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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A questão das investiduras leigas (2)


A questão das investiduras leigas (2)

Vamos por partes.

Certamente você já deve ter lido o texto abaixo titulado “A questão das investiduras leigas (I)”.

Quando Jesus Cristo, a quem eu como muitos, atribuímos  a Filiação divina, o Verbo Encarnado, portanto uma autoridade religiosa investiu com poder ao leigo Pedro, aquele pescador judeu a quem chamou de pedra fundamental, príncipe dos apóstolos, sobre quem Ele estava fundando a sua Igreja, não praticou uma “investidura leiga”, pois foi uma autoridade religiosa, vocacionado, ordenando e investindo um leigo em sua missão. Agora quando, uma autoridade civil, rei, nobre, chefe de estado ou governo faz de um leigo uma autoridade religiosa, ai sim estamos diante de uma investidura leiga.

Como vimos Pedro não era um levita, não era um rabi, não era um chefe de sinagoga, um douto na lei, ele mesmo se intitula um pecador: Afasta-se de mim porque sou um pecador.

Ora também Cristo não fazia parte do establishment religioso de então, embora anunciado pelos profetas e pelas Escrituras, foi rejeitado como o Messias Prometido, ele também não era um religioso regular aos olhos judeus. A Igreja estava apenas nascendo.

Com o passar dos séculos muitas autoridades civis, não instituídas por Cristo, tentaram o domínio da Igreja. Mesmo aqueles que se auto declaram pastores, são leigos que se auto proclamam autoridades religiosas. Houve por [em um período da história eclesial onde as investiduras leigas foram mais marcantes e características. A este período os historiadores batizaram de as Chagas da Igreja.

Vejam vocês: durante o século de Ferro, os Papas se libertaram dos imperadores, mas a Igreja enquanto instituição ainda mantinha-se escrava do poder temporal. A verdade é que mosteiros, dioceses e abadias eram grandes proprietárias de terras, fosse pela generosidade dos fieis, fossem pelos interesses dos impérios que davam as dioceses, mosteiros e abadias esses feudos administrativos, para preserva-los do crescente domínio dos duques e seus ducados. Deste modo durante a Idade Média os grandes proprietários de terras tornaram-se príncipes temporais, e assim também aconteceu com abades e Bispos que se tornaram governantes temporais e autores da política. Esse fenômeno se tornou para a Igreja um grave perigo.

Diz-nos, Negromonte em sua História da Igreja.

De fato: Como aos reis interessava ter bispos e abades submissos, passaram a intervir em suas nomeações, e terminaram eles mesmos nomeando-os e dando-lhes posse (investidura).

Com isso cuidavam de escolher candidatos que servissem mais aos seus interesses que aos interesses da Igreja.

E como os cargos e lugares eram influentes e pingue, despertavam as cobiças, e os candidatos procuravam satisfazer aos reis e ate subornar os intermediários (simonia).

Investidos nos cargos os investidos procuravam indenizar-se pelo Clero e esse pressionado descarregava no povo, generalizando assim a somonia (a palavra vem de Simão o Mago, que queria comprar aos apóstolos poderes em troca de dinheiro).

Hímens tão mal escolhidos não davam certamente exemplos de virtudes, mas se entregavam ao luxo e a incontinência, vivendo muitos desonestamente e outros ate casando-se contra a lei da Igreja.

Portanto a simonia, a incontinência e as investiduras foram às três grandes chagas da Igreja nessa época. Assim se chamou a Idade Media de idade de trevas morais, o que nada teve com o que historiadores anticristãos atribuem ao período, que foi na verdade, pelo contrario foi o período em que a Igreja fundou as universidades, da musica e da lógica Tomista. Todavia  em muitas dioceses, abadias e mosteiros foi um período de decadência moral.

Veremos as reações em próximo artigo.







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