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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A Ferrovia do Triunfo do Oeste.


A Ferrovia Triunfo do Oeste.
Os tecnocratas, via de regra, acreditam e defendem que questões técnicas devem ser resolvidas discutidas e desenvolvidas pelos iniciados na técnica. Para nós psicólogos, nem sempre a coisa é assim. A pratica da psicologia tem mostrado que muito do desenvolvimento das técnicas foi gerado por indivíduos leigos, que destituídos dos conhecimentos técnicos em vigor, criam, inventam, pensam e resolvem problemas com originalidade. Sendo assim, ouso, como leigo no assunto, descrever o que imagino ser a “Ferrovia do Triunfo” no Paraná.
Todos falam, agora, nesse momento em que o governo recuperou o domínio sobre a Ferropar, que a Ferroeste deva ser ligada a Guaíra. Fiz uma sobreposição de mapas antigos, e percebi que as estradas de ferro, regra geral, carreavam as cargas para São Paulo e ao porto de Santos. Essa tendência histórica deve ser quebrada, ao menos temporariamente, na questão e na intenção desenvolvimentista do Paraná. A própria hidrovia do Paraná, pode servir ao tributário Tietê, novamente desviando cargas do Paraná, Paraguai e Mato grosso, para São Paulo. Proponho, mesmo com esse risco, que a Ferroeste vá direto de Cascavel a Foz do Iguaçu, na esperança que Argentina e Paraguai desenvolvam a sua infra-estrutura tão necessária para os dois países, e para o Porto do Mercosul em Pontal do Paraná. Proponho também que ela seja desviada de Ponta Grossa, onde, por tradição, as cargas do Oeste são desviadas ou para São Paulo, ou para o Porto de São Francisco SC.


Ora, se assim for feito, considere que em 2003 a Ferroeste já transportava 2,5 milhões de toneladas, oriundas é obvio do Paraná. Vinda de Foz, ela transportaria também a Soja do Paraguai. Os grãos, vindos do Mato Grosso do Sul seriam, desembarcadas dos caminhões em um porto, fluvial multimodal, e desceriam o rio Paraná, ate Foz, sendo embarcadas, nos trens, juntamente com mercadorias argentinas, paraguaias e paranaenses, com destino preferencial, ao Porto de Paranaguá, ou ao porto do MERCOSUL, que estará sendo proposto em 2007 na Conferencia de Córdoba na Argentina. Esse trecho, se construído, como já havia desejado D. Pedro II, com recursos dos três países, quase liberado, e livre do sistema privado ALL, poderia ser totalmente eletrificado pela Copel /Itaipú, como uma estrada moderna, publica, de quase mil quilômetros de extensão. (há quem não concorde, preferindo as locomotivas Diesel-elétricas para a carga) Ao chegar a altura de Balsa Nova, em passagem de nível, a Ferroeste cruzará o ramo ferroviário que por ali passa, vindo de Ponta Grossa e num novo trecho, que seria construído, partindo de Irati passando por São João do Triunfo (de onde tiramos o nome da ferrovia) deixaria de passar, portanto, pela cidade de Ponta Grossa, dirigindo-se diretamente à Paranaguá. Ora, todos falam em duplicação do trecho da Serra do Mar como uma necessidade, pois a Ferrovia do Triunfo faria essa duplicação tendo em vista o projeto MERCOSUL, cujo trecho não seria concedido a ALL, e sim a Ferroeste Triunfo, e, portanto, seria também, preferencialmente eletrificado. Existindo um serie de cortes próximos à Avenida Rui Barbosa em São José, e uma serie de obras em direção a Fabrica da VW, podemos supor a possibilidade da duplicação ser realizada marginal à nova estrada para as praias. Com isso, cargas do Oeste, do Paraguai, do Mato Grosso, e da Argentina, assim como em via inversa, as do Porto (Litoral) com destino ao Oeste; ao Paraguai; a Argentina e ao Mato Grosso, seriam quase cativas do Porto de Paranaguá ou de Pontal, aumentando e viabilizando o volume das exportações importações, reforçando a Área Alfandegária do Porto, e o setor Industrial de Paranaguá assim como o desenvolvimento de Pontal do Paraná. Não posso deixar de apontar aqui, que a via férrea poderá sair de Paranagua, pelas duas pontes da ilha da Cotinga, ligando Paranaguá ao Pontal do Paraná com apenas oito quilômetros de travessia.


Uma linha ferroviária de escoamento, importação, e turismo assim criada, pela via e territórios paranaenses do Sul, redirecionam para Paranaguá, o carregamento histórico das riquezas que se dirigiam no passado para São Paulo, (tradição da via do Norte) dando ao Paraná, naquela região sul, novas oportunidades e alguma autonomia de planejamento na infra-estrutura de exportação da Tríplice Fronteira como um projeto acessório de integração e industrialização, faltando-lhe ainda, para melhor aproveitamento econômico gerando liquidez e agilidade, diante dos “Trustes Paulistas” exportadores, a urgente criação de uma "Bolsa de Mercadorias e Futuros Paranaense” em Foz do Iguaçu, ou Paranaguá, quiçá Curitiba, para melhor absorver, em comum, a economia do Sul.


A “Hidrovia Guaíra Foz” e a ferrovia “Foz, Cascavel, Guarapuava, Triunfo, Paranaguá”, existente na mente de muitos paranaenses, é registrada em mapas antigos, mas se criada efetivamente e reforçada, pelo sistema hidro-ferroviário da Ferroeste/ Guaíra, estará apta, portanto, para transportar a baixíssimo custo a soja ou outros grãos oriundos do Mato Grosso ate Foz, geraria certamente, emprego, indústria “naval”, turismo, armazéns e silos, e como conseqüência desenvolvimento, em toda a margem paranaense do rio Paraná. Além do que, se essa ferrovia for equipada com alguns “equipamentos para o turismo”, faria um incremento opcional, pois, na justa medida em que Paranaguá passa a receber gigantescos “Navios de Turismo”, surge mais essa possibilidade de turismo casado, Paranaguá / Cataratas em Foz...

E “trem” bom de imaginar.

Wallace Requião de Mello e Silva.

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