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sábado, 23 de novembro de 2013

Florence Nightingale, a mãe das enfermeiras, para os ingleses.


Eu quero com esse texto demonstrar como a manipulação do sentido das palavras pode falsificar a história. È por esse motivo que eu amo livros antigos. Hoje nas escolas começa o articulado propósito de desdocumentar a história ensinando que livros antigos nada têm a ensinar, que são velhos, desatualizados, ocupam demasiado espaço, custa caro a sua manutenção, e por esses motivos devem ser destruídos. São canalhas os que defendem essa posição.

Quando, por exemplo, estudamos a história da enfermagem, ao encontrarmos a figura de Florence Nightingale, vemos que os ingleses passam por cima de ordens religiosas femininas, criadas para cuidarem de doentes, muito séculos antes desta que é considerada a mãe das enfermeiras. Nunca se fala dos pais de Florence. Dizem sempre que ela era anglicana (religião oficial do cidadão britânico à época vitoriana cujo chefe de igreja é a rainha). Omite-se, no entanto, que ela nasceu na Itália, em Florença, numa Itália Católica e dessa sociedade sofreu influência. Não somente ela, mas também sua irmã mais velha, nascida em Nápoles. Sua vocação se define em visita ao hospital alemão Kaiserwerth, um hospital gerido por freiras católicas alemãs, visitadas por ela em 1848. Nunca se diz, que não ser anglicana na Inglaterra, era uma traição do cidadão britânico, portanto Nigthingale, não poderia ser não anglicana. Florence era rica e muito bem relacionada na nobreza inglesa, como consequência do trabalho de seus pais.

Quando Florence em 1854 servia como superintendente do Hospital de Inválidos espalhou-se na Inglaterra os horrores da guerra da Crimeia (Turquia) onde se combatia aos muçulmanos ( Otomanos). Os soldados morriam como moscas. Ao convite do Ministro da Guerra inglês ela partiu para Scutari na Turquia. O que ela fez em Scutari, tornou-se uma lenda. Chamada de “senhora da lamparina” de fato foi de um heroísmo sem par. Pois trabalhava todas as noites debaixo de luz de lamparinas, cuidando de soldados feridos. Ali adoeceu de febre tifoide, e teve que voltar a Inglaterra. Seu principal mérito foi a criação de um método de enfermagem, do uso da estatística setorial e da criação na Inglaterra de escolas de enfermagem. Porém chamá-la de mãe das enfermeiras, me parece um exagero tipicamente inglês para afastar o mérito das diversas ordens religiosas católicas fundadas para o atendimento de enfermos pobres. Ao morrer com 90 anos de idade já havia recebido a Ordem do Mérito, o que faz dela cidadã britânica (nascida na Itália) muito especial. Neste caso, ocorreu algo parecido com o que ocorreu entre Santos Dumont e os irmãos Wright, venceu a propaganda e a versão dos poderosos.

Tio Wallace, texto ditado.





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