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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O tráfico de drogas no Paraná

Tráfico de drogas no Paraná.
A imprensa nacional divulgou uma pesquisa que aponta um contingente de 350 mil usuários de crack nas principais capitais do país. Isso é muito ou pouco?
No dia 28 de Setembro dos 2013, em rede nacional, a Policia Federal divulgou a apreensão de uma tonelada de drogas em uma casa na região de Foz do Iguaçu no Paraná, seguida da apreensão de um carro “limpo” (sem queixa POLICIAL E REGULARIZADO, portanto, com proprietário identificável) carregado de drogas na garagem da mesma casa. Naquele mesmo dia a Policia Federal havia apreendido em flagrante um caminhão com um fundo falso onde encontraram 260 quilos de cocaína. O que representa isso? É muito ou pouco? Representa algum sucesso da ação policial? Que papel representa o Paraná na rota do tráfico de drogas?
Quem anda em uma cidade como Curitiba, capital do Paraná, de dia ou de noite, sem ser especialista no assunto percebe que o problema é muito grave, muito mais grave do que as estatísticas querem demonstrar. Jovens fumam maconha, ou queimam o crack, à luz do dia nas proximidades das escolas. Ou apenas caminham nas ruas impunemente fumando o seu baseado. Políticos e autoridades, mesmo na área de Segurança Pública, cheiram a sua cocaína como se fosse a coisa mais natural do mundo. O que isso significa?
O que se pode notar claramente é que estamos deixando as drogas tomarem conta dos jovens e de boa parte da população em idade produtiva. Quem já enfrentou um viciado (a imprensa chama de usuários) no convívio da família, sabe, ou intui, o que é ter milhões de “usuários” num país. O futuro é negro. O prejuízo enorme.
O autor italiano Enrico Altavilla, em sua coleção titulada “Psicologia Judiciária” (em quatro volumes, editora Saraiva)  inicia seu texto lúcido dizendo da inutilidade das estatísticas criminais. Ele alerta de que apenas um pequeno número de crimes chega ao conhecimento do poder público. Os números variam conforme o momento psicológico da sociedade, da ação policial, ou mesmo dos interesses políticos. Mesmo com a tecnologia da informação, com os disque denuncia, etc. e tal, as estatísticas policiais são sempre furadas ou ao menos imprecisas com relação à capacidade de avaliar a realidade.
Eu conversava como um caminhoneiro experiente com mais de quarenta anos de estrada, que me contou o seguinte: O tráfico usa a estratégia do comboio. Se há, por exemplo, uma encomenda de uma tonelada de drogas, ela é dividida em vários caminhões. Uma pequena quantidade é colocada em um caminhão isca, ou como eles chamam, o caminhão bandeira. Esse, embora não seja a intenção do, ou dos traficantes, perder um só quilo da carga serve para ocupar os policiais em caso de suspeita, ( chama-se caminhão bandeira termo derivativo de “flag” , bandeira em inglês, ou seja o caminhão para flagrante policial) de tal modo que outros caminhões do comboio possam passar impunemente. Assim quando há a apreensão de um caminhão passaram outros oito ou dez. Uso esse exemplo, apenas para dar uma idéia. No caso o volume apreendido é dez ou oito vezes menor do que o que passou. Ora, mas existe o tráfico por via aérea (ate pombos correio são usados), o tráfico  praticado pelos rios amazônicos e pelo pantanal. O tráfico praticado pelos navios oceânicos (e submarinos), e outras tantas modalidades. Isso nos induz a pensar em um iceberg, pois vemos apenas uma pontinha do que está acontecendo no país. Se o Paraná representa apenas 2,5% do território nacional, com apenas 80 km de praias, e duas fronteiras internacionais, com o Paraguai e Argentina, pensem no Brasil, com seus 8000 km de praias, seus quase 16.000 km de fronteiras terrestres, muitas em áreas de florestas virgens cruzadas por rios absolutamente isentos de fiscalização. Pensem no número de pistas de pouso clandestinas, em helicópteros cruzando fronteiras internacionais, dia e noite, nas fazendas privadas em área de fronteiras. É assustador. E é cruel.
Colecionei essa série de notícias retiradas de jornais locais apenas do mês de Setembro de 2013, e dos dois primeiros dias de Outubro, para que o político; o cidadão; e o policial tome consciência.  E senhores: pensem no quanto custará à nação essa perigosa omissão.
Vejam vocês e tirem suas conclusões. Estamos falando apenas do território paranaense como já dissemos um território que representa 2,6 % do território nacional. Como estará o tráfico de drogas nos outros 97,4% do nosso país? Eu me pergunto, haverá assunto mais grave do que esse no quadro político- institucional do contesto nacional?
 Geraldo Azegna Sobriño orientado por Wallace Req Req. 
















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