SINOPSE GERAL
SAUL BOGONI
COM certeza absoluta da vitória do presidenciável Aécio Neves (PSDB) neste segundo turno, sobre a petista Dilma Rousseff, o tucanato paranaense, estimulado pela reeleição do governador Beto Richa, já ensaia uma ocupação geral dos cargos federais no Paraná. Tucanos de alta plumagem na surdina já dividem cargos. A joia da coroa é a Itaipu Binacional, que é mais ambicionada. Dentre outros cargos cobiçados estão as regionais da Funasa, Eletrosul, Correios, Ibama, Previdência, Agricultura, DRT, DNPM, IBGE, MDA, Incra e DNIT.
MAS o pessoal nativo não se contenta com tão pouco. Debruçados nas pesquisas de opinião, os próceres do PSDB sonham com a Presidência do Senado nas mãos de Álvaro Dias e Ministério encorpado, de porteira fechada, para o líder do PSD, Eduardo Sciarra – que coordenou a campanha reeleitoral de Richa no Paraná – e já garantiu a Casa Civil estadual. Afinal, a turma do PT fez isto em 2002, quando tomou conta e aparelhou completamente todas as estatais e demais cargos do Palácio do Planalto.
A JUSTIÇA Eleitoral do Paraná fechou o balanço de ações movidas por candidatos durante a campanha no 1º turno. De 1º de setembro até 5 de outubro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) recebeu 249 ações judiciais movidas entre os três primeiros colocados na corrida ao Palácio Iguaçu. O governador reeleito, Beto Richa (PSDB), é o campeão de ações movidas. A coligação tucana abriu 76 ações distribuídas entre os adversários - senadores Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT). Requião é autor de 42 ações e Gleisi, 13, por ironia. O candidato mais processado é Requião, com 77 ações contra ele. Richa foi processado 19 vezes e Gleisi, 15. O TRE ainda não contabilizou vitórias e derrotas, nem o total de ações entre todos os candidatos. Os dados devem ser divulgados nos próximos dias.
O DOLEIRO Alberto Youssef pode ocultar da delação premiada os verdadeiros chefes da organização criminosa que atuou dentro da Petrobras desviando recursos públicos. A desconfiança é de congressistas da oposição. O doleiro disse ao juiz Sérgio Moro, da 13º Vara Federal de Curitiba, que o ex-presidente Lula foi obrigado por políticos a nomear o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Diz Youssef que os congressistas trancaram a pauta do Congresso por 90 dias – uma forma de pressionar o então presidente a nomear Costa, o que acabou acontecendo. A declaração surpreendeu alguns parlamentares da oposição. “Muito fácil tirar a responsabilidade do ex-presidente Lula e dizer que o Congresso o pressionou. Acho que o doleiro está novamente tentando enganar a população e a Justiça”, disse um oposicionista que não quis se identificar. Ele lembrava da delação premiada feita por Youssef no caso do escândalo Banestado, quando o doleiro entregou só a “raia miúda” da quadrilha, deixando de fora políticos de destaque.
DEPOIS de se licenciar dia 29 de setembro para se dedicar em tempo integral à campanha, o governador reeleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), deve voltar aos trabalhos no governo estadual na segunda-feira. O tucano passou parte da semana se dedicando à campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB). Na quarta-feira, Richa, o senador reeleito Alvaro Dias (PSDB) e outras lideranças do partido estiveram reunidas em Brasília para definir estratégias para o segundo turno da campanha presidencial do senador mineiro.
DO PRESIDENTE do Tribunal de Contas do Estado, Artagão de Mattos Leão, ao ser questionado nesta semana sobre a investigação a que responde no Superior Tribunal de Justiça (STJ): “Não tem nenhuma investigação”. Mas a sindicância continua correndo: a última movimentação do processo foi na sexta-feira passada. O procedimento apura a participação de Artagão em suposta fraude em licitação de R$ 36,4 milhões do TC. No Paraná, o caso foi arquivado pela Justiça estadual em agosto. O TJ do Paraná considerou que as escutas que levaram à prisão de um diretor do TC em flagrante com R$ 200 mil de propina eram ilegais. Então, tudo ficou sem efeito para o TJ-PR.
PELO JEITO, afeito ao saudosismo, o presidente do PT, Rui Falcão, lançou em entrevista coletiva o ex-presidente Lula como candidato em 2018. Ao ser questionado sobre como o eleitor poderá checar, daqui a quatro anos, caso Dilma seja reeleita, se as promessas de campanha foram cumpridas, já que a presidente não pretende divulgar um programa de governo detalhado, Falcão respondeu: “Ele [o eleitor] vai ver os resultados e, certamente, se o presidente Lula for nosso candidato, ele vai ficar muito feliz”. Perguntado se estava lançando o nome de Lula para 2018, ele afirmou que essa era a opinião dele e de “boa parte” das lideranças do partido, mas disse não saber se o ex-presidente aceitaria”.
DOIS dos três senadores considerados reservas morais do Congresso Nacional não conseguiram se reeleger neste ano. Dezenas de candidatos considerados corruptos conseguiram. Pedro Simon (PMDB-RS), 84 anos, cumpre o segundo mandato (16 anos) e concorreu para o terceiro, mas não se elegeu. Eduardo Suplicy (PT-SP), 73 anos, cumpre o terceiro mandato (24 anos) e concorreu para o quarto, mas não conseguiu. Já Cristovam Buarque (PDT-DF) tem mandato até 2019 e não disputou eleição neste ano.
EM SETE das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública do Estado aumentou o número de homicídios no Paraná, nos primeiros seis meses do ano, segundo relatório da Secretaria de Segurança Pública. Em Paranavaí o aumento foi de 13%, Londrina 19%; Umuarama 29% e Telêmaco Borba 35%. No Sul do Estado o número aumentou consideravelmente: São José dos Pinhais lidera com 58 casos e Colombo 57. “Não é só policiamento que vai resolver isso, precisamos, por exemplo, de ações voltadas às famílias”, diz a delegada Maritza Haisi, de Curitiba.
COMEÇOU o debate pelo 2º turno da campanha presidencial e continua o show de horrores. A presidente Dilma disse que não criticaria o oposicionista Aécio Neves, mas acabou misturando suas realizações com qualificações do candidato, taxando-o de ser o mesmo que FHC, como se Aécio não fosse ele mesmo. Não se mediu ainda se o eleitor de baixa escolaridade entendeu o que Dilma quis dizer: que Aécio é FHC e FHC é Aécio. Só que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Aécio se saiu bem melhor no primeiro programa eleitoral e, para analistas pensantes, fez um programa mais ligth e agradou mais.
NA OPINIÃO do analista político Merval Pereira, de O Globo, as pesquisas mostram que a candidata do PT é identificada como a mais preocupada com os mais pobres, o que lhe dá a hegemonia na região nordeste. Esse fato vai dar consistência à campanha petista que vai se basear na luta dos pobres contra os ricos, do sudeste contra o nordeste, que deve exacerbar a disputa e pode provocar um ambiente corrosivo nessa reta final. Aliás, Dilma tem se empenhado em seus discursos em mostrar uma divisão no País e jogar os nordestinos contra os conterrâneos das demais regiões, como Lula sempre fez.
O PSDB terá a seu favor o ambiente negativo para o governo provocado pela revelação dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Yousseff, que descreveram um ambiente de corrupção institucionalizada na maior estatal brasileira e a regra de ouro da coalizão que apóia o governo Dilma: obras superfaturadas para sustentar o PT e alguns partidos que indicavam diretores da Petrobras, fatos que se repetem desde que Lula se elegeu pela primeira vez. Uma vergonhosa repetição de falcatruas que já haviam sido denunciadas no escândalo do mensalão, no Governo Lula, com o tesoureiro que substituiu Delubio Soares já envolvido em outras nebulosas ações.H
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