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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Nós não queremos ensinar o Papa a rezar Missa, so queremos lembra-lo de algumas coisinhas.

Christopher Ferrara analisa a Constituição Apostólica ‘Vultum Dei Quaerere’.

Francisco Ataca os Conventos de Clausura
Por Christopher A. Ferrara, 25 de Julho de 2016 – Associação de FátimaE agora é a vez das freiras de clausura sentirem o peso do punho ditatorial. Com a sua Constituição Apostólica Vultum Dei Quaerere (VDQ) (“Procurando a Face de Deus”), lançada como uma bomba de grande potência durante o tempo de férias, Francisco ordena mudanças arrasadoras para todos os conventos de clausura em todo o mundo, exigindo novas Constituições e “formas de clausura” a serem aprovadas pelo Vaticano, bem como o controle centralizado de todos os conventos de clausura locais. O jornal liberal La Stampa sumaria de modo aprovador o documento como um todo, do seguinte modo: “Francisco ordena enormes mudanças para as Ordens Religiosas contemplativas, e exige a revisão de todas as Constituições.” A Catholic News Agency elogia as “novas normas que se focalizam na oração, a centralização.”
A VDQ também revoga toda a anterior legislação papal sobre o caráter estrito das “clausuras” femininas, tanto as maiores como as menores, que impunham penas severas contra o sair ou a admissão de pessoas externas à clausura, sem autorização ou motivo grave, — inclusive a Sponsa Christi e a Inter Praeclara 1950) de Pio XII, e a Verbi Sponsa (1999) de João Paulo II. Referindo-se a mais normas a serem promulgadas, a VDQ contempla claramente o trânsito rotineiro das freiras por dentro e fora dos seus claustros por motivos de tais coisas como “cursos específicos de formação fora do seu convento.” Também se recomenda que as freiras de clausura usem a Internet para a sua “formação” e para a “cooperação” com outros conventos — uso apenas limitado pela “devida discrição”, seja o que for que isso signifique.
A VDQ ordena, alem disso, que os mosteiros de claustro sejam abertos ao público para a Adoração Eucarística, que é sendo claramente usada para abrir uma brecha na santidade antiga dos claustros: “Cada mosteiro, ao elaborar o seu plano de comunidade e de vida fraterna, além da preparação cuidadosa das suas celebrações Eucarísticas, deve pôr aparte tempo apropriado para a Adoração Eucarística, também convidando aos fieis da Igreja local a tomarem parte nela.”
Num ataque devastador à autonomia dos mosteiros de clausura, em que a VDG fala com palavras insinceras e cínicas, o documento dá como mandato que imediatamente se inscrevam em “federações” governadas por Presidentas [sic~] e Conselhos. A anterior legislação pontifícia, no reinado de João Paulo II e no de Pio XII, permitia apenas que os mosteiros se federassem, enquanto insistiam que a sua autonomia individual de modo algum poderia ser diminuída pela existência de uma qualquer federação voluntária. As federações existentes (claro que se formarão outras, se necessário) são, na sua maioria, latrinas de corrupção modernista, empreendimentos de “justiça social” em linha com os políticos liberais, ou ambas as coisas. Mas é precisamente esse o ponto: aos poucos conventos tradicionalistas ainda existentes, tais como as Irmãs Franciscanas da Imaculada, que já foram colocadas sob o governo de um comissariado liberalizador do Vaticano, ser-lhes-á exigido que curvem a sua vontade ao “espírito” das federações liberalizadas às que agora são obrigados a juntar-se, e as novas ordens femininas tradicionalistas serão esmagadas no berço.
Por muito incrível que isto pareça, o Papa das Periferias agora proíbe que os conventos admitam candidatas de outros países (de África ou das Filipinas) para assegurarem a sua continuação: “o recrutamento de candidatas de outros países unicamente para ficar assegurada a sobrevivência de um mosteiro deve ser absolutamente evitada.” A palavra “unicamente” terá pouco ou nenhum significado na prática, e por isso o recrutamento transnacional será de facto proibido. -Mas o que terá a origem nacional de uma freira a ver com a sua liberdade de entrar num convento, se tiver vocação? Absolutamente nada. No entanto, é o Papa das Periferias que está constantemente a matraquear na “inclusão” que insiste agora na exclusão em forma de uma discriminação baseada na nacionalidade de origem das candidatas. E fica assim assegurada a morte de muitos Conventos de Clausura. -Que loucura!
Ainda mais incrível é que o Pontífice idoso impõe uma discriminação por idade nos mosteiros, declarando: “A autonomia jurídica tem de ser igualada por uma genuína autonomia de Vida. Isto engloba um certo número de Irmãs, mesmo que seja mínimo, desde que a maioria não seja de idosas…” Mas o que é que a idade das freiras tem a ver com a sua autonomia dentro do convento? Deve afimar-se de novo: -Absolutamente nada! Isto é apenas outra tática para garantir a liberalização de conventos que ainda estão alinhados com a Tradição.
Se as condições para a “autonomia” não forem atingidas — inclusive uma maioria de membros não-idosos! — então “a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica analisará a possibilidade de se estabelecer uma comissão ad hoc constituída pelo Ordinário, pela Presidenta da Federação, um representante da Federação e pela Abadessa ou Superiora do mosteiro. Em cada caso, o propósito desta intervenção é iniciar um processo-guia para a revitalização do mosteiro, ou para efetuar o seu encerramento.”
O sóbrio Catholic Herald descreve esta provisão como sendo “um regulamento que sublinha os critérios necessários para um mosteiro manter a sua autonomia jurídica ou, caso contrário, ser absorvido por outra entidade ou ter de encerrar.”
E assim terminamos com a Igreja das Periferias. Uma vez mais Francisco está a consolidar todo o poder nas suas próprias mãos. Como qualquer ditador, ele prega a liberdade enquanto pratica a tirania, derrubando tudo o que os seus antecessores fizeram que se interponha no seu caminho — e não só neste ponto; também no que diz respeito ao ensinamento dos seus antecessores, especialmente o de João Paulo II em Familiaris consortio, sobre os divorciados e “recasados”.
-Sim, é claro que o Papa tem plenos poderes dentro da Igreja. Mas este Papa não quer respeitar os limites a esse poder enunciados pelo próprio Papa que ele substituiu tão inesperadamente e em circunstâncias tão misteriosas:
O Papa não é um monarca absoluto cujos pensamentos e desejos são a lei. Pelo contrário: o Ministério Petrino é um garante da obediência a Cristo e à Sua Palavra. O Papa não deve proclamar as suas ideias pessoais, antes deve ligar-se constantemente, a si mesmo e à Igreja, à obediência à Palavra de Deus, diante de cada uma das tentativas para a adaptar ou para a diluir, e de toda e qualquer forma de oportunismo.
Em Francisco, que Deus nos ajude, temos um Papa que, por norma, ignora virtualmente cada uma das palavras da admoestação de Bento XVI. -Que Deus Se digne guardar a Sua Santa Igreja!
O Vaticano diz que não estão a ser ponderadas medidas semelhantes para as Ordens Religiosas masculinas. -Mas não o acredito.







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