Otavio Brandão escreveu Canais e Lagoas em 1919, livro que não li, mas foi citado em Monteiro Lobato, no seu famoso livro "O Escândalo do Petróleo e do Ferro".
Ele diz: “ Somos um povo de retrocessos,(...) Perdemo-nos em discutições estéreis, em falácias tolas, em discursos balofos... Reproduzimos em pleno século 20 a epopéia bárbara dos bandeirantes ancestrais. Temos o instinto da devastação. Com essa nossa natureza tão rica e tão prodigiosa, só o homem é infeliz.... só o homem é triste e desconfiado. Vivemos cheios de brumas, num país de sol; cercados de fantasmas, num país de luz... Vivemos numa completa inconsciência da vida, num estado marasmático, estúpido, aniquilador... Nosso país é um plano inclinado. Não é uma montanha que vamos subindo; é uma encosta que vamos descendo. É um despenhar da nacionalidade. Quase um naufrágio, um soçobra-não-soçobra... já é tempo de abrirmos nosso olhos para as riquezas, e confiarmos antes nelas do que nos clássicos empréstimos indecentes ou nas promessas falazes dos nosso pretendidos irmãos latinos ou amigos britânicos, que afinal de contas não passam de sangue sugas insaciáveis”.
Isto foi escrito há noventa anos, é mole?
Será que ele ainda nos serve?
segunda-feira, 2 de março de 2009
Trabalho e matéria prima, um texto com 90 anos para meditar.
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