As filhas da
Igreja.
Novamente eu
volto a esse assunto. E por quê?
Porque todas
as vezes que pesquiso algo da antiguidade, como foi o caso da recente pesquisa
sobre as origens da Filosofia, encontro em textos algumas frases que são
verdadeiras palavras de ordem, que se resumem mais ou menos nisso: A igreja é
imperfeita; A Igreja é criminosa; A Igreja é o grande obstáculo para o avanço
da humanidade. Devemos odiá-la. Tudo falso. Pois a Igreja é o Corpo Místico de
Cristo. E até mesmo os chamados crimes do clero não divergiam muito dos
costumes da época e do comportamento de outras instituições.
Na verdade a
Igreja, desde o século terceiro foi o grande deposito da cultura clássica, e
acabou, mesmo, sendo como vamos demonstrar a construtora das bases do que
posteriormente se chamou Renascimento da Cultura Clássica.
Assim
resolvi publicar mais esse trabalho de pesquisa, renovado nas fontes, embora discorra
sobre os mesmos temas já publicados.
A origem das Universidades.
Meu caro
leitor, uma pesquisa isenta de paixão nos obrigará a admitir que as
universidades sejam sem duvida alguma, filhas da Igreja.
A palavra “Universitas”,
um empréstimo do conceito grego “católico”, ou seja, de aplicação universal,
foi usada pela primeira vez em Oxford, que surgiu como uma ramificação do Estúdio
de Paris que se criara na abadia do Sinai, lá pelos idos de 1167.
Desde o
mandado de Jesus Cristo aos apóstolos “Ide e ensinai a todos os povos” ficou
caracterizado o espírito universal da Igreja, e é desse espírito que a Igreja
empresta o seu nome: Católica, ou seja, Universal.
Os tempos
exigiam. Os mosteiros de Cluny e Citeaux eram os centros intelectuais à época,
e quem quisesse aprender sobre o passado era lá que encontraria os necessários documentos.
Porém segundo alguns autores esse prestígio foi sendo assumido pelas escolas
episcopais e catedralícias, que se formaram nas catedrais de Reins, Chartres,
Paris, Lion, mais tarde Angers, Cantuária,
Orleans, Montpellier, estas ultimas na França. Cantuária e Durham
na Inglaterra, Toledo, Salamanca e Valença na Espanha. Bolonha, Ravena, Palermo
e Napoli na Itália. Uma licença papal era necessária. A “Licentia Ubique
Docenti” permitia aos principais desses centros de cultura a ensinarem, através
de extensões em toda a Europa. Vivia-se então, como na antiguidade Clássica e
nos tempos bíblicos um analfabetismo das massas em todo o Planeta. Verdade que
ainda hoje, se auto-denuncia pelo analfabetismo funcional e real das massas em
todos os povos do Planeta. A imprensa
era desconhecida tornando os manuscritos documentos preciosos e raros. As
prensas (de fazer papel) de papel só iriam aparecer na Europa depois da
fundação das grandes universidades. Na Espanha, por exemplo, em Sativa somente
em 1238. Em Fabriano na Itália por volta de 1268. Em Troies na França em 1338.
Em Nuremberg na Alemanha em 1390. Os documentos eram ainda em papiros (folha de
palma), pergaminhos( couro de Pérgamo) e tecidos nos textos mais orientais. Desta maneira, com as prensas popularizavam-se
os ensinos clássicos.
O ensino
processava-se mediante o curso (Letio) o debate (Disputatio) e as questões (Questiones).
Só raramente os cursos eram publicados (material escolar nem pensar) A língua
em toda a Europa culta e em todas as escolas cristãs era o Latim. Os graus acadêmicos
obtidos eram: O Bacharelato, a Licenciatura (Magister) e o Doutorado. As
defesas eram orais.
Não era
superficial, e o aluno era exigido na memória. Ensinava-se gramática, retórica,
dialética, musica aritmética, geometria e astronomia. Depois se passava a uma
das três faculdades superiores: Direito Canônico, ou Decreto, Medicina, e
Teologia (as Universidades eram mantidas pela Igreja).
Teologia
necessitava-se de 15 anos de estudo. E só se obtinha o doutoramento com 35
anos. Direito e Medicina estudava-se de 21 a 25 anos.
De qualquer
modo as três primeiras Universidades foram: A de Bolonha em 1158; Paris em
1179; Oxford em 1214. Uma bula papal “Parens scientiarum” (Pai das ciências)
generalizou o estatuto das universidades. Em 1208 a Universidade de Paris tornou
a “Universitas Magistrorum” (Universidade dos Mestres) a escola formadora de
Mestres. Em redor dessas três principais Universidades pioneiras vão surgir
sempre por obra da Igreja e por concessão dos Papas as seguintes: na Itália Pádua
(1222), Siena (1246), Varcela, Arazzo, Roma e Nápoles. Depois de 1300
juntaram-se as de Perusia. Pisa e Florença.
Na França: a
de Orleans (1229) célebre nas questões jurídicas; Angers (1231); Montepellier (1220-1240)
clássica da Medicina; Toulouse em 1229 para combater os cátaros e albigenses.
Na
Inglaterra da Oxford originar-se-ia Cambridge.
Em Portugal
o Instituto de Coimbra e o Estúdio de Lisboa.
Na Espanha,
Salamanca Valença, Lenica, Perpinhão, e posteriormente Valhadolid.
Assim na
Europa Central por volta de 1300 já existiam as Universidades de Praga criadas pó
Carlos IV dos Luxemburgo.
Entre 1350 3
1400 as universidades já eram 55 em solo europeu. Nas Américas, a mais velha
Universidade das três Américas foi fundada pela Igreja em Córdoba, na Argentina
e data de 1600.
Não seria
muito lembrar que tudo isso aconteceu antes (durante os três séculos que antecederam)
da reforma protestante (1450).
Donde se concluem
que as Universidades são invenções da Igreja Católica, mais propriamente SUAS
FILHAS.
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