Antiguidades no passado.
O governador Requião ganhou um presente. Um livro com a maior coleção de pinturas e relevos rupestres que eu jamais havia visto. Um espetáculo de editoração e imagens. A obra titulada Brasil Rupestre é assinada pelos autores, Marcos Jorge, André Prous, e Loredana Ribeiro. Já nas primeiras páginas a memória despertou e lembrei-me de Acrísio Torres, um jornalista que conheci em Aracaju em 1976. Ele trabalhava na Secretaria de Educação e Cultura de Aracaju, ali na Avenida Ivo do Prado, 398. Eu pesquisava na biblioteca daquela cidade, quando fui abordado pelo Acrísio, que pelo sotaque, achou que eu era paranaense. Ele perguntou: você conhece, por um acaso, alguma coisa sobre um autor sergipano que morou muitos anos no Paraná, chamado Dr. Justiniano de Mello e Silva. Eu respondi, era meu bisavô. Começamos então uma aventura na pesquisa dessa personalidade de escritor e poeta cuja obra é muito citada, mas pouco lida. Dois anos depois eu recebia das mãos de Acrísio Torres, pelo correio, uma carta com o um exemplar da Revista de Domingo, datada de quatro de Agosto de 1974. Em três paginas Luis Antonio Barreto assinava uma matéria titulada Antiguidades Brasileiras, chamando a atenção que ainda no século IXX algumas pessoas como Rogério Dias, o Cônego Januario da Cunha Barbosa, Carlos Rath e o sergipano Justiniano de Mello e Silva já se interessavam pelas escrituras rupestres e pelas origens do homem americano. Hoje o assunto esta na moda com diversas obras de quilate circulando. Eu não sei o que você acha disso, mas eu me espanto. Pois se hoje poucos entre os estudiosos brasileiros se interessam pelas sinalizações de culturas rupestres, o registro rupestre de suas passagens pelo território brasileiro, aqueles homens já no século IXX haveriam de ser talvez pioneiros. Mostro a foto do texto enviado pelo amigo. Todavia, como já disse escrito não pelo Acrísio, mas escrito pelo Historiador Luiz Antonio Barreto, presidente do Instituto Tobias Barreto no Sergipe.
DR. Justiniano de Mello e Silva, que é bisavô de Requião ( e meu bisavô) pela linha paterna, e do qual David Carneiro (o velho) elogiava a sabedoria e cultura, exerceu a Secretaria de Educação do Paraná, foi Deputado Provincial duas vezes, e deputado estadual, outras duas vezes. Abdicou de ser o Presidente da Província do Maranhão. Advogado pelo Recife, e Sociólogo pela Universidade de Córdoba, foi professor emérito e prestigiado pela sociedade paranaense de seu tempo. Era abolicionista. Morou no Rio de Janeiro. No Paraná fundou alguns jornais, assim como deixou obra poética no Recife (onde escrevia em parceria com o grande Silvio Romero) e em Aracaju. Militou na imprensa gaucha. Ele teve ao todo oito filhos, alguns ficaram no Paraná. Faleceu em Colatina no Estado do Espírito Santo. Foi um dos fundadores do primeiro partido operário do Brasil, cujo estatuto foi publicado pelo Jornal Sete de Março (data comemorativa pernambucana) em 1890. Documento dos mais raros, cujo exemplar faz parte do acervo da Biblioteca Nacional e que mostrarei, digitalizado, oportunamente.
Seu livro “Nova Luz sobre o Passado” obra erudita de mais de 1000 paginas ( em dois volumes) é uma curiosidade histórica incomum, que tem absorvido boa parte dos meus estudos. Ficam assim, com esse documento, mais uma vez comprovadas as raízes do Governador Requião com o Sergipe, e com Pernambuco. Eu hoje sou a unica pessoa nesse planeta que tenho o segundo volume, embora o Requião tenha os manuscritos.
Wallace Requião de Mello e Silva
Grupo 23 de Outubro.
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