Voltando a
casa do Pai.
Dois homens
viajavam em um mesmo trem. Lado a lado, sentados, conversavam.
Para onde
vais, perguntou.
O outro
respondeu: Volto para a casa de meus pais.
Esteve
viajando por muito tempo senhor?
Na verdade
estive preso por muitos anos, agora volto tomado de incertezas. Acontece que
nesses anos todos, nenhum parente ou amigo me visitou. Escrevi uma carta para
meu pai e pedi que, caso ele quisesse me receber, colocasse uma bandeira branca
sobre uma árvore que alí existe. A casa de meus pais fica a beira dessa estrada
de ferro, e se ele não quiser me receber, passarei adiante. Indiquei-lhe na
carta a hora e o dia.
A propósito
o senhor pode, se quiser, me ajudar. Eu temo pela resposta de meu pai. Eu lhe
indico o lugar, se não houver bandeira o senhor nada me diz, e eu seguirei
adiante sem essa dura memória. Combinado?
Assim
acordaram.
Nas
proximidades da casa o ex-presioneiro fechou os olhos. O coração lhe saia pela
boca. O outro redobrou a atenção.
Ali estava a
curva esperada, a ponte, a casa descrita e logo mais adiante a tal árvore...Mas
nela não havia a tal bandeira branca...haviam centenas de lenços e bandeiras
brancas e um casal de velhos de braços abertos. Então o que estava na vigia diz
ao outro sacudindo-o: Abra os olhos, veja, você pode voltar a casa de seus
pais.
O ex. presidiário
abriu os olhos e os cerrou novamente, suspirando profundamente. Fez a passagem
em paz. O trem apitou varias vezes anunciando a próxima estação.
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