A Cosmogonia, a Ecologia Cristã e a Responsabilidade Humana.
Antes de tudo é preciso admitir, que o homem sempre se percebeu parte de um contesto de forças muito superiores a ele. Frio intenso, neve colocando-lhe a vida em risco, calor insuportável, secas sazonais, violência dos ventos, tufões, tornados, ciclones, erupções vulcânicas, incêndios florestais, terremotos, enchentes, chuvas de pedras, mistérios celestes... Perguntas e perguntas sem fim.
Outra coisa que temos que admitir sem o que não entenderemos esse texto, é que o homem, seu aprendizado através dos séculos, diz respeito em primeiro lugar ao auto-controle, ou seja, educar-se, ou ser educado, é controlar-se. Pois bem, quando falamos em ação humana, falamos em valores, pois sem isso, falamos apenas em ação animal. Homem e valor, homem e racionalidade se confundem. Assim os valores são os freios internos aceitos pelo individuo racionalmente em vias de educar-se, ou como queiram, de pautar seu comportamento. E desse modo controlar seus comportamentos, suas ações. Os valores morais se desenvolvem na vida do individuo de tal modo que se tornam, para o homem, superiores do que à sua própria vida individual. Isso, é a mais radical expressão do valor humano, o maior aperfeiçoamento da consciência social. Somente quando se atinge esse patamar moral vencemos o egoísmo de sobrevivência. Assim o homem pode morrer pelas suas idéias, pelo seu país, pela sua família, pelos seus filhos, pela sua mulher. Se não compreendermos isso, não compreenderemos o cristianismo.
Quando esses valores que regulam o fazer ou deixar de fazer humanos se deduzem da compreensão de Deus, do qual somos imagem e semelhança, na vontade, inteligência, racionalidade e ação, e aceitamos que Deus se revela ao Homem, não só através dos mistérios naturais, mas sobre tudo, no Verbo Encarnado, chamamos a esse freio de valores, MORAL. No caso Moral Cristã. Quando não acreditamos na revelação, mas que o homem esta construindo valores para seu convívio social e para explicação do mundo, chamamos a isso ÉTICA. As duas palavras têm origem no mesmo radical, um grego e outro latino: Morus, do Latim, comportamento revelado pela vontade de Deus, e Éthos do Grego, comportamento costumeiro. Aos costumes como se dizia.
Então se há alguma responsabilidade do homem com o meio que o cerca, o ambiente que o cerca, antes de tudo devemos nos perguntar: quais os valores que controlam a ação humana com relação ao meio que o cerca, incluindo como é obvio, o meio social e os outros homens, pois o homem não se relaciona apenas com o meio Cósmico, mas com o Meio Social?
Chegamos enfim onde eu queria: Uma resposta lógica: A relação ecológica é acima de tudo uma relação moral, ou no mínimo ética, é uma relação de valor. Ora, “Oikós”, casa, habitat (ambiente familiar no entorno) que é a palavra grega que dá origem ao termo ecologia (oikós+ Logos= casa+ estudo) fala diretamente das relações do homem com sigo mesmo, como o próximo e as coisas em sua volta. Não há ecologia sem o homem, como alguns querem fazer crer. Uma harmonia cósmica que dispense o homem como sendo acessório, pois sem o pensamento do homem “realizando” o estudo da ecologia, só nos restará, para explicação dessa harmonia, a Inteligência e onipotência de Deus, e Deus criou o Homem, e o criou sua imagem e semelhança. Portanto o homem não é uma doença cósmica.
Se é assim, se essa é a evidência qual é o valor, a Moral, a ética, que pauta o relacionamento humano com o ambiente onde estão em primeiro lugar os outros homens, pois o homem não nasce sozinho, nem sobrevive ou se multiplica sozinho? Ora, o primeiro “oikós” é a família, o pequeno grupo humano que perpetua a espécie humana e garante a sobrevivência. Então o primeiro valor é o familiar, sem o qual não há educação, transmissão de experiências, cultura ( o culto em torno da mesa= Kult tour né ). E um jogo de palavras, embora traduza precisamente o que é a cultura.
Ora, a ciência que estuda a origem e evolução ou desenvolvimento do Cosmo, é a Cosmogonia. A cosmogonia judeu cristã é muito clara, Deus ( O Verbo= Palavra que indica ação, vontade e inteligência) criou o Cosmo. No início era o Verbo, leremos em Genesis. Afora a cosmogonia judeu-cristã há outras, mas todas intuem uma força que antecede ao homem, ao planeta, as estrelas, que é responsável pela sua origem, e sua evidente harmonia temporal ( ilius tempore).Ora, a grande pergunta que nos se impõem é: essa vontade quer algo dos homens? Ela indica um comportamento ideal, desejável, para o homem nas suas relações com o seu entorno? Se SIM, isto é a Ecologia Cristã, pois o VERBO criador se faz Carne, e habita entre nós, ou seja, se relaciona conosco, e desse relacionamento moral, não há duvida, esta a regra da ecologia cristã, ou seja, a regra moral do comportamento da casa, do grupo, do ambiente do entorno, ou meio ambiente. (Aliás, “ambi + ente” esconde a relação entre “ambos os entes”, o espiritual e o físico ou material).
Então há uma relação da harmonia entre os homens e a harmonia cósmica?
Sim há! O “Pai Nosso”, única oração que o Verbo Encarnado nos ensinou diz: Seja Feita a Tua Vontade, assim no Céu como na Terra. Ora a harmonia cósmica esta nas mãos de Deus, e na nossa vontade, enquanto imagem e semelhança de Deus em cumprir essa vontade, no Céu e na Terra.
Leremos em João 1,1: 18.
No principio era a Palavra (Verbo) e a palavra esta com Deus; e a Palavra (Verbo) era Deus. Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. “Nela estava à vida e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguem dominá-la”. Vale a penas ler no Evangelho todo o texto.
E leremos em Hebreus 1,1-6.
“Ele nos falou por meio do Filho”. Urge ouvir o Verbo Encarnado no Meio Ambiente.
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
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domingo, 27 de dezembro de 2009
A Cosmogonia judeu-Cristã
Marcadores:
Meio ambiente e Moral.
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