Aborto é solução?
Solução exige a existência de um problema para ser resolvido.
Qual o problema para o qual o aborto seria solução? Responda você!
Tenho perguntado diretamente, para o maior numero de pessoas
que conheço: você gostaria de ter sido abortado? A resposta também é direta:
não. Ninguém quer morrer. Pergunte a um doente na cama vitima de doença
terminal e ele dirá não. Pergunte a um individuo em uma cadeira de rodas e ele
dirá: não. Todavia só pode decidir sim ou não quem nasceu. Um filme que roda a
cidade, inclusive nos meio das lideranças políticas mostra que a vida se
defende mesmo na vida intra-uterina. Ou seja, concebida a vida humana, ela
reage em ações de proteção, e luta pela manutenção de si mesma. A vida tem
força própria e intrínseca.
Se não queremos morrer porque somos tão tendentes a matar?
Não estamos violando a regra de ouro da Sociedade? Não faça ao próximo o que
não gostarias que fizessem a ti mesmo.
Ninguém aceitaria se alguém promovesse a esterilidade do
solo. Muito menos ninguém aceitaria se eu propusesse a esterilização dos
animais. Agora, de uma maneira quase consciente, nós queremos a esterilização
da humanidade, como se nós fossemos a doença do planeta, a solução para a
manutenção da vida seria a extinção da espécie humana. Vida sim, mas não a
humana. A Vida é coroada no ser humano. E nós queremos que ela acabe em latões
de lixo! A coroa de louros da vida acabe nos latões de lixo das clinicas de
aborto?
Temos horror ao sofrimento, e matamos para não sofrer.
Matamos não para evitarmos o sofrimento dos outros, mas para nos livrarmos da
carga de sofrer pelo outro. Ou seja, não sabemos amar.
Todo amor depende de alguma concessão, e suportar o outro é
sofrer muitas espécies de dor, de limitações, de ofensas. Se quisermos amar,
devemos apreender a viver alguma castidade. Ter relações sexuais não é um
esporte, pois gera a vida, gera um novo ser que nos obriga em deveres, direitos
e responsabilidade. Pelo aborto não queremos matar a criança que não
conhecemos, queremos matar a responsabilidade e os deveres de ter gerado, e
gerado irresponsavelmente a vida. Queremos matar a perda de liberdade, a missão
da paternidade, o dever de alimentar e cuidar do novo ser. Queremos-nos matar o
que nos incomoda. Não estamos nem ai para a vida que brota no seio materno.
Pensamos em nós. Vamos procurar nos ridículos argumentos do egoísmo, a desculpa
e a justificativa para realizar a morte.
Sentimo-nos poderosos ao nos livrarmos da humilhação de sermos
dependentes das circunstancias da vida, co-responsáveis pelos nossos atos,
quando pela morte, eliminamos aquilo que acreditávamos ser o problema. Abortei
o problema. Mas vamos caminhando cegos de encontro a outro tipo de problema, a
desvalorização da vida humana, que tem fomentado a violência, pois se os pais
encomendam a morte dos próprios filhos, o que esperar como atitude daqueles que
sem perspectivas, não só não valorizam a própria vida, nem o amor e autoridade
de seus pais (pois poderiam ter sido abortados como foram alguns de seus
irmãos) e eles apreendem que matar é solução, incluindo a morte de seus
próprios filhos com o consentimento de seus pais (avós de seus filhos)? Nada
vale nada. Só o dinheiro tem valor, e pelo dinheiro, e pela ilusão de liberdade
e poder, matamos, não só as crianças no seio materno, mas o querer, e o sonho
daqueles que julgamos são nossos inimigos nessa terra, pois nasceram e disputam
conosco o seio materno, a comida, a escola, os carros, os empregos, os espaços,
o futuro, que no nosso doentio entender só a nós, e exclusivamente a nós,
pertence. Por isso matamos, porque não queremos admitir que a vida não nos
pertence, então substituímos essa impotência pela morte do outro. Somos
poderosos porque matamos. E matamos para nos sentirmos poderosos.
A face de Cristo na Cruz é uma imagem terapêutica do
sofrimento humano, e exemplo do que fazemos com o amor. O matamos. Ainda que eu
ou você não compreenda essa mensagem na sua integridade, amar é sofrer, e fugir
do sofrer é fugir do amor. Quando entramos em crise queremos nos livrar da
cruz, isso é, fugimos das responsabilidades da VIDA, LAÇANDO FORA O SOFRIMENTO,
a Cruz, LANÇAMOS FORA O AMOR, e desse modo pulamos de cabaça numa sociedade sem
amor, violenta, sem valorização da vida ou respeito aos direitos alheios. O
aborto é o símbolo eloqüente da violência contra o futuro, contra a esperança,
contra a vida. Moises ao anunciar a vinda do Messias, que nasceria de mulher,
fez com que as mulheres judias sentissem vergonha da infertilidade, pois delas
não nasceria o Messias. Hoje quando vejo massivamente os judeus e seus meios de
comunicação defendem o aborto, eu me pergunto, eles já não temem que o Messias
esperado seja, ou tenha sido abortado? Não, eles sabem que o Messias já nasceu,
é Jesus Cristo de Nazaré, e por isso, pelo amor de Jesus, que lhes desinstalava
do privilegio (e egoísmo) de serem membros exclusivos de um povo escolhido, e
os colocava em plano igual, pelo batismo, de todos os Góis, o condenaram, e por
vingança, acusando-o de violar o Sábado, assim escondiam, na acusação, o seu
egoísmo racial. Imaginem no Sábado – esse homem não vem de Deus-, Jesus,
fazendo o bem, curando, ainda que, desrespeitando a lei dos homens (mestres
judeus) para cumprir o máximo Mandamento do Amor Divino. Assim igualmente a
fertilidade (vida) desinstala o egoísmo. Nos tira da paz de sermos servidos e
nos coloca na dura realidade de servir. A fertilidade cura, a fertilidade
preserva a vida. O filho do leproso nasce sadio. Curioso, não é interessante?
Não se trata de anti-semitismo a critica que faço. Trato
aqui, isso sim, de lembrar que o aborto poderia ter matado a Jesus Cristo (judeu),
antes que ele realizasse a redenção humana. Esse ódio, aos filhos de Deus, aos
pobres de tudo no seio materno, aqueles que não dependem apenas dos meios
ideais de seus pais, mas que dependem da obediência das leis do amor, e nascem,
sejam eles filhos da miséria, do estupro, da lesão, da loucura, da servidão, da
falta de educação, da falta de recursos afetivos, pois a vida tem suas leis, e
os desígnios de Deus, vão milhares de anos luz à nossa frente.
Mãe se você sofre com esse ser em seu seio materno,
(indesejado!) não tenha medo, encha-se de coragem, (o Estado do Paraná estará ofertando
o Primeiro Hospital Pró Vida Público do País) porque, minha amiga, quanto maior
o sofrimento, a insegurança, a angustia de ter um filho, maior a lição e a
escola do amor. Amor de Deus é o óbvio. Desejar não é apenas instinto, é também
ato livre, escolha de quem diz sim.
E ainda resta a adoção, muitos casais, gostariam de criar o
vosso filinho.
wallacereq@gmail.com (arquivo)
wallacereq@gmail.com (arquivo)
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