Internacionalização da Amazônia
Cai o pano derrepente...
A platéia indiferente
Já condena...já absolve.
O Brasil escorre como areia
Pelos vãos dos dedos
Da gente brasileira.
A.M.S
Internacionalização da Amazônia e do Mundo, faces da globalização da economia, estratégias do império do macro capital e implantação de um governo universal.
Hoje quando a Comunidade Européia comemora a sua “Constituição”, e vemos os ideais de Theodor Herzel realizados na Europa, é quando lembramos que na Constituição Brasileira de 1988 já podíamos ler, no seu artigo 4, parágrafo único: “A Republica Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política , social e cultural dos povos da América Latina, visando a formação de uma comunidade latino–americana de nações”. Vemos com clareza que as macro-estratégias econômicas são pensadas em espaços de pelo menos trinta anos, e isso, justamente isso, me autoriza a escrever sobre a Amazônia brasileira. ensaiam blocos de modo a fazer aceitar, aos poucos, um governo mundial.
Corria o ano de 1971, quando Osny Duarte Pereira, editou o seu livro “A Transamazônica, Prós e Contras”. Trinta e dois anos se passaram. Esperava o autor, nas denuncias que fazia, que os brasileiros tivessem como conseqüência o estalo de Vieira. Para quem não sabe, Antonio Vieira, padre, tinha dificuldade de aprendizado, falta de visão filosófica e teológica, incapacidade intelectual até. Conta-se que de tanto pedir a Nossa Senhora e rezar, teve um “estalo”, e revelaram-se-lhe as coisas, abrindo-se-lhe a mente. Essa abertura de mente Osny Duarte Pereira esperava do povo Brasileiro, e passados tantos anos ela ainda não aconteceu. Talvez por falta de oração do nosso povo, talvez por falta de amor a pátria, pois a oração é na essência um ato de amor a Deus, e quiçá à pátria.
Osny , em seu livro, fazia referencia ao discurso do presidente Wilson dos EUA que preconizava a necessidade de internacionalização da Amazônia como uma estratégia necessária às grandes companhias norte americanas.Na mesma época outro autor, Eduardo Galeano, em “Veias Abertas da América Latina”, também editado em 1970 em Montevidéu afirmava: “A Economia dos paises industrializados precisa dos minerais do subsolo dos paises pobres como os pulmões necessitam de ar”. Ou ainda Werner vom Braun em 1969 que anunciava uma estação espacial. Disse: “Desta maravilhosa plataforma de observação poderemos examinar todas as riquezas da Terra: os poços de petróleo desconhecidos, as minas de cobre de zinco...”. A estação espacial passou anos estudando o planeta. Hoje satélites podem penetrar o subsolo universal e lha avaliar o conteúdo e ate mesmo quantificá-lo, ou valorá-lo.
Osny, em seu livro, criticava a elite brasileira, que desde os tempos de Farqhuar, no governo de Epitácio Pessoa assessorado por Lindolfo Collor de Mello (avô do Fernando Collor) queriam comprar o Brasil (Farqhuar) e vender (Lindolfo Collor), e aos raros brasileiros que se insurgissem, como foi o caso do movimento contra a Itabira Iron, recuperada por Getúlio Vargas, a técnica do entreguismo era e é a mesma, seriam chamados de retrógrados, comunistas, subversivos, dinossauros etc. Inimigos da nação e da modernidade. Como seria bom transcrever aqui o discurso testamento de Vargas. Não o faço por falta de espaço. Quem pode negar, hoje, que as falsas acusações de armas químicas feitas ao Iraque escondiam apenas o interesse pelo Petróleo daquele país? Essa é a realidade recente. Essa é a confirmação histórica das denúncias de Osny. Essa uma amostra do futuro universal.
A Itabira Iron virou Vale do Rio Doce, e um outro “brasileiro”, presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso vendeu-a a seu genro representante de famoso truste internacional. Que bom, o subsolo brasileiro voltaria às mãos de seus donos estrangeiros entregue como benesses de uma elite em deleite. Mas a Itabira, no passado, se restringia a umas poucas lavras , a Companhia Vale do Rio Doce , pelo contrário, é a detentora da maioria dos direitos de lavra concedidos no Brasil. Com a Vale se comprou a riqueza brasileira, ainda que se diga que o subsolo pertence à União.
Diz o livro em sua pagina 406: “As denuncias se sucedem. Uma revista chilena publica a denuncia que no acordo aerofotogramétrico firmado entre o Brasil e os Estados Unidos, em 1964, toda a região está sujeita a inspeção de uma nova cartografia de ajuste de fronteiras e a localizar jazidas de minerais estratégicos. Aviões do Serviço Geográfico do Exercito dos Estados Unidos, baseados em Natal e Val de Gans, trabalham independentemente das autoridades nacionais. Geólogos da USAID, da Cooperative Recearch Foundation (Palo Alto, Califórnia), se misturam com cientistas da FAO, do Centro de Estudos Amazônico de Houston, e de outros organismos Americanos, inclusive do Houston Institute, órgão assessor do Pentágono, presidido `época pelo matemático Hermann Kahn, autor do livro,” A Escalada “, a quem atribuem a autoria da estratégia global norte-americana”. Quem tiver curiosidade basta consultar os antigos mapas do projeto Radan.
Interessante a luminar denuncia. Mais eloqüente ainda quando vemos em nossos dias, a Amazônia brasileira, ensinada nas escolas norte-americanas, já não faz parte do mapa do Brasil. Trata-se de zona de interesse universal.
Nesse sentido sobre esse interesse universal transcrevo outro trecho do mesmo livro: “O problema dos minerais, merece todo um capitulo a parte, sem falar na madeira, que hoje está sendo explorada em quantidade amazônica, isto é, em quantidades colossais pela Geórgia Pacific Corporation, segunda empresa madeireira dos EUA”.
Vejam senhores, que se alguém está derrubando a floresta Amazônica, ainda que pelas mãos de peões brasileiros, e madeireiros do sul, a madeira derrubada destina-se a mercados internacionais, e o lucro e o gerenciamento dessas riquezas pertence ao capital internacional. Eles derrubam a madeira, e eles, justamente eles, em nome da madeira que derrubam, defendem a internacionalização em nome da preservação ambiental. É piada.
E continua: “Outro capitulo, é a venda de terras. Juntamente com a Geórgia Pacific está funcionando a Brasil Land Cattle Packing, com um total calculado, há já algum tempo, em 2.888.063 hectares segundo registro de imóveis feito na capital paraense (isso trinta anos atrás).A Fordeland, a Belterra, a Brazilian Meat Company, a Fomento Agrícola Argentino Sud Americano, The Sun American Belge, Alto Tapajós Colonization Company, sem falar nas companhias de mineração como a ICOMI, cujo capital é formado de 65% de investimentos da Bhethlehem Steel. Não precisamos ir muito longe para obter interessantes dados sobre a compra de terras e os preços oferecidos: basta comprar jornais e revistas americanos que publicam anúncios de venda de lotes. São tantas as empresas que possuem longas extensões de terras na Amazônia que seria cansativo enumerá-las”.
Depois disso veio o escândalo SIVAN, contratada à Raytheon, empresa ligada insofismavelmente ao Governo dos EUA, e a compra de jatos supersônicos daquele país, para cuidar dos interesses de estrangeiros na Amazônia, como procuramos demonstrar acima, deixando as forças Armadas do Brasil sem fundos para pagamento do soldo, obrigadas a dispensar quarenta mil soldados rasos , jovens que não possuíam outros meio para obter dignidade, sentido de nação , educação formal, etc, etc.
Também percebemos que, os mentores dessa famigerada “Escalada” , como a chamava Hermann Kahn em seu livro, não haviam visto, ainda, o alcance e a conveniência da estratégia dita “ecológica”, ou seja, aquela em nome da qual, em defesa do meio ambiente universal, puderam contrapor uma legislação ambiental dita universal, sobrepondo-se à liberdade de uso do solo por paises soberanos. Invadem assim e legislam dentro de paises burlando a autodeterminação dos povos. Em nome desse “ataque”, hipoteticamente sofrido pelo meio ambiente “universal”, nações ricas, altamente poluidoras responsabilizam as nações pobres e as ameaçam e elas tremem atemorizadas . É dessa forma, provavelmente, que a Amazônia, será, na parte que cabe ao Brasil, internacionalizada em nome dos maiores interesses da humanidade.
Vemos na TV, todas as semanas, (no National Gegraphic Channel) criticas feitas ao Brasil como se brasileiros estivessem desmatando a Amazônia, sim são braços Brasileiros contratados por empresas internacionais ou seus agentes nacionais, que acobertados por funcionários públicos corruptos, fazem o serviço sujo, como muitas vezes denunciou uma eminente senadora do PT pelo estado do Acre.
Resultado: como costuma dizer alguém, pobres cada vez mais pobres, ricos cada vez mais ricos. E o estalo de Vieira quando virá?
Para terminar, não seria muito lembrar as palavras do presidente em exercício naqueles anos, (Emílio Garrastazu Médici que foi Adido em Washington e chefe do SNI; Serviço Nacional de Informação) em 6/6 e 8/10/70 em Recife e Manaus disse: “seria insensato ignorar a Amazônia e deixá-la ficar sempre vulnerável à infiltração, à cobiça e a corrosão de um processo desnacionalizante que se alimenta e se fermenta em nossa incúria”.
Wallace Requião de Mello e Silva.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Internacionalização da Pan Amazônia.
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Meio Ambiente s Soberania.
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