Uma Reflexão
O passado traz lições. É preciso tomar a experiência como contribuição para alargar nosso campo de percepção, é preciso ter humildade para aceitar cada nova realidade que se impõe a cada dia. É imprescindível que tenhamos uma relação serena com o mundo; só assim somos transformadores, só assim somos revolucionários combatendo pela vida.
A mulher nos tem ensinado uma pratica simples, porém, há poucos anos atrás, de compreensão impensável para a maioria dos homens: o amor pela vida, cultivado dia a dia, em cada gesto ou ato.
Falo não apenas do amor materno, símbolo de entrega total ao outro, também não me refiro ao amor enquanto paixão. Vejo a relação da mulher com o mundo como uma constante cerimônia de fecundidade, de sensibilidade. Falo da serenidade com que a voz feminina canta seus males e alegrias; do espírito presente no movimento de corpo da mulher; de seu constante compromisso com a vida, seja ela de que natureza for independente de onde venha, de que cor, raça, credo político ou religioso.
A posição da mulher frente à vida está acima de questões políticas ou partidárias. Seja onde concentrar sua participação, a mulher tem sempre uma lição que se alça acima de maniqueísmos, de escolhas oportunistas, de interesses pequenos. A participação da mulher no campo político, se observada com o cuidado que merece, tem força para transformar a própria política. Isso parece óbvio de mais, mas alguns insistem em não enxergar o óbvio. Há os que tentam mobilizar em proveito de interesse pessoal os discursos femininos, esquecendo que o valor desse discurso e dessa participação não se deixa capturar em meias palavras, em palavras de sentido oculto. Agem como Cronos, o patriarca mitológico que utilizava a mulher como objeto gerador de crianças, a qual devorava logo após o nascimento, numa tentativa de impor ao feminino a esterilidade, pôr pura e insuportável inveja da capacidade criadora contida na mulher.
A mulher exerce, a cada dia, com maior ousadia, a sua cidadania, firmando com clareza o que quer e aonde quer chegar, pôr isso soa estranho que se fale em incentivar a participação feminina na política. Incentivar o que? É necessário? Ora, cada vez mais vemos a antiga máxima, que dizia haver uma mulher pôr trás de cada grande homem, tornar-se caquética, perder o sentido diante da constatação da força do feminino. Hoje a mulher está ao lado do homem, algumas vezes à sua frente.
Mas o que importa lembrar é o óbvio. A mulher impõe sua vontade não como um grito agudo, mas com a voz de quem sabe o que pretende. Já está, há muito, ocupando um papel de destaque no campo social, e de todas as formas; desde a preparação dos mínimos detalhes desta festa diária que é a vida, até a participação nas decisões publicas de todas as ordens, sempre em nome da justiça e da fraternidade.
Nesse tempo de Natal, uma homenagem à mulher.
EDUARDO REQUIÃO
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
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