O Pinheiro
Tão aclamado e forte és, meu pinheiro,
"ó verde taça para a luz erguida"
eu não serei o teu cantor primeiro
mas tu serás meu canto em toda a vida.
Em tua paisagemo manto alvissareiro
foi a esmeralda dos desbravadores,
aguela que Fernão, o aventureiro,
viu, como a vêem o grandes sonhadores.
Na alma verde do Brasil querido
o pinheiro ereto, magestoso, ostenta
nas casinholas seu madeiro erquido
no ouro do sol o fruto que alimenta.
Mas para mim tu foste o pequenino
berço, acalanto de uma infancia pobre.
Nasci em teto rude e o meu destino
se fez no pinho que, se é humilde, é nobre.
Também não quero ao derradeiro instante
dormir em seda, nem de cedro o ninho.
Quero que a brisa ao perpassar errante
me encontre calma, num caixão de pinho.
23 de outubro de 1977
Argentina de Mello e Silva.
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
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