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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mais um Herói de Natal

Outro herói de Natal.
Como é maravilhosa a Providência Divina. Ela parece uma mãe de família aos olhos de suas crianças. Quando compra a farinha, sal e ovos, ninguém imagina se dalí sairá pão, uma pizza, ou um bolo salgado. Ou seja, a Providência tem olhos muito antecipados aos fatos.
Menino ainda, calçando surradas sandálias de dedo, o garotinho ajudava ao seu pai nos partos de cachorros, cabritos e terneiros. Vivia na colônia. Aos quinze já auxiliava o nascimento de um terneiro com desenvoltura. Aos dezoito se inscreveu na Policia Militar do Paraná.
Arma na cinta, ambiente endurecido... Ladrões, homicídios, traficantes, violência contra a mulher... Se isso não endurece por completo o coração humano, torna o homem mais cético com relação a seus semelhantes. Mas sempre há remédio na mão da Providência.
O padrasto e o marido da jovem grávida, à colocam com cuidado no banco de trás. Violentas contrações indicam que ela está entrando em trabalho de parto. Depressa diz o padrastro, vamos para o pronto socorro do Evangélico. Mas quem diria, horário difícil, engarrafamento na Brigadeiro Franco e o tempo passando.
Olha ali, diz o marido da jovem, mostrando o Posto Policial da Praça Afonso Botelho ; vamos pedir aos policiais que abram caminho...
Dito e feito.
O policial vem atender e vê que não dá mais tempo. Num segundo, se lembra dos detalhes de sua infância e dos partos de bichinhos que fazia com o pai. Agora, com o curso de primeiros socorros que todo policial faz, ele abre o estojo de primeiros socorros, veste as luvas de borracha e sem pensar duas vezes, inicia o seu trabalho de forma quase instintiva.
A Criança esta imóvel. Ele percebe que há algo de errado, com a mão empurra a criança e tateando descobre a criança semi sufocada pelo cordão umbilical. Com pericia desenrola o cordão e finalmente vê a criança escorregar para os seus braços.
Todos estão brancos. Frios, embora aliviados.
Chama o Siate, por favor, diz o policial, é possível que ela precise de cuidados médicos.
Assim correu o tempo, e a criança e sua mãe; ambas chagaram ao hospital. Ambas em muito bom estado de saúde.
Não bastasse, no dia seguinte, a viatura da policia para defronte ao Hospital. Descem dois policiais armados, um deles com mais de cem quilos, colete a prova de balas, e para surpresa de todos, um buquê de flores nas mãos. Procuravam pela mãe e pela menina.
A Providência havia preparado a farinha na tigela, misturado um pouco, colocado o fermento, batido a massa, acendido o fogo, deixado a massa crescer o tempo necessário, enfim feito nas duas pontas dos acontecimentos tudo para que esse quadro de Natal (Natal quer dizer Nascimento) se revelasse publicamente no mais puro ato de solidariedade humana, heroísmo, e competência. Num ato de profundas raízes na fé e na vida.
Amanhã quem sabe, a pequenina recém nata será Capitã Médica da Policia Militar do Paraná. Tudo depende de como a massa seja preparada.
Feliz Natal a todos.
wallacereq@gmail.com

OBS: semi-sufocada é figura de linguagem pois nessa situação a criança ainda não respira pelas vias aéreas.
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
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