minérios e madeira, elas eram a solução, quando o Brasil começou a ter produtos competitivos no exterior, e veio à guerra que absorveu enormes capitais, elas foram abandonadas estrategicamente, para que pudessem vender caminhões, e gasolina, e pneus, e financiamento, e assim controlassem os preços e a economia dos brasileiros. Fato similar aconteceu na Argentina quinze anos atrás.

Quando Eduardo Galeano, autor uruguaio, publicou seu livro, “As veias abertas da America Latina” escrevia ele: “No Brasil, as esplendidas jazidas de Ferro do vale do Paraopeba derrubaram dois presidentes- Jânio Quadros e João Goulart antes que o Marechal Castelo Branco, que tomou o poder em 1964 os cedesse a Hanna Mining Co. Outro amigo anterior do Embaixador dos Estados Unidos, o presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-51) tinha concedido à Bethlehem Steel, alguns anos antes, a bagatela de quarenta milhões de toneladas de manganês do Estado do Amapá, uma das maiores jazidas do mundo, em troca de pouco mais se um por cento para o Estado Brasileiro, não sobre a jazida, mas sobre as rendas de exportação; desde então, a Bethlhem Steel esta transferindo as montanhas dessa riqueza não renovável para os Estados Unidos com tal entusiasmo que se teme que daqui a quinze anos o Brasil fique sem manganês para abastecer sua própria siderurgia. (Que por sinal, já foi privatizada). De resto, a cada dólar que a Bethlhem investe na extração de minerais, oitenta e oito centavos correspondem a uma gentileza do governo brasileiro: as famosas isenções fiscais concedidas em nome do desenvolvimento regional”. (sempre uma falácia como o tempo, e a realidade, possa sobejamente nos demonstrar).
Era o ano de 1972 quando Flávio Alcaraz Gomes, jornalista prestigiado, tendo acompanhado a construção da Transamazônica escreve sobre os minerais já identificados e os em exploração, todos citados, à época, pelos relatórios do Ministério dos Transportes.
Alcaraz escreve em seu livro: “Transamazônica a redescoberta do Brasil” [3] o seguinte: “Segundo relatório oficial do Ministério dos Transportes, na imensa Região Sudoeste do Pará avulta, com extraordinária importância, a reserva ferrifera da Serra dos Carajás (isso ele escrevia há trinta anos). Avalia-se hoje que essa formação ferrifera seja superior a 400 milhões de toneladas, encontrada com espessura média em torno de cem metros e afloramento numa extensão de 80 quilômetros desde a Serra Norte até a Serra Sul”.
Sabemos que o Pará, de norte a sul, de leste a oeste é rico em jazidas minerais. Encontraram-se ali jazidas de ouro superiores a centenas de toneladas; reservas de alumínio (bauxita); reservas de estanho; e como dissemos imensas reservas de ferro. O estado do Pará além do ferro (quase todo explorado pela companhia Vale do Rio Doce[4] recentemente privatizada por uma bagatela) produz também cobre manganês, bauxita e ouro que são preferencialmente exportados pelo porto de Itaqui no Maranhão. No Pará é que está localizado o imenso garimpo de ouro de Serra Pelada e o recém descoberto (1995) garimpo da Serra Leste. Em 1996 Fernando Henrique Cardoso anuncia pela imprensa nacional a descoberta da maior jazida de ouro do Brasil, em Serra Leste, vizinha de Serra Pelada, e que seria explorada também pela companhia Vale do Rio Doce. Em seguida, surpreendentemente, a companhia Vale do Rio Doce, detentora da imensa maioria dos direitos de lavra do subsolo brasileiro, é vendida para o grupo estrangeiro encabeçado pelo seu próprio genro[5].
O projeto Jari, madeira e celulose, pertencente ao estrangeiro Daniel Ludwig, depois de ter sugado o país por vários anos, e derrubado boa parte da Amazônia, é paralisado e deixa uma divida de 320 milhões de Reais para o Banco do Brasil.
Foto do projeto Jari (incluir e digitalizar)
Foto da minas do Amapá (incluir e digitalizar)

Continua o autor Alcaráz Gomes sobre o ferro: trata-se, portanto de uma das maiores jazidas de ferro do mundo, seu teor supera os 68% o que a torna igualmente uma das mais ricas conhecidas”. A existência de ferro na Amazônia não é lenda. Trata-se de uma realidade que já esta sendo extraída da terra pela Companhia Vale do Rio Doce[6] (antiga “Itabira Iron” empresa norte americana incorporada como estatal pelo presidente Getúlio Vargas e atualmente vendida como já dissemos para um grupo estrangeiro representado pelo genro do Presidente Fernando Henrique Cardoso), que numa parceria com a United States Steel, empresa norte americana (1972), ambas, já extraia em 1972 cerca de 830 mil toneladas por ano[7] (em 1980 Carajás produzia: cobre 100 milhões de toneladas ano; manganês 1 milhão de toneladas ano e ferro 35 milhões de toneladas ano). (Não fosse o bastante também privatizamos a Companhia Siderúrgica Nacional, e os brasileiros aplaudem) A Serra de Carajás localiza-se a sudoeste da cidade de Marabá onde a Transamazônica já apresentava em 1972 condições de trafegabilidade, escoava por ela e pelos rios essas riquezas com imensa rapidez.
Continua: “o município de Marabá também é rico em diamantes, e os garimpeiros, com métodos antiquados ou primitivos conseguem extrair volumes razoáveis. Vejamos o que diz o Ministério dos Transportes em 1972: “Nas proximidades de Marabá e ao Longo do rio Tocantins, desde São João do Araguaia ate Arumatema, encontra-se um dos mais importantes distritos diamantíferos do Brasil correspondendo a dez por cento da produção nacional”.
Paulo R Schilling em “Brasil Para Estrangeiros” editado em 1966 afirma:... “O Brasil perde a cada ano mais de cem milhões de dólares, segundo estimativas, somente pela evasão clandestina de diamantes em bruto”. Respeitada essa média, como 1966 distam 41 anos de nós, podemos dizer que só em diamantes clandestinos 4.100.000, 00 dólares evadiu-se do Brasil, é obvio que as quantias nesses 41 anos cresceram e os valores também.
Eduardo Galeano em 1970 já chamava atenção para o fato que poderia ser mais bem atualizado pelo Ministério responsável. Os brasileiros raramente viram um diamante bruto. E a imprensa nada fala dessa riqueza que deixa há décadas o país.
Seque Alcaraz: “além de diamantes a Amazônia (o estado) possui minas de ouro de existência comprovada como diz o relatório oficial: “O ouro de Tapajós ocorre em leito de cascalho mal selecionado cuja espessura media é de vinte centímetros”. Com tecnologia, o Tapajós pode produzir uma quantidade considerável de ouro”. Isso foi dito há 35 anos.
No Amapá (Amazônia Legal) o manganês já é explorado comercialmente (o manganês é explorado no Amapá desde 1946 pela subsidiaria da norte-americana Bethelehem Steel já citada acima na introdução, hoje conhecida como ICOMI[8]) o que não ocorre ainda em Marabá, onde, entre os rios Branco e Vermelho foram localizadas reservas estimadas em cinco milhões de toneladas numa área de cinco mil hectares. No Amapá, contudo as jazidas diferentemente das de Marabá, foram estimadas em 25 milhões de toneladas, (em 1997 já se sabia que na verdade superavam os 65 milhões de toneladas[9]. Em quanto estarei eu me pergunta, a estimativa do que ainda sobrou? Tais informações as situavam entre as maiores jazidas conhecidas no mundo à época. O minério como já disse, já estava sendo extraído pela companhia ICOMI desde 1946 (Indústria e Comercio de Minério SA. uma subsidiaria da Bhethlehem Steel que participa com 63% dos investimentos) [10] o que nos dá uma idéia do patrimônio não renovável transferido para estrangeiros. No Amapá, também se explora e é escoada pelo porto de Santana, e pela ferrovia do Amapá, a Cassiterita, a Columbita, a Tantalita, além do ouro[11]. Junto ao rio Trombetas, a oitenta quilômetros da cidade de Oriximiná a Mineração Rio do Norte subsidiária do grupo canadense Alumnium Company of Canadá LTD, juntamente com a Alcoa (subsidiária da Aluminium Company of America) e a Jarí (do grupo Aluminium Chemical do empresário norte americano Daniel Ludwig) exploram minas de manganês com depósitos calculados em dois BILHÕES de toneladas (um bilhão corresponde a mil milhões de toneladas). Isso é tanto, que comparando às maiores jazidas que eram à época conhecidas no país, e em parte ainda existentes em Minas Gerais, que tinham como reserva estimada apenas tímida 70 MILHÕES de toneladas. Hoje para as mesmas minas Mineiras (MG), exploradas há muitos anos, as estimativas já superam os 400 milhões de toneladas, isso, para estimativa dos residuais, fora o que já foi tirado. Percebem o desenvolvimento das pesquisas? Como estará hoje a produção e o volume de reservas no Amazonas? Para onde estará indo essa riqueza? Como foram aproveitadas essas divisas? Qual o desenvolvimento que geraram, em que medida e em que proporcionalidade de contrapartida social? No entanto o Brasil, aos poucos, se endivida. Você nunca viu um manifesto de ecologistas sobre essas realidades. Parece que os ecologistas só cuidam da ação de brasileiros, estrangeiros continuam fazendo o que bem entendem. Você desconhece ações do Ministério Publico sobre essas realidades. Você certamente não se lembra de extensas matérias em jornais nacionais, impressos ou na TV, discutindo esses problemas. Tudo é feito no silêncio. (silêncio, estrangeiros trabalhando, não perturbe,... imagino escrito em placas camufladas nas florestas). Agora, sabemos da descoberta de petróleo no Amapá. O que você já leu sobre isso? Adelindo Bezerra e Chico Araújo da Agência Amazônia escrevem muito sobre essas riquezas no site da agência datado de 24 de setembro de 2007. Consulte. Eles dizem: “as pesquisas da Petrobrás já indicam forte presença de gás e de petróleo no subsolo da região que vai da costa do Piauí ate o Cabo Norte no Amapá”. Mas diz mais: Alem da Petrobrás outras empresas estrangeiras fazem prospeção na área. É o caso da British Petrolium (BP Almoco) que pesquisa no mar em uma área de mil quilômetros quadrados, investindo 60 milhões de dólares, em uma área prevista, ao total, de 33 mil quilômetros quadrados. A Multinacional vem fazendo pesquisas de gravimetria e magnometria, as perfurações, no mar, estão a cargo do navio sonda “Jack Ryan”, significativo não é mesmo. Ora os brasileiros nem ligam, enfim o petróleo vai mesmo acabar não é?
Em Marajó, como todos sabem, o petróleo vem sendo explorado na foz do Amazonas, e mais acima, no rio Amazonas, em Barreirinha, os poços considerados extintos ou estéreis pelos técnicos internacionais, estão, hoje, em produção embora pequena. Urucu, 600 km além de Manaus, é uma realidade incontestável que falaremos a seguir. Urucu garante a auto-suficiência da Amazônia. Uma realidade incontestável, 60 mil barris por dia, numa área onde era impossível encontrar petróleo. Numa área próxima ao lugar onde morreu em acidente aéreo, um dos “grandes” da ESSO, ou Texaco, em anos próximos a 1950.
Território de Rondônia (hoje estado) lá no oeste da Amazônia possui jazidas de cassiterita (estanho) de dez milhões de toneladas com uma pureza de 99,6% o que supera em reserva o total das jazidas conhecidas no planeta terra. O ouro em Rondônia é explorado desde a década de 60 nas margens do Madeira. E as reservas de estanho se espalham pelo oeste ate as fronteiras com a Bolívia.
Em Roraima ao norte, nas fronteiras com a Venezuela explora-se o ouro e os diamantes no Monte Roraima e o estanho nos rios Mucajaí e Uraricoera assim como a bauxita no Rio Branco e Vermelho. Apesar de a Venezuela possuir do outro lado da fronteira poços de petróleo, e o Rio Negro descer cheio de óleo, em Roraima nada se diz do petróleo brasileiro. Em Roraima 43% do seu território constitui-se de reservas indígenas, “assistidas” por estrangeiros, que zelam por eles, como se fossem seus filhos. O coronel Roberto Monteiro de Oliveira ex. chefe do SNI da Amazônia tem sobre esse “cuidado” outra tese expressa em “Ameaças à Soberania Nacional”
Mas não fica ai, os dados computados pelo Ministério dos Transportes (1972) nos da conta de que temos na Amazônia uma reserva de Sal Gema de três TRILHÕES de toneladas, no município de Nova Olinda, onde curiosamente foi encontrado petróleo pela primeira vez no estado do Amazonas; cobre e chumbo no Alto Xingu; cristal de rocha no Tocantins e Araguaia; pedras semipreciosas também no Tocantins; calcário em Itaibuna; jazidas de “Linhito ou Linhita” (mineral combustível cuja composição é 70% carvão e muitas vezes têm o aspecto de madeira fossilizada; possui quatro vezes o valor calórico da hulha) numa área de 150 mil quilômetros quadrados junto ao Rio Javari, Jutaí e Juruá. (compare a área, pois, o Paraná tem. 199 mil 524 quilômetros quadrados de área total). Outros autores já haviam escrito nos anos 60, como Orlando Valverde do Conselho Nacional de Geografia em “O Quadro Físico da Amazônia”, e Sylvio Froés Abreu em “Recursos Minerais do Brasil” onde diziam sobre o mesmo assunto: “O ouro não é explorado somente nos aluviões do alto Jarí; mas também nas do médio Tapajós (Garimpo de São Luís) onde se encontra a principal região aurífera do Brasil, em nossos dias; nos afluentes da Margem esquerda do Rio Negro que descem das montanhas do sistema Parima, no Médio Gurupi (entre o Pará e o Maranhão), na Rondônia.
(incluir aqui mapa dos Jesuítas que já indicavam treze minas de Ouro em exploração nos anos 1600, digitalizar e incluir)
No Território (hoje estado) do Roraima, os cascalhos auríferos se acham na mesma área dos diamantes. Na verdade hoje o ouro é encontrado no Mato Grosso, na região de Panelas e Alta Floresta e nas proximidades de Cuiabá. O diamante naquele estado nos rios Arinos e Juruena e próximo a nascente do rio Cuiabá. No Maranhão na chapada Mangabeira. Eduardo Galeano diz sobre esse território Amazônico: “Na imensa região comprovou-se a existência de ouro, prata, diamantes, gipsita, hematita, magnetita, tântalo, tório, urânio, quartzo, cobre, manganês, chumbo, sulfatos, potássio, bauxita, zinco zircônio, cromo e mercúrio”.
No Amapá explora-se o ouro e a prata e como já dissemos acima, também outras riquezas. No Pará o ouro é explorado no alto Tapajós há mais de trinta anos.
Em Rondônia em toda a extensão do rio Madeira é explorada. Em Roraima o ouro é explorado na fronteira com a Venezuela nas localidades já citadas nesse texto.
“A Serra do Navio, no Amapá, diz Alcaz, tem elevações constituídas totalmente de minério de manganês (pirolusita). A cassiterita já é explorada na Rondônia que se tornou a primeira unidade da federação na produção de estanho. Em pequena escala (1968) ela esta sendo explorada no Amapá; no Vale do Aripuanã a cassiterita também já foi encontrada (margem direita do Madeira), mas ainda não esta em exploração”.
Poderemos ler em “Retrato do Brasil” (Editora Política)
A bauxita, minério de Alumínio, é explorada para exportação no Sul do Suriname, mas já foi encontrada na “Guiana Brasileira” (hoje Amapá), em Roraima e no norte do Pará, e é a principal parcela na produção do Alumínio.
Em 1980 a ALCAN Aluminium Canadian, a Companhia Vale do Rio Doce e suas consorciadas e ainda a CBA já exploravam as margens do Trombeta 3,5 Milhões de toneladas de bauxita por ano.
O calcário da formação de Pirabas, que aflora na Bragantina e na Guajarina, já é explorado na região há muitos anos pela Fabrica de Cimento em Capanema. No entanto a floração de Itabuna tem muito maior possança ao norte e ao sul do baixo Amazonas. Na localidade denominada de Paredão o calcário aflora na margem direita do Tapajós com uma espessura de 20 metros.
A ocorrência de atracito, nas margens do rio Fresco à direita do Xingu, já é conhecida de algumas décadas e ali também tem ocorrido à presença de hulha. O Linhito do alto Solimões e no rio Jutaí. A maior jazida de Sal Gema do planeta estende-se das regiões vizinhas de Manacapuru ate Monte Alegre tem, portanto 750 km de comprimento por mais de duzentos de largura calcula Sylvio Froés que sua cubagem comprovada é superior a 10 trilhões de toneladas, e desse sal pode-se extrair sal de cozinha para alimentação humana e do gado; potássio para a indústria de álcalis e fertilizantes; soda caustica; cloro, para fabricação de desinfetantes, plásticos e elastômeros.
O projeto Radam[12]·, - continua Flávio Alcaraz Gomes- em 1972, - que significa Radar Amazonas -, já esta em pleno funcionamento e é considerado pelos técnicos estrangeiros (presentes em grande número na área) como um dos mais aperfeiçoados do mundo. “Seu objetivo é através de sensores, montados em aeronaves e câmaras especiais que fotografam em infravermelho (e de outros modos mais perfeitos ainda), estão concluindo o levantamento geral da Amazônia”. Estávamos ainda nos anos 70.
Hoje temos o SIVAM[13] monitorado por satélites. O Sistema integrado de Vigilância da Amazônia (SIVAM) teve seus primeiros financiamentos internacionais liberados em 1997, prevê o processamento de imagens obtidas por satélites e radares para o mapeamento das riquezas minerais (incluindo petróleo), controle do trafego aéreo e do meio ambiente. Os equipamentos fornecidos pela empresa norte americana Raytheon, escolhida sem licitação, e ligada ao governo dos EUA, é detentora das informações.
“Também aqui, na questão do controle das informações por empresas estrangeiras, Eduardo Galeano da sua contribuição:” Na década de 60 numerosas empresas norte-americanas, conduzidas pelas mãos de aventureiros e contrabandistas profissionais se lançaram ao rush febril sobre essa selva gigantesca”. Em outro trecho diz: “Utilizaram aviões da Força Aérea Norte Americana sobrevoando e fotografando a região em 1964. Utilizavam equipamentos como cintilômetros para DETECTAR JAZIDAS DE MINERAIS RADIOTAIVOS pela emissão de suas ondas variáveis; eletromagnetrômetros para descobrir e medir o ferro ( Na verdade com as duas técnicas procuravam petróleo), permitindo medir a extensão e a profundidade das riquezas secretas da Amazônia. Tais informações foram postas em mãos de empresas privadas pelo serviços do Geological Survey do Governo dos Estados Unidos”
Segundo a revista “Times” edição para a America Latina, capitalistas estrangeiros já haviam comprado imensas áreas de terra a sete centavos de dólares o alqueire antes de 1967. A SUDAM incentivava essas vendas “Devemos manter as portas abertas a inversão de capitais porque necessitamos mais do que podemos obter.” Sempre entregarmos os recursos naturais a estrangeiros em nome da falta de recursos diz em seu livro Eduardo Galeano, e essa não é apenas a história do Brasil. Entregamos Trilhões e ficamos devendo Bilhões.
O Congresso Brasileiro[14] alertava para o fato de que curiosamente as terras vendidas aos estrangeiros faziam um colar isolando a Amazônia do resto dos territórios brasileiros. Estava em andamento o projeto Pan Amazônico, a Amazônia território internacional.
Curioso que, Werner o alemão; o criador dos foguetes, já em 1969 anunciava uma estação espacial. Dizia ele: “Desta maravilhosa plataforma de observação poderemos examinar todas as riquezas da Terra: os poços de petróleo desconhecidos, as minas de cobre, de zinco...” Ora aos anos foram passando e outras plataformas foram concluídas no espaço, como a russa MIR, o Projeto Mercúrio, o projeto Columbia e a Discovery e hoje satélites automatizados pesquisam sem interrupção os quatro quadrantes do globo. Temos, hoje, como conhecer à distância a composição do solo de Marte e Vênus, e nós brasileiros, principalmente nossas autoridades, continuamos, nós e eles, omissos diante de nossas riquezas que vão sendo explorada por estrangeiros sem contrapartida a altura das necessidades do povo brasileiro. O mundo todo as conhece, nós não. E o que é mais estranho a imprensa não se preocupa em divulgar essa opulência. Esconde-a com as “questões” ambientais.
A bacia do Solimões é a terceira bacia em produção de petróleo do Brasil, com uma reserva de 123 milhões de barris de petróleo. No entanto essa exploração tem gerado principalmente gás natural de petróleo. O estado do Amazonas tem a segunda maior reserva de gás natural do Brasil com total de 44, 5 Bilhões de metros cúbicos de gás, afora o petróleo. Essas acumulações também estão sendo encontradas nas bacias do Rio Parnaiba e Amazonas.
As primeiras descobertas de óleo no Amazonas datam de 1925. A Petrobrás, criada por Vargas, encampou as pesquisas no Amazonas e em 1954, dizem, encontrou petróleo em nova Olinda, Autas Mirim e Maues, todos localizados no estado do Amazonas. A Bacia do Solimões foi esquecida, acredito propositadamente. Em 1976 foi feito o primeiro levantamento sísmico pela Petrobrás na bacia do Solimões, e em 1978 foi descoberta a província gaseifera do Juruá, e o negado e esquecido Solimões começou a produzir gás e óleo.

Urucu
Em 1986 foi descoberta a província petrolífera de Urucu na bacia do Solimões. Dois anos depois o óleo já era transportado por balsas para a Usina “Isaac Sabbá” em Manaus. Em 1989 começou a construção do poliducto, com quase trezentos quilômetros entre Urucu e Coari. A Amazônia tornou-se auto-suficiente exportando óleo e gás.
Em 2002 a unidade de Urucu já superava os 60.000 barris dia de um petróleo da melhor qualidade, produzindo diesel e nafta.
Hoje a Petrobrás cujo capital esta quase todo nas mãos de acionistas estrangeiros, encontra “dificuldades” com reservas indígenas e florestais, estrategicamente colocadas, que dificultam e atrasam a exploração operacional, embora, é preciso que se diga que, em 40 anos só se furou 100 poços na região amazônica enquanto se perfurou 3.800 poços nas bacias marítimas. No mar é mais fácil cumprir os interesses estrangeiros. Mesmo diante de uma crise mundial de energia os técnicos continuam dizendo que: “as dificuldades não atraem investidores”,... Quando na verdade espera-se o total domínio da Amazônia Legal. Esses mesmos investidores exploram na Amazônia Peruana, Colombiana, Boliviana e Venezuelana. No Brasil esperam pacientemente a sua internacionalização.
Os anos 80 trouxeram mais noticias sobre os potenciais petrolíferos da área, (ver de minha autoria artigo “O petróleo na Amazônia”) incluindo sinais mais evidentes. Podemos ver imagens na Internet produzidas através de satélite, pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial – 1994 – imagem 002.63) onde apreciamos a extração de petróleo e gás natural em Urucu no estado do Amazonas na Ilha de Marajó ou no Rio Trombetas ou ainda em Itaituba no Pará, onde os poços pioneiros foram perfurados. A Presença de óleo vem sendo pesquisada no interior do Amazonas desde os anos 50 como já dissemos. Hoje temos poços de petróleo ativos em Marajó, onde se acreditou à época (1972) serem estéreis. Marajó foi por onde começou oficialmente (estatais) a pesquisa amazonense em 1950. Mais tarde a Petrobrás transferiu a área de pesquisa para a região Médio Amazonas onde foi encontrado um poço pioneiro em Nova Olinda e também no baixo Madeira. Depois a Petrobrás achou petróleo econômico (1968) em Barreirinha no Maranhão lacrou seus poços e nos últimos anos reiniciou a sua exploração. No entanto para Orlando Valverde, a probabilidade de se encontrar petróleo é maior a oeste da Amazônia do que a leste, pois lá as repercussões da orogenia andina formam anticlinais (camadas com curvatura côncava para baixo) e falhas que podem constituir “armadilhas”, favoráveis a acumulação de petróleo[15].
Tal afirmação aponta o Acre.
Nada se fala sobre isso. Nem na imprensa, nem no Congresso Nacional onde trabalhei ativamente em 1996. Assunto para especialistas, que deitam e rolam sobre as riquezas dos brasileiros.
Quanta coisa, eu me pergunto, não se encontrou desde então? Porque não há dados, ou divulgação de dados atualizados, facilmente encontráveis, e à disposição dos pesquisadores? Experimente pesquisar.
Veja esse quadro estonteante, embora desconsidere a madeira a água e os minerais radioativos, e foi feito trinta anos atras.
Quadro Síntese de Froés de Abreu. Um tanto desatualizado, embora útil.
Em síntese: a distribuição de bens minerais na Amazônia se mostra assim:
Estado do Acre- gípso (ou gipsita), calcário. (E Petróleo). Diz o site da ABDL: O Acre esta em uma situação privilegiada, a meia distancia tanto da província de gás de Camiseia e Pando- duas das maiores do mundo- na Bolívia, como da província de Urucu no Amazonas. E de terrenos semelhantes geologicamente aos da Venezuela. Seria impossível para a ABDL que o petróleo não estivesse presente em território acreano.
“Petróleo no Acre”.
Em 1936 a primeira noticia de petróleo no Acre chegaram aos ouvidos do governo federal. Em 1938 os geólogos Pedro de Moura e Alberto Wanderley fizeram pesquisas em Cruzeiro do sul e confirmaram as noticias, entregando um relatório que confirmava a presença de petróleo e sua viabilidade econômica. Foi uma das primeiras contestações do relatório Norte Americano que desprezava a Amazônia como produtora de óleo bruto. Em 1959 o jornal o Acre, também de Cruzeiro do Sul relatava outra expedição e outra vez a confirmação. A Petrobrás diz que o petróleo do Acre é viável. O engenheiro Newton Reis Monteiro, da ANP, que esteve no Acre, estima que no estado possa Ter ate três milhões de Barris anuais, óleo de boa qualidade. Afirma que essa jazida já era conhecida desde muito tempo, e que ali foram furados ali 11 poços, lacrados, que a vegetação encobriu, e só não foram explorados à época por uma conjugação de fatores.

Estado de Roraima- ouro; diamante e diatomíto. (a curiosidade é que na Venezuela há ferro e petróleo, e nas fronteiras com o Brasil existem indústrias de alumínio, polpa de papel e siderurgia de porte. Ali também existe atividade garimpeira de porte sendo essa a principal atividade do Maciço Guianense Venezuelano)
Estado do Amapá: manganês, cassiterita, ouro, ferro, linhito e bauxita. ( E petróleo)
Estado do Amazonas: manganês, calcário, petróleo, gás natural; sal- gema, gípso, anidrita, nióbio e estanho. (como se afirmava no passado o petróleo encontra-se na maior proporcionalidade a oeste e não ao leste. Como o Amazonas faz a Oeste fronteira com o Peru e Colômbia, é bom lembrar que na Amazônia Peruana as companhias petroleiras: Petroleira Fiscal (estatal peruana), IPC International Petroliun Company. Peruviam Gulf; Belco Corporation; Texas Petrolium e British Petrolium exploram petróleo na região a mais de trinta anos. Do lado brasileiro nada se sabe ou nada se divulga).
Estado do Pará: (por ter sido o mais explorado) Ferro, calcário, argila, ouro, cobre, níquel, estanho, diamante, galena, antracito, gipso, anidrita, sal gema, cristal de rocha, caulim, e bauxita (alumínio). (Petróleo onde foi encontrado gás e óleo em 1925, em Itaituba, Pará)
Estado do Maranhão: Ferro, calcário, sal-marinho, ouro, diatomito, fosfato de alumínio, gipso, ilmenita. (e Petróleo)
Estado de Rondônia: cassiterita (estanho), alumínio (DNPM 1998) e ouro. (Rondônia faz fronteira com a Bolívia numa região em que vêm se intensificando as pesquisas petrolíferas.
Estado do Tocantins: ouro, diamantes e calcário.

Estado do Mato Grosso: ouro e diamantes e níquel.
Mesmo para esse criterioso pesquisador dos anos 70 podemos notar em sua obra que há uma total omissão sobre os minérios radioativos, o petróleo e as camadas de Xisto betuminoso. Ao fechar essa pesquisa ainda posso incluir a seguinte informação retirada do Site da Petrobrás. Em 30 de Dezembro de 2000 a produção interna de petróleo da Petrobrás já atingia 1, 5 milhão de barris por dia (1.531.364 dia), ou seja, 90% do que o Brasil consome produção essa distribuída da seguinte maneira: 17% em terra firme, 19% em águas rasas e 64 % em águas profundas.[16]
Porque se fez silencio sobre essas astronômicas tonelagens de mineiros retiradas na Amazônia nos últimos 40 anos e mega desmatamentos oficiais, e hoje, num repente, em nome da Ecologia Mundial pretende-se fechar a Amazônia aos Brasileiros? Você não acha que ai tem? E você é favorável ao desarmamento? Nosso exercito pode latir, mas não pode morder.

Finalizando: Leia com atenção.
Petróleo Brasileiro e a Amazônia Legal Brasileira.

Documentos históricos dão ciência de que a humanidade faz uso do petróleo há pelo menos 4000 anos antes de Cristo. Povos antigos como os do Egito, Mesopotâmia e Pérsia utilizavam o betume para pavimentar estradas, calafetar, aquecer e iluminar as casas. Na Biblia encontramos o uso do betume por Noé que calafetou a sua arca por dentro e por fora como lemos em Gêneses capitulo 6 versículo 14. Em Heródoto, (século V) considerado o pai da história encontraremos registros do uso de petróleo como lubrificante, linimento e até como laxativo. Documentos dos missionários católicos europeus, também afirmam que Incas e Astecas faziam largo uso de petróleo. A arqueologia tem demonstrado que os chineses em tempos muito primitivos chegaram a perfurar poços de petróleo de ate mil metros de profundidade e conduziam o óleo com bambus para pavimentação de estradas. Esse uso também foi encontrado na Mesopotâmia e entre Incas e Astecas. Posteriormente se comprovou que os grandes blocos das pirâmides estavam unidos com betume, e o petróleo era usado para embalsamar as múmias. Alexandre da Macedônia, o Grande, já houvera observado petróleo na região onde hoje se situam os principais países produtores do Oriente Médio. Hoje, segundo publicação do Serviço de Comunicação Social da Petrobrás, o petróleo responde por mais de 70% (quase 80%) da energia utilizada em todo o Mundo. Esta ultima frase já denuncia a importância estratégica de uma nação possuir o seu próprio petróleo livre da ingerência estrangeira. Mas se consideramos também as importantes informações contidas em um relatório da ONU[17] do ano de 1994, onde se afirma que pouco mais que 40% do petróleo consumido no primeiro mundo somos obtidos no terceiro mundo, mostra, não só que o mundo sofre de uma dependência de petróleo, ricos precisa quebrar as resistências políticas e legais que, prudentemente, indicam as vantagens, mas essa dependência, principalmente no Primeiro Mundo, aponta o Terceiro como principal produtor. Ou seja, o Primeiro Mundo dependerá, energeticamente, em um curto período de tempo dos recursos oriundos dos países pobres. Inverte-se o quadro mundial. Por isso devem manter reservas estratégicas nos países pobres. Daí a globalização.
No Brasil, no final do século XIX surgiram os primeiros pedidos de concessão de exploração de olíferos destinados à iluminação. Coube a José de Barros Pimentel inaugurar essa fase de exploração em 1858, portanto um ano antes de Edwin Drake, considerado como pai da indústria petroleira, ter descoberto petróleo na Pensilvânia, EUA. Pimentel explorou o Xisto Betuminoso nas margens do rio Maraú na Bahia. Seis anos depois, em 1864, um decreto imperial beneficiava o inglês Thomas Dennys Sargent que deveria, assim autorizado, pesquisar Turfa, petróleo e outros minerais na localidade de Ilhéus e Camamu, também na Bahia. Desse período de pesquisa a partir de sinais superficiais de presença de óleo, registram-se em Taubaté, SP aonde se chegou a resultados razoáveis na exploração do Xisto Betuminoso. À medida que crescia o interesse crescia a consciência nacional, e também o uso e aplicação do petróleo, que crescia com o surgimento comercial dos automóveis e caminhões por volta de 1900, assim as legislações vão surgindo, vai garantindo os interesses sobre o ouro negro (que não era a borracha). As nações enriquecem com as leis internacionais de comercio. Pouco depois, surge a Primeira Guerra Mundial.
No Brasil o governo cria o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB) que fura o primeiro poço em Marechal Mallet no Paraná. Em 1925 o SGMB nas primeiras sondagens na Amazônia encontra gás natural na localidade de Itaituba no Pará. Em 1932, em Uruguaiana no RG o Brasil já tinha sua primeira refinaria comercial. Segui-se a refinaria de São Caetano do Sul em SP (1936) do Grupo Matarazzo & Co. E a Refinaria Ipiranga S.A. na cidade do Rio Grande. Foram as primeiras. Todavia em 1933 a pesquisa passou a ser orientada pelo DNPM (Departamento Nacional de Pesquisa Mineral) ligado ao ministério da Agricultura. O quadro mundial agravava-se com a eclosão da Segunda Guerra em 1938. Com a guerra criou-se no Brasil o CNP (Conselho Nacional do Petróleo) em substituição ao DNPM e foi precisamente em 21 de janeiro de 1939 (por necessidade da Guerra que de um poço estéril) jorrou petróleo pela primeira vez no Brasil, justamente na localidade de Lobato em Salvador Bahia. Em 1941 tivemos o nosso primeiro Campo Comercial de Petróleo no Recôncavo Baiano e em 1942 o segundo em Aratu, Itaparica também na Bahia. Ai operou o primeiro oleoduto brasileiro em 1949. Tudo fruto da pressão e necessidade da guerra. Em 1950 já havíamos descoberto o Campo de Água Grande na BA, inaugurado a Refinaria de Mataripe na Bahia; tínhamos construído o primeiro navio “Paroleiro” nacional e por lei havíamos defendido e integrado ao patrimônio territorial soberano, as águas territoriais brasileiras, com a inclusão da plataforma continental no território Brasileiro (hoje a plataforma é responsável pelo grosso da nossa produção)... Tudo por obra de Getúlio Vargas. Vargas já defendia, sem saber, as bacias e poços de petróleo do Amapá, recém descobertos.
Em 1951 já funcionava o oleoduto de Santos. Em 3 de outubro de 1953 Getúlio criava pela lei 2004 a Petrobrás pela qual a União exploraria o petróleo proibindo a exploração aos estrangeiros. Começariam as pressões contra Getúlio que resultariam na sua morte.
Incluir aqui digitalizado o discurso testamento de Getúlio Vargas.
Hoje as pesquisas geológicas e geofísicas apontam algumas grandes bacias como possíveis fornecedoras de petróleo no Brasil. A Bacia Paleozóica do Amazonas, que percorre toda a extensão do Rio Amazonas, desde o Acre até a ilha de Marajó. A Bacia Paleozóica do Maranhão que cobre todo o estado do Maranhão e boa parte do Pará. A Bacia Paleozóica do Sul que vai do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul, passando pelo sul de Minas, Oeste de São Paulo, Paraná e Santa Catarina a serem ainda melhor pesquisadas e exploradas. Recente descoberta foi feita no Paraná pela companhia de Saneamento do Paraná que ao furar poço artesiano encontrou petróleo a trezentos metros de profundidade em uma área que já fora estudada pela Petrobrás. E o campo de Pitanga no Paraná que já esta produzindo gás e óleo[18] Essa descoberta confirma minha suposição. Somam-se a elas as bacias terciária e cretáceas de Pelotas; Campos em exploração; Espirito Santo em exploração; Recôncavo Baiano em exploração; Potiguar no Rio Grande do Norte em exploração, Alagoas em exploração, Acre em estudo avançado, Macapá em exploração, Marajó em exploração, Urucu em exploração, todas com alguma produção significativa. Mas não para ai. O Brasil é o segundo em reservas mundiais de Xisto. Do xisto, embora um pouco mais caro podem-se tirar tudo que se retira do óleo. Ele ocorre em todo o solo nacional, com destaque para o xisto Permiano da formação de Irati que vem desde o norte de São Paulo ate Uruguaiana no Rio Grande do Sul região na qual se encontrou óleo no Paraná. Se considerarmos, dizem os técnicos as ocorrências de xisto tais como: xisto terciário do Vale do Paraiba em São Paulo; xisto Cretáceo do Maranhão; xisto Cretáceo do Alagoas; xisto Cretáceo do Ceará; xisto cretáceo da Bahia; xisto Permiano da formação Santa Brígida; xisto da formação Irati; xisto do Amapá e o xisto Devoniano do Pará e Amazonas seremos capazes de produzir mais de 740 BILHÕES de barris de petróleo, sem considerarmos os poços de petróleo em atividade e os a serem explorados no futuro. Segundo a Petrobrás hoje produzimos no pais 1,524.953 barris por dia. A tecnologia, que acresceria em muito esse volume, vem sendo desenvolvida com sucesso na Refinaria Presidente Vargas em Araucária no Paraná. Cada barril tem 176 litros. Vocês percebem o interesse internacional sobre as fontes energéticas do Brasil? Agora considere o álcool, produzido dos dejetos da floresta Amazônica, as hidroelétricas, o potencial de material radioativo encontrado em nosso subsolo, (guardado as sete chaves para os brasileiros, mas conhecidos pelo mundo todo) os minerais de suportes da siderurgia, a petroquímica e a energia eólica..., alias sendo a planície Amazônica uma área com altitude media de apenas duzentos metros sobre o nível do mar, e imensa, ocorrem fortes ventos em direção ao litoral em dada hora do Dia, invertendo o sentido em determinada hora da Noite, prestando-se, entre outras coisas, para o uso eólico de produção de energia elétrica, energia limpa. Considere agora o Linhito, ou Linhita como dizem outros, existentes em imensas jazidas de TRILHÕES de toneladas na Amazônia. ( um trilhão corresponde a mil bilhões, e um bilhão, como já dissemos a mil milhões de toneladas) O Linhito é um mineral combustível para aviões à jato de alta eficiência, desenvolvido na Califórnia, sobre base desse rico, farto, e calórico mineral (o linhito) amazônico. Que haverá, também, não tenho dúvida alguma, de produzir combustível para muitos outros tipos de maquinas, e você começa a entender o que esconde a Amazônia sob o manto do “ecologismo” esse cavalo de Tróia da Global Economia, e alavanca de introdução de um governo mundial. Mais do que isto, recentemente o ex. Secretario Nacional Bautista Vidal, aquele que implantou o Pró-álcool no país, em palestra ao primeiro escalão do governo do Paraná, chamou a atenção para a imensa gama de bio-combustiveis que podem ser produzidos no Brasil, sobremodo na Amazônia.
Não derrubando a floresta, mas aproveitando seu resíduo, gerando álcool ou óleo combustível, através da fermentação de suas plantas, ou aproveitamento daquelas existentes e ricas em óleo.
Compreendeu o que isso nos aponta, indica, define e desenha como um futuro econômico do Brasil Soberano? Mas todos defendem a entrega do Brasil ao capital Global. Ora senhores vejam a África, ali sempre houve uma mini globalização. O que aconteceu? O mesmo acontecerá com outras nações poderosas, que acham que os homens, sobre tudo os pobres, não fazem parte do mercado global. Sim a Amazônia é nossa. Não se trata de “patrimônio da humanidade”, mas de patrimônio de brasileiros. Conquistada com sangue e suor de ribeirinhos pobres que pela sua presença confirmaram a posse do imenso território, nas questões de contestação de fronteiras do Brasil. Foram eles, não nós que conquistaram aquelas terras para todos os brasileiros. Ninguém veio socorrer nosso povo faminto, nos momentos difíceis. Nós não éramos aos olhos do mundo “um problema digno de ser socorrido pela rica humanidade”, sim porque a humanidade que corre risco é a rica, na Somália, por exemplo, e na África em geral, nos recônditos da America Latina, os humanos negros e índios, morrem aos milhares sem que ninguém se importe, e eles nem, usam o petróleo que se produz lá, nem a linhita, nem o diamante, nem o ouro, nem o urânio, e agora, que eles, os ricos que à distância impediram o domínio econômico daquelas áreas (Amazônia Legal), que passearam em seus carros com o petróleo dos negros, dos esquimós, dos sul americanos pobres, (sobremodo dos peruanos) têm agora um problema com os combustíveis fosseis, e lançam cobiça ao que é nosso (que eles consideram suas reservas, e num repente é deles o que é nosso... você concorda? Você ao menos vê? Você pressente o que esta acontecendo.
Wallace Requião de Mello e Silva
Pesquisa & texto

Curitiba 9 de Fevereiro de 2004. (atualizado em 27 de setembro de 2007 )


[1] Petróleo: Óleo mineral natural e combustível, é formado por hidrocarbonetos.
[2] No site da ADBL; www.abdl.org.br.
[3] Transamazônica a redescoberta do Brasil, Flávio Alcaraz Gomes paginas 72 a 75.
[4] Ver de minha autoria “Companhia Vale do Rio Doce”, Câmara Federal, 1976.
[5] Revista VEJA.
[6] Empresa estatal brasileira detentora da imensa maioria dos direitos de lavra do país..
[7] Retrato do Brasil, pagina 246.
[8] Almanaque Abril 1998 pagina 19.
[9] Enciclopédia Koogan Houaiss 1997.
[10] Eduardo Galeano em “Veias Abertas da America Latina”.
[11] Enciclopédia Koougan Houaiss, 1997.
[12] Radam, projeto Radar Amazônia anterior ao SIVAM, sistema de vigilância da Amazônia.
[13] SIVAM Sistema de Vigilância da Amazônia..
[14] Informe da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a venda de terras Brasileiras a pessoas físicas e jurídicas estrangeiras, Brasília, 3 de Outubro de 1968.

[15] Em “Problemática da Amazônia” Livraria e Editora da Casa do Estudante do Brasil..
[16] Clique Macaé/ Petróleo e Gás.
Relatório da ONU em Almanaque Abril 1998.
[18] Ver de minha Autoria artigos I, II e III. “O Petróleo no Paraná”, Jornal “Cult”, Curitiba 2006.

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