Universidades do Mar.
Recentemente assistimos pasmos, no Brasil, ao fenômeno prático da “ingerência à colônia Branca do Brasil”. Pouco antes da divulgação das descobertas de Petróleo no pré-sal, impôs-se ideologicamente ao Brasil nova legislação sobre as águas territoriais brasileiras de modo a garantir direitos às “Companhias” (bandeiras) petroleiras estrangeiras. Este fato mostra claramente a ingerência que sofremos em toda a nossa história, e, infelizmente, sempre com a aquiescência de nossas lideranças políticas e militares.
Quando contemplamos a historia dos chamados países centrais (sob o ponto de vista econômico e militar) salta aos olhos a sua história marinha, seja mercantil, seja marinha de guerra.
Não é preciso lembrar que os mares representam três quartas partes da superfície do globo, somente isso já no diz de suas importâncias
Mas quando contemplamos a história dos países periféricos com acesso ao mar (sob o ponto de vista militar e econômico) salta aos olhos a fragilidade de suas frotas militares e mercantis. E eu quero crer, numa primeira analise, que isso se deve as estratégias de ingerência dos países centrais aos chamados países periféricos, ou fornecedores de matéria prima e bens primários de consumo. Quando olhamos com desassombro as marinhas de guerra desses países (como o nosso) vemos que elas são, nada mais nada menos, que subsidiarias das forças armadas dos países centrais, algo como filiais de guerra, prontas para servirem aos interesses dos comandantes do mundo econômico. Não julgo esses fatos ideologicamente, não nesse texto.
No Brasil temos oito mil quilômetros de costa marinha. Temos uma produção para exportação em números consideráveis. Então fica no ar a pergunta: Por que não temos uma frota mercantil e militar à altura de uns país com duzentos milhões de habitantes? Respondo: Porque ainda somos uma Colônia Branca.
Para mudar este estado de coisas, supondo que o Brasil queira mesmo ser uma economia emergente e soberana (pois não adianta apresentar números de economia emergente se os detentores dessas riquezas são estrangeiros, ou bancos, ou multinacionais com sedes em territórios estrangeiros) necessitamos então de criar uma nova mentalidade protagonista com relação aos mares.
Não farei critica ou analise do que já existe no Brasil, como, por exemplo, o manual de profissões marítimas do Cesumar com seu curso à distancia (em Maringá), ou a Faculdade de Ciências Biológicas Marinhas, no litoral do Paraná.
Eu gostarei de ver outra coisa no Brasil, um elenco de profissões universitárias (nível superior) e técnicas, priorizada por um plano de desenvolvimento Mercantil e Militar dos mares, com objetivos claros, e metas atingíveis. É uma vergonha um país que se diz entre as 10 maiores economias do mundo ter vendido seu porta-aviões como sucata (já foi desmontado e podemos ver fotos de seu desmanche na Internet), e termos o substituído por outra sucata francesa fabricada em 1957. É uma vergonha. Sobretudo porque somos produtores de aço e concreto, mas estamos sob as regras invisíveis das nações centrais quanto à produção de Belonaves e armas. Assim como sempre estivemos sob a pressão das regras invisíveis quanto à produção de aeronaves, e ate automóveis e caminhões.
Engenharia Naval; Engenharia Portuária; Logística Portuária; Logística de Transporte Maritimo; Estaleiros Públicos; Geologia da Plataforma Continental. Engenharia de prospecção de petróleo nos mares; Mecânica de fluidos subterrâneos e submarinos; Hidrologia aplicada às massas marinhas; Emergia dos Mares; Engenharia de pesca; Engenharia de repovoamento dos mares; Engenharia de produção e conservação de pescados; Direito Marítimo; Direito Alfandegário especifico; Diplomacia Marinha; Regra comum para facilitar o Comércio das diversas Nações sul americanas por mar; Engenharia de conservação e proliferação da Flora Marinha como defesa de conservação da qualidade do ar. Engenharia de dessalinização de águas marinhas; Desenvolvimento de oito estações flutuantes (ou insulares) de pesquisa nas águas territoriais brasileiras, que servissem de suporte adequado ao controle da Marinha em águas brasileiras.
É obvio que as profissões técnicas ligadas ao mar são muito variadas, e como os poucos exemplos citados acima, são apenas amostras do muito que precisamos fazer, com urgência, para atingirmos objetivos viáveis dentro de um espaço de cinqüenta anos.
Todavia esse empreendedorismo dos mares deve ser genuinamente brasileiro, sem recursos estrangeiros. Parece que nós esquecemos que o Trabalho gera Capital, e o Capital acumulado (pela má distribuição), ou emprestado, gera escravos; nós queremos um Brasil, próspero, produtivo, socialmente justo, livre. E soberano.
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