Trabalho infantil (para a sua reflexão).
O que é trabalho? O que é exploração? O texto que trago
abaixo é verdadeiro, e serve para a sua reflexão. Muitas cidades do Brasil
vivem um estado de carência, e nível de desenvolvimento como a dessa cidade que
contarei no texto abaixo. O trabalho familiar, e o trabalho escolar têm a mesma
finalidade, a formação do ser humano. Exploração escolar, exploração no
trabelho é outro assunto. O que conto é verdade, omito apenas o protagonista,
mas todos os outros nomes são verdadeiros.
Londrina, Paraná.
O garotinho tinha nove anos. Sua mãe viúva, cozinheira em casa de família, lutava para manter seis filhos. O garotinho a acompanhava todos os dias. Na praça, garotos engraxavam sapatos. Nosso pequeno herói ouvia os lamentos da mãe, e as negativas da mesma. Querido não tem dinheiro para isso, para aquilo. A situação era realmente dura.
Naquela manhã o garotinho desgarrou-se da mãe. Aproximou-se
dos garotos engraxates, procurou um de sua simpatia e investiu: Quero aprender
a engraxar.
Tião, um pouco mais velho (Sebastião de Paula Ferreira) o
iniciou nos segredos da profissão, mas o garotinho ainda era um “lambão”, No
dia seguinte Tião apareceu cedo na casa de nosso pequeno herói. Com um martelo,
um serrote, insinuou o menor a fazer sua própria caixa de sapateiro, e longe
dos olhos dos outros companheiros ensinou os rudimentos da arte. Fez uma
correia, pregou na caixinha para que o maroto pudesse carregá-la ao mesmo tempo
em que equilibrava na cabeça uma cadeira. Tudo pronto foram para a praça. Tião
de um lado, e o nosso herói do outro. Foi um sucesso. O Garoto voltou com uma
boa quantia, e entregou para a mãe. Pode-se imaginar a emoção.
Dia após dia, lá iam eles, agora grandes amigos. Então às
seis da tarde, guardavam seus apetrechos em um comercio, e iam esperar o trem.
O trem diminuía a velocidade, desafogava as maquinas e deslizava cerca de um
quilometro ate a estação. Os garotos se penduravam nele. Na estação iam
carregar as malas dos passageiros em troca de gorjetas. Logo aprendeu o nosso herói,
que os donos das pensões davam certa quantidade em dinheiro por cada cliente
que eles trouxessem. A renda dos dois aumentava. A carga da mãe do garoto diminuía.
Certo dia Tião foi chamado pelo pai, ferreiro na pequena
fabrica de Jacob Minati. Era agora, Tião um auxiliar de ferreiro. Não tardou
que o amigo chamasse o nosso garotinho, que era auxiliar de auxiliar de
ferreiro. Os dois se divertiam muito. Tião que fazia samba na caixa de
engraxate, agora tirava um som nas placas metálicas, enquanto o nosso garoto
batia na bigorna o compasso. O tempo passou, mas não muito.
Certa manha o garoto viu um anuncio: precisamos auxiliar de garçom.
Mamãe; vou trabalhar no restaurante do Seu Ventura. Não meu
filho, nem roupa você tem para isso. Mas mamãe... E ela lavou o que ele tinha
de melhor. Lá foi ele cheio de segurança. Apresentou-se ao seu Ventura. O Velho
o olhou de cima para baixo. Coçou o queixo, e perguntou? Você não tem sapatos?
Não, eu nunca usei sapatos. Então o velho Ventura levou o
guri ao outro lado da rua, e comprou meias e sapatos para nosso herói que agora
tinha treze anos. Assim começou seu primeiro dia de trabalho. Duro mesmo foi
andar com aquele calçado duro, e agüentar as bolhas. Mas o garoto crescia,
fortalecia, ajudava a mãe, os irmãos, tornou-se lanterninha de cinema,
motorista de caminhão, dono de oficina, criou oito filhos, e ainda hoje
trabalha aos 85 anos de idade.
Wallace Req ( arquivo)
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