Um
empreendimento de valor insubstituível.
Escrevo para
pessoas que tem visão do futuro, esperança e fé. Escrevo para presidentes,
governadores, prefeitos e homens públicos, pois o que direi é fruto de bom
senso, de prudência, de planejamento em Saúde Social.
Num passado longínquo
a mulher estéril era tomada de vergonha, pois dela não se podia esperar o
futuro, a solução, a salvação. Ora, se assim é, podemos dizer que o que diremos
aqui é fundamentado na reflexão sobre as leis da vida. Imagine um homem que
tenha um punhado de sementes. Ele não as plantaria em um único vaso, mas as
espalharia em grande área de plantio. Assim também o homem que quer iluminar
uma casa não colocaria todas as lâmpadas em um único cômodo ou em um único
canto, mas distribuiria as lâmpadas de modo à melhor iluminar toda a casa. Ora,
se homens são sementes de esperança e futuro, sementes capazes de criar,
devemos então espalhá-los pelo território todo, para que dêem fruto e possam,
com suas luzes, iluminar o chão.
Estou
dizendo que a criação de cidades como empreendimento social, cidades pequenas,
estruturadas e com algum planejamento urbano, viabilidade e sustentabilidade é
ou são um empreendimento social de valor inestimável capaz de garantir a saúde
social de toda a humanidade. Essa distribuição das populações pelo solo brasileiro
devolveria ao Brasil toda a sua vitalidade, toda a sua mobilidade social, toda
a sua oxigenação e consciência como povo e nação. As grandes cidades são um
cancro tão grave como criar quinhentos leões em uma pequena jaula. As pequenas
cidades, em torno de uma igreja, (semeiem Igrejas) que lhes da o necessário
suporte moral e sentido do sentir religioso, é o espaço de estudar, crescer,
desenvolver e dançar com os braços abertos. O homem precisa de espaço e ar. O
homem precisa de horizontes visuais. O homem precisa de contato com as leis da
vida, da fertilidade do solo e dos animais. O homem precisa do falar, do ouvir
e cantar. O homem precisa do trabalho relacional com a TERRA, SUA MÂE E SUPORTE.
O HOMEM PRECISA RELACIONAR-SE COM DEUS, seu
pai e gerador, provedor e autor.
Homens
públicos brasileiros prestem a atenção, criem cidades, distritos e espalhem as
sementes humanas nos campos. Construam caminhos. A aglutinação é doença social.
A aglutinação massiva é morte. A centralização das gentes é o erro maior dos
últimos séculos. O homem espalhado é livre, o homem apinhado é escravo. Vamos
ao plantio dos homens no território brasileiro, vamos aspergir a água como faz
a chuva. Vamos copiar o sol. Vamos agir como o vento e os pássaros, espalhando
as sementes da esperança. Comunicação sem aglutinação. Partilha sem acumulação.
Vitoria sem sangue. Espaço vital habitável. Luzes em toda a casa. Brasil
iluminado, habitado, campos plantados, homens brotando o futuro na fé e na
esperança ao som e ao tom da caridade.
G. Wallace Requião
de Mello e Silva.
Grupo 23 de Outubro.
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