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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cabeça de Ponte.

Que cabeça tinha Abraão.

Conto... da vida.. Real

Parábola de Wallace Requião de Mello e Silva.

David Yarud, recentemente falecido, era um enxadrista talentoso e irreverente. Possuía, como todo hebreu étnico, um ouvido absoluto que lhe permitia nas horas de lazer exercitar o violino sensual. Axel Yarud, seu pai, lia constantemente as obras de Disraeli, e como manda a tradição comentava com seu filho, as estratégias da sobrevivência religioso-racial pregadas pelo autor. Disraeli, como vocês sabem, era judeu, tornara-se anglicano (de mentirinha) para galgar posições políticas na Inglaterra e influenciar decisivamente a “Câmara dos Lordes” e naturalmente os negócios da Inglaterra, tendendo-os, inclinando-os para os interesses do “POVO”. David instintivamente não gostava disso. Não gostava desse “fazer de contas” de Disraeli. Esse proceder ia no sentido inverso da atitude fiel de Neftali como podemos ler em Macabeus. David parecia, portanto, ser um menino veraz. Todavia, para não dizer que os esforços de seu pai foram em vão, concordava com Disraeli em um ponto, se não fosse a Igreja, o judaísmo já estaria extinto. Esquecido como o próprio Hebreu.
Cresceu o menino David, e seu pai, astuto e observador, percebia que a irreverência algo excessiva do rapazinho prenunciava uma adolescência difícil, e quiçá também, uma juventude contestadora. Isso não era bom para um judeu conservador. Seria, ele, certamente, incompreendido entre seus iguais. Seu ensinamento e o esforço paternal já houveram esgotado todos os recursos, em vão, é preciso dizer, e Axel Yarud, o pai, preocupava-se, e com razão. Decidiu então mandá-lo estudar num centro “tradicional”. Escolheu a Universidade de Tel Havia em Israel. David seria entregue ao veterano Henry Abramovitch, que se encarregaria, com recomendações de Axel, do talentoso e irreverente enxadrista. Não demorou muito para desenvolver-se relativa simpatia entre os dois. Abramovitch cujo nome quer dizer em russo “filho de Abraão”, descendia de estirpe soviética, era adepto das estratégias de sobrevivência de Carl Marx (Rabe alemão), e tinha também, como paixão o xadrez, e como passatempo o piano, embora a idade os distanciasse em muito. Henry notou que a musica e os jogos estratégicos poderiam ser a “pontifícia” ligação entre ambos. David, embora muito mais jovem, estudara história nos livros de Kosmoski, e, portanto conhecia bem o jeito russo de pensar e atacar os cristãos. A diferença fundamental entre ambos, é que David jogava futebol com os meninos católicos no Recife, e Abramovitch, era fechado e intocável como a “Arca da Aliança”. Abramovitch com seu Kipá negro, e aspecto israelita mostrava-se solene, um verdadeiro Kipper (soldado, homem que usa quepe (kipá ou quipá)) e David um rei (roy-el), um nobre, um cabeça livre, descoberta.
Certa feita, ao cuidar de um menino católico, seu amigo, que adoecera e permanecera longo tempo em um quarto de hospital, David lera em quanto fazia companhia ao amigo nos longos, quentes e silenciosos dias no hospital do Recife, o Novo Testamento, e conhecera algo de Jesus da Casa de David. Uma nova Aliança, isso o havia impressionado muito. Por que seu pai nunca houvera falado de YU (Iahu)? Abramovitch, diferentemente apenas lera a Thorá e o Talmude, rudimentos da M-ish-ná e Gemara. Diferença, profunda e fundamental entre os dois. David, era certeiro com o pé direito, como David, genro de Saul e pai de Salomon, o fora com sua funda decisiva. Abramovitch com o pé esquerdo.
Iniciavam o embate diante do tabuleiro.
No primeiro lance, movendo a pedra sobre o tabuleiro quadriculado, David comentou com sua voz ainda infantil: Que cabeça tinha Abraão. Queria começar o jogo, digo o diálogo.
Henry, vaidoso de sua condição de judeu, não sabia avaliar ainda o problema que tinha pela frente, prontamente concordou amigável: era um homem eleito, houvera de ter sido muito especial certamente,... e fez o seu lance cuidadoso, sobre o tabuleiro, com a segurança da idade. Yarud sorriu e quase resmungando, disse: caberiam mais chifres na cabeça dele do que na de Moises. Como?... Perguntou assustado Henry Abramovitch. David, percebendo que o mestre caíra em seu primeiro lance, pois ele acabava de dar o rumo na conversa e no jogo, continuou: Miguelangelo, o escultor, colocou chifres na Cabeça de Moisés,... Aquela estatua que esta no Vaticano, na de Abraão, se o houvera esculpido, eu penso, caberiam muito mais chifres. Henry distraiu-se do jogo com tal disparate, e disse: não estou entendendo aonde você quer chegar. David percebendo que ele jogara automaticamente, sem pensar, armou outra jogada um pouco mais difícil. Veja, disse David: duas vezes, Abraão entregou sua própria mulher como concubina de outro homem, isso ocorreu e é verdade diante do faraó e diante de Abimelec. Parece-me que ele era meio “chifrudo”, como se diz no Brasil.
Henry irritou-se, ser irreverente sim, mas blasfemar contra o Patriarca, não. Será que esse guri não precisava de umas palmadas?
Irritar o adversário, a estratégia que o velho Axel Yarud lhe ensinara, e David sabia exercer a tarefa, era um legítimo guerreiro. Todavia Henry lembrou-se das recomendações de Axel, tenha paciência com ele, e procurou acalmar-se, mas perdera definitivamente a concentração. David aproveitando-se, concluiu: E mentiu, Abraão mentiu, disse que sua mulher era sua irmã, faltou com a verdade. Abraão mentiu isso é grave. E o pior, Iahweh ao invés de castigá-lo por repúdio a sua própria esposa, (aquele que repudia a sua mulher a induz a adultério) castigou aos que foram enganados, pelo adultério, imagine, logo eles que praticaram sem saber a que serviam. Abramovtch ferveu. David ria por dentro, divertindo-se e não perdia a oportunidade de provocar o adversário, continuou, li o “Novo Testamento” e me pareceu que Jesus foi quem melhor cumpriu a Lei Mosaica, e mais, a sintetizou magistralmente, com inspiração e elevação, entregando-se à morte para não feri-la. Esse o Homem. Henry pigarreou, ele já estava passando dos limites.
Henry, na verdade, estava perdido, não conhecia nada do Novo Testamento, não sabia como continuar, não achava algo sólido para argumentar e tinha perdido a concentração. Era melhor concentrar-se no Xadrez. Fez o lance em condições psicológicas desfavoráveis. David exultava percebendo a confusão do adversário. Era muito mais moço que Henry e estava lhe dando trabalho. Acho que Abraão era estéril, arriscou.
Henry chegou a afastar-se do tabuleiro para pensar naquilo,... Onde o jovem queria chegar?
Estéril, perguntou? Não era por acaso Sara, sua mulher, a estéril? Retrucou Henry. Não, respondeu David duramente. Era ele o estéril. Deu sua mulher em concubinato por isso, porque queria posteridade, mas sua mulher sabia como evitar a gravidez de outro homem, e não permitiu. Ela tinha virtude moral. Você sabe, usou o DIU. Henry riu da bobagem. David continuou: Quando eu comecei minhas aulas de Biologia com os jesuítas no Recife, me chamou a atenção que aquela gelatina de algas usada para fazer culturas de bactérias em laboratório se chamasse Agar-Agar,... você sabe, Henry, que os nomes, e as coisas. tem vínculo profundo e mágico, caso contrário, nós desmentimos toda a Cabala, e Agar, meu caro Henry, era o nome da escrava de Sara que deu a luz ao “primogênito” Ish-ma-el (Ismael) a Abraão, além de ser é claro, uma gelatina que alimenta e preserva a vida, por isso é usada em laboratório para experiências e culturas de seres microscópicos. Pela idade é provável que Abrão fosse impotente, por isso seu nome cabalístico Abrão (pai que ergue; e só se ergue o que estava baixo) e cheguei mesmo a pensar, que fosse um eunuco, pois vinha de Ur, onde os rituais genitais eram praticados segundo Keller. Agar era escrava oriunda dos povos livres do deserto, morena, e houvera visto e ouvido dos viajantes muitas coisas antigas, e visitado os antigos templos ocultos no deserto e visto seus escritos e desenhos, e sabia Agar desde muito, que uma pedra no “U-tero” impede a gravidez, sabia mais, que uma bolinha de gelatina, com “sêmem” introduzida no útero por meio de uma canícula, podia fertilizar uma mulher. Quando Albright e seus homens encontraram essas canículas de marfim no Egito, pensou que se tratava de uma espécie de monóculo, um tubo para se enxergar coisas miúdas. A bolinha, no entanto, era uma cultura viva, protegida pela gelatina, cultivada artificialmente no U-theratus, (in-vitro, no cálice, você sabe) que dava filhos aos velhos. Henry meneou a cabeça, o, guri não tinha jeito. Na primeira tentativa, com o sêmen de Abraão, a experiência falhou porque ele era estéril, na segunda experiência (Agar I +Agar II) com sêmem de outro homem, a experiência foi coroada de êxito, mas Ish-ma-el, o fruto dessa experiência genética, nasceu moreno, (A-free-gar = África, o filho livre de Agar) revelou-se forte, alto e peludo, e diferenciava muito de Abrão de olhos azuis e lábios finos, afinal, Abraão era um “amuru” (am = homem e uru = ocidente, portanto semita , do sêmem = oriundo da semente do ocidente). Sara, se interessou pela experiência inovadora, pois aprendera de suas escravas a evitar a gravidez, e agora aprendia a engravidar de um homem impotente, porém Abraão também era estéril, e como ela a experiência fracassava. Por isso, teve fé. Daí, o motivo de lermos aquela visita, narrada na Lei, de três estrangeiros vindos à tenda de Abraão, representando as três tribos originais dos filhos de Noé, e um deles, depois de cuidadosa investigação genética, forneceu o sem para gerar Ish-aac (Isaac, e há um código genético na palavra diz o geneticista...), Abrão (o pai que levanta) com esse nascimento passou a chamar-se Abraão (o pai de uma multidão, conforme o seu significado etnológico). Já o caso de Jacó (que pode ser lido também como Yacó) ou YaKó (no hebreu não havia a vogal) que é o cabal; de cabal = final + listico = na lista, no genoma, na matemática genética de Ká = Espírito e Aba= pai: o pai mágico de YaKó, ou YK, isso aquele XY dos cromossomos da genética, “o homem =YK”, (o K é um X com defeito na cocha) aquele que lutará com o seu criador como podemos ler em (), na gelatina materna (Agar), em laboratório, e perderá uma “perninha” ferida pelo anjo na cocha. Será aquele que se chamará Ish-ra-el (lemos em (não Ish-ma-el como o filho de Agar nem Ish-aac, como a primogênito de Sara, mas agora trabalhado em laboratório o seu genoma, será Ish-ra-el, que significa o que lutou com Deus e venceu, a luz de nosso POVO concluiu desafiador.
Henry estava boquiaberto. Tinha imaginação o pirralho.
O El (EU) místico de todos os homens, continuou, se tornara em laboratório o Javé (YV = Jahwéh, pois Y, que soa Yá e V, que soa Wé, forma Yawé, enfim, o Deus de Israel, a ciência genética). Assustado com tanta irreverência, e besteira, Henry, embora houvesse sido avisado das peraltices por Axel, estava a ponto de explodir, isso era demais, para lá de irreverência. Henry não sabia se o menino falava serio ou brincava. David, no entanto, continuava sem pena de seu inimigo no jogo de xadrez, como o guerreiro que lhe dera o nome, e espírito atirou a ultima e certeira pedra.. você sabe Henry, é incontestável, o nosso povo sempre foi doentiamente preocupado com a genética de nossos “membros”, é o único povo que tem essa preocupação no planeta; fazemos (formamos) uma raça-religiosa-ideológica, não somos um povo miscigenado como os outros que estão por aí, somos A Raça Escolhida, O POVO de Jahweh, não o velho e confuso povo dos tempos pré- diluvianos, somos a Vinha Verdadeira, o tronco (o tronco) (o rugir de theros), a experiência genética feliz de um patriarca estéril. O tempo passou correram os milênios. Muita coisa foi esquecida e outras perdidas. O YU genético, o filho da Virgem, o Filho do Homem como é chamado, ou seja, o Yaus (YY), os Ypsilones, ou seja, o homem (YY) sentado sobre o trono (selones=_ selas, = tronos, andores), o Jesus Ungido, o Rei dos Judeus, veio corrigir isso tudo, quebrando a herança monstruosa de Theraherã, e nós, Henry, nós os sabidos, escolhemos a Barrabás o guerrilheiro, em vez do Salvador, o filho de David, o cordeiro, o leão de Judá; e disse bem baixinho para que Henry não ouvisse: crucifica-o, crucifica-o.
Como você sabe, disse levantando a voz aguda, a proibição tradicional de casamentos fora do grupo, e a transmissão étnica pela linha materna, o ritual genital, sempre foi um ideal inconsciente de nossos pais, desde a saída de UR, da ciência ancestral, desde os tempos de Terã (thera + am, = homem de Tera, ou Theratós = do grego monstro, deformado) o velho povo, e também, como você sabe, o nome do pai de Abrão. Até mesmo a saída de Ur para Harã tem significado etimológico, Harã (hoje Turquia) formará a palavra Herã+Ish-ná, ou Herança de Jacó (defeito de Jacó, o pecado de Jacó) e Ur, formará Ur+bé, ou Ur+ né, (urna) nascidos em Ur (Ur-Theros ou Ur Bherós = Yberós), ou seja, Urbe (Ur+bet = comunidade original), cidade, urbe. Enfim, nascidos na arca, na urna, no santo grau, a taça de ouro, da vida, onde se praticava a fecundação experimental in-vitro, de um pai que viria novamente do céu, guardado na Arca da Aliança, um mapa do acordo genético, que Deus fez com Abraão para que fosse Patriarca de milhões.. E olhando para o tabuleiro, gritou assustando Henry: Xeque Mate.

Abramovitch profundamente irritado por ter perdido o jogo e pela ousadia do pirralho, ia desistir da tarefa de orientar o guri, mas David, filho de Axel Yarud, alegre pela vitória, disse: Abramovitch, filho de Abraão, o nosso povo sempre viveu um “faz de conta”, se Abraão mentiu a respeito de Sara diante do Faraó e depois diante de Abimelec, não me leve agora muito a serio. É questão de sobrevivência dizia meu velho pai. É uma forma de jogar e ganhar o jogo. Irritar o adversário.
Henry, experiente e inteligente como era, relaxou... Quem sabe se com a música, seu campo preferido onde tinha perfeito domínio haveria diálogo, e as coisas talvez corressem um pouco melhor e ele conquistasse certa ascendência sobre o rapazinho feioso e narigudo. .Enfim, teria de orientá-lo. E era preciso de algum modo que ele o seguisse. Mas a verdade era outra. Havia perdido o jogo em uns poucos lances. Era guerra entre estrelas.
David Yarud, garoto irreverente, levantou o seu metro e meio de esqueléticos ossos, ajeitou os óculos ao estilo Harry Pother e perguntou? Henry, você já leu “O Motim de Anunnaki”? Não, não li, disse Abramovitch em tom solene. Eu também não, disse sorrido David procurando com as mãos no fundo dos bolsos se ainda havia uma pedra perdida por ali. Ele gostava de brincar. Lembrou-se de Xisto o Verdadeiro, “atire a primeira pedra o que não tem pecado”. Coçou o cabelo ruivo, e calou-se, logo ele o David, pastor, guerreiro e senhor das pedras tinha de eximir-se de dar uma boa e mortal pedrada em Henry,... que chato, começava enfim a dominar-se, amadurecia sem o saber. Era o primeiro degrau para a reverência religiosa, e o primeiro passo para abandonar a orgulhosa irreverência da raça. (a espinha dura herdada de seu povo, como dizia São Paulo começava a curvar-se). Sabia que Jesus Cristo (Yaesus Xistos), o Messias da Casa de David, o Veraz, era de fato a Verdade, o Caminho, a Vida, a estrela a guiar Ishrael (Israel) étnica, perdida ha milênios no deserto da noite racial, conduzindo-a para a Ishrael Celeste, espiritual, luminosa, universal, a Igreja de Cristo Nosso Senhor, a Virgem Coroada com as dozes estrelas perdidas dos textos apocalípticos de João, a Igreja de Pedro, o pescador judeu que reconheceu o Messias por revelação divina, o mártir de Roma, o apostolo dos judeus, o homem da moral cristã, coluna do mundo. Pedro, tu és a pedra e sobre ti erguerei a minha Igreja. Tu és Xistóferens (o portador de Cristo) XP.

Wallace Requião de Mello e Silva.

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