As galinhas dos ovos de OURO.

A galinha dos ovos de ouro.

Não eu não vou repetir a mundialmente conhecida fábula de Esopo titulada “A galinha de ovos de Ouro”. Quero apenas usar os termos e a ideia para num esboço contar o que acontece com o Brasil e republicas similares. No nosso texto a terra, seu subsolo e tudo o que ela produz corresponde aos ovos de ouro. O povo, a massa dos trabalhadores, representa a galinha, cuja existência e atividade geram os ovos de ouro. A mão invisível é o dono da galinha, a mão que dá quirera ao povo e colhe ovos de ouro através dos séculos.

Estranho pensar que uma galinha que produza ovos de ouro, coma quirera, milho, alpiste. Podia-se imaginar que comesse ouro em pó, ou outra riqueza mais condizente com sua dignidade, mas não é o que acontece. Troca-se ouro por quirera. O cérebro da galinha não é dos melhores, nem a mão invisível deseja que ele melhore. Imagine se o cérebro da galinha se organiza melhor e reivindica parte de seus ovos, ou todos os seus ovos? Complica para a mão invisível. Assim a mão invisível treina uma elite, parte do cérebro da galinha, para que ela possa melhor servir.

Nós os mais antigos aprendemos que todo o poder emana de Deus e em seu nome é exercido. Espertamente a Mão Invisível criou um novo paradigma: Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. Se olharmos a primeira proposição podemos interpretar esse TODO poder de Deus, como sendo poder do povo; poder das elites; poder dos reis, etc. Ora, qualquer poder emana de Deus, portanto qualquer poder vem de Deus. Já na segunda proposição, o TODO, ou seja, o poder do povo é limitado, não pode, por exemplo, gerar o poder de Deus, mas pode se bem conduzido gerar o poder das elites, dos reis, ETC.

Uma das maneiras de conduzi-lo é o Marxismo outra o Liberalismo Econômico. Promessas que se esvaziam em si mesmas.

Teoricamente vivemos em uma democracia. Ora, a democracia é o governo das maiorias e deveria ser a expressão do bem comum e da vontade soberana do povo. Mas não é assim. Os governos nas democracias são exercidos pelas elites, oriundas do povo, que representam a galinha, não toda a galinha, mas umas poucas células do cérebro da galinha. Sim da galinha que produz riquezas * (ovos de ouro) que são colhidos historicamente pela mão invisível do dono da galinha. Ou seja, a democracia exercida como é hoje é o mecanismo que autoriza referenda, legitima, que as elites mandem e exerçam o PODER de gerar riqueza, para a Mão Invisível. Sim elites inocentes úteis; elites fabricadas pela Mídia; elites que acreditam que a mão Invisível tem o capital (como se capital não fosse consequência de trabalho); e elites dolosas, que traem a Nação.

A diferença do adágio “Todo poder emana de Deus”, cunhado na antiguidade e aperfeiçoado na Idade Media e que pressupunha que sendo Cristo Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, tendo criado uma Igreja como guardiã da moral cristã, podia-se então dizer que todo poder emanava do Magistério Infalível em fé e moral da Igreja. Assim, embora as elites dominassem, desejava=se e policiava-se para que elas governassem segundo os preceitos cristãos. Hoje isso já não acontece. A produção de riquezas e o consumo são a fonte de PODER.

Quando eu trabalhei na granja de meu cunhado e suas irmãs anos atrás, aprendi uma dura lição, vi em essência o que é a cadeia de produção industrial. As galinhas podem estar sem o bico, entrevadas, com artrose, esgotadas pela postura de três ovos ao dia à custa de hormônios enfim, a Sociedade pode estar falindo, expirando, mas se os ovos de ouro (a produção ainda está saindo perfeitos para consumo, tudo continuará como esta). Todavia se um ovo de ouro sai como se fosse de prata ou chumbo, alerta geral... Alguma coisa esta acontecendo na sociedade dos trabalhadores e a mão invisível então reforça a ração, chama o veterinário, dá à bolsa família alguns vinténs, aumenta o salário mínimo, diminui a carga de trabalho, fala em melhoria da saúde; mas os ovos, os famosos ovos da fábula de Esopo têm que continuar enriquecendo a Mão Invisível. (Quem são eles, os donos da galinha?)

Quem tem ouvido para ouvir ouça; e tutano para entender entenda.

wallacereq@gmail.com ( arquivo)

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