A expansão da cidade
e o êxodo rural.( arquivo)
Não há dúvida alguma de que o grande crescimento das cidades
não é reflexo da explosão demográfica urbana (no sentido do nascimento de
crianças), mas é fruto em maior proporção das migrações internas do campo para
a vida urbana. Quais as razões?
1)
Oferta de serviço de saúde.
2)
Ausência de escolas e livros.
3)
Pequena oferta de emprego, perspectiva e
mobilidade social rígida no campo;
4)
Pouca oferta de serviços básicos como
saneamento, água encanada, luz elétrica, telefonia; segurança.
5)
Esperança de que a vida urbana nos oferte
escolaridade e oportunidade de emprego, moradia e serviços básicos.
6)
Mecanização do campo, e extinção das pequenas
propriedades,
7)
Drenagem do Exercito, que trás os jovens para as
cidades, e as universidades que concentram nos centros urbanos os seus campi.
8)
A desigualdade entre o numero de mulheres e
homens no campo.
9)
A reserva de áreas imensas para a agricultura de
exportação (commodities).
10)
Estratégias internacionais de reservas de áreas
não soberanas, desabitadas, para exploração de minerais, produção de comida, e
expansão colonial ou imperialista.
Quanto maior a cidade, maior os problemas e maiores os
recursos públicos necessários para sua manutenção e expansão; problemas
insolúveis vão se desenvolvendo e poderiam ser evitados com o cerceamento da
expansão urbana. Por exemplo: Lixo e sua destinação; Água e seu tratamento;
esgoto e sua destinação; enorme necessidade de uso de combustíveis fósseis;
Espaços públicos cada vez mais escassos e difíceis; baixa qualidade do ar.
Ora, se não queremos controlar a liberdade de ir e vir,
nem cercear a concepção, deveremos
apresentar, em razão dos motivos elencados acima, soluções que permitam o
surgimento de vilas e cidades menores, e melhor distribuição das populações no
território nacional.
1)Fortalecimento da agricultura familiar nos cinturões do
entorno das cidades. Isso retarda a expansão imobiliária, produz alimentos de qualidade ( o homem não vive só
de soja e milho), e fixa considerável
numero de brasileiros na vida rural.
2) Melhorar a oferta de equipamentos de saúde nas zonas
rurais;
3)Ofertar escolas agrícolas e profissionalizantes em áreas
agrícolas, e bibliotecas;
4) Ampliar e normatizar as profissões rurais, dando lhes
mobilidade social e perspectiva de melhoria pessoal e familiar;
5) Investir em infra-estrutura de eletricidade, comunicação,
saneamento e abastecimento de água tratada.
6) Se possível descentralizar os Quartéis, as Universidades, e as escolas de
nível médio.
7) Tratar diferentemente as propriedades de produção de
monocultura e mecanizadas e subsidiar as pequenas propriedades através de
serviços públicos, para viabilizar esse sistema cooperado;ofertando patrulha
rural, manutenção rodoviária vicinal.
8) Estabelecer as festas entre comunidades rurais diferentes
e distantes, de modo a propiciar casamentos e uniões de gente habituada ao meio
rural.
9) Combater a concentração (monopólio de culturas agrícolas
e pecuárias), permitindo sob concentração de esforços a sobrevivência técnica
de pequenas e médias propriedades, de modo que o consumo seja em primeiro lugar
interno;
10) combater todos os esquemas de reserva técnica
internacional de áreas, mesmo as fundadas em teorias ambientais, mineração,
água, energia, etc. A Soberania (liberdade de escolha do uso do território
nacional e interesses do bem comum nacional, se sobreponha ao interesses
estrangeiros, qualquer que sejam).
A tecnologia de comunicação hoje existente e disponível pode
viabilizar a necessária comunicação comercial e a formação escolar e técnica à
distancia. O território nacional todo habitado, como razões populacionais
racionais e garantidoras da qualidade de vida, preservação de meio ambiente, e
sobrevivência de flora e fauna, hoje é possível.
Temos oito mil quilômetros de costa marinha, e temos um
percentual baixíssimo de profissões marinhas, e isso pode ser corrigido, pois o
mar territorial brasileiro é mais inexplorado que a Amazônia.
Os meios de comunicação devem se esforçar em produzir uma
nova imagem do homem ligado as coisas do campo, à agroindústria de
beneficiamento, e aos empreendedores e mantenedores de infra-estrutura. O país
inteiro precisa ser usado, preservado, e respeitado em sua sustentabilidade
ambiental.
O país precisa ressuscitar e desenvolver infra-estruturar e
tecnologia ferroviária, aérea, fluvial e marítima.
O país precisa repensar o papel das forças armadas, como
instrumento de formação nacional, patriótica, militar de defesa, militar de
solidariedade social, militar de garantia da paz armada. Ou seja, estar pronta
como nação a defender seus interesses e a paz interna ou externa, e investir no
setor.
O país tem como qualquer individuo tem responsabilidade com
o próximo, alguma responsabilidade solidária com os países vizinhos e contíguos
ao solo pátrio em primeiro lugar, estabelecendo relações comerciais, militares,
educacionais e colaboracionais nos mais diversos níveis.
O país precisa desenvolver cultura de preservação e respeito
aos rios, pois a água é vital para todos os seres vivos, e deve ser quase
reverente à qualidade do ar, pois esse é ainda mais vital para os seres vivos.
Assim como não se abate em uma festa todos os bois de uma
propriedade, nem se consome todas as sementes ou se come todas as aves, não
podemos continuar derrubando todas as árvores, sujando todos os rios, cavando o
solo irresponsavelmente, sem nada substituir, sem nada acrescentar, sem nada
plantar, sem nada querer dividir na ganância da vida.
Finalizando: se é verdade que nem todos nasceram com dons
iguais, e nem todos estão destinados à riqueza, também é verdade que nem todos estão
destinados a miséria ou a uma vida sofrível, pois todos estão obrigados ao amor
e a solidariedade. Se as aves, animais e flora são cooperadores da vida, muito
maior verdade é que os homens são cooperadores entre si. Quando o Brasil
compreender que o seu mercado interno é viável, compreenderá simultaneamente
que para haverem consumidores, as riquezas devem circular internamente de modo
a que todos os brasileiros tenham num ou noutro momento a dignidade e orgulho de
serem brasileiros. Não como seres nascido das formas em produção em serie, mas
pessoas desiguais, que amam o próximo e o distante, pois o amor num país como o
Brasil, não pode se restringir apenas aos que estão a nossa volta. Devemos
conhecer como vivem os outros brasileiros, e repartir o pão.
wallacere@gmail.com
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