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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Água.

Água.
Certamente em algum momento de sua vida você levantou para fazer o café e abrindo a torneira nada saiu. Pensou como farei o almoço? Apertou a descarga e nada. Abriu o registro do banheiro e nenhuma gota. A sensação é horrível, pois ate a roupa suja ficará acumulada.
Agora prezado leitor ou leitora imagine uma vida toda assim, morando em casebres de madeira nas periferias das cidades, sem luz, sem água, sem esgoto.
Você não lembra, mas eu lembro porque vivi isso. Requião era prefeito. Em sua administração iniciou o programa da torneira solidária. Era a instalação de apenas uma torneira em algum lugar da favela, era o que dava para fazer; depois os módulos sanitários, uma construção rústica com um grande tanque de lavar roupas, dois ou três chuveiros, e dois ou trás vasos sanitários. Vocês podem imaginar o que isso significava para aquela gente? Depois veio, já ao final do mandato, o “Clic Urbano”. Um programa de baixo custo para instalação da rede elétrica nessas áreas. A classe media criticava: “Eles estão dando condições para fixar essa gente em áreas de invasão, ocupação, etc.”. Bem o tempo passou, Requião tornou-se governador. Veio o “Luz Fraterna” e o “Água Solidária”. Esses programas ofereciam água ate dez metros cúbicos e luz ate 100 quilowatt, por baixíssimo custo. Compreendem o alcance social dessas medidas?
Recentemente fio a ima reunião de igreja. Uma trinta e cinco pessoas. Um senhora moradora de um apartamento de luxo, pois a reunião foi organizada no saguão de seu prédio saiu com essa: “O Requião endividou o estado dando água e lua de graça para essa gentalha”. Deus meu como a classe media brasileira esta embrutecida.
Vou esclarecer apenas alguns detalhes: No Paraná a água é fornecida pela Sanepar e a Luz pela Copel. São estatais, ou eram naqueles anos;  Segundo os documentos que tenho, o programa “Luz para Todos” luz de baixo custo para os paranaenses fundamentava-se no lucro da empresa geradora. Em 2001 o lucro da Copel havia sido de 475,3 milhões de Reais, e o programa utilizava apenas 11% desse lucro, ou seja, 54 milhões ano. O restante dessa capitalização se destinava as operações necessárias ao sistema Copel. No caso da Sanepar, já atrelada aos investidores franceses, o lucro líquido em 2001 foi de 176,4 milhões e o programa para levar dez metros cúbicos de água para as famílias mais pobres custaria 25% desse lucro, ou seja, 44,1 milhões de Reais; As estatais não são empresas de geração de dividendos, são empresas criadas para atender uma demanda publica que exigem esforços quase impossíveis para o setor privado. Se você pensar quanto custou cada poste, cada cabo, cada hora de serviço, cada quilowatt gerado, e os anos de trabalho investidos o montante é enorme. Agora se quer privatizar, por um percentual desse montante, aquilo que todos pagaram, sim porque até estradas foram construídas para se obter esse resultado, e entrega-se para que um grupo privado colha somente os frutos. É uma injustiça muito grande para com o Nosso POVO.

G 23 





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