Um caso chocante e sangrento que beira à demência aconteceu na famosa galeria Art Basel, em Miami Beach. Os visitantes, ao terem contato com uma mulher esfaqueada — que não teve sua identidade revelada — achavam que se tratava de sangue falso e, por isso, ignoraram inteiramente os pedidos de socorro. Estes só chegaram quando funcionários da galeria se depararam com a cena sangrenta. Cientes de que não se tratava de uma representação sobre o ataque que sofreu enquanto observava obras de Naomi Fisher e Agatha Wara (Cfr. Yahoo Brasil, 7-12-15).
Que tem esse caso a ver com a “Ideologia de Gênero”? Tudo e nada ao mesmo tempo. É seu caráter disparatado, e dita teoria é o disparate dos disparates pretendendo negar o óbvio, ou seja, a existência e a complementaridade do gênero masculino e do feminino, e a beleza da diferença entre os sexos. “Não é à toa que se repete como um mantra que o homem e a mulher não existem”(Luiz Felipe Pondé, “Folha de S. Paulo”, 30-11-15, ‘Meninx’ é histeria de gênero).
O assunto tem óbvios e gravíssimos aspectos morais, mas tem também um lado de agressão ao bom senso. Como negar que um menino seja menino? Que uma menina seja tal? Ou que não deva ser assim? É a negação da sabedoria e da razoabilidade. Tem algo de teratológico, de psiquiátrico, e seria o mesmo que negar a aproximação dos carros ao atravessar uma rua. Trata-se de, como dizia Nelson Rodrigues, do óbvio ululante. Mas, por razões outras que não cumpre aqui enumerar, esse assunto é tido como sério, e objeto de livros, leis e tratados. Triste sintoma da insanidade de nossa época.
A teoria do gênero desafia o que veem nossos olhos, a própria evidencia que o bom senso dita. E nega uma realidade celebrada na Sagrada Escritura. Com efeito, no capítulo 7 de Jeremias, encontramos:“Eu farei cessar nas cidades de Judá e nas vias de Jerusalém os gritos de alegria e a voz do regozijo, a voz do esposo e da esposa, porque o país será reduzido a um deserto“. É o que desejam os adeptos de tal teoria?
O resultados dessa insânia não se fazem esperar. É o que lemos no jornal parisiense “Le Figaro”:
Nos anos 60, um médico neozelandês experimentou em dois gêmeos a “teoria de gênero”, convencendo os pais a transformarem um deles em menina. Uma experiência de consequências dramáticas.
Ainda que a polêmica sobre a teoria de gênero não cesse de crescer, a experiência trágica conduzida na metade dos anos 60 pelo seu criador, o sexólogo e psicólogo neozelandês John Money, volta à superfície, como relatou na quarta-feira o “Le Point”. Uma experiência frequentemente ocultada por seus discípulos atuais nos estudos “de gênero”, pois, se o fosse (tendo sido conduzida em dois gêmeos canadenses nascidos meninos, sendo que um deles foi educado como menina) não seria bem vista.
O especialista em hermafroditismo na universidade americana Johns Hopkins, John Money, definiu desde 1955 o “gênero” como uma conduta sexual que escolhemos adotar, a despeito de nosso sexo de nascença. Ele estudou notadamente os casos de crianças nascidas intersexuais para saber a qual sexo elas poderiam pertencer: aquele que a natureza lhes deu ou aquele no qual foram educadas. Em 1966, os pais iriam oferecer ao controvertido médico a possibilidade de testar sobre seus próprios filhos a teoria de gênero. O casal Reimer eram pais de gêmeos de oito meses. Eles desejavam circuncidá-los, porém a operação não foi bem sucedida em um dos dois bebês, Bruce, cujo órgão sexual masculino foi queimado após a uma cauterização elétrica. Seu irmão, Brian, por sua vez, saiu ileso da operação.
Para John Money (foto ao lado), era a ocasião de mostrar com base em um modelo vivo que o sexo biológico não era mais que um erro. Ele propôs então aos pais desamparados que educassem o filho como uma menina, sem jamais revelarem a ele seu sexo de nascença. Bruce, que desde então passou a se chamar Brenda, recebeu a princípio um tratamento hormonal, pois se queria retirar seus testículos depois de quatorze meses. Doravante uma menina, “Bruce-Brenda” usa saias e brinca com bonecas. Durante sua infância, os gêmeos Brian e Brenda seguem um desenvolvimento harmonioso, fazendo da experiência de sexologia uma vitória. Ao menos foi o que John Money — que mantinha guarda sobre sua evolução — examinando-os uma vez por ano, acreditava. Ele publica então numerosos artigos sobre o assunto, mais um livro, em 1972, “Homem-mulher, garoto-garoto”, no qual afirma que é a educação e não o sexo de nascença que determina se alguém é homem ou mulher.
Mas se Brenda viveu uma infância sem choques, as coisas se complicaram na adolescência. Sua voz se tornou mais grave e ela se sente atraída por garotas. Pouco a pouco, ela rejeita seu tratamento, substituindo-o por outro, com testosterona. No fundo, ela se sente mais um garoto que uma moça. Desamparado, o casal Reimer conta a verdade a seus filhos. Desde então, Brenda se torna um homem, David, no qual é criado cirurgicamente um órgão sexual masculino e são retirados os seios. Este último se casará com uma mulher, com a idade de 24 anos. Mas esta experiência fora dos padrões deixou desgastes irreparáveis sobre os gêmeos.
Brian se suicidou em 2002, David em maio de 2004.
Chassez le naturel, il revient au galop (expulsai o natural que ele voltará galopando, diz o provérbio francês)! Este é o resultado de uma profunda revolta contra Deus criador, que fez diferentes o homem e a mulher.
É impossível imaginar uma forma de igualitarismo mais radical que o entre os sexos. Nisto estamos. O que falta? Lembramos que negar a verdade conhecida como tal segundo a Doutrina Católica é um pecado contra o Divino Espírito Santo e não tem perdão.
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