sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Uma ferrovia que jamais foi construída revela estratégia histórica.
Uma ferrovia que jamais foi construída denuncia eternos interesses estrangeiros sobre o Brasil.
Nós não pretendemos ensinar geólogos e mineradores, mas tomando como medida a regra geral de implantação de ferrovias, o que nos inclina a levantar uma hipótese bem verossímil para bem alertar as populações vizinhas desse projeto irrealizado, para que acordem para os potenciais minerais da área em que habitam. Seria mais que prudente realizar novas pesquisas no subsolo dessas áreas.
O mapa visto acima é encontrado no Arquivo Publico do Paraná e datado em 1890.
Corria o ano de 1890. Mais precisamente em nove de junho de 1890, quando Pedro Bernardes & Ribeiro (por procuração de mineradora estrangeira) e Diogo Rodrigues de Vasconcelos, pediam autorização para construção de uma ferrovia de 508 quilômetros entre a “Bahia de Antonina” e Salto do Paranapanema, em São Paulo.
Curiosidade que tem passado despercebida dos estudiosos da mineração do Brasil. Essa ferrovia, em principio atenderia a imensa área “comprada” e destinada para assentamento de imigrantes (um milhão de imigrantes em oito anos). Área que é vizinha, em parte, a outras ate hoje sob litígio entre os estados do Paraná e São Paulo, situação mal resolvida e pouco tratada que poderá dar a São Paulo a posse de parte do território Paranaense ate a beira norte da baia de Paranaguá, o que seria péssimo para a economia do estado e que daria a São Paulo um segundo porto, embora, a posse de fato e o uso político desde 1853, é de paranaenses, talvez por isso, não se queira o desenvolvimento e povoamento dessa região. A estrada percorreria as seguintes localidades, e acabaria onde hoje existe uma hidroelétrica em São Paulo. Seu desenvolvimento obedecerá (didaticamente) às seguintes etapas: De antonina á Cachoeira. De Cachoeira a barra do Rio Pardo. Da Barra do Rio Pardo ao Serro Azul. Do Serro Azul ao Território do Assunguy (hoje Vila de Serro Azul). Do Serro Azul ao Rio Ribeira, localidade de Ribeirão do Mato Preto. Do Ribeira a Serra do Paranápiacaba. Do Paranápiacaba ao Rio Iguaricatatu. Do Rio Iguaricatatu a São José da Boa Vista. De São José à Barra do Ribeirão dos Minérios no rio das Cinzas e dali a Barra do Rio do Peixe.
Tive dificuldade de precisar a área do termino da ferrovia, talvez pela mudança de nomenclatura dos rios, mas a área de destino esta circunscrita ao entorno do Salto Grande do Paranapanema mais ou menos entre as usinas Canoas I e Canoas II (salvo erro meu). Isso definiria um trajeto descritivo, atual, entre as cidades de Cambará – Santo Antonio da Platina- Joaquim Távora- Siqueira Campos- Wenceslau Braz- Jaguariaíva - Doutor Ulisses- Serro Azul - Tunas - Paiol de Baixo (entroncamento da estrada de São Paulo)- Cachoeirinha de Cima- e Antonina. Ora hoje existe um ramo ferroviário entre Jacarezinho, Santo Antonio da Platina e Jaguariaíva, que corresponde, aproximadamente, ao percurso proposto em 1890. O que falta e nunca foi construído, seria o ramo: Antonina, Cachoeira de Cima, Bocaiúva do Sul, Tunas, Serro (cerro) Azul, Dr. Ulisses e Jaguariaíva. Caberia ai também um trecho rodoviário entre Cachoeirinha e Bocaiúva do Sul.
A primeira coisa que salta aos olhos, é que tal ferrovia, receberia no rio Paranapanema, por águas navegáveis um arco (comercial) que partia de Foz do Iguaçu, em águas navegáveis pelo Rio Paraná, além das mercadorias que viriam também pelo rio Paraná, e pelo Paranapanema, do Mato Grosso (onde existem jazidas de ferro) e Noroeste de São Paulo. Acontece que essa área que faz parte, em alguns trechos, da zona de menor IDH do Paraná, tinha em 1890, mais de 40.000 habitantes, gado aos milhares, mineradores ativos, e suinocultura privilegiada. Os documentos oficiais como Anuário Estatísticos do Paraná, mais antigos, e ainda encontráveis em algumas bibliotecas, falam de Platina, Chumbo, Estanho, Prata, Cristais de Rocha, Ouro e calcário, e registros de diamantes e ouro de aluvião em sítios esparsos, além, é claro, das sempre negadas jazidas de ferro de Antonina. Ora, recentemente encontramos petróleo em Joaquim Távora (300 metros de profundidade). As áreas alagadas, pelas usinas, haveriam de ter sido bem estudadas nos vales, presumo. Então fica a pergunta, porque área tão promissora ficou relegada, esquecida e os documentos oficiais insistem em declará-las sem valor econômico ou sem viabilidade econômica. Eu particularmente venho levantando a hipótese que as áreas mais “abandonadas” e preservadas, do país, são e sempre foram as mais ricas, uma forma de inibir o crescimento do uso das riquezas do Brasil, (negando-lhes luz, estradas, saneamento, assistência, etc.) seja pela estratégia de políticos brasileiros, seja pela estratégia de mineradoras estrangeiras ou governos estrangeiros, ditando e regulando as demandas internas do Brasil.
O que levanto aqui, embora superficialmente, e com um olhar teórico, é que:
1) As estradas de ferro e seus projetos, Ingleses na maioria, se suportavam em conhecimentos antecipados de jazidas minerais, sobretudo a presença de ferro e carvão mineral.
2) As áreas de menor IDH no Brasil foram mantidas assim por conveniência.
3) O grande projeto de construção de um imenso lago na planície Amazônica, proposto pelo governo dos EUA em passado recente, antevia a exploração de petróleo na região.
4) Submersão de riquezas, além de estratégias já utilizadas na história universal, coincide com formações e rugosidades da terra, (anticlinais) onde ocorre por conformação natural, (o que tecnicamente permite o alagamento) e grande acúmulo de materiais orgânicos ou acumulo de minerais. O que nos permitiria pensar, que algumas áreas alagadas em nomes de reservatórios ou hidroelétricas protejam raras riquezas.
5) Pesquisada a área da ferrovia em questão, fomos encontrar algumas informações importantes. Como estamos falando na ferrovia, vou começar pelas grandes reservas de Ferro de Antonina e Morretes. Mais acima seguindo a ferrovia, em Cerro Azul, antiga Assungui grandes jazidas de prata e chumbo. Um pouco mais a direita Adrianópolis com extração de mais de 200 mil quilos de prata e três milhões de toneladas de chumbo. Em Jaguariaiva entramos na zona diamantífera (Tibagi - Jaquariaiva, o que por si só indica presença de carvão). Se subirmos um pouco em Telêmaco Borba entrou o nosso trem imaginário na zona de grande jazidas de carvão mineral (carvão de pedra). O mesmo ocorre em Tomazina. Um pouco a esquerda da ferrovia, que nunca foi construída, ocorre jazidas comprovadas de urânio em Sapopema, Figueira e Ibaiti, (fonte MINEROPAR) essa ultima região possui grandes jazidas de carvão. Mais ao norte, passaremos por Platina, onde há comprovação de prata, platina e carvão e, finalmente, ao termino da ferrovia entraremos na antiga zona aurífera e suas adjacências. Não me parece pouco.
6) Mais interessante, é que, nessa área, ao sul, o território esta sob financiamento do programa federal conhecido como “Territórios da Cidadania”. No caso refiro-me ao Vale da Ribeira que compreende Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro (Serro) Azul, Doutor Ulisses, Itaperuçú, Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná, onde, segundo o Jornal Gazeta do Povo de 17 de fevereiro de 2008, em matéria assinada por Fabíola Wurmeister, serão aplicados ali, 30.000.000,00 de Reais, (trinta milhões) necessários não tenho dúvida, mas totalmente alheios às grandes possibilidades mineradoras da região.
7) Ali existem 90.708 habitantes e 11 Comunidades Quilombolas, hoje, totalmente alheias a essas riquezas.
8) Reavaliar essas regiões, e reestudá-las, avaliar a conveniência ou não de explorá-las, é questão urgente para o Governo Federal. Pelo menos essa é a opinião do G 23.
Não escrevo isso tudo com intenção política, mas quando estudamos velhos documentos, procuramos nos perguntar o motivo, a visão de algumas nações e grupos econômicos terem nos proposto projetos viários, hidráulicos, e exploratórios, ou reservas de áreas (dentro de países soberanos), e fico tentado a acreditar, que as mesmas técnicas usadas na África (loteamento mineralógico acobertado por parques nacionais e áreas de preservação), e na Índia, foram e são também usadas no Brasil.
Wallace Req.
Para o G 23 de Outubro
Defendendo o Brasil.
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