O percurso da vida.
Um dia Antonio Tadeo estava cortando lenha à beira da estrada. Nisso, um homem veio caminhando na direção de Santa Fé e perguntou a Antônio.
_ O senhor poderá dizer-me o quanto tempo levarei até chegar a Santa Fé?
Antonio Tadeo ouviu-o erguendo a vista do seu trabalho, mas nada disse. Por isso o homem, com voz mais alta insistiu.
_Quanto tempo levará para chegar a Santa Fé?
Mas Antônio continuou em silêncio. Dessa vez o homem gritou, indignado:
_ Quanto tempo levará para chegar a Santa Fé?
Com Antônio continuasse mudo, o homem chegou à conclusão de que Antônio era surdo e assim se pôs a caminhar depressa no rumo da cidade.
Antônio Tadeo observou-o a caminhar por uns instantes e de repente, lhe gritou:
_Uma hora!
_Por que não me disse isso antes?
_Porque eu precisava conhecer a velocidade de sua marcha-respondeu Antônio Tadeo.
(Padre Legrand).
Moral: Para sabermos em quanto tempo chegaremos aos nossos objetivos, precisamos primeiro medir a velocidade de nossas ações.
Ultra Moral: como a morte é o objetivo do ser vivo quanto mais rápido corrermos, mais rápido a alcançaremos.
Replica: A morte não é o Fim da Alma Humana, portanto, tenhamos pressa em fazer o Bem. Em passos seguros e vigilantes deveremos seguir para a Santa Fé na Ressurreição dos mortos.
Antônio Tadeo.
Wallacereq@gmail.com
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
O percurso da VIDA
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Moral Cristã.
A Infância de Requião
Jornal de 1941 ( 42 ?)
A rosa da castidade
brota na infância em meiguice.
Fenece na mocidade,
torna a florir na velhice.
A criança é sempre bela
seja de que raça for.
Branca, preta ou amarela
-a inocência não tem cor!
AMS.
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Cripton também tem crianças.
Bahia de todos nós ( os nós do tempo).
Bahia de todos nós (os santos).
Embora essa história possa ser lida numa referência em livro de autoria de Cláudio Veiga, presidente da Academia de Letras da Bahia, (editora Record) eu, com segurança, podería acrescentar muito mais sal, sobre a polêmica personalidade do baiano, Luiz Antonio Requião, formigão (seminarista) que vindo ao Paraná, apaixonou-se pela filha (Gertrudes Lopes) do Fundador do Primeiro Jornal do Paraná Emancipado, o carioca, natural de Niteroi, Cândido Martins Lopes (z). Aqui se casou e aqui constituiu a família Requião. Os “Requião” do Paraná têm origem na Bahia. Um de seus filhos, Euclides Lopes Requião, casado com a filha de imigrantes alemâes (Cristiana Keinert) é o pai da mãe do governador Requião.
Fonte: Genealogia do Paraná, volume 6, verbete Martins Lopes.(edição de 1930)
Quando a vida enfim se embebe
de uma paz bem merecida,
é que a gente se apercebe
que já está no fim da vida.
AMS
Quer mais informação, escreva: wallacereq@gmail.com
Embora essa história possa ser lida numa referência em livro de autoria de Cláudio Veiga, presidente da Academia de Letras da Bahia, (editora Record) eu, com segurança, podería acrescentar muito mais sal, sobre a polêmica personalidade do baiano, Luiz Antonio Requião, formigão (seminarista) que vindo ao Paraná, apaixonou-se pela filha (Gertrudes Lopes) do Fundador do Primeiro Jornal do Paraná Emancipado, o carioca, natural de Niteroi, Cândido Martins Lopes (z). Aqui se casou e aqui constituiu a família Requião. Os “Requião” do Paraná têm origem na Bahia. Um de seus filhos, Euclides Lopes Requião, casado com a filha de imigrantes alemâes (Cristiana Keinert) é o pai da mãe do governador Requião.
Fonte: Genealogia do Paraná, volume 6, verbete Martins Lopes.(edição de 1930)
Quando a vida enfim se embebe
de uma paz bem merecida,
é que a gente se apercebe
que já está no fim da vida.
AMS
Quer mais informação, escreva: wallacereq@gmail.com
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Bahia de todos os Santos
Capixabas, quem procura acha!
Procurei e encontrei. Clique sobre a imagem, ela cresce para você poder ler. Antiga tradição familiar conta que Rubem Braga escritor de expressão, nascido em Cacheiro do Itapemirim teria passado por esse jornal. Nunca pude comprovar tal fato. Se alguém tiver alguma informação por favor: wallacereq@gmail.com. Prestem atenção no nome do Diretor Responsável "Wallace Tadeo" (de Mello e Silva). Pai do Governador Requião. Clique sobre a imagem e leia a coluna à esquerda " Cel. Wallace de Mello e Silva". Desculpem mas eu fico muito puto quando duvidam de minha palavra, aí está. Bendito os que não viram e creram. São Tomé.
Com o vento o tempo levava
o amor que em vão, lhe pedia:
"Espera um Pouco! Eu amava"
Sem tempo o tempo corria!
Argentina de Mello e Silva
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Notícias de Cripton
Feliz Natal Curitiba
Eu devo ter perdido todo o bom senso. Fui ao "natal" do Palácio Avenida, achei aquilo tudo uma baboseira. Tudo artificial, nem as crianças cantam, corre uma gravação. Depois para meu espanto, os pais compravam chifrinhos iluminados para seus filhinhos. Isso mesmo, chifres de demoninhos vendidos na rua, iluminados. Adolescentes embriagados segurando garrafas de vinho, e mocinhas seminuas, festejavam o Nascimento de Jesus Cristo; Muito legal.
Hoje pela manhã sai cedo, e vi esse outro Natal.
Hoje pela manhã sai cedo, e vi esse outro Natal.
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Feliz Natal Curitiba
Quer falar com o prefeito? É fácil, é só mergulhar nesse buraco, ele esta alí bem perto de você.
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Recado aos Curitibanos.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Meu Deus, será que esses loucos estão sonhando?
Eles estão falando sério! Caraca!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Temerosa pela estrada
a ninguem sigo jamais
Sou ovelha transmalhada
fugindo dos vendavais.
AMS.
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Requião assusta Cripton.
Ser Jeep (Sergipe). Uma história de sergipanos no Paraná.
Dr. Justiniano de Mello e Silva, natural de Divina Pastora, nascido em 8 de janeiro de 1852, Sergipe.
Cel. Wallace de Mello e Silva, natural de Laranjeiras, nascido em 13 de dezembro de 1872, no Sergipe.
Ser Jeep?
Quando eu era criança a brincadeira que faziam comigo é que eu vinha de um estado que queria ser Jeep (SERGIPE). Nunca gostei da brincadeira, mas aos poucos eu fui compreendendo toda a importância desse pequenino estado na formação cultural do país.
Hoje tenho orgulho de ter as mais profundas raízes no estado do Sergipe.
Algumas pessoas perguntam por que o governador faz tanta referência ao pequenino estado do Sergipe, e eu respondo, para começar, faz referência ao ponto inicial, de onde saíram inúmeros membros da família para ajudar a construir e popular esse imenso Brasil.
Justiniano de Mello e Silva, sergipano de Divina Pastora, formado em Direito no Recife, escrevia com Silvio Romero no pequeno jornal “ A Crença”.
Escritor e jornalista foi Inspetor Geral de Ensino do Paraná ( no Brasil Império) e Secretário de Educação, no Brasil Republicano. Militou no Jornalismo, no Rio de Janeiro, Paraná, onde foi deputado provincial e estadual, no Rio Grande do Sul, no Sergipe, e como já dissemos em Pernambuco.
Aqui no Paraná fundou diversos jornais. Por exemplo:
O Vinte e Cinco de Março;
O Sete de Março, onde lança as bases do Partido Operário do Brasil;
O Paranense, jornal politico e a Coluna " O Artista" cultural, com Saldanha Marinho.
Finalmente o Jornal do Coméricio, que foi considerado o mais bem redigido jornal do Paraná ( Fonte em 100 anos de História da Impreensa no Paraná ( Pillotto) e 100 Anos de Vida Parlamentar no Paraná (de Maria Nicolas)).
Justiniano de Mello e Silva, cujas obras podem ser lidas na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro faleceu em 1940 na pequena cidade de Colatina no estado do Espírito Santo. Com um filho vitimado pela tuberculose, mudou-se para a região desértica de Córdoba na Argentina, onde obteve o Grau de Doutor em Sociologia, pela Universidade mais antiga de toda a América. A Universidade de Cordoba.
Portanto o Governador Requiâo, não só teve origens sergipanas no seu bisavô e bisavó, mas também seu avô, Coronel Wallace de Mello e Silva e seus nove irmãos, eram sergipanos de Laranjeira, esse, o avô, se casou no Paraná com filha de imigrantes italianos. O casal teve oito filhos no Paraná.
A velha Fazenda, um "Engenho de Cana", pertencente a Fausto Cardoso, histórico político sergipano, onde as pistas históricas indicam, nasceu o Bisavô de Requião, ainda existe em Divina Pastora, e hoje produz petróleo. Tenho imagens dessa fazenda com entrevista de Luiz Antonio Barreto.
MAIS UMA CURIOSIDADE: Dr. Justiniano de Mello e Silva foi indicado pelo presidente da Provincia do Paraná, Dr. Jesuíno Marcondes, para exercer a Presidência do Maranhão. Não aceitou.
Registro aqui, amigos peemedebistas do Sergipe, com essas duas fotos, algo sobre essa história que deve ser enriquecida por você. Eu aceitarei qualquer nova informação. O dicionário Histórico de Armindo Guaraná, faz uma referencia da presença de um "De Mello e Silva" na revolução Pernambucana.
O sergipano Cel. Wallace foi comandante da Guarda Nacional no Paraná e ferroviário, chegando a Agente da Estação Ferroviária de Curitiba. Foi presidênte da Câmara Municipal em Curitiba e deputado no Paraná em duas legislaturas. Ele é fundador de um órgão representativo dos Ferroviários no Paraná, e tem seu nome ligado ao Ferroviário Futebol Clube ( meu pai foi goleiro do Ferroviario), e é, segundo o radialista Jeferon Gomes, neto do presidente atleticano Jofre Cabral, um dos fundadores do Clube Atlético Paranaense (1924). Dos seus filhos, um foi prefeito de Ipanema em MG, duas vezes prefeito de Colatina no ES, outro foi Vereador e Prefeito de Curitiba no Pr, esse pai de Requião, outro emérito professo de História, diretor do Colégio Estadual do Paraná, e foi fundador da Faculdade de Administração do Paraná, outra foi consagrada poetiza, Argentia de Mello e Silva, outro o mais velho, Pericles do Mello e Silva médico psiquiatra formado na Suiça, outra, Maria Alexandrina, enfermeira da Cruz Vermelha durante a II Guerra , uma morreu jovem vítima da epidemia de tifo, e a mais velha, mãe de familia e aglutinadora de todo o Grupo Familiar. Clélia de Mello e Silva, já viuva, era também conhecida como irmã Tereza da Ordem Terceira de São Francisco, benfeitora da Paróquia do Bom Jesus.
São eles, amigos sergipanos, entre outros tantos sergipanos, construtores e colaboradores do Paraná Emancipado e da grandeza do Brasil.
O sangue sergipano, governa pela terceira vez o Paraná.
Era um poeta.
Era um poeta-amou sofreu na vida
Teve o destino dos inconformados.
Não foi amado na eterna subida,
nem foi querido nos umbrais sonhados.
Cantou a flor- a estrela mais querida,
viu no horizonte os céus alcandorados,
e no seu sonho de penosa lida
teve a ventura dos desventurados.
Um dia a Sorte, estranha caprixosa,
Trouxe-lhe o amor da mais festiva rosa
que deslumbrava o coração do esteta...
E ele sorriu depois de longa espera:
não mais olhou o azul da primavera,
não mais sonhou - e nem foi mais poeta!
Argentina de Mello e Silva.
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Criando laços com Cripton.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Ouvi dizer I
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
Conheça o G23 Presidente
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Fofocas de pré-campanha.
Ouvi dizer I
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Fofocas de pré-campanha.
Peemedebistas Cariocas: Conheçam esse herói incomum.
A Familia Requião tem profundas raizes e laços com o Rio de Janeiro. Nossos avós maternos estão enterrados aí. Meu tio Ivo Requião fez de Copacabana seu QG, e aí teve seus filhos. Minha tia Alba Requião Coimbra, esposa do General Coimbra, aí viveu e morreu. Eu, wallacereq@gmail passava minhas ferias no Edifício Luxor na rua Santa Clara, apartamento de minha tia Gertrudes Requiâo. Meu Irmão Eduardo, aí estudou, ai se casou, ai teve filhos, ai exerceu a profissão, ai fundou o CPS ( Centro de Psicologia Social). Ai no Rio ele foi preso pelo Governo Militar.
Ai, no Rio, também morou um irmão de meu Pai, Justiniano de Mello e Silva Netto grande médico e politico , e meu Bisavô, o advogado, jornalista e escritor sergipano, Justistiniano de Mello e Silva.
Em Niteroi nasceu meu tri-avô, o gráfico e fundador do primeiro jornal do Paraná, Cândido Martins Lopes.
Mas e história que quero contar, para criar um ponto de identificação, é a de Ivo Requião, que foi um dos fundadores do Iate Club do Rio de Janeiro. Leia, companheiro de partido, essa história verdadeira, da qual dou testemunho com muita emoção e saudades.
Não esqueça, se você clicar sobre a Imagem, ela cresce, para você curtir.
Ai, no Rio, também morou um irmão de meu Pai, Justiniano de Mello e Silva Netto grande médico e politico , e meu Bisavô, o advogado, jornalista e escritor sergipano, Justistiniano de Mello e Silva.
Em Niteroi nasceu meu tri-avô, o gráfico e fundador do primeiro jornal do Paraná, Cândido Martins Lopes.
Mas e história que quero contar, para criar um ponto de identificação, é a de Ivo Requião, que foi um dos fundadores do Iate Club do Rio de Janeiro. Leia, companheiro de partido, essa história verdadeira, da qual dou testemunho com muita emoção e saudades.
Não esqueça, se você clicar sobre a Imagem, ela cresce, para você curtir.
Um herói incomum.
Contar toda a história desse grande vendedor que enriqueceu muita gente graúda nesse país, não caberia nesse texto. Herói em primeiro lugar, por ter rodado o país (do Oiapoque ao Chuí) em um tempo difícil, sem os recursos de hoje, para vender e criar os filhos do casal (Ivo e Erika Requião), três rapazes, enquanto grupos econômicos enriqueciam do seu trabalho árduo e criativo. Ele vendia e muito. Não direi quais grupos, embora alguns, em homenagem, depositem ate a presente data, suas comissões tão suadas, num ato de gratidão. Eles sabem de quem falo. Herói e aventureiro, nascido em Prudentópolis no Paraná em 1904, ainda menino, carregava em um caminhãozinho seu piano, para completar e servir a Banda “Zampirone” nas frias madrugadas curitibanas. Pouco mais que menino, revólver no cinto corria nos interiores do Paraná como representante comercial, profissão que dedicou à vida inteira. Jovem de pouca idade (26) alistou-se na Revolução de 1930, e foi dos poucos que tiveram o batismo de fogo. Importante na sociedade porque foi fundador do Iate Clube do Rio de Janeiro e do Clube Graciosa em Curitiba. Esse era Ivo Requião, tio do Governador Requião e o mais engraçado irmão de minha mãe. Ativo, alegre, amigo de artistas e magnatas, trabalhador incansável que levava presentes para os operários das fabricas para as quais trabalhava. Dele ganhei meu primeiro automóvel. E também o segundo. Nele (no carro) os mendigos do Rio dormiam a noite e algumas vezes ele tomava um taxi, para não acordá-los. Ivo Requião, que figura, quem o conheceu pode comprovar, era um barato. Um circo parecia pouco espaço para ele quando estava inspirado. Não posso me esquecer de sua imagem descendo de um avião no Afonso Penna, com seu nariz de palhaço, aquela bolinha vermelha, tranqüilo e altivo, na sua calça branca de linho e sua camisa colorida, entre mulheres de chapéu e plumas, e empresários orgulhosos.
O primeiro conjunto de fotos o revela como o soldado em 1930. A segunda foto isolada mostra o jovem vendedor (anteriormente à revolução) viajando a trabalho nos anos difíceis, entre 1922 e 1928.
Ivo Requião é o primeiro da esquerda para a direita, com o chapéu e poncho. Região de Guarapuava, data incerta. Herói, natural de Prudentópolis. Certa vez escrevi para ele da pequena Tegucigalpa na America Central. Disse eu: Meu tio eu percorri alguns milhares de quilômetros, mas nada se compara aos pares de sapato que você gastou e furou para encher a barriga de seus guris. Soube, posteriormente, que ele chorou. Para ele, eu era o herói. Imaginem só!
Ivo Requião, berço de ouro, construído por ele, com as próprias mãos.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Contar toda a história desse grande vendedor que enriqueceu muita gente graúda nesse país, não caberia nesse texto. Herói em primeiro lugar, por ter rodado o país (do Oiapoque ao Chuí) em um tempo difícil, sem os recursos de hoje, para vender e criar os filhos do casal (Ivo e Erika Requião), três rapazes, enquanto grupos econômicos enriqueciam do seu trabalho árduo e criativo. Ele vendia e muito. Não direi quais grupos, embora alguns, em homenagem, depositem ate a presente data, suas comissões tão suadas, num ato de gratidão. Eles sabem de quem falo. Herói e aventureiro, nascido em Prudentópolis no Paraná em 1904, ainda menino, carregava em um caminhãozinho seu piano, para completar e servir a Banda “Zampirone” nas frias madrugadas curitibanas. Pouco mais que menino, revólver no cinto corria nos interiores do Paraná como representante comercial, profissão que dedicou à vida inteira. Jovem de pouca idade (26) alistou-se na Revolução de 1930, e foi dos poucos que tiveram o batismo de fogo. Importante na sociedade porque foi fundador do Iate Clube do Rio de Janeiro e do Clube Graciosa em Curitiba. Esse era Ivo Requião, tio do Governador Requião e o mais engraçado irmão de minha mãe. Ativo, alegre, amigo de artistas e magnatas, trabalhador incansável que levava presentes para os operários das fabricas para as quais trabalhava. Dele ganhei meu primeiro automóvel. E também o segundo. Nele (no carro) os mendigos do Rio dormiam a noite e algumas vezes ele tomava um taxi, para não acordá-los. Ivo Requião, que figura, quem o conheceu pode comprovar, era um barato. Um circo parecia pouco espaço para ele quando estava inspirado. Não posso me esquecer de sua imagem descendo de um avião no Afonso Penna, com seu nariz de palhaço, aquela bolinha vermelha, tranqüilo e altivo, na sua calça branca de linho e sua camisa colorida, entre mulheres de chapéu e plumas, e empresários orgulhosos.
O primeiro conjunto de fotos o revela como o soldado em 1930. A segunda foto isolada mostra o jovem vendedor (anteriormente à revolução) viajando a trabalho nos anos difíceis, entre 1922 e 1928.
Ivo Requião é o primeiro da esquerda para a direita, com o chapéu e poncho. Região de Guarapuava, data incerta. Herói, natural de Prudentópolis. Certa vez escrevi para ele da pequena Tegucigalpa na America Central. Disse eu: Meu tio eu percorri alguns milhares de quilômetros, mas nada se compara aos pares de sapato que você gastou e furou para encher a barriga de seus guris. Soube, posteriormente, que ele chorou. Para ele, eu era o herói. Imaginem só!
Ivo Requião, berço de ouro, construído por ele, com as próprias mãos.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Depois de rezar aflita
por mim-tanto horror eu vi,
que nos céus exclamei contrita:
meu Deus! Eu nunca sofri!
Argentina de Mello e Silva.
Grupo 23 de Outubro.
Grupo 23 de Outubro.
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Em Cripton também cultuamos a História.
Cariocas: Conheçam esse herói incomum.
Um herói incomum.
O apartamento na Av. Toneleiros 88 ficou vazio. O escritório na Praça da República abriga hoje a produtora de um dos seus filhos.
Contar toda a história desse grande vendedor que enriqueceu muita gente graúda nesse país, não caberia nesse texto.
Herói em primeiro lugar, por ter rodado o país (do Oiapoque ao Chuí) em um tempo difícil, sem estradas, sem os recursos de hoje, para vender e criar os filhos do casal (Ivo e Erika Braum Requião), três rapazes, enquanto grupos econômicos enriqueciam ( ele não se queixava) do seu trabalho árduo e criativo. Ele vendia e muito.
Não direi quais grupos, embora alguns, em homenagem, depositem até a presente data, suas comissões tão suadas, num ato de gratidão. Eles sabem de quem falo.
Herói e aventureiro, nascido em Prudentópolis no Paraná em 1904, ainda menino, carregava em um caminhãozinho seu piano, para completar e servir a Banda “Zampirone” nas frias madrugadas curitibanas. Pouco mais que menino, revólver no cinto corria nos interiores do Paraná como representante comercial, profissão que dedicou sua vida inteira. Jovem de pouca idade (26) alistou-se na Revolução de 1930, e foi dos poucos que tiveram o batismo de fogo. Orgulhava-se da profunda cicatriz que lhe transpassou o abdomem.
Importante na Sociedade Carioca porque foi fundador do Iate Clube do Rio de Janeiro e do Clube Graciosa em Curitiba. Importante no Brasil, pois tinha amigos em todo o país. Esse era Ivo Requião, tio do Governador Requião e o mais engraçado dos irmão de minha mãe. Ativo, alegre, amigo de artistas e magnatas, trabalhador incansável que levava presentes para os operários das fábricas para as quais trabalhava. Do trabalho deles, ele dizia, eu ganho o meu.
Dele ganhei meu primeiro automóvel. E também o segundo.
Nele (no carro) os mendigos do Rio dormiam à noite e algumas vezes ele ( meu tio)tomava um taxi, para não acordá-los. Ivo Requião, que figura, quem o conheceu pode comprovar, era um barato. Um circo parecia pouco espaço para ele quando estava inspirado. Não posso me esquecer de sua imagem descendo de um avião no Afonso Penna, solene com seu nariz de palhaço, aquela bolinha vermelha usada em circo, tranqüilo e altivo, na sua calça branca de linho e sua camisa colorida, entre mulheres de chapéu e plumas, e empresários orgulhosos.
Ria-se, pois a vida muitas vezes, lhe parecia uma palhaçada e uma injustiça.
O primeiro conjunto de fotos acima o revela como o soldado em 1930. A segunda foto isolada mostra o jovem vendedor (anteriormente à revolução) viajando a trabalho nos anos difíceis, entre 1922 e 1928. Ivo Requião foi exímio pianista, como sua avó ( Gertrudes Lopez), sua mãe (Cristiana Keinert) e sua irmã Luiza Requião.
Ivo Requião é o primeiro da esquerda para a direita, com o chapéu e poncho. Região de Guarapuava, data incerta.
Repito, herói, natural de Prudentópolis que conhecia todos os cantinhos do país.
Certa vez, ao fazer uma viagem em motocicleta de Curitiba ao Canadá, escrevi para ele da pequena Tegucigalpa na América Central. Disse eu: Meu tio eu percorri alguns milhares de quilômetros, mas nada se compara aos pares de sapato que você gastou e furou para encher a barriga de seus guris. Soube depois que ele chorou.
Para ele, eu era o herói. Imaginem só!
Ivo Requião, berço de ouro, construído por ele, com as próprias mãos.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Grupo 23 de Outubro.
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História Familiar.
Cariocas: Conheçam esse herói incomum.
Um herói incomum.
O apartamento na Av. Toneleiros 88 ficou vazio. O escritório na Praça da República abriga hoje a produtora de um dos seus filhos.
Contar toda a história desse grande vendedor que enriqueceu muita gente graúda nesse país, não caberia nesse texto.
Herói em primeiro lugar, por ter rodado o país (do Oiapoque ao Chuí) em um tempo difícil, sem estradas, sem os recursos de hoje, para vender e criar os filhos do casal (Ivo e Erika Braum Requião), três rapazes, enquanto grupos econômicos enriqueciam ( ele não se queixava) do seu trabalho árduo e criativo. Ele vendia e muito.
Não direi quais grupos, embora alguns, em homenagem, depositem até a presente data, suas comissões tão suadas, num ato de gratidão. Eles sabem de quem falo.
Herói e aventureiro, nascido em Prudentópolis no Paraná em 1904, ainda menino, carregava em um caminhãozinho seu piano, para completar e servir a Banda “Zampirone” nas frias madrugadas curitibanas. Pouco mais que menino, revólver no cinto corria nos interiores do Paraná como representante comercial, profissão que dedicou sua vida inteira. Jovem de pouca idade (26) alistou-se na Revolução de 1930, e foi dos poucos que tiveram o batismo de fogo. Orgulhava-se da profunda cicatriz que lhe transpassou o abdomem.
Importante na Sociedade Carioca porque foi fundador do Iate Clube do Rio de Janeiro e do Clube Graciosa em Curitiba. Importante no Brasil, pois tinha amigos em todo o país. Esse era Ivo Requião, tio do Governador Requião e o mais engraçado dos irmão de minha mãe. Ativo, alegre, amigo de artistas e magnatas, trabalhador incansável que levava presentes para os operários das fábricas para as quais trabalhava. Do trabalho deles, ele dizia, eu ganho o meu.
Dele ganhei meu primeiro automóvel. E também o segundo.
Nele (no carro) os mendigos do Rio dormiam à noite e algumas vezes ele ( meu tio)tomava um taxi, para não acordá-los. Ivo Requião, que figura, quem o conheceu pode comprovar, era um barato. Um circo parecia pouco espaço para ele quando estava inspirado. Não posso me esquecer de sua imagem descendo de um avião no Afonso Penna, solene com seu nariz de palhaço, aquela bolinha vermelha usada em circo, tranqüilo e altivo, na sua calça branca de linho e sua camisa colorida, entre mulheres de chapéu e plumas, e empresários orgulhosos.
Ria-se, pois a vida muitas vezes, lhe parecia uma palhaçada e uma injustiça.
O primeiro conjunto de fotos acima o revela como o soldado em 1930. A segunda foto isolada mostra o jovem vendedor (anteriormente à revolução) viajando a trabalho nos anos difíceis, entre 1922 e 1928. Ivo Requião foi exímio pianista, como sua avó ( Gertrudes Lopez), sua mãe (Cristiana Keinert) e sua irmã Luiza Requião.
Ivo Requião é o primeiro da esquerda para a direita, com o chapéu e poncho. Região de Guarapuava, data incerta.
Repito, herói, natural de Prudentópolis que conhecia todos os cantinhos do país.
Certa vez, ao fazer uma viagem em motocicleta de Curitiba ao Canadá, escrevi para ele da pequena Tegucigalpa na América Central. Disse eu: Meu tio eu percorri alguns milhares de quilômetros, mas nada se compara aos pares de sapato que você gastou e furou para encher a barriga de seus guris. Soube depois que ele chorou.
Para ele, eu era o herói. Imaginem só!
Ivo Requião, berço de ouro, construído por ele, com as próprias mãos.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Grupo 23 de Outubro.
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História Familiar.
Mulheres
Optei pela vida.
Nesse dia internacional da mulher em 2008, o G 23 quer deixar um registro. Nós não buscamos culpados, nem queremos agravar as consciências, todavia nesse dia, queremos homenagear essas pequenas mulheres mártires, sim pequenas mulheres, que seriam meninas, mães, avós, profissionais liberais, professoras ou donas de casa, mas que foram abortadas. Elas sofreram, por assim dizer, de seus pais, vizinhos, “amigos e amigas” e de “médicos”, e como vemos, e seus corpos destruídos numa lata de lixo comprovam eloqüentemente, uma cesura previa, e foram julgadas, embora inocentes, sem crime algum, e condenadas brutalmente à morte. Suas vidas foram censuradas. Elas foram rejeitadas.
Quando plantamos um grão de feijão não esperamos outra coisa senão um pé de feijão. Quando plantamos milho, não esperamos outra coisa senão milho. Quando vemos uma coelha engravidar, não esperamos outra coisa que um coelhinho, assim, igualmente, de uma rata ou uma elefanta nada se espera senão um filhote de rata ou de elefante. Dessa maneira, é estéril e falso, discutir se o óvulo humano fecundado é ou não um ser humano. É óbvio que é um ser humano em desenvolvimento desde a sua fecundação e suas primeiras divisões celulares. A cada segundo ou minuto que passa desenvolve-se ali um ser humano. Dessa fecundação não nascerá outra coisa que não seja um ser humano. Interromper essa vida é interromper a vida humana, e na verdade interromper a vida humana tem um nome, chama-se homicídio. O aborto é homicídio. Então, nesse dia internacional das mulheres, queremos homenagear essas pequeninas mulheres mártires vítimas de homicídio e que foram brutalmente assassinadas, fria e calculadamente, assassinadas pelos seus parentes, pais, mães, avós, avôs, e muitos deles, jamais choraram por elas. Jamais choraram por essas vidas humanas.
Não nos cabe julgar os motivos. Mas temos que fazer algo para parar esse genocídio.
O Secretário de Estado, Gilberto Martins, durante a festa de aniversário do governador, (março de 2008) me disse, que o governador já o havia autorizado a anunciar em discurso, que o Novo Hospital Geral da Criança em Campo Largo, Waldemar Monastier e os Centros de Atendimento a Mulher e a Criança se tornarão “Hospital e Centros Pró Vida”. O movimento Pró Vida é internacional. Se esse projeto se realizar em inteiro teor, esse hospital será o Primeiro Hospital Público Pró Vida do Brasil, ou seja, um hospital essencialmente contra o aborto, e o Estado, estará assim, ofertando recursos de diversos tipos às mulheres ou famílias que estejam pretendendo realizar o homicida aborto para que possam, com a ajuda do governo, evitá-lo. Incluindo, se for o caso, programas de adoção. A Vida é o mais fundamental dos direitos, sem ele não podemos garantir nenhum dos demais direitos humanos.
Então eu te pergunto mulher: E se você tivesse sido abortada?
Wallace Requião de Mello e Silva
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
Conheça o G23 Presidente
Nesse dia internacional da mulher em 2008, o G 23 quer deixar um registro. Nós não buscamos culpados, nem queremos agravar as consciências, todavia nesse dia, queremos homenagear essas pequenas mulheres mártires, sim pequenas mulheres, que seriam meninas, mães, avós, profissionais liberais, professoras ou donas de casa, mas que foram abortadas. Elas sofreram, por assim dizer, de seus pais, vizinhos, “amigos e amigas” e de “médicos”, e como vemos, e seus corpos destruídos numa lata de lixo comprovam eloqüentemente, uma cesura previa, e foram julgadas, embora inocentes, sem crime algum, e condenadas brutalmente à morte. Suas vidas foram censuradas. Elas foram rejeitadas.
Quando plantamos um grão de feijão não esperamos outra coisa senão um pé de feijão. Quando plantamos milho, não esperamos outra coisa senão milho. Quando vemos uma coelha engravidar, não esperamos outra coisa que um coelhinho, assim, igualmente, de uma rata ou uma elefanta nada se espera senão um filhote de rata ou de elefante. Dessa maneira, é estéril e falso, discutir se o óvulo humano fecundado é ou não um ser humano. É óbvio que é um ser humano em desenvolvimento desde a sua fecundação e suas primeiras divisões celulares. A cada segundo ou minuto que passa desenvolve-se ali um ser humano. Dessa fecundação não nascerá outra coisa que não seja um ser humano. Interromper essa vida é interromper a vida humana, e na verdade interromper a vida humana tem um nome, chama-se homicídio. O aborto é homicídio. Então, nesse dia internacional das mulheres, queremos homenagear essas pequeninas mulheres mártires vítimas de homicídio e que foram brutalmente assassinadas, fria e calculadamente, assassinadas pelos seus parentes, pais, mães, avós, avôs, e muitos deles, jamais choraram por elas. Jamais choraram por essas vidas humanas.
Não nos cabe julgar os motivos. Mas temos que fazer algo para parar esse genocídio.
O Secretário de Estado, Gilberto Martins, durante a festa de aniversário do governador, (março de 2008) me disse, que o governador já o havia autorizado a anunciar em discurso, que o Novo Hospital Geral da Criança em Campo Largo, Waldemar Monastier e os Centros de Atendimento a Mulher e a Criança se tornarão “Hospital e Centros Pró Vida”. O movimento Pró Vida é internacional. Se esse projeto se realizar em inteiro teor, esse hospital será o Primeiro Hospital Público Pró Vida do Brasil, ou seja, um hospital essencialmente contra o aborto, e o Estado, estará assim, ofertando recursos de diversos tipos às mulheres ou famílias que estejam pretendendo realizar o homicida aborto para que possam, com a ajuda do governo, evitá-lo. Incluindo, se for o caso, programas de adoção. A Vida é o mais fundamental dos direitos, sem ele não podemos garantir nenhum dos demais direitos humanos.
Então eu te pergunto mulher: E se você tivesse sido abortada?
Wallace Requião de Mello e Silva
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
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Moral e relação social.
Mulheres
Optei pela vida.
Nesse dia internacional da mulher em 2008, o G 23 quer deixar um registro. Nós não buscamos culpados, nem queremos agravar as consciências, todavia nesse dia, queremos homenagear essas pequenas mulheres mártires, sim pequenas mulheres, que seriam meninas, mães, avós, profissionais liberais, professoras ou donas de casa, mas que foram abortadas. Elas sofreram, por assim dizer, de seus pais, vizinhos, “amigos e amigas” e de “médicos”, e como vemos, e seus corpos destruídos numa lata de lixo comprovam eloqüentemente, uma cesura previa, e foram julgadas, embora inocentes, sem crime algum, e condenadas brutalmente à morte. Suas vidas foram censuradas. Elas foram rejeitadas.
Quando plantamos um grão de feijão não esperamos outra coisa senão um pé de feijão. Quando plantamos milho, não esperamos outra coisa senão milho. Quando vemos uma coelha engravidar, não esperamos outra coisa que um coelhinho, assim, igualmente, de uma rata ou uma elefanta nada se espera senão um filhote de rata ou de elefante. Dessa maneira, é estéril e falso, discutir se o óvulo humano fecundado é ou não um ser humano. É óbvio que é um ser humano em desenvolvimento desde a sua fecundação e suas primeiras divisões celulares. A cada segundo ou minuto que passa desenvolve-se ali um ser humano. Dessa fecundação não nascerá outra coisa que não seja um ser humano. Interromper essa vida é interromper a vida humana, e na verdade interromper a vida humana tem um nome, chama-se homicídio. O aborto é homicídio. Então, nesse dia internacional das mulheres, queremos homenagear essas pequeninas mulheres mártires vítimas de homicídio e que foram brutalmente assassinadas, fria e calculadamente, assassinadas pelos seus parentes, pais, mães, avós, avôs, e muitos deles, jamais choraram por elas. Jamais choraram por essas vidas humanas.
Não nos cabe julgar os motivos. Mas temos que fazer algo para parar esse genocídio.
O Secretário de Estado, Gilberto Martins, durante a festa de aniversário do governador, (março de 2008) me disse, que o governador já o havia autorizado a anunciar em discurso, que o Novo Hospital Geral da Criança em Campo Largo, Waldemar Monastier e os Centros de Atendimento a Mulher e a Criança se tornarão “Hospital e Centros Pró Vida”. O movimento Pró Vida é internacional. Se esse projeto se realizar em inteiro teor, esse hospital será o Primeiro Hospital Público Pró Vida do Brasil, ou seja, um hospital essencialmente contra o aborto, e o Estado, estará assim, ofertando recursos de diversos tipos às mulheres ou famílias que estejam pretendendo realizar o homicida aborto para que possam, com a ajuda do governo, evitá-lo. Incluindo, se for o caso, programas de adoção. A Vida é o mais fundamental dos direitos, sem ele não podemos garantir nenhum dos demais direitos humanos.
Então eu te pergunto mulher: E se você tivesse sido abortada?
Wallace Requião de Mello e Silva
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Nesse dia internacional da mulher em 2008, o G 23 quer deixar um registro. Nós não buscamos culpados, nem queremos agravar as consciências, todavia nesse dia, queremos homenagear essas pequenas mulheres mártires, sim pequenas mulheres, que seriam meninas, mães, avós, profissionais liberais, professoras ou donas de casa, mas que foram abortadas. Elas sofreram, por assim dizer, de seus pais, vizinhos, “amigos e amigas” e de “médicos”, e como vemos, e seus corpos destruídos numa lata de lixo comprovam eloqüentemente, uma cesura previa, e foram julgadas, embora inocentes, sem crime algum, e condenadas brutalmente à morte. Suas vidas foram censuradas. Elas foram rejeitadas.
Quando plantamos um grão de feijão não esperamos outra coisa senão um pé de feijão. Quando plantamos milho, não esperamos outra coisa senão milho. Quando vemos uma coelha engravidar, não esperamos outra coisa que um coelhinho, assim, igualmente, de uma rata ou uma elefanta nada se espera senão um filhote de rata ou de elefante. Dessa maneira, é estéril e falso, discutir se o óvulo humano fecundado é ou não um ser humano. É óbvio que é um ser humano em desenvolvimento desde a sua fecundação e suas primeiras divisões celulares. A cada segundo ou minuto que passa desenvolve-se ali um ser humano. Dessa fecundação não nascerá outra coisa que não seja um ser humano. Interromper essa vida é interromper a vida humana, e na verdade interromper a vida humana tem um nome, chama-se homicídio. O aborto é homicídio. Então, nesse dia internacional das mulheres, queremos homenagear essas pequeninas mulheres mártires vítimas de homicídio e que foram brutalmente assassinadas, fria e calculadamente, assassinadas pelos seus parentes, pais, mães, avós, avôs, e muitos deles, jamais choraram por elas. Jamais choraram por essas vidas humanas.
Não nos cabe julgar os motivos. Mas temos que fazer algo para parar esse genocídio.
O Secretário de Estado, Gilberto Martins, durante a festa de aniversário do governador, (março de 2008) me disse, que o governador já o havia autorizado a anunciar em discurso, que o Novo Hospital Geral da Criança em Campo Largo, Waldemar Monastier e os Centros de Atendimento a Mulher e a Criança se tornarão “Hospital e Centros Pró Vida”. O movimento Pró Vida é internacional. Se esse projeto se realizar em inteiro teor, esse hospital será o Primeiro Hospital Público Pró Vida do Brasil, ou seja, um hospital essencialmente contra o aborto, e o Estado, estará assim, ofertando recursos de diversos tipos às mulheres ou famílias que estejam pretendendo realizar o homicida aborto para que possam, com a ajuda do governo, evitá-lo. Incluindo, se for o caso, programas de adoção. A Vida é o mais fundamental dos direitos, sem ele não podemos garantir nenhum dos demais direitos humanos.
Então eu te pergunto mulher: E se você tivesse sido abortada?
Wallace Requião de Mello e Silva
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Em Cripton o debate é nervoso.
Estelionato eletrônico.
Por Wallace Requião de Mello
Li com atenção artigo titulado: “Urna Eletrônica o Bode Expiatório” desconfiei. O excesso de elogios sobre a segurança das urnas acoberta as falhas.Em conversa com Lineu Santos, técnico especialista em redes de informática, com vinte e cinco anos de trabalho na Copel, e aposentado do Lactec, fiquei sabendo que a criptografia das "ferramentas" das maquinas eletrônicas de voto é sim "violável" em seu código, pois há casos em que hackers entraram em sistemas superprotegidos como o do Pentágono.
Mais impressionante ainda é a violabilidade de dentro do sistema, por técnicos operadores, denunciados pelo Professor Pedro Antonio Dourado de Rezende do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Brasília publicado na revista Super Interessante em 20 de setembro de 2002.
Deve ser lida. Tudo em informática é inseguro.
Existem na Internet artigos sobre a questão da violabilidade das urnas eletrônicas. Por exemplo: segundo, Orlando Tombosi: a violabilidade das urnas eletrônicas foi comprovada pela Universidade de Princeton (USA) que desaconselhou o uso nos Estados Unidos. Um artigo de Kenedy Alencar na Folha Online deve ser lido. Gilberto Marques Bruno, advogado registra interessante artigo. Sobre as questões jurídicas das urnas eletrônicas (imaterialidade testemunhal) O Relatório Alfa (www.relatorioalfa.com) é mais informativo, e trás signatários de renome como: Walter Del Picchia (Titular da Escola Politécnica de São Paulo); Jorge Stolf (Professor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas); Michael Stanton (Professor Titular das Ciências da Computação da Universidade Fluminense); Routo Tereda (Professor Titular de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo) e finalmente Edison Bitencourt (Professor Titular da Faculdade de Engenharia da Universidade de Campinas). Tais textos servem como introdução cientifica ao tema aqui tratado.Posto isso, vamos ao que interessa.Desde as eleições de 2003, quando a oposição, com Lula, ganhou as eleições e baixou a guarda e a prudência quanto às urnas eletrônicas venho tentando convencer que estamos sofrendo um processo de estelionato eletrônico que levará o povo brasileiro à total servidão nos próximos anos.Se eu digo, por exemplo, que quero ver se meu voto esta nas urnas, não será possível, não há prova material do meu voto. Se eu pedir a recontagem da urna, não há como, pois não há prova material.O voto é manifestação consciente e voluntária, portanto é ato da vontade do cidadão, é ato material, posto que seja: ato responsável e responsabilizável. Ora se não podemos verificar o voto, se não podemos reconstituir os fatos, temos o crime perfeito, ato que, embora mudando a realidade, e comprometendo as pessoas não é passível de testemunho material. De reconstituição.Independente do resultado do segundo turno, no Paraná, ou no Brasil, quer fazer notar aos estatísticos, que nas pesquisas de opinião, tanto no que diga respeito ao governo federal como ao estadual, foi mantida, sempre, uma margem de 20% entre os candidatos. Pouquinho mais e pouquinho menos, assim como mantiveram uma reserva técnica de 20% de indecisos, que em momento algum se alterou. (o que nos parece impossível).Como funciona? Primeiro as pesquisas de opinião dos grandes institutos preparam a opinião publica para um possível e adequado resultado. Com isso, não há contestação dos resultados. Depois há uma migração interna, que na eleição passada (2003) ficou na ordem de 10%, e nessa atingiu 20%. Ora, digo que Requião tinha poucas horas antes da eleição pouco mais de sessenta por cento das intenções de voto, e que Osmar Dias não atingia dezoito por cento das intenções de voto (18%). Enquanto os “grandes institutos” instrumentalizados afirmavam nas ultimas pesquisas, Requião tinha 51% e Osmar 36% (no caso diferença de 15%). Minha “opinião” matemática, que já acertou diversos resultados em campanhas anteriores, foi “surpreendida”, não que eu não esperasse, pois muitas pessoas vinham sendo alertadas por mim dessa atípica manutenção de 20% entre os candidatos, sem diminuição da reserva técnica, (20%) mantida pelos grandes institutos de pesquisa nacional. Resultado: na apuração Requião baixou para 42% e Osmar subiu para 38%%, (de 16% PARA 38%), ou seja, entre um e outro houve uma migração de 20%, e os ajustes ficaram por conta dos 20% da reserva técnica atribuída aos indecisos dos quais se equilibraram os 4% restantes. .(não houvesse essa reserva técnica não se justificaria a migração).Não é possível, meu caro leitor que, uma afirmação como essa, séria, que estou fazendo aqui, não possa nem ser contestada nem provada por falta de prova material (cédula na urna) o que comprova a total inconfiabilidade das urnas. A Urna eletrônica dá à Justiça Eleitoral um poder, desequilibrado em relação à sociedade, pois nem o cidadão, nem os partidos podem fiscalizar o processo eletrônico das urnas e da apuração. Ou seja, a sociedade deve se submeter ao julgamento da Justiça Eletoral. Mas a Justiça é cega.
Todavia, podemos sugerir aos juizes eleitorais (embora eu duvide que mandem fazer) uma pesquisai de pós-voto, ou seja, coletar agora em quem o cidadão votou, (ou apenas em algumas urnas pré sorteadas se fazer o voto material, na urna, não só o voto eletrônico) para presidente e para governador, não em quem votará no segundo turno, mas em quem votou, e os senhores certamente encontrarão uma surpreendente diferença de 20% contrapondo-se ao computo “oficial” das urnas.
Houvesse essa boa vontade com a democracia e o voto expresso e insofismável (material) de cada pessoa,, teríamos todos, por lei, (Nominal e Materialmente) o seu correspondente “Físico” em urna separada, onde poderíamos conferir resultado de urna por urna, ou o computo total. Se o leitor esta acompanhando a história do voto no Brasil, haverá de concordar, que sempre houve esforço das classes dominantes e capitalizadas em dominar e interferir no resultado das eleições. Hoje não é diferente conforme afirma o Professor Pedro Dourado ao jornalista Milly Lacombe.
Imagine você que envia uma carta para a Alemanha, no caminho, um posto de coleta abre sua correspondência e a traduz para o alemão. Quem garante que o conteúdo de sua mensagem seria integralmente entregue ao destinatário. Em tempos de ditadura e censura as cartas eram abertas. Em tempos de construção de um governo mundial, o voto imaterial, um BITE, mensageiro, pode alterar os resultados e poderá resultar na servidão total dos povos. O voto eletrônico pode ser interceptado, alterado ou traduzido em muitas das “conexões” de transmissão de dados à distância, assim como de ordenação programada dos dados intramaquina.
Qualquer pessoa iniciada em informática pode confirmar o que digo aqui.Senhores vocês estão sendo enganados, ainda que o seu candidato ou o meu ganhe, pois que esse projeto de “virtualiazar” as ações responsabilizáveis, eliminado a comprovação material, é projeto para os próximos vinte anos, ou trinta anos, quando o mundo, dito globalizado, votará questões que acabarão com a soberania dos povos.
Quem tem certeza, por exemplo, do resultado do plebiscito do desarmamento?Quem votará pelo fim da Petrobrás?Quem votará pelo controle da natalidade? A máquina, ou você?Bingo, esta lançada a sua sorte. Vote nela, a máquina te representará, e te isentará de responsabilidade. A maquina substituirá os politicos. Afinal você não quer ter todo aquele trabalho de esperar pelo escrutínio dos votos que decidem a vida em seu país. Ou você prefere ser responsável pelos seus atos, e esperar um pouquinho numa eleição que possua prova material? Cédula na urna.
Na segunda hipótese, se você quer eleger alguém saiba que você terá que suportar essa surpresa da maquina!Vejamos em seis de Agosto a Gazeta do Povo publicava uma diferença de 15 pontos. Em 23 de Agosto o mesmo jornal publicava 17 pontos; em 20 de Setembro o Data Folha publicava diferença de 22 pontos. Em 22 de Setembro o IBOPE publicava diferença de 19 pontos, sempre tirados na diferença entre os valores atribuídos aos candidatos, sem, é obvio, ultrapassar o mínimo de 20% de indecisos. Com a média de 6% de possibilidade de erro, o número oscilou entre 14 % e 16% de migração lógica e 20% de migração provável.Como esse texto foi escrito antes de resultado das urnas em 2006, vocês puderam notar que a votação entre Requião e Osmar vinha obedecendo rigorosamente o resultado prévio das pesquisas. Ou seja, as urnas eletrônicas repetiam o preparo da opinião publica pelos Institutos de Pesquisa mercenários. Todavia, no Paraná, algumas poucas cidades não votavam eletronicamente, e isso resultou e 1(um) vírgula alguma coisa por cento, o que resultou na vitória de Requião. A conclusão que tiro é a de que os programadores, no calor dos fatos esqueceram esse detalhe, esqueceram que pouco mais do que 1% da população não votava em urnas eletrônicas. Nessa eleição, em Curitiba, em 2008, gostaria de levantar a seguinte hipótese, os programadores não correram mais o risco, deram 1% ao candidato do PMDB e 70% ao candidato do PSDB.
Imaginem só como hipótese, se entra um especialista e rouba dois votos de três, ou seja, transfere de cada três votos desses 70% ele tira dois. Porém não se poderão desconsiderar os candidatos intermediários. O resultado será bem outro, e desmentirá o resultado das pesquisas de opinião. Eu não estou dizendo que isso ocorrerá, mas pode vir a ocorrer, e se por ventura ocorrer, quem é o criminoso, o hacker, ou os preparadores das urnas eletrônicas e os Institutos de pesquisa que vendem seu serviço para manipulação da opinião publica.Sem nenhum cálculo criterioso, 1% de 1.200.000, representa 12.000 votos.
Ora, amigo, se um médico conceituado em Curitiba, com milhares de clientes, sem nada que o desabone, duas vezes ex. reitor de uma Universidade Federal com 40.000 alunos, que possuem , como é óbvio, suas familias Ele o reitor das cotas ( há mais de 300.000 afro-descendentes na capital), apoiado pelo PMDB, não consegue, junto à opinião púbica 1% de opinião favorável, algo vai errado. ( é inesplicavel).
Vejam o G 23 não está preocupado se um ou outro será o candidato eleito, ou se um terceiro ou quarto, a democracia é fruto da mudança de poder, o que nos preocupa é a manipulação do povo, e da opinião, como um balão de ensaio para um mundo governado eletronicamente à revelia dos cidadãos que habitam nele.
Wallacereq@gmail.com para O G 23 de Outubro. (escrito em 2006 e completado em 2008)Tudo o que está posto aqui é "Hipótese",( pois não há prova material) não se trata de acusação, mas de um alerta aos que ainda não envenaram e sufocaram o seu último neurônio.
Se há uma força, suponho,
maravilhosa, constante,
ela é a magia do sonho
que faz do homem um gigante.
Supera o mar iracundo,
tufões e calamidades!
A força maior do mundo
é o Sonho da humanidade.
Argentina de Mello e Silva;
Por Wallace Requião de Mello
Li com atenção artigo titulado: “Urna Eletrônica o Bode Expiatório” desconfiei. O excesso de elogios sobre a segurança das urnas acoberta as falhas.Em conversa com Lineu Santos, técnico especialista em redes de informática, com vinte e cinco anos de trabalho na Copel, e aposentado do Lactec, fiquei sabendo que a criptografia das "ferramentas" das maquinas eletrônicas de voto é sim "violável" em seu código, pois há casos em que hackers entraram em sistemas superprotegidos como o do Pentágono.
Mais impressionante ainda é a violabilidade de dentro do sistema, por técnicos operadores, denunciados pelo Professor Pedro Antonio Dourado de Rezende do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Brasília publicado na revista Super Interessante em 20 de setembro de 2002.
Deve ser lida. Tudo em informática é inseguro.
Existem na Internet artigos sobre a questão da violabilidade das urnas eletrônicas. Por exemplo: segundo, Orlando Tombosi: a violabilidade das urnas eletrônicas foi comprovada pela Universidade de Princeton (USA) que desaconselhou o uso nos Estados Unidos. Um artigo de Kenedy Alencar na Folha Online deve ser lido. Gilberto Marques Bruno, advogado registra interessante artigo. Sobre as questões jurídicas das urnas eletrônicas (imaterialidade testemunhal) O Relatório Alfa (www.relatorioalfa.com) é mais informativo, e trás signatários de renome como: Walter Del Picchia (Titular da Escola Politécnica de São Paulo); Jorge Stolf (Professor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas); Michael Stanton (Professor Titular das Ciências da Computação da Universidade Fluminense); Routo Tereda (Professor Titular de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo) e finalmente Edison Bitencourt (Professor Titular da Faculdade de Engenharia da Universidade de Campinas). Tais textos servem como introdução cientifica ao tema aqui tratado.Posto isso, vamos ao que interessa.Desde as eleições de 2003, quando a oposição, com Lula, ganhou as eleições e baixou a guarda e a prudência quanto às urnas eletrônicas venho tentando convencer que estamos sofrendo um processo de estelionato eletrônico que levará o povo brasileiro à total servidão nos próximos anos.Se eu digo, por exemplo, que quero ver se meu voto esta nas urnas, não será possível, não há prova material do meu voto. Se eu pedir a recontagem da urna, não há como, pois não há prova material.O voto é manifestação consciente e voluntária, portanto é ato da vontade do cidadão, é ato material, posto que seja: ato responsável e responsabilizável. Ora se não podemos verificar o voto, se não podemos reconstituir os fatos, temos o crime perfeito, ato que, embora mudando a realidade, e comprometendo as pessoas não é passível de testemunho material. De reconstituição.Independente do resultado do segundo turno, no Paraná, ou no Brasil, quer fazer notar aos estatísticos, que nas pesquisas de opinião, tanto no que diga respeito ao governo federal como ao estadual, foi mantida, sempre, uma margem de 20% entre os candidatos. Pouquinho mais e pouquinho menos, assim como mantiveram uma reserva técnica de 20% de indecisos, que em momento algum se alterou. (o que nos parece impossível).Como funciona? Primeiro as pesquisas de opinião dos grandes institutos preparam a opinião publica para um possível e adequado resultado. Com isso, não há contestação dos resultados. Depois há uma migração interna, que na eleição passada (2003) ficou na ordem de 10%, e nessa atingiu 20%. Ora, digo que Requião tinha poucas horas antes da eleição pouco mais de sessenta por cento das intenções de voto, e que Osmar Dias não atingia dezoito por cento das intenções de voto (18%). Enquanto os “grandes institutos” instrumentalizados afirmavam nas ultimas pesquisas, Requião tinha 51% e Osmar 36% (no caso diferença de 15%). Minha “opinião” matemática, que já acertou diversos resultados em campanhas anteriores, foi “surpreendida”, não que eu não esperasse, pois muitas pessoas vinham sendo alertadas por mim dessa atípica manutenção de 20% entre os candidatos, sem diminuição da reserva técnica, (20%) mantida pelos grandes institutos de pesquisa nacional. Resultado: na apuração Requião baixou para 42% e Osmar subiu para 38%%, (de 16% PARA 38%), ou seja, entre um e outro houve uma migração de 20%, e os ajustes ficaram por conta dos 20% da reserva técnica atribuída aos indecisos dos quais se equilibraram os 4% restantes. .(não houvesse essa reserva técnica não se justificaria a migração).Não é possível, meu caro leitor que, uma afirmação como essa, séria, que estou fazendo aqui, não possa nem ser contestada nem provada por falta de prova material (cédula na urna) o que comprova a total inconfiabilidade das urnas. A Urna eletrônica dá à Justiça Eleitoral um poder, desequilibrado em relação à sociedade, pois nem o cidadão, nem os partidos podem fiscalizar o processo eletrônico das urnas e da apuração. Ou seja, a sociedade deve se submeter ao julgamento da Justiça Eletoral. Mas a Justiça é cega.
Todavia, podemos sugerir aos juizes eleitorais (embora eu duvide que mandem fazer) uma pesquisai de pós-voto, ou seja, coletar agora em quem o cidadão votou, (ou apenas em algumas urnas pré sorteadas se fazer o voto material, na urna, não só o voto eletrônico) para presidente e para governador, não em quem votará no segundo turno, mas em quem votou, e os senhores certamente encontrarão uma surpreendente diferença de 20% contrapondo-se ao computo “oficial” das urnas.
Houvesse essa boa vontade com a democracia e o voto expresso e insofismável (material) de cada pessoa,, teríamos todos, por lei, (Nominal e Materialmente) o seu correspondente “Físico” em urna separada, onde poderíamos conferir resultado de urna por urna, ou o computo total. Se o leitor esta acompanhando a história do voto no Brasil, haverá de concordar, que sempre houve esforço das classes dominantes e capitalizadas em dominar e interferir no resultado das eleições. Hoje não é diferente conforme afirma o Professor Pedro Dourado ao jornalista Milly Lacombe.
Imagine você que envia uma carta para a Alemanha, no caminho, um posto de coleta abre sua correspondência e a traduz para o alemão. Quem garante que o conteúdo de sua mensagem seria integralmente entregue ao destinatário. Em tempos de ditadura e censura as cartas eram abertas. Em tempos de construção de um governo mundial, o voto imaterial, um BITE, mensageiro, pode alterar os resultados e poderá resultar na servidão total dos povos. O voto eletrônico pode ser interceptado, alterado ou traduzido em muitas das “conexões” de transmissão de dados à distância, assim como de ordenação programada dos dados intramaquina.
Qualquer pessoa iniciada em informática pode confirmar o que digo aqui.Senhores vocês estão sendo enganados, ainda que o seu candidato ou o meu ganhe, pois que esse projeto de “virtualiazar” as ações responsabilizáveis, eliminado a comprovação material, é projeto para os próximos vinte anos, ou trinta anos, quando o mundo, dito globalizado, votará questões que acabarão com a soberania dos povos.
Quem tem certeza, por exemplo, do resultado do plebiscito do desarmamento?Quem votará pelo fim da Petrobrás?Quem votará pelo controle da natalidade? A máquina, ou você?Bingo, esta lançada a sua sorte. Vote nela, a máquina te representará, e te isentará de responsabilidade. A maquina substituirá os politicos. Afinal você não quer ter todo aquele trabalho de esperar pelo escrutínio dos votos que decidem a vida em seu país. Ou você prefere ser responsável pelos seus atos, e esperar um pouquinho numa eleição que possua prova material? Cédula na urna.
Na segunda hipótese, se você quer eleger alguém saiba que você terá que suportar essa surpresa da maquina!Vejamos em seis de Agosto a Gazeta do Povo publicava uma diferença de 15 pontos. Em 23 de Agosto o mesmo jornal publicava 17 pontos; em 20 de Setembro o Data Folha publicava diferença de 22 pontos. Em 22 de Setembro o IBOPE publicava diferença de 19 pontos, sempre tirados na diferença entre os valores atribuídos aos candidatos, sem, é obvio, ultrapassar o mínimo de 20% de indecisos. Com a média de 6% de possibilidade de erro, o número oscilou entre 14 % e 16% de migração lógica e 20% de migração provável.Como esse texto foi escrito antes de resultado das urnas em 2006, vocês puderam notar que a votação entre Requião e Osmar vinha obedecendo rigorosamente o resultado prévio das pesquisas. Ou seja, as urnas eletrônicas repetiam o preparo da opinião publica pelos Institutos de Pesquisa mercenários. Todavia, no Paraná, algumas poucas cidades não votavam eletronicamente, e isso resultou e 1(um) vírgula alguma coisa por cento, o que resultou na vitória de Requião. A conclusão que tiro é a de que os programadores, no calor dos fatos esqueceram esse detalhe, esqueceram que pouco mais do que 1% da população não votava em urnas eletrônicas. Nessa eleição, em Curitiba, em 2008, gostaria de levantar a seguinte hipótese, os programadores não correram mais o risco, deram 1% ao candidato do PMDB e 70% ao candidato do PSDB.
Imaginem só como hipótese, se entra um especialista e rouba dois votos de três, ou seja, transfere de cada três votos desses 70% ele tira dois. Porém não se poderão desconsiderar os candidatos intermediários. O resultado será bem outro, e desmentirá o resultado das pesquisas de opinião. Eu não estou dizendo que isso ocorrerá, mas pode vir a ocorrer, e se por ventura ocorrer, quem é o criminoso, o hacker, ou os preparadores das urnas eletrônicas e os Institutos de pesquisa que vendem seu serviço para manipulação da opinião publica.Sem nenhum cálculo criterioso, 1% de 1.200.000, representa 12.000 votos.
Ora, amigo, se um médico conceituado em Curitiba, com milhares de clientes, sem nada que o desabone, duas vezes ex. reitor de uma Universidade Federal com 40.000 alunos, que possuem , como é óbvio, suas familias Ele o reitor das cotas ( há mais de 300.000 afro-descendentes na capital), apoiado pelo PMDB, não consegue, junto à opinião púbica 1% de opinião favorável, algo vai errado. ( é inesplicavel).
Vejam o G 23 não está preocupado se um ou outro será o candidato eleito, ou se um terceiro ou quarto, a democracia é fruto da mudança de poder, o que nos preocupa é a manipulação do povo, e da opinião, como um balão de ensaio para um mundo governado eletronicamente à revelia dos cidadãos que habitam nele.
Wallacereq@gmail.com para O G 23 de Outubro. (escrito em 2006 e completado em 2008)Tudo o que está posto aqui é "Hipótese",( pois não há prova material) não se trata de acusação, mas de um alerta aos que ainda não envenaram e sufocaram o seu último neurônio.
Se há uma força, suponho,
maravilhosa, constante,
ela é a magia do sonho
que faz do homem um gigante.
Supera o mar iracundo,
tufões e calamidades!
A força maior do mundo
é o Sonho da humanidade.
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Acabar com o voto eletrônico.
Em Cripton, lançamento na hora errada.
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cria o próprio espaço ( sideral).,
Quem tem fé
A merenda escolar e material escolar de nossos filhos.
Você tem mesmo a perfeita idéia do que seja a distribuição de merenda escolar, e material escolar, para 2100 escolas, quase dois milhões de alunos, 399 municípios, e agora, com a determinação do governador de que 30% dos bem perecíveis sejam comprados regionalmente de pequenos produtores rurais. Você sabe o que isso significa para os produtores? O que isso significa em termos de diminuição do êxodo rural? Em qualidade para a saúde de nosso filhos? Legumes e verduras sem agrotóxico? Você já pensou na logistica diária desses bens? Você já pensou como eles são armazenados e distribuidos? Puxa gente para reclamar é preciso conhecer.
Veja essa unidade de Amarzenamento da Região Metropolitana de Curitiba.
E viva a Secretaria de Educação do Paraná. Viva o Codapar!
Obrigado professora Hitomi.
Freezer.
Veja essa unidade de Amarzenamento da Região Metropolitana de Curitiba.
E viva a Secretaria de Educação do Paraná. Viva o Codapar!
Obrigado professora Hitomi.
Freezer.
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Infra-estrutura de merenda escolar.
A merenda escolar e material escolar de nossos filhos.
Você tem mesmo a perfeita idéia do que seja a distribuição de merenda escolar, e material escolar, para 2100 escolas, quase dois milhões de alunos, 399 municípios, e agora, com a determinação do governador de que 30% dos bem perecíveis sejam comprados regionalmente de pequenos produtores rurais. Você sabe o que isso significa para os produtores? O que isso significa em termos de diminuição do êxodo rural? Em qualidade para a saúde de nosso filhos? Legumes e verduras sem agrotóxico? Você já pensou na logistica diária desses bens? Você já pensou como eles são armazenados e distribuidos? Puxa gente para reclamar é preciso conhecer.
Veja essa unidade de Amarzenamento da Região Metropolitana de Curitiba.
E viva a Secretaria de Educação do Paraná. Viva o Codapar!
Obrigado professora Hitomi.
Freezer.
Veja essa unidade de Amarzenamento da Região Metropolitana de Curitiba.
E viva a Secretaria de Educação do Paraná. Viva o Codapar!
Obrigado professora Hitomi.
Freezer.
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Infra-estrutura de merenda escolar.
Wallace Req é escritor?
Sob o ponto de vista profissional não. Wallace Req publicou três trabalhos. O primeiro como resultado de um Concurso de Contos, livro publicado pela Editora Beija Flor que pode ser encontrado na Biblioteca Pública do Paraná, sob indicação B869.08 C 744. Publicou também 518 cópias de uma pesquisa sobre o Homossexualismo, para combater a lei de Marta Suplicy que pretendia aprovar o " casamento entre pessoas do MESMO sexo", deste, há apenas um volume na Biblioteca Pública sob indicação 301.4157 S 586, trata-se de volume em capa dura, duzentas páginas, e no meu entender teve como resultado a não aprovação do " Casamento entre um "par", dupla, de Homens ou Mulheres". Todos os Deputados Federais receberam um volume em disquete, em 1996, custeados pelo meu próprio bolso.
Finalmente, durante a privatização da Vale do Rio Doce, publiquei um Manifesto, de 97 páginas, em nome do Deputado Maurício Requião ( PMDB) que pode ser encontrado na Biblioteca do Congresso Nacional.
Afora isso, desde 1986, quando publiquei meu primeiro artigo em Jornal, já publiquei um bom número de textos em diversos jornais e revistas, em Curitiba e fora de Curitiba.
Hoje com a visão bem comprometida, já não ouso me aventurar mais do que esses nove Blogs que mantenho para o G 23 de Outubro.
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
Conheça o G23 Presidente
Finalmente, durante a privatização da Vale do Rio Doce, publiquei um Manifesto, de 97 páginas, em nome do Deputado Maurício Requião ( PMDB) que pode ser encontrado na Biblioteca do Congresso Nacional.
Afora isso, desde 1986, quando publiquei meu primeiro artigo em Jornal, já publiquei um bom número de textos em diversos jornais e revistas, em Curitiba e fora de Curitiba.
Hoje com a visão bem comprometida, já não ouso me aventurar mais do que esses nove Blogs que mantenho para o G 23 de Outubro.
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Informação pessoal.
Wallace Req é escritor?
Sob o ponto de vista profissional não. Wallace Req publicou três trabalhos. O primeiro como resultado de um Concurso de Contos, livro publicado pela Editora Beija Flor que pode ser encontrado na Biblioteca Pública do Paraná, sob indicação B869.08 C 744. Publicou também 518 cópias de uma pesquisa sobre o Homossexualismo, para combater a lei de Marta Suplicy que pretendia aprovar o " casamento entre pessoas do MESMO sexo", deste, há apenas um volume na Biblioteca Pública sob indicação 301.4157 S 586, trata-se de volume em capa dura, duzentas páginas, e no meu entender teve como resultado a não aprovação do " Casamento entre um "par", dupla, de Homens ou Mulheres". Todos os Deputados Federais receberam um volume em disquete, em 1996, custeados pelo meu próprio bolso.
Finalmente, durante a privatização da Vale do Rio Doce, publiquei um Manifesto, de 97 páginas, em nome do Deputado Maurício Requião ( PMDB) que pode ser encontrado na Biblioteca do Congresso Nacional.
Afora isso, desde 1986, quando publiquei meu primeiro artigo em Jornal, já publiquei um bom número de textos em diversos jornais e revistas, em Curitiba e fora de Curitiba.
Hoje com a visão bem comprometida, já não ouso me aventurar mais do que esses nove Blogs que mantenho para o G 23 de Outubro.
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Finalmente, durante a privatização da Vale do Rio Doce, publiquei um Manifesto, de 97 páginas, em nome do Deputado Maurício Requião ( PMDB) que pode ser encontrado na Biblioteca do Congresso Nacional.
Afora isso, desde 1986, quando publiquei meu primeiro artigo em Jornal, já publiquei um bom número de textos em diversos jornais e revistas, em Curitiba e fora de Curitiba.
Hoje com a visão bem comprometida, já não ouso me aventurar mais do que esses nove Blogs que mantenho para o G 23 de Outubro.
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Informação pessoal.
Dezoito anos de luta por uma pré-candidatura à Presidência.
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Longa caminhada em Cripton
Reserva técnica do PSDB esconde Obra do Governo Requião.
Dois pavilhões, o Cataratas e o Iguaçu, dois auditórios, e o Parná não conhece essa obra?
Como pode a Midia, e os PSDB do governo esconder uma obra de 100.000 metros quadrados, auditório para 4.500 pessoas? Esse é o Centro de Convenções de Foz do Iguaçu inaugurado pelo Governador Requião em 2005. Você vai ter dificuldade de encontrar imagem no Goggle Imagens, e mesmo em prospectos oficiais do Governo.
Na minha opinião os tucanos do governo fazem com essa obra uma reserva técnica.
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Obras escondidas
Reserva técnica do PSDB esconde Obra do Governo Requião.
Dois pavilhões, o Cataratas e o Iguaçu, dois auditórios, e o Parná não conhece essa obra?
Como pode a Midia, e os PSDB do governo esconder uma obra de 100.000 metros quadrados, auditório para 4.500 pessoas? Esse é o Centro de Convenções de Foz do Iguaçu inaugurado pelo Governador Requião em 2005. Você vai ter dificuldade de encontrar imagem no Goggle Imagens, e mesmo em prospectos oficiais do Governo.
Na minha opinião os tucanos do governo fazem com essa obra uma reserva técnica.
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Obras escondidas
ONGs?
ONGs, sanguessugas do dinheiro de todos nós.
Uma amiga me manda ( envia) um E-mail, pedindo ajuda. Diz ela: estou tendo dificuldade em levantar recursos da Lei Rouanet, para realizar um projeto social e cultural. Eu, brincando respondi, mulher é mesmo assim, pó pensa naquilo: dinheiro, dinheiro, dinheiro. Ela replicou: ora amigo preciso pagar minhas contas, o plano de saúde, a mensalidade da faculdade, meus sapatos, bolsas, jóias, o cartão de credito, a prestação do carro, o aluguel, a comida... E as noitadas.
Eu pensei com meus botões que belo projeto cultural: e se sobrar alguma coisa aplicará no projeto.
Veja esse outro exemplo; Um grupo de universitários inicia uma ONG (Organização não governamental) beneficiada com isenções fiscais, para sem lucro, executar um projeto social. Querem atender 10 crianças com “Trissomia do 21° par cromossômico”. Ora, mas para executar esse santo objetivo, eles precisarão comprar computadores de última geração, uma Van Mercedes Bens Sprint de 100.000 Reais, precisarão de salário, gasolina, aluguel da sede, luz, água, etc. e tal. Do arrecadado junto ao governo esses “22 universitários” vão aplicar, se sobrar, um pouquinho de dinheiro nas crianças (leite em pó, ingressos para o cinema, compra de flautas, e fotos muito bem produzidas, para mostrar o trabalho que estão realizando e provavelmente arrecadar mais). Veja você.
O Governo do Paraná, no ano de 2008 passou para essas ORGANIZAÇÕES (Não) GOVERNAMENTAIS, oriundos do dinheiro de impostos pagos por todos nós, a mixaria de um bilhão (mil milhões) e duzentos milhões de Reais. Ora, e os caras tem a cara de pau, de se dizer, não governamental. Vivem do que os filhos da mãe? Parte desse dinheiro ajuda, por exemplo, o grupo Boticário a desenvolver perfumes, ou a manter o Shopping Estação, e outras iniciativas, coisas assustadoras. Fundações e ONGs são sim as sanguessugas dos cofres públicos, essa a verdade dura e crua.
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Uma amiga me manda ( envia) um E-mail, pedindo ajuda. Diz ela: estou tendo dificuldade em levantar recursos da Lei Rouanet, para realizar um projeto social e cultural. Eu, brincando respondi, mulher é mesmo assim, pó pensa naquilo: dinheiro, dinheiro, dinheiro. Ela replicou: ora amigo preciso pagar minhas contas, o plano de saúde, a mensalidade da faculdade, meus sapatos, bolsas, jóias, o cartão de credito, a prestação do carro, o aluguel, a comida... E as noitadas.
Eu pensei com meus botões que belo projeto cultural: e se sobrar alguma coisa aplicará no projeto.
Veja esse outro exemplo; Um grupo de universitários inicia uma ONG (Organização não governamental) beneficiada com isenções fiscais, para sem lucro, executar um projeto social. Querem atender 10 crianças com “Trissomia do 21° par cromossômico”. Ora, mas para executar esse santo objetivo, eles precisarão comprar computadores de última geração, uma Van Mercedes Bens Sprint de 100.000 Reais, precisarão de salário, gasolina, aluguel da sede, luz, água, etc. e tal. Do arrecadado junto ao governo esses “22 universitários” vão aplicar, se sobrar, um pouquinho de dinheiro nas crianças (leite em pó, ingressos para o cinema, compra de flautas, e fotos muito bem produzidas, para mostrar o trabalho que estão realizando e provavelmente arrecadar mais). Veja você.
O Governo do Paraná, no ano de 2008 passou para essas ORGANIZAÇÕES (Não) GOVERNAMENTAIS, oriundos do dinheiro de impostos pagos por todos nós, a mixaria de um bilhão (mil milhões) e duzentos milhões de Reais. Ora, e os caras tem a cara de pau, de se dizer, não governamental. Vivem do que os filhos da mãe? Parte desse dinheiro ajuda, por exemplo, o grupo Boticário a desenvolver perfumes, ou a manter o Shopping Estação, e outras iniciativas, coisas assustadoras. Fundações e ONGs são sim as sanguessugas dos cofres públicos, essa a verdade dura e crua.
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Economia
ONGs?
ONGs, sanguessugas do dinheiro de todos nós.
Uma amiga me manda ( envia) um E-mail, pedindo ajuda. Diz ela: estou tendo dificuldade em levantar recursos da Lei Rouanet, para realizar um projeto social e cultural. Eu, brincando respondi, mulher é mesmo assim, pó pensa naquilo: dinheiro, dinheiro, dinheiro. Ela replicou: ora amigo preciso pagar minhas contas, o plano de saúde, a mensalidade da faculdade, meus sapatos, bolsas, jóias, o cartão de credito, a prestação do carro, o aluguel, a comida... E as noitadas.
Eu pensei com meus botões que belo projeto cultural: e se sobrar alguma coisa aplicará no projeto.
Veja esse outro exemplo; Um grupo de universitários inicia uma ONG (Organização não governamental) beneficiada com isenções fiscais, para sem lucro, executar um projeto social. Querem atender 10 crianças com “Trissomia do 21° par cromossômico”. Ora, mas para executar esse santo objetivo, eles precisarão comprar computadores de última geração, uma Van Mercedes Bens Sprint de 100.000 Reais, precisarão de salário, gasolina, aluguel da sede, luz, água, etc. e tal. Do arrecadado junto ao governo esses “22 universitários” vão aplicar, se sobrar, um pouquinho de dinheiro nas crianças (leite em pó, ingressos para o cinema, compra de flautas, e fotos muito bem produzidas, para mostrar o trabalho que estão realizando e provavelmente arrecadar mais). Veja você.
O Governo do Paraná, no ano de 2008 passou para essas ORGANIZAÇÕES (Não) GOVERNAMENTAIS, oriundos do dinheiro de impostos pagos por todos nós, a mixaria de um bilhão (mil milhões) e duzentos milhões de Reais. Ora, e os caras tem a cara de pau, de se dizer, não governamental. Vivem do que os filhos da mãe? Parte desse dinheiro ajuda, por exemplo, o grupo Boticário a desenvolver perfumes, ou a manter o Shopping Estação, e outras iniciativas, coisas assustadoras. Fundações e ONGs são sim as sanguessugas dos cofres públicos, essa a verdade dura e crua.
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Eu pensei com meus botões que belo projeto cultural: e se sobrar alguma coisa aplicará no projeto.
Veja esse outro exemplo; Um grupo de universitários inicia uma ONG (Organização não governamental) beneficiada com isenções fiscais, para sem lucro, executar um projeto social. Querem atender 10 crianças com “Trissomia do 21° par cromossômico”. Ora, mas para executar esse santo objetivo, eles precisarão comprar computadores de última geração, uma Van Mercedes Bens Sprint de 100.000 Reais, precisarão de salário, gasolina, aluguel da sede, luz, água, etc. e tal. Do arrecadado junto ao governo esses “22 universitários” vão aplicar, se sobrar, um pouquinho de dinheiro nas crianças (leite em pó, ingressos para o cinema, compra de flautas, e fotos muito bem produzidas, para mostrar o trabalho que estão realizando e provavelmente arrecadar mais). Veja você.
O Governo do Paraná, no ano de 2008 passou para essas ORGANIZAÇÕES (Não) GOVERNAMENTAIS, oriundos do dinheiro de impostos pagos por todos nós, a mixaria de um bilhão (mil milhões) e duzentos milhões de Reais. Ora, e os caras tem a cara de pau, de se dizer, não governamental. Vivem do que os filhos da mãe? Parte desse dinheiro ajuda, por exemplo, o grupo Boticário a desenvolver perfumes, ou a manter o Shopping Estação, e outras iniciativas, coisas assustadoras. Fundações e ONGs são sim as sanguessugas dos cofres públicos, essa a verdade dura e crua.
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Economia
A sodomia, preparem o rabo porque o pepino vem grosso. É o que nos diz a Bíblia.
A Sodomia.
Todos sabem que o Homo – afetivo também chamado erroneamente de homossexual, é também chamado sodomita, seja ele, o vício de homem ou mulher. O nome deriva do vício da população de Sodoma e Gomorra, cidades bíblicas, narrada nas escrituras judaicas, que foram destruídas justamente por essa prática vergonhosa.
Sem juízo de valor o G 23 "fez" rápida pesquisa sobre as citações Bíblicas sobre a sodomia, e trago aos interessados o resultado. Nas escrituras judaicas encontramos em Lev 20, 13: “Aquele que pecar com um homem, como se ele fosse uma mulher, ambos cometeram uma coisa execranda, sejam punidos de morte: o seu sangue caia sobre eles”.
Também nas escrituras judaicas em Genesis 19, 24-26 leremos a descrição da destruição de Sodoma e seu motivo.
Nas escrituras cristãs leremos em São Paulo I Cor, 6,9-10 “não vos enganeis; nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas... possuirão o reino de Deus".
Em primeira carta a Timóteo leremos: 1Tim 1,9-10: A lei não foi feita para o justo, mas para os injustos e desobedientes, para os ímpios e pecadores, para os irreligiosos e para os profanos, para os parricidas, matricidas e homicidas, para os fornicadores, sodomitas (...).
Assim também leremos em II Pedro 2,6-9 e em São Judas Tadeu, Jud. 1,7, ambas fazendo referencia a sodomia praticada em Sodoma.
Fora das escrituras, poderemos ler em Santo Tomas de Aquino Suma Teológica II-II q 142 a 4 & II-II 154 a12.
Santo Agostinho em Confissões C III, p 8: “As devassidões contrárias a natureza devem ser condenadas em toda a parte e sempre como foram condenados os pecados de Sodoma; ainda que todos os povos os cometessem, cairiam na mesma culpabilidade de pecado segundo a Lei de Deus (os Mandamentos de Moisés) que não fez os homens para assim usarem dele”.
Mais recentemente poderemos ler em documentos dos papas São Pio V e São Pio X, o primeiro na constituição “Horrendum illud scelus”, e o segundo em Catecismo Maior n 966.
Ambos afirmam que esse pecado execrável (a sodomia) atrai a vingança cósmica, ou, melhor dizendo, a divina vingança por lesarem a ordem natural do uso do sexo e o Templo do Espírito Santo, o sagrado corpo humano.
Mas como ninguèm acredita em Deus... aguardem.
O pepino vem grosso, quem pede, implora, acaba ganhando o que quer.
Wallacereq@gmail.com
Todos sabem que o Homo – afetivo também chamado erroneamente de homossexual, é também chamado sodomita, seja ele, o vício de homem ou mulher. O nome deriva do vício da população de Sodoma e Gomorra, cidades bíblicas, narrada nas escrituras judaicas, que foram destruídas justamente por essa prática vergonhosa.
Sem juízo de valor o G 23 "fez" rápida pesquisa sobre as citações Bíblicas sobre a sodomia, e trago aos interessados o resultado. Nas escrituras judaicas encontramos em Lev 20, 13: “Aquele que pecar com um homem, como se ele fosse uma mulher, ambos cometeram uma coisa execranda, sejam punidos de morte: o seu sangue caia sobre eles”.
Também nas escrituras judaicas em Genesis 19, 24-26 leremos a descrição da destruição de Sodoma e seu motivo.
Nas escrituras cristãs leremos em São Paulo I Cor, 6,9-10 “não vos enganeis; nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas... possuirão o reino de Deus".
Em primeira carta a Timóteo leremos: 1Tim 1,9-10: A lei não foi feita para o justo, mas para os injustos e desobedientes, para os ímpios e pecadores, para os irreligiosos e para os profanos, para os parricidas, matricidas e homicidas, para os fornicadores, sodomitas (...).
Assim também leremos em II Pedro 2,6-9 e em São Judas Tadeu, Jud. 1,7, ambas fazendo referencia a sodomia praticada em Sodoma.
Fora das escrituras, poderemos ler em Santo Tomas de Aquino Suma Teológica II-II q 142 a 4 & II-II 154 a12.
Santo Agostinho em Confissões C III, p 8: “As devassidões contrárias a natureza devem ser condenadas em toda a parte e sempre como foram condenados os pecados de Sodoma; ainda que todos os povos os cometessem, cairiam na mesma culpabilidade de pecado segundo a Lei de Deus (os Mandamentos de Moisés) que não fez os homens para assim usarem dele”.
Mais recentemente poderemos ler em documentos dos papas São Pio V e São Pio X, o primeiro na constituição “Horrendum illud scelus”, e o segundo em Catecismo Maior n 966.
Ambos afirmam que esse pecado execrável (a sodomia) atrai a vingança cósmica, ou, melhor dizendo, a divina vingança por lesarem a ordem natural do uso do sexo e o Templo do Espírito Santo, o sagrado corpo humano.
Mas como ninguèm acredita em Deus... aguardem.
O pepino vem grosso, quem pede, implora, acaba ganhando o que quer.
Wallacereq@gmail.com
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Moral e Sociedade
O Pré-sal Amazônico.
O pré–sal amazônico.
O cientista brasileiro Ab Saber, em programa da TV Cultura, dirigido e produzido pela simpática filha do saudoso João Saldanha, faz uma revelação surpreendente. Há duzentos e cinqüenta milhões de anos atrás, a planície amazônica era um mar cuja embocadura, ao contrário do que eu pensava , estava voltada para o Pacífico. Houve, em alguma época um fenômeno tectônico que fez a placa deslizar por debaixo da embocadura desse mar, elevando o solo e gerando as altas cadeias de montanhas dos Andes. Isso vem em socorro da tese de Froés de Abreu, geofísico brasileiro, que defendia que o petróleo amazônico estaria assim, mais a Oeste devido aos anticlinais formados por esse movimento das placas, e do tipo de rocha, ali existentes a grande profundidade, que produziria segundo essa lógica, as “armadilhas” que captam e acumulam o óleo.
Sabe-se hoje, que há por debaixo da planice amazônica uma imensa camada de sal. A Petrobras, chegou a furar ali um poço de mais de 5000 metros.
Pouco antes da “descoberta do pré-sal", no oceano, o que desviou as atenções da Amazônia e seus segredos, a Petrobrás anunciava que investiria na Amazônia dois bilhões de dólares para furar 100 poços nas regiões noroeste da Amazônia Legal Brasileira. Pelo volume de recursos destinados, pode-se imaginar a expectativa de retorno.
A presença de gás natural de petróleo ( Acre por exemplo) indica a presença de óleo, embora algumas vezes esse óleo esteja por razões técnicas fora do alcance da tecnologia de exploração.
Muitos anos atrás, o Governo Norte Americano propôs ao Brasil a criação de um grande lago naquela planície, com a desculpa de se construir uma mega "Usina Hidroelétrica". O leitor que pesquisar encontrará na internet algo sobre esse assunto. Na verdade, a floresta era, e tem sido o grande obstáculo para a exploração e condução do Petróleo explorado na Amazônia, assim a formação daquele lago destinava-se a submergir a floresta e assim, barcos sondas, poderiam explorar aquele petróleo com a mesma técnica que se usa nos mares, e grandes navios petroleiros se encarregariam do transporte. Estava assim, não só garantida essa reserva de interesse mundial, mas, realizava-se, em favor dos norte-americanos um reserva técnica de outros minerais de imensa importância energética e econômica, como o urânio, o xisto, o petróleo, o gás, o linhito etc. Por baixo da floresta existe um pré-sal do antigo mar amazônico.
Para pensar.
Wallacereq@gmail.com
O cientista brasileiro Ab Saber, em programa da TV Cultura, dirigido e produzido pela simpática filha do saudoso João Saldanha, faz uma revelação surpreendente. Há duzentos e cinqüenta milhões de anos atrás, a planície amazônica era um mar cuja embocadura, ao contrário do que eu pensava , estava voltada para o Pacífico. Houve, em alguma época um fenômeno tectônico que fez a placa deslizar por debaixo da embocadura desse mar, elevando o solo e gerando as altas cadeias de montanhas dos Andes. Isso vem em socorro da tese de Froés de Abreu, geofísico brasileiro, que defendia que o petróleo amazônico estaria assim, mais a Oeste devido aos anticlinais formados por esse movimento das placas, e do tipo de rocha, ali existentes a grande profundidade, que produziria segundo essa lógica, as “armadilhas” que captam e acumulam o óleo.
Sabe-se hoje, que há por debaixo da planice amazônica uma imensa camada de sal. A Petrobras, chegou a furar ali um poço de mais de 5000 metros.
Pouco antes da “descoberta do pré-sal", no oceano, o que desviou as atenções da Amazônia e seus segredos, a Petrobrás anunciava que investiria na Amazônia dois bilhões de dólares para furar 100 poços nas regiões noroeste da Amazônia Legal Brasileira. Pelo volume de recursos destinados, pode-se imaginar a expectativa de retorno.
A presença de gás natural de petróleo ( Acre por exemplo) indica a presença de óleo, embora algumas vezes esse óleo esteja por razões técnicas fora do alcance da tecnologia de exploração.
Muitos anos atrás, o Governo Norte Americano propôs ao Brasil a criação de um grande lago naquela planície, com a desculpa de se construir uma mega "Usina Hidroelétrica". O leitor que pesquisar encontrará na internet algo sobre esse assunto. Na verdade, a floresta era, e tem sido o grande obstáculo para a exploração e condução do Petróleo explorado na Amazônia, assim a formação daquele lago destinava-se a submergir a floresta e assim, barcos sondas, poderiam explorar aquele petróleo com a mesma técnica que se usa nos mares, e grandes navios petroleiros se encarregariam do transporte. Estava assim, não só garantida essa reserva de interesse mundial, mas, realizava-se, em favor dos norte-americanos um reserva técnica de outros minerais de imensa importância energética e econômica, como o urânio, o xisto, o petróleo, o gás, o linhito etc. Por baixo da floresta existe um pré-sal do antigo mar amazônico.
Para pensar.
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Economia
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Formação étnica.
A formação étnica do Governador Requião.
Assistia eu a um programa de televisão, o “Alô Tche”, do Ivan Taborda, quando um representante de italianos do Rio Grande do Sul, mandava, pela TV, um abraço ao governador do Paraná, por ser ele, como aquele, também descendente de italianos. E é verdade.
Como notei que há da parte de membros das tradições étnicas formadoras do Sul uma curiosidade sobre as origens de nosso governador, optei por fazer um breve comentário de suas origens étnicas.
Os sobrenomes, De Mello e Silva e Requião são de origem portuguesa, embora o segundo tenha origem sueva em Portugal. Os suevos originalmente eram povos germânicos. Todavia o sobrenome Requiâo se aplicava, mais recentemente, como toponímico, ou seja, indicativo de lugar de origem, como por exemplo: Lange de Morretes, ou Saulo de Tarso, seguindo clara alusão às tradições antiqüíssimas. Portanto são portugueses.
No caso do governador, os De Mello e Silva vieram do Sergipe, e os Requiâo da Bahia. Os casamentos destes brasileiros de varias gerações, realizados no Paraná, contemplam senhoras filhas de Imigrantes. O Requião, avô materno do governador se casaria em Guarapuava com Cristiana Keinert, filha de alemães desembarcados em São Francisco, Santa Catarina; e o De Mello e Silva avô paterno do governador se casaria em Curitiba com uma filha de italianos Giovanna Tadeo (Joana Thadeu) filha de Antônio Tadeo e Teres(z)a D´Agostini (Dagostini) Tadeo, ambos desembarcados em Paranaguá, ela, a nubente, concebida na Itália e natural de Porto de Cima Paraná. Posteriormente moradores de uma colônia no município de Colombo.
Basicamente essa é a formação étnica de nosso governador, para que não fique nenhuma dúvida ou suspeita.
Nesta existência fugace,
águas do rio em descida...
em cada folha que nasce
há uma vitória da vida
A honra não é vaidade
nem mera conveniência
É a nossa dignidade
num drama de consciência
Não herdei ouro ou brasão
nem ambiciono jamais
a não ser a tradição
de nossa honra, meus Pais!
AMS
Wallacereq@gmail.com
Assistia eu a um programa de televisão, o “Alô Tche”, do Ivan Taborda, quando um representante de italianos do Rio Grande do Sul, mandava, pela TV, um abraço ao governador do Paraná, por ser ele, como aquele, também descendente de italianos. E é verdade.
Como notei que há da parte de membros das tradições étnicas formadoras do Sul uma curiosidade sobre as origens de nosso governador, optei por fazer um breve comentário de suas origens étnicas.
Os sobrenomes, De Mello e Silva e Requião são de origem portuguesa, embora o segundo tenha origem sueva em Portugal. Os suevos originalmente eram povos germânicos. Todavia o sobrenome Requiâo se aplicava, mais recentemente, como toponímico, ou seja, indicativo de lugar de origem, como por exemplo: Lange de Morretes, ou Saulo de Tarso, seguindo clara alusão às tradições antiqüíssimas. Portanto são portugueses.
No caso do governador, os De Mello e Silva vieram do Sergipe, e os Requiâo da Bahia. Os casamentos destes brasileiros de varias gerações, realizados no Paraná, contemplam senhoras filhas de Imigrantes. O Requião, avô materno do governador se casaria em Guarapuava com Cristiana Keinert, filha de alemães desembarcados em São Francisco, Santa Catarina; e o De Mello e Silva avô paterno do governador se casaria em Curitiba com uma filha de italianos Giovanna Tadeo (Joana Thadeu) filha de Antônio Tadeo e Teres(z)a D´Agostini (Dagostini) Tadeo, ambos desembarcados em Paranaguá, ela, a nubente, concebida na Itália e natural de Porto de Cima Paraná. Posteriormente moradores de uma colônia no município de Colombo.
Basicamente essa é a formação étnica de nosso governador, para que não fique nenhuma dúvida ou suspeita.
Nesta existência fugace,
águas do rio em descida...
em cada folha que nasce
há uma vitória da vida
A honra não é vaidade
nem mera conveniência
É a nossa dignidade
num drama de consciência
Não herdei ouro ou brasão
nem ambiciono jamais
a não ser a tradição
de nossa honra, meus Pais!
AMS
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Origens em Cripton
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
O Primeiro Mandato de Requião.
O primeiro mandato de Requião. ( 1990-94)
A construção da Ferroeste em parceria com o Exercito, a duplicação com recursos do Estado do Corredor da Morte, estrada federal, que liga o Paraná a Santa Catarina, o termino e a Inauguração da Usina de Segredo, segunda maior do estado e inicio da Usina de Caxias, a luta pela não federalização do Porto de Paranaguá, a Criação de uma Secretaria Autônoma para o Meio Ambiente, a implantação do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e ampliação e criação de parques de preservação, a implantação da Ouvidoria Pública, e da Justiça Gratuita mais o fortalecimento do Banco do Estado do Paraná, marcaram nitidamente o primeiro governo de Requião.
A Ferroeste ou Ferrovia da Soja, com quase, ou mais de trezentos quilômetros, pretendia baratear os custos do transporte, e retirar significativo número de caminhões das estradas. Seu projeto destinava-se a Foz e Guaíra. E da, num futuro, í ao Mato Grosso. A construção da Ponte de Guaíra, obra inacabada a meio rio, era outra marca em andamento daquele governo. A Ligação por ponte do Paraná a Argentina em” Andresito”, era outra marca importante para o desenvolvimento do Porto que passava a receber mais grãos do país visinho.
A Duplicação com recursos do Tesouro Estadual aplicados em uma estrada federal resolveram um problema crônico e evitou numero significativo de mortes.
O termino e inauguração de Salto Segredo, colocava o Paraná novamente na ponta entre os produtores de energia no Brasil.
A manutenção do porto público de Paranaguá, concessão federal, pretendia ser federalizada para ser privatizado, consumiu grande energia do governo.
A Criação de Uma Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a separava definitivamente da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, onde era uma diretoria de meio Ambiente, dando-lhe recursos e autonomia.
A Implementação da Ouvidoria Publica e da Justiça Gratuita, davam autonomia e cidadania ao paranaense carente que podia agora ser ouvido e abrir processo administrativo contra o estado e defender-se em todas as esferas do Direito.
O Fortalecimento do Banestado, suporte financeiro do Governo, pois recebia todos os recursos devidos ao estado, incluindo os repasses federais, e operava no mercado financeiro esses recursos, nos períodos entre a capitalização e a despesa, trazendo benefícios para a instituição bancaria e ao governo, chegando a ser no período o Banco mais lucrativo do Brasil.
No mais, o governo dava andamento, aos programas habitacionais, e escolares do governo Federal (Collor de Mello), manutenção dos serviços públicos, oferta de escolas, saúde e necessário auxilio as prefeituras e especial atenção a dispendiosa manutenção das estradas.
Esse primeiro Mandato de Requiâo foi seguido por um governo privatista, vinculado ao governo FHC, que: Vendeu o Banestado para o Itaú. Vendeu a Ferroeste, e participou na privatização da malha Ferroviária Federal no Paraná. Implantou um abusivo pedágio depois de aplicar grandes somas de dinheiro publico, incluindo duplicação, para depois entregá-las a grupos privados que davam suporte ao governo, e abandonou as demais estradas estaduais com o intuito de privatizá-las. Paralisou a construção de Usinas e iniciou o processo de privatização da COPEL, companhia Publica de Geração de Energia no Paraná. Vendeu a maioria das ações da Sanepar, companhia de águas e saneamento do Paraná tornando-a submetida ao capital privado estrangeiro. Começou e privatizar a totalidade dos serviços do Porto de Paranaguá. Foram criadas empresas mistas de administração públicas em áreas como esporte, educação, saúde, privilegiando grupos privados do suporte político do governo, com grande prejuízo real ao patrimônio público e ao atendimento a população. O estado definhava sem recursos. E em nome dessa falta de recurso, mais privatizações.
Esse estado de coisas, prolongado por oito longos anos e suportado por mídia cara e bem articulada, consumiu em disputas judiciais, boa parte do segundo mandato do Governo Requiâo.
A construção da Ferroeste em parceria com o Exercito, a duplicação com recursos do Estado do Corredor da Morte, estrada federal, que liga o Paraná a Santa Catarina, o termino e a Inauguração da Usina de Segredo, segunda maior do estado e inicio da Usina de Caxias, a luta pela não federalização do Porto de Paranaguá, a Criação de uma Secretaria Autônoma para o Meio Ambiente, a implantação do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e ampliação e criação de parques de preservação, a implantação da Ouvidoria Pública, e da Justiça Gratuita mais o fortalecimento do Banco do Estado do Paraná, marcaram nitidamente o primeiro governo de Requião.
A Ferroeste ou Ferrovia da Soja, com quase, ou mais de trezentos quilômetros, pretendia baratear os custos do transporte, e retirar significativo número de caminhões das estradas. Seu projeto destinava-se a Foz e Guaíra. E da, num futuro, í ao Mato Grosso. A construção da Ponte de Guaíra, obra inacabada a meio rio, era outra marca em andamento daquele governo. A Ligação por ponte do Paraná a Argentina em” Andresito”, era outra marca importante para o desenvolvimento do Porto que passava a receber mais grãos do país visinho.
A Duplicação com recursos do Tesouro Estadual aplicados em uma estrada federal resolveram um problema crônico e evitou numero significativo de mortes.
O termino e inauguração de Salto Segredo, colocava o Paraná novamente na ponta entre os produtores de energia no Brasil.
A manutenção do porto público de Paranaguá, concessão federal, pretendia ser federalizada para ser privatizado, consumiu grande energia do governo.
A Criação de Uma Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a separava definitivamente da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, onde era uma diretoria de meio Ambiente, dando-lhe recursos e autonomia.
A Implementação da Ouvidoria Publica e da Justiça Gratuita, davam autonomia e cidadania ao paranaense carente que podia agora ser ouvido e abrir processo administrativo contra o estado e defender-se em todas as esferas do Direito.
O Fortalecimento do Banestado, suporte financeiro do Governo, pois recebia todos os recursos devidos ao estado, incluindo os repasses federais, e operava no mercado financeiro esses recursos, nos períodos entre a capitalização e a despesa, trazendo benefícios para a instituição bancaria e ao governo, chegando a ser no período o Banco mais lucrativo do Brasil.
No mais, o governo dava andamento, aos programas habitacionais, e escolares do governo Federal (Collor de Mello), manutenção dos serviços públicos, oferta de escolas, saúde e necessário auxilio as prefeituras e especial atenção a dispendiosa manutenção das estradas.
Esse primeiro Mandato de Requiâo foi seguido por um governo privatista, vinculado ao governo FHC, que: Vendeu o Banestado para o Itaú. Vendeu a Ferroeste, e participou na privatização da malha Ferroviária Federal no Paraná. Implantou um abusivo pedágio depois de aplicar grandes somas de dinheiro publico, incluindo duplicação, para depois entregá-las a grupos privados que davam suporte ao governo, e abandonou as demais estradas estaduais com o intuito de privatizá-las. Paralisou a construção de Usinas e iniciou o processo de privatização da COPEL, companhia Publica de Geração de Energia no Paraná. Vendeu a maioria das ações da Sanepar, companhia de águas e saneamento do Paraná tornando-a submetida ao capital privado estrangeiro. Começou e privatizar a totalidade dos serviços do Porto de Paranaguá. Foram criadas empresas mistas de administração públicas em áreas como esporte, educação, saúde, privilegiando grupos privados do suporte político do governo, com grande prejuízo real ao patrimônio público e ao atendimento a população. O estado definhava sem recursos. E em nome dessa falta de recurso, mais privatizações.
Esse estado de coisas, prolongado por oito longos anos e suportado por mídia cara e bem articulada, consumiu em disputas judiciais, boa parte do segundo mandato do Governo Requiâo.
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Crpton se atualiza.
Em 2010 vai dar ZEBRA
Grande disputa em Cripton, cavalos de raça financiados por grandes apostadores e montados por cavaleiros profissionais tomam a dianteira segundo previsões encomendadas pelas preferências dos apostadores. A disputa é preparada para ser polarizada.
No entanto, como surpresa, surge agora um cavaleiro montado em um animal selvagem, forte e rápido, uma Zebra legítima, e promete disputar o páreo. Alegria em Cripton, todos querem ver a novidade. Todos querem apostar na Zebra.
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Alegria em Cripton
Abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa 2009.
Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra crise
O desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.
Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.
Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.
Requião diz que investimentos são saída contra crise
O desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.
Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.
Data: 02/02/2009 - Íntegra do discurso do governador na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa - 02/02/2009 17:03:48
Requião diz que investimentos são saída contra criseO desastre começou em Breton Woods.Tinham os EUA certeza absoluta de seu poder militar. Vencedores da guerra, convocaram a Conferência que estabeleceu o dólar como padrão de moeda em todo o mundo. Com uma única limitação: o dólar só seria emitido na medida em que houvesse contrapartida em ouro. Aí está o inicio da fantástica lenda do Forte Knox.Os EUA emitem seu papel-moeda através de uma associação de bancos privados conhecida como Federal Reserve, que passa a inundar o planeta com a nota pintada de verde, traduzida em moeda-padrão do universo. A correspondência em ouro foi quebrada inicialmente por Richard Nixon e por Ronald Reagan em decreto presidencial unilateral. Hoje, existe dólar no planeta sem correspondência com ouro, com a capacidade industrial instalada, com o produto interno bruto dos EUA. Existe dez vezes mais dólares circulando no mercado financeiro que o PIB de todos os países do mundo reunidos. As corporações industriais, se apropriando de todo o conhecimento técnico e cientifico do planeta, patenteado de forma unilateral e abusiva, aumentaram de forma fantástica seus lucros, ao mesmo tempo que congelavam os salários dos seus trabalhadores. Os lucros das bolsas, com a velocidade com a extraordinária velocidade da internet, dominam todos os negócios da terra. Com os salários congelados, o papel-moeda emitido em abundância começa a voltar para o mercado norte-americano. Pois, com o que o operário americano ganha, jamais seria possível manter o nível de renda e consumo da América do Norte. E aí temos uma oferta de financiamento abundante, que substitui o aumento dos salários dos trabalhadores, que não podiam mais, com o que ganhavam, sustentar a economia americana. Aí temos automóveis vendidos em 90 meses, financiamentos de moradia de exagerados, com prazos largos e juros absurdos, transformados nos famosos derivativos, sem nenhum controle do banco central norte americano. Tudo em nome da inventividade, da criatividade no mercado. Em determinado momento, os financiamentos não sustentados por uma evolução salarial provocam a crise, que começa como o crash de 1927 e 1929, no mercado imobiliário, e se alastra para o financiamento de automóveis, de estudantes, todo o financiamento caro e de largo prazo que substituiu o necessário aumento do salário dos trabalhadores. Numa linguagem técnica, a isso se chamaria de apropriação da mais-valia cientifica e tecnológica, sem que essa valorização do conhecimento do planeta adquirido ao longo dos séculos significasse a melhoria do salário e do poder aquisitivo do povo. Assim, a crise se estabeleceu. Senhoras e senhores.Como se determina, venho a esta Assembléia prestar contas do Governo do Paraná.Preliminarmente, a saudação do Governo às senhoras e aos senhores deputados. Fazem-se votos que esta Casa tenha uma legislatura produtiva. E que o Executivo e o Legislativo atuem de forma harmoniosa, parceira, em proveito da nossa gente. Ainda mais agora, quando a crise exige iniciativas eficazes em defesa do emprego, do salário, da produção e do consumo.A crise não pode sacrificar ainda mais os nossos trabalhadores. Os paranaenses, nos extremos de nossas possibilidades e responsabilidades, devem ser protegidos dos efeitos do abalo provocado pela debacle geral do sistema financeiro global.Aqui, na Europa, nos Estados Unidos, na África, da plácida Islândia aos agitados tigres asiáticos, onde quer que seja, reserva-se hoje ao Estado o papel de protagonista na crise aos Estados. O Estado, o mesmo Estado tão vilipendiado pelos fundamentalistas do mercado, emerge agora como esteio, como salva-vidas dos especuladores e de suas vítimas. Em regra, mais daqueles do que desses.Evidentemente, não estamos imunes à crise. O Paraná não está desonerado de seus efeitos. No entanto, com certeza, estamos bem equipados para enfrentá-la. Por que? Porque, desde o início desta administração, em janeiro de 2003, buscamos recuperar e fortalecer estruturas públicas, fortalecer o Estado. Buscamos recuperar e fortalecer a capacidade estatal de planejar e intervir na realidade, em uma desabrida e clara desafinação com os pregadores do Estado mínimo, com os fâmulos das privatizações, das desregulamentações.Ao mesmo tempo, desde os primeiros dias, procuramos preservar tanto a administração direta quanto a indireta do assanhamento, do apetite, da gulodice dos que encaram a coisa pública como um butim a ser partilhado. Nesse sentido, atuamos em duas frentes. Em uma face, revisamos todas as tabelas de preços, do fornecimento de material de consumo para as obras públicas. Moralizamos as concorrências, instituímos o registro de preços. Em outra face, cancelamos ou renegociamos contratos lesivos ao Estado e às empresas públicas. Menciono como referências os contratos de informática, mais de meio bilhão de reais de dinheiro público irregular e desnecessariamente comprometido, que cancelamos. E, sobretudo, os absurdos contratos de compra de energia firmados pela Copel, que repactuamos em condições vantajosas para nós, paranaenses. Buscamos, enfim, lançar e firmar bases para a construção de um Estado democrático, moderno, progressista e justo, em contraposição ao modelo em voga, excludente, gerador de desigualdades sociais, de desequilíbrio econômico, de corrupção.Buscamos um Estado que praticasse políticas públicas que assegurassem os direitos fundamentais da cidadania; que radicalizasse na opção pelos mais pobres, pelos desvalidos, pelos trabalhadores, pelos pequenos. Que combatesse as desigualdades sociais e regionais, que investisse nas regiões menos dinâmicas do nosso território. Que contribuísse para a construção de uma Nação para os nossos, e não um Brasil para os outros, para o desfrute do mercado, para o deleite das megas corporações transnacionais, notadamente as do mercado financeiro.Esse, o caminho que escolhemos. Na contramão das receitas, preceitos e dogmas neoliberais. Arrostando e encarando as consequências dessa escolha. E não foi branda, muito menos respeitosa, a reação dos torquemadas do mercado. Na verdade, a crise que hoje desorganiza a economia mundial e cuja grandeza ainda não nos é ainda possível avaliar, já estava escrita nas estrelas.Não era preciso ser profeta, consultar o Oráculo de Delfos ou a mãe Dinah para saber que a especulação, a jogatina amalucada, desregrada das bolsas, o arrocho dos salários dos trabalhadores do mundo todo, mais cedo ou mais tarde trariam consequências funestas. O que esperar, quando a especulação e a usura prevalecem sobre o trabalho e a produção? Todavia, aconteceu.Trata-se agora de impedir que a crise castigue a nossa gente, de impedir que, como é de uso, a conta seja paga pelos trabalhadores. O que interessa, e deve mobilizar o Executivo e o Legislativo, é a garantia dos empregos, dos salários e da produção. É o que temos feito.Agora, em abril, entra em vigor a diminuição do imposto de 95 mil itens de consumo mais frequente — alimentos, eletrodomésticos, remédios. Tudo aquilo, enfim, que compramos, que compra o trabalhador, com o salário que recebe.Essa desoneração do consumo vem em boa hora. Em circunstâncias como as de agora, o estímulo ao consumo é vital. A equação é muito simples. A contração do consumo resulta na diminuição da produção, no desemprego, na redução da massa salarial. Logo, é o que temos que evitar. O círculo virtuoso da economia não pode ser revertido. A diminuição do ICMS desses 95 mil itens, na verdade, é um capítulo a mais, e certamente não o último, de uma política fiscal que abre mão do imposto em troca do emprego, do consumo, da produção.Começamos em 2003, quando de uma só penada isentamos o microempresário do pagamento de imposto e reduzimos radicalmente o imposto da pequena empresa. Hoje, das 242 mil empresas cadastradas na Receita Estadual, 172 mil beneficiam-se da redução do ICMS.Toda vez que um setor da economia precisa de ajuda, com a ajuda da Assembléia Legislativa, cortamos imposto. Tanto para aumentar a competitividade dos nossos produtos, quanto para diminuir o impacto de retrações de mercado. Foi assim que cortamos o ICMS da criação de frangos, da suinocultura, de fabricantes de carrocerias, dos moinhos de trigo, de dezenas de casos semelhantes. Para incentivar as nossas indústrias a se equiparem e modernizarem, cortamos o imposto das importações de bens de capital pelo nosso Porto de Paranaguá.De todas essas iniciativas de diminuição e isenção de ICMS, uma das mais importantes, e de maior repercussão em nossa economia, foi a redução de 18 para 12 por cento do imposto nas compras internas. Isso levou grandes atacadistas a fecharem seus escritórios de compra em outros Estados, dando preferência ao produto paranaense. Mais produção, mais vendas, mais empregos, aqui mesmo, no nosso Paraná.Disse que uma das premissas deste Governo é o combate aos desequilíbrios regionais. Pois bem, para tanto, estamos dilatando em até oito anos o recolhimento do ICMS para a ampliação de investimentos e para novos investimentos nas áreas menos desenvolvidas, de menor Índice de Desenvolvimento Humano. Assim como prorrogamos por até quatro anos o recolhimento do ICMS sobre a conta de energia elétrica das empresas que se instalarem nas regiões mais pobres do Estado. Esse dinheiro fica como capital de giro para as empresas. Em uma conjuntura como esta, é um recurso extraordinariamente bem-vindo. Até o momento, já deixamos com as empresas a quantia de 3 bilhões e 200 milhões de reais em imposto não recolhido.A política de usar o imposto como meio de defesa do emprego e da produção está dando certo. Os resultados são fantásticos. De um lado, damos vida e sobrevida aos investimentos, às empresas. Hoje, temos aqui no Paraná o melhor índice nacional de longevidade das micro e pequenas empresas. Isentas de impostos ou recolhendo o mínimo, nossas empresas vivem bem e muito mais que a média brasileira.Na outra ponta, isso faz com que o Paraná seja o Estado brasileiro que mais gera empregos com carteira assinada, proporcionalmente. Nos últimos seis anos, atingimos a magnífica marca de 627 mil empregos formais. Como um estudo do BNDES recomenda que a cada emprego direto calcule-se a criação de 2,8 empregos indiretos, teríamos então, no período, um milhão, setecentos e cinquenta e cinco mil e seiscentos novos empregos. Tenho lido, nesses dias, com certa preocupação e muito espanto, notícias sobre a perda de empregos formais no Paraná, inclusive algumas projeções fantasiosas, para o encanto dos pessimistas. Modus in rebus. Moderação na coisa. Não é bem assim. Vamos à verdade dos números.Em dezembro, como em todos os dezembros, desde que o mundo é mundo, há de fato aumento de demissões. As fábricas já fabricaram o que tinham a fabricar para o final do ano; as lojas já venderam o que tinham a vender. E assim por diante. Daí, as demissões.Em dezembro de 2007 foi a mesma coisa. Sem crise, foram demitidos quase tantos trabalhadores quanto no dezembro de 2008. É sazonal, dezembro é o mês das demissões dos trabalhadores contratados especialmente para a demanda das festas do final do ano.O que poucos disseram, o que poucos destacaram é que, mesmo assim, o saldo de empregos no Paraná, em 2008, foi altamente positivo, um saldo de cento e dez mil novos empregos com carteira assinada, ou trezentos e oito mil novos postos de trabalho, segundo a projeção do BNDES.Mais ainda — a taxa de crescimento de empregos do Paraná, no ano passado, ficou bem acima da média nacional: 5,69 por cento, ante 5,01 por cento; e superior a Estados como São Paulo e Minas Gerais.Vamos manter os mesmos números neste 2009 que começa tão nebuloso? Certamente não. Mas esse terrorismo todo acaba levando empresas a demitirem sem base na realidade dos fatos, como reação espasmódica, pavloviana. Falou em crise, já sacam demissões e cortes de gastos como se fossem os remédios salutares. Mais adiante falarei sobre a terapia dos cortes de gastos, essa malandragem tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade.Se as fábricas não podem parar, se o comércio não pode deixar de vender, e nos limites de nossas responsabilidades estamos fazendo de tudo para que a economia continue em movimento, os nossos agricultores também devem ser apoiados para que prossigam plantando.Destaco aqui ações voltadas à agricultura familiar, uma vez que todos os alimentos servidos à nossa mesa, diariamente, vêm das pequenas e médias propriedades. Hoje, das 374 mil propriedades agrícolas existentes em nosso Paraná, 340 mil são da agricultura familiar. Para esses agricultores, criamos o Fundo de Aval, o Trator Solidário, a Irrigação Noturna. O Fundo de Aval libertou o pequeno agricultor da amarra da falta de crédito, porque não podia oferecer as garantias que os bancos exigiam. Hoje, quem garante o financiamento é a nossa sociedade, através do Estado.Já distribuímos 2.500 tratores com o programa Trator Solidário para mecanizar e modernizar a agricultura familiar. Os efeitos da mecanização na pequena propriedade são fantásticos. Aumenta a produção, a produtividade, a renda, fixa a família à terra, diminui o êxodo e, por consequência, melhora a vida nas cidades. Com o programa Irrigação Noturna, financiamos equipamentos de irrigação e damos um desconto substancial na tarifa de energia, para que os agricultores irriguem suas plantações durante a madrugada. A taxa de financiamento do equipamento é de 1%, não ao mês, mas ao ano, simplesmente para um registro do que se está fazendo e do benefício que se consegue.Fala-se no verdadeiro milagre de produtividade da pequena agricultura japonesa, chinesa, coreana e mesmo da européia. Pois bem, estamos construindo a mesma coisa aqui, no Paraná. Com crédito agrícola, mecanização, irrigação, pesquisas e assistência técnica. Os resultados estão aparecendo. Pela primeira vez em tantas décadas, ano passado o Paraná deixou de perder pequenas propriedades. Pelo contrário, aumentou o número delas e, por conseguinte, caiu o índice de êxodo rural. Essa é outra frente de batalha contra a crise: garantir a pequena propriedade rural, produzir alimentos, evitar a alta de preços e a inflação.Combater a crise é também investir em infra-estrutura e em obras públicas. Investimos e vamos continuar investindo, rejeitando a opção fácil, desfrutável e meã dos cortes de investimentos. Para recuperar, construir e melhorar oito mil quilômetros de rodovias estaduais, já investimos 1 bilhão e 500 milhões de reais. E, neste ano, vamos investir mais 250 milhões na construção, recuperação e conservação de estradas estaduais, municipais, aeroportos e pontes.O Paraná é auto-suficiente em energia elétrica, mas continuamos investindo forte no setor. Depois de concluir as usinas de Santa Clara e Fundão, iniciamos a de Mauá. Neste 2009, devemos investir 1 bilhão e 100 milhões na geração e transmissão da nossa Copel. Queremos aumentar cada vez mais a oferta de energia, para receber e estimular a ampliação de grandes investimentos industriais, comerciais e de serviços.A batalha dos portos públicos do Paraná continua. Começa agora a dragagem, e ainda neste semestre vamos eliminar as restrições à navegação. Com 430 milhões de reais em caixa, continuaremos com obras. Agora em março, vamos inaugurar o Terminal Público de Fertilizantes e um novo pátio para a movimentação de veículos. E estamos construindo um terminal público para congelados. Mesmo com o espocar dos primeiros sinais da crise, os portos de Antonina e Paranaguá geraram, em 2008, uma receita cambial de 14 bilhões de dólares, a maior de todos os tempos. Na ampliação da infra-estrutura do saneamento, os números também são expressivos. Já investimos dois bilhões de reais em água e esgoto. E, até 2010, vamos investir mais um bilhão de reais. Hoje, cem por cento da população urbana do Paraná recebe água tratada em casa. E 95 por cento dos moradores das cidades com mais de 50 mil habitantes são atendidos com coleta e tratamento de esgoto. São, sem dúvida alguma, os melhores índices do Brasil, iguais ou melhores que os de países desenvolvidos. Os investimentos em infra-estrutura somam-se aos investimentos em obras públicas. Construímos, reformamos ou ampliamos 37 hospitais. Em todas as regiões. Cito aqui os magníficos hospitais de Paranaguá, de Paranavaí, de Ponta Grossa, de Francisco Beltrão, o Centro de Queimados de Londrina, o Hospital da Criança, em Campo Largo, e o de Reabilitação, em Curitiba.A regionalização do atendimento à saúde deixou de ser promessa ou intenção para se transformar em fato. Ainda mais. Para cuidar das mães paranaenses e de seus filhos, nos bairros ou cidades onde moram, já construímos ou estamos concluindo 145 Centros da Saúde da Mulher e da Criança. Pequenos hospitais, com ultrassom, médicos, pediatras, ginecologistas e dentistas. E já autorizei a construção de outros 150.Para atender as reivindicações dos municípios de melhorias urbanas, de pavimentação, de creches, praças, terminais rodoviários, centros de convivência, ginásios de esportes, canchas cobertas, postos de saúde, escolas, mercados, barracões industriais, bibliotecas, parques, iluminação pública, financiamento de máquinas e equipamentos rodoviários vamos investir, neste ano, com crise ou sem crise, pois temos 600 milhões de reais em caixa, e 200 milhões de reais de retorno das prefeituras, vamos investir 800 milhões de reais. Estado algum tem um fôlego como esse para apoiar os novos prefeitos.São incríveis os efeitos dessas obras e desse volume de investimentos na vida de nossos municípios, especialmente nas pequenas localidades. Construímos, reformamos ou ampliamos 26 unidades penitenciárias, elevando o número de vagas no sistema de 6.529, para l4.563 neste momento. Programamos a construção de outras cinco unidades, e projetamos a construção de outras seis, para criar mais sete mil e trezentas vagas.Entre 2003 e 2008, construímos 75 novas escolas e reformamos outras 251, um investimento de 105 milhões de reais. Agora, estamos construindo 14 escolas, licitando outras 31 e concluindo o projeto de mais 46 unidades, num investimento de 273 milhões de reais. Até 2010, temos programadas, além do que citei, mais 92 novas escolas. E para resolver de vez as dificuldades do transporte escolar, estamos comprando um mil, cento e quarenta ônibus, um investimento de 133 milhões de reais. A maior parte deles de uma montadora de carrocerias do Paraná, com domicílio industrial em Cascavel, gerando a contratação de mais 350 trabalhadores.Já construímos 22 mil e 500 casas populares, um investimento de 349 milhões de reais; e urbanizamos e regularizamos 19 mil e 700 lotes. São 180 mil paranaenses beneficiados. Estamos hoje desenvolvendo no bairro Guarituba, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior programa de urbanização do País, atendendo cerca de 60 mil pessoas. Um número maior que a população de 90% dos municípios do Paraná. Neste 2009, vamos construir mais 14 mil casas, um investimento de 113 milhões de reais.Pois é. E ainda temos que ouvir em nossas manhãs radiofônicas que este Governo não tem obras. O que querem? Fontes luminosas? Portais e outras pirotecnias tão ao gosto de alguns? É preciso muita má vontade, muito azedume, muita ignorância córnea ou má-fé cínica para negar a este Governo o maior programa de obras públicas e de investimentos hoje no País, entre todos os Estados, e o maior da história entre todos os governos do Paraná.Assim combatemos a crise. Investindo, construindo, melhorando a vida das pessoas, gerando empregos, dotando o nosso Paraná de infra-estrutura moderna, adequada, favorável a novos empreendimentos.E não vamos cortar gastos. Cortar gastos é a saída clássica, pouco criativa, desiluminada, preguiçosa, ou, quando não, espertalhona. Vejo aí muitos Estados e prefeituras quebrados e que aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer nunca, para cortar despesas que não tinham condições de realizar com crise ou sem crise, para negar aumentos salariais que não dariam mesmo. E proclamam que estão fazendo um choque de gestão. Ora. A minha disposição de não suspender investimentos, de não cortar gastos, de acelerar as obras públicas, de manter o cronograma previsto já mereceu críticas e reparos, tanto na imprensa local quanto da nacional. E toda vez que sou entrevistado, a primeira pergunta é sobre os cortes de gastos para enfrentar a crise. Por que essa obsessão? Por que o Estado tem que sacrificar obras e investimentos, ainda mais obras e investimentos que vão atender os que mais precisam e dependem da administração pública? Afinal, com o que o Estado gasta? Relatei aqui. Gasta com saúde, com educação, com habitação, com infra-estrutura, com saneamento, com apoio à produção, com estímulo à geração de empregos, com a modernização do Judiciário, e com a necessária modernização do nosso Ministério Público. É com isso que gastamos. E falam em cortar esses gastos, como se cortá-los fosse uma coisa boa, virtuosa, responsável, equilibrada, e outros adjetivos com que premiam-se ações administrativas fiéis à cartilha neoliberal, do neoliberalismo que explode nesse momento a economia do planeta.É a mesma reação de alguns patrões que, esperta e açodadamente, jogam a conta para os trabalhadores, demitindo, propondo redução de salários e outras coisas do gênero. Para surpresa de alguns, para o desconsolo dos cortadores de gastos, dos entusiastas dos choques de gestão vou dar aqui algumas informações sobre o custo da máquina pública paranaense, conforme estudo — pouco divulgado — do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada.Primeira informação: dos Estados do Sul, o custo da nossa máquina é o menor. Segunda informação: entre os 27 Estados brasileiros, o custo da máquina pública paranaense, por habitante, fica em décimo-primeiro lugar, apenas cinco reais acima, por exemplo, que o custo da máquina de Minas Gerais, estado tão decantado por sua proposta neoliberal e pelo choque de gestão que sacrifica empregos, salários, trabalhadores.Nossa eficiência dispensa o marketing e a propaganda. Por isso que não vamos cortar gastos, reduzir investimentos, suspender obras. É claro, vamos estar sempre atentos ao andar da conjuntura e, se necessário, com responsabilidade, fazer os ajustes necessários. Da mesma forma, não vamos suspender ou diminuir qualquer dos programas dirigidos aos paranaenses de menor renda, como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água.Igualmente, vamos continuar a política do piso salarial regional. Com a fixação do nosso mínimo entre 527 e 548 reais, em maio de 2008, foram beneficiados, diretamente, 170 mil trabalhadores e, indiretamente, 210 mil assalariados que tiveram seus reajustes influenciados pela base do piso regional. Segundo o Dieese, o mínimo regional injeta em nossa economia mais de 400 milhões de reais, no decorrer do período de sua vigência. Como se vê, cortar salários, reduzir os ganhos dos trabalhadores, não é propriamente uma medida muito inteligente.Senhoras e senhores deputados, são as contas que presto de como o Governo do Paraná enfrenta a crise. Para avançar ainda mais, para impedir que a crise sacrifique a nossa gente, Executivo e Legislativo devem estreitar ainda mais suas relações. Juntos, vamos pensar, vamos criar, vamos fazer.À guisa de encerramento, Alguns conselhos, ao governo federal. Em primeiro lugar: o Brasil não pode manter sua indústria sem o controle do câmbio. Isso diz respeito principalmente às industrias que trabalham com insumos importados, como a indústria de informática, como a nossa Positivo Informática, que trabalha com 85% de insumos importados. Como podem eles fixar um preço internacional, participar de uma megaconcorrência, quando o dólar varia em duas, três horas, de R$2,20 para R$2,45? É rigorosamente impossível. Os países do mundo inteiro estão controlando o câmbio, e o Brasil tem que fazer isso com coragem. A segunda medida é a estatização dos empréstimos. O presidente Lula, no caminho certo, liberou uma bela fatia do depósito compulsório dos bancos. Porque empresa sem financiamento — e os financiamentos internacionais foram encerrados — não pode evoluir, não podem produzir. E os bancos aplicaram o compulsório em letras do tesouro. Seguindo o entendimento do Tratado da Basiléia, cuidando de sua estabilidade e pouco se preocupando com a economia do País onde estão, os bancos bateram todos os recordes de lucratividade. Todos eles, hoje, enfeitam as páginas do Guinness, o livro dos recordes.O caminho é a estatização dos empréstimos. Alguns liberais se enrubesceriam e mostrariam sinais de indignação diante de uma proposta destas. Mas o Fundo Monetário Internacional não propôs, como eu estou propondo agora, a estatização dos empréstimos. O FMI propôs a estatização dos bancos, para a sobrevivência da economia do planeta. Outra medida já foi tomada pelos governos federal e estadual, com o PAC e o nosso plano de aceleração do crescimento. Temos que maximizar investimentos, principalmente nas regiões mais pobres. Investimentos produtivos, em infra-estrutura. Investimentos que gerem empregos. E, finalmente, precisamos de aumentos de salário. A crise que vivemos hoje começou porque as empresas capitalistas maximizaram lucros, se apropriando da mais-valia da ciência e tecnologia gerada pela humanidade o longo dos anos, e congelaram os salários. Só vai haver a retomada do desenvolvimento com a industrialização do País. Não podemos continuar sendo uma espécie de plantation das nações mais desenvolvidas, como foram no passado a África e a Índia, onde os países desenvolvidos plantavam para seu consumo. E, quando foram embora, na mudança dos ciclos econômicos não deixaram educação, tecnologia, desenvolvimento. É evidente que as commodities não deixariam de ser interessantes, mas elas não podem ser o objetivo absoluto de um governo, de uma sociedade, de uma economia.Precisamos da industrialização, da ampliação de salários, da aceleração da possibilidade de consumo neste nosso extraordinário Paraná. E, no que se refere ao funcionalismo público, não vai aqui uma promessa vazia, de um demagogo na tribuna — mas os aumentos serão os maiores que o Estado puder dar. O aumento do salário do funcionalismo significa maior capacidade de compra. Somado a política fiscal lubrifica esta maquina e restabelece o circulo virtuoso do desenvolvimento.Muito obrigado.
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