Quando as mulheres governaram a Igreja.
O curto texto que eu publico aqui tem a finalidade de chamar a atenção para o nosso Blog G 23 HI * Historia da Igreja, que perdeu muito de seus leitores. O texto em questão baseia-se em livro do grande Álvaro Negromonte.
A historia é um pouco longa, e precisaria de uma visão do que foi o cesaropapismo e posteriormente o que foi o protetorado, forma política de restaurar o Império Romano. Mas não aprofundarei o tema aqui, apenas lembrarei a pressão que sentia Roma com as investidas dos sarracenos. Eram então três as forças políticas do mundo dito civilizado. O sultanato, Bizâncio, e Roma, essa última restaurada por Pepino e Carlos Magno.
Com a morte de Carlos Magno, depois de um período de prosperidade de Roma e do cristianismo, a Igreja entrou em uma fase de graves conflitos, iniciados no século IX e amenizados no final do século XI.
Historiadores do mais alto padrão esmiuçaram a historia da Igreja e a História Universal e concluiu-se que nunca existiu a “famosa” papisa Joana. Portanto não é sobre isso que estaremos falando aqui.
O século X foi também chamado o Século de Ferro. Quando Guido de Espoleto constrangeu ao Papa Estevão II a coroá-lo imperador em 887 a Igreja entra em uma fase de desordens e escândalos. Embora exista a promessa de Nosso Senhor que as portas do inferno não prevalecerão sobre a Igreja, nesse período houve muitos papas indignos, embora como comprove os documentos eclesiais, nenhum tentou mudar a doutrina para justificar seus erros morais e outros. É a tal Infalibilidade Papal em fé e moral. Ao sabor dos interesses do Império que mantinha a Igreja sob o regime político do Protetorado, papas eram eleitos, assassinados, presos, depostos e profanados, ate depois de mortos como foi o caso do papa Formoso em 806 que foi tirado do túmulo pela esposa do imperador Guido chamada Agiltrudes. Sob a influencia dessa mulher terrível sucederam-se nove papas dentro de oito anos, alguns governaram por 20 ou 15 dias, três morreram na prisão e três foram assassinados. Havia então um governo indireto da Igreja pela esposa do imperador.
Com a eleição de Sergio III Papa, em 904 triunfou o partido da nobreza, dirigida então por Teofilato, sua ambiciosa esposa Teodora e suas filhas Teodora II e Morázia.
Essas mulheres manipularam o papado por trinta longos anos. Quando João X, um papa de valor deu sinais de articular a independência da Igreja acabou morrendo na prisão por inspiração de Morázia que levou ao trono pontifício seu próprio filho João XI em 931. Morta Morázia, seu outro filho Alberico imperador deixou-se influenciar pelo monge Odon de Cluny, que aliviou as pressões sobre a Igreja. Todavia, um belo dia, Alberico nomeou papa seu filho de apenas 16 anos que levou o nome de João XII e levou vida indigna, mas esse também não mudou uma vírgula da doutrina cristã para justificar seus vícios (possívelmente por ser imberbe e efeminado tenha sido motivo para a lenda da papisa Joana, mas é uma hipótese minha).
No entanto foi esse jovem papa que convocou Oton da Alemanha e o sagrou imperador restaurando assim o Império do Ocidente agora chamado Santo império Germânico. Oton comprometeu-se a proteger a Igreja (protetorado), mas essa proteção tornou-se tirania sobre a Igreja, abuso que durou de 967 a 1058. Com a briga entre italianos e germânicos, logo no inicio do protetorado, voltou a dominar o poder a casa de Teofilato (?). Este imperador, para escândalo de todos nomeou como papa um menino de 12 anos chamado Bento IX cuja conduta excedeu a maldade de João XII e causou uma grande revolta popular ( acreditava-se que os meninos eram inocentes e puros, e que Jesus ensinava aos doutores aos treze anos, então diziam os imperadores, que mal há em colocar um menino na cadedra de Pedro?) . Assim nasceu pela urgência dos fatos no mosteiro de Cluny um movimento de restauração e libertação da ingerência dos imperadores liderada por São João Gualberto e São Romualdo e suas novas ordens. Esse germe de libertação iria se concretizar com Gregório VI que ajudado por Hildebrando inicia uma forte reação que será intensificada por Leão IX.
Ainda foram eleitos pelos imperadores os Papas Henrique III e Nicolau II em 1059. Este último aprova a Constituição que afastava a possibilidade de leigos serem eleitos papas, que agora passava a ser privilégio dos cardeais. Alexandre II em 1063 já foi eleito pelos cardeais. Essa lei perdura até os dias de hoje.
Estava liberto o papado, mas ainda faltava libertar a Igreja que só aconteceria depois da dura batalha contra a investidura leiga, e a investidura sacerdotal no governo temporal. ( veremos isso em breve)
Fico por aqui. Como vocês viram, além de Nossa Senhora, pela intercessão de quem Jesus Cristo faz seu primeiro milagre nas bodas de Canaã, as mulheres leigas mandaram sim, indiretamente, na Igreja.
wallacereq@gmail.com
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domingo, 13 de janeiro de 2013
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