A questão das investiduras leigas (2)
Vamos por partes.
Certamente você já deve ter lido o texto abaixo titulado “A
questão das investiduras leigas (I)”.
Quando Jesus Cristo, a quem eu como muitos, atribuímos a
Filiação divina, o Verbo Encarnado, portanto uma autoridade religiosa investiu
com poder ao leigo Pedro, aquele pescador judeu a quem chamou de pedra
fundamental, príncipe dos apóstolos, sobre quem Ele estava fundando a sua
Igreja, não praticou uma “investidura leiga”, pois foi uma autoridade
religiosa, vocacionado, ordenando e investindo um leigo em sua missão. Agora
quando, uma autoridade civil, rei, nobre, chefe de estado ou governo faz de um
leigo uma autoridade religiosa, ai sim estamos diante de uma investidura leiga.
Como vimos Pedro não era um levita, não era um rabi, não era
um chefe de sinagoga, um douto na lei, ele mesmo se intitula um pecador:
Afasta-se de mim porque sou um pecador.
Ora também Cristo não fazia parte do establishment religioso
de então, embora anunciado pelos profetas e pelas Escrituras, foi rejeitado
como o Messias Prometido, ele também não era um religioso regular aos olhos
judeus. A Igreja estava apenas nascendo.
Com o passar dos séculos muitas autoridades civis, não instituídas
por Cristo, tentaram o domínio da Igreja. Mesmo aqueles que se auto declaram
pastores, são leigos que se auto proclamam autoridades religiosas. Houve por [em
um período da história eclesial onde as investiduras leigas foram mais
marcantes e características. A este período os historiadores batizaram de as Chagas
da Igreja.
Vejam vocês: durante o século de Ferro, os Papas se
libertaram dos imperadores, mas a Igreja enquanto instituição ainda mantinha-se
escrava do poder temporal. A verdade é que mosteiros, dioceses e abadias eram
grandes proprietárias de terras, fosse pela generosidade dos fieis, fossem
pelos interesses dos impérios que davam as dioceses, mosteiros e abadias esses
feudos administrativos, para preserva-los do crescente domínio dos duques e
seus ducados. Deste modo durante a Idade Média os grandes proprietários de
terras tornaram-se príncipes temporais, e assim também aconteceu com abades e
Bispos que se tornaram governantes temporais e autores da política. Esse fenômeno
se tornou para a Igreja um grave perigo.
Diz-nos, Negromonte em sua História da Igreja.
De fato: Como aos reis interessava ter bispos e abades
submissos, passaram a intervir em suas nomeações, e terminaram eles mesmos
nomeando-os e dando-lhes posse (investidura).
Com isso cuidavam de escolher candidatos que servissem mais
aos seus interesses que aos interesses da Igreja.
E como os cargos e lugares eram influentes e pingue,
despertavam as cobiças, e os candidatos procuravam satisfazer aos reis e ate
subornar os intermediários (simonia).
Investidos nos cargos os investidos procuravam indenizar-se
pelo Clero e esse pressionado descarregava no povo, generalizando assim a
somonia (a palavra vem de Simão o Mago, que queria comprar aos apóstolos poderes
em troca de dinheiro).
Hímens tão mal escolhidos não davam certamente exemplos de
virtudes, mas se entregavam ao luxo e a incontinência, vivendo muitos desonestamente
e outros ate casando-se contra a lei da Igreja.
Portanto a simonia, a incontinência e as investiduras foram às
três grandes chagas da Igreja nessa época. Assim se chamou a Idade Media de
idade de trevas morais, o que nada teve com o que historiadores anticristãos
atribuem ao período, que foi na verdade, pelo contrario foi o período em que a
Igreja fundou as universidades, da musica e da lógica Tomista. Todavia em muitas dioceses, abadias e mosteiros foi um
período de decadência moral.
Veremos as reações em próximo artigo.
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