Isolados pela mentira eletronica.

Isolados pela mentira eletrônica.


Eu me lembro que assisti a um filme onde o herói vendia seu caminhão por cinco mil dólares, e a legenda traduzia para cinqüenta, mil dólares. Eu fiquei intrigado, pensando se a Indústria automobilística no Brasil teria tal força para influir na tradução de filmes de modo a que não fosse denunciada a exorbitância dos preços praticados no Brasil. Depois disso morei nos EUA, e comprei um carro por duzentos dólares, um carro V oito, duas portas, bancos em couro elétricos, vidros verdes, faróis escamoteáveis, etc. Era para mim um escândalo. Hoje procuro pesquisar preços de carros usados nos EUA, por exemplo, e não consigo. Os sites que acesso são trabalhados para a América Latina, e há aqueles que tem anúncios em português. Resultado, são inflacionados, absurdamente inflacionados para minimizar o escandaloso preço praticado no Brasil, por exemplo.

Com aviões e lanchas também é assim, principalmente se pesquisamos em português. Ou seja, criaram uma ilha eletrônica de tal modo que ficamos isolados em nossa informação. Ate o Google, criou o Google Brasil, que isola assuntos, dirige temas segundo a publicidade nacional, ajudando a produzir a mentira eletrônica. Ate acesso a filmes são limitados.

Agora recebi do leitor Lineu Santos esse texto retirado da Carta Capital, e julguei interessante publicar.





13.08.2012 12h00min

Articulista da Forbes ironiza o status que o brasileiro dá para o automóvels

“Quando o assunto é carro e seu status no Brasil, as camadas mais altas estão servindo Pitu e 51 em suas caipirinhas e pensando que é bebida de alta qualidade”, diz o articulista americano, sobre o preço do Jeep Grand Cherokee (foto) no País. Foto: divulgação

Até a americana revista Forbes anda rindo da obsessão do brasileiro em encarar o automóvel como símbolo de status. No último sábado, o blog do colaborador Kenneth Rapoza, especialista nos chamados Bric´s (Brasil, Rússia, Índia e China), trouxe um artigo intitulado “O Jeep Grand Cherokee de ridículos 80 mil dólares do Brasil” (leia a versão original aqui). A tese do artigo: os brasileiros confundem qualidade com preço alto e se dispõem a pagar 189 mil reais (89.500 dólares) por um carro desses que, nos Estados Unidos, é só mais um carro comum. Por esse preço, ironiza Rapoza, “seria possível comprar três Grand Cherokees se [esses brasileiros] vivessem em Miami junto de seus amigos.”



O articulista lembra que a Chrysler lançará o Dodge Durango SUV, que nos Estados Unidos custa 54 mil reais, no Salão do Automóvel de São Paulo por 190 mil reais. “Um professor de escola primária do Bronx pode comprar um Durango. Ok, não um zero quilômetro, mas um de dois ou três anos, absolutamente conservado”, exemplifica, para mostrar que o carro supostamente não vale o quanto custa 0K no País.



O autor salienta que o alto custo ocorre por conta da taxação de 50% em produtos importados e a ingenuidade do consumidor que acredita que um Cherokee tem o mesmo valor que um BMW X5 só porque tem o mesmo preço. “Desculpem, ‘Brazukas’, mas não há nenhum status em um Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Grand ou Dodge Durango. Não sejam enganados pelo preço de etiqueta. Vocês definitivamente estão sendo roubados.”



E conclui o artigo: “Pensando dessa maneira, imagine que um amigo americano contasse que acabou de comprar um par de Havaianas de 150 dólares. Você diria que ele pagou demais. É claro que esses chinelos são sexy e chique, mas não valem 150 dólares. Quando o assunto é carro e seu status no Brasil, as camadas mais altas estão servindo Pitu e 51 em suas caipirinhas e pensando que é bebida de alta qualidade.”




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