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terça-feira, 22 de julho de 2014

Alessandro Volta, o gênio burrinho.

Alessandro Volta, o gênio burrinho.


Wallace Requião de Mello e Silva.



Voltaire costumava dizer, pelo menos é o que dizem os livros, algo assim: menti, menti sempre, fica alguma coisa como se fora uma verdade. Eu, como muitos em minha geração, de tanto ouvir ou ler os ataques feitos à Igreja como sendo a responsável pelo atraso da ciência, afirmação mentirosa, acabei por não perceber a verdade. Por isso é que agora, já amadurecido, estou pesquisando e escrevendo essa série de artigos. Alessandro Volta era o sexto filho de um conde italiano. Considerado burrinho, meio ``autista`` foi entregue aos parentes (para não chamar muito a atenção) e aos padres jesuítas para sofrer uma educação especial. Só falou aos sete anos de idade. Enquanto sua mente silenciosa não articulava palavra, um espírito observador sistematizava e organizava os fenômenos naturais observados por ele.

Vivia em Como, cidadezinha pequena na fronteira da Áustria, habitada por gente considerada inculta.

Com os padres jesuítas aprendeu latim, francês, alemão e inglês, afora é claro, o italiano e a matemática.
Aos dezesseis anos com a morte de seu pai, o conde Fellipo Volta, é colocado pelos professores e pelo tio, seu tutor, em forçada condição de escolher. Direito, vida eclesiástica ou a física. Ele opta pela física e sai do Colégio Jesuíta embora continuasse por longos anos sob supervisão do cônego Gattoni. Com apenas dezoito anos ele faz sua primeira aparição no mundo científico através de uma carta enviada ao físico Nollet. Com ela, a carta enviada a Nollet, os eruditos da época descobrem que o rapaz já estava amadurecido para fazer vôos mais altos. Considerou adequada, aos seus interesses, a carreira de professor e com a ajuda do governador da Lombardia Austríaca, Carlo Firmian, que o nomeou, sobe como um foguete no magistério. Em 1775 Volta inventa o eletrófero. No ano seguinte assegura a invenção do eudiômetro, aparelho existente em todo laboratório, que provoca reação em gases por meio de uma centelha elétrica. Se considerarmos sem paixão esse invento, ele proporcionou a possibilidade técnica da invenção dos motores à explosão interna, e proporcionará no futuro próximo, as ``Fuell Cell`` as famosas ``células de combustível`` das quais, cada dia que passa, mais ouvimos falar. Volta, o burrinho, juntamente com Gay Lussac, determinaram a lei física das expansões dos gases. Em 1776 descobriu o gás metano que via evaporar dos pântanos. Em 1779 já ensinava na Universidade de Pávia. Em 1785 era o reitor daquela universidade. Dedicou-se também a criação do bicho da seda, fez experiências no uso do amianto, na fabricação de vacinas e na criação racional dos lúpulos e da batata.

Em 1800, descobriu a pilha elétrica. Com essa formidável descoberta tornou-se definitivamente uma celebridade mundial e Napoleão (que mandava à época) o nomeou senador e depois conde do reino da Itália. Morreu, esse cientista católico e ``burrinho``, em 1827. Era, como vemos, mais um produto da apurada educação jesuítica que desabrochava na ciência universal.



Wallace Requião de Mello e Silva.

DIF 01
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