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quinta-feira, 16 de junho de 2011

.Sobre o desmatamento do Paraná.

Amigos quero chamar a atenção dos senhores para alguns fatos interessantes levantados no artigo imediatamente abaixo, assinado pelo advogado Roberto Balico. Vou contar superficialmente a história do desmatamento no Paraná e porque as suas leis ambientais são contraditorias.

De 1500 a 1880.
Devemos ter em mente que tudo que o homem construía nesse período em nosso estado tinha como matéria prima a madeira. Veículos, barcos, navios, fortes militares, casas, cercas, a queima de tijolos, armas e uma infinidade de outros usos, até para instrumentos musicais e sapatos.
Todavia constatamos que naqueles 380 anos a cobertura florestal estava intacta. O homem derrubava árvores numa velocidade menor do que as florestas se regeneravam. É incontestável.

A partir da data de 1880 com a primeira estrada de ferro no Paraná introduzia-se um conceito de uso mais intensivo da madeira de porte, fosse para os dormentes, fosse para estabelecer o leito ferroviário, fosse para colaborar como combustível de locomotivas. Pouco depois a companhia norte americana Lamber começou a construção de uma estrada de ferro cuja concessão lhes dava 15 quilómetros marginais ao leito férreo, em cada lado, para exploração da madeira. Isso resultou numa mentalidade estrativista, no fomento da exportação da madeira, e numa indústria madeireira rudimentar, mas estava plantada a semente do estrativismo econômico cruel. Passado alguns anos, embora esse desmate tenha sido considerável, imensas regiões do Paraná mantiveram sua cobertura original intacta.
 Ai surgem as companhias colonizadoras inglesas, que para fundar cidades como Londria e Maringa, só para citar como exemplo, iniciaram um sistemático desmate. ( não foram brasileiros) Mesmo assim, as florestas resistiam e assim se encontravam bem intactas no estado ate 1938 mais ou menos. Na década de cinquenta, como muitos paranaenses vivos podem testemunhar, as florestas originais do Paraná mantinham maior parte de suas fronteiras naturais.
 Ai entraram em cena os fazendeiros de café para exportação, completando um trabalho iniciado em menor escala lá atrás pelos madeireiros e produtores do Mate, considerados dois dos ciclos económicos do Paraná. Mas foi a monocultura baseada na propaganda de pacotes agrícolas e sementes estrangeiras largamente finaciadas,  casadas com bio fertilizantes e venenos, e hoje os  assutadores transgénicos, financiados por interesse estrangeiros abusivos e crueis  e que a cada dia se firmam com maior força, pois foi isso em resumo o que verdadeiramente destruiu as reservas florestais paranaenses. Com as consequências que começamos a sofrer.
Se você pensar um pouco, não foram os pequenos prooprietários, nem os imigrantes, mas sim os governos e suas políticas subservientes aos interesses transnacionais que violaram a qualidade ambiental do país. Se assim foi no Paraná, muito provavelmente assim foi no resto do país.
Sim os brasileiros tem culpa por omissão, mas foi o capital internacional que fez com o nosso Paraná algo que se assemelha com o que foi feito na África pos Segunda Guerra.
A maioria de nós não percebe que agimos como meieiros, de modo que nós brasileiros somos os peões e os interesses estrangeiros são  os donos se não da propriedade inteira ao menos da produção de nossas riquezas. ( hoje em especial as minerais)

Qualquer pessoa que se debruce sobre o assunto com critério haverá de encontrar grandes escândalos com respeito a caminhada do desmatamento no Paraná. Nunca houve planejamento de reposição florestal, nem remanejamento de áreas florestais, nem cuidado com as nossa águas. O pouco que se preservou, se preservou dentro das pequenas propriedades rurais que conservadoramente não aderiram aos projetos "internacionalistas" de produzir comida para exportação. E é esse mesmo projeto que travestido agora de ambientalista pretende retirar do povo Brasileiro( os que resistiram) a soberania sobre o solo pátrio.

Peço que os senhores pensem um pouco sobre isso: O desmatamento do Paraná ocorreu nos últimos 60 anos numa progressão geométrica que nos induz a acreditar que devastará todo o solo paranaense em 30 proximos anos. Aí vem a "lei punitiva dos pequenos". As grandes fazendas ditas super produtivas ofendem o meio ambiente impunemente, e aos poucos vão incorporando novas áreas, e cometem sempre os mesmo crimes ambientais, haja visto a impunidade da transgenia. Nada há de concreto para o replantio massivo. Nada há de concreto para demonstrar que são os mesmo estrangeiros que nos arrebentam, que querem nos controlar o uso do solo.

No governo Requião se tentou e se investiu nas matas ciliares, por exemplo e na preservação das nascentes, todavia ainda foi pouco. Igualmente e em proporções maiores as grandes plantações de monocultura cresceram zombando das leis ambientais. Ninguém tem verdadeiro empenho na preservação positiva ambiental,nem a visão economica da riqueza ambiental e as leis . como tudo nesse país, se tornaram mais uma fonte de recursos para o Estado, e não um instrumento positivo, ou seja , não há verdadeiro incentivo fiscal, ou financiamento para a recuperação das matas originais num plano racional entre economia e qualidade ambiental. Não há limites para a extensão de terras de monocultura, e os corredores de bio diversidade, embora necessários, ficam reduzidos ao mínimo possível, pois a nossa produção, num país que ainda apresenta altos índices de desnutrição, alimenta animais e populações estrangeiras.

Por favor pensem nisso, e se houver leitores mais doutos na temática, por favor, colaborem.

wallacereq@gmail.com



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