A psicologia e a existência de Deus II.
Texto base ME postado por Grupo 23 de outubro.
“Nada construa senão sobre a pedra que já esta posta, a
pedra fundamental, Jesus Cristo”.
Vimos no texto anterior três das vias metafísicas segundo a
razão natural. Agora veremos as duas ultimas.
Quarta via: os graus de perfeição.
Uma coisa é perfeita (par facta, acabada) quando nada lhe
falta do que convém a sua natureza. Isto é, quando esta totalmente atualizada,
ou em ato. è imperfeita quando esta em potência para adquirir ulterior
atualização. Donde ato, per si diz perfeição; potencia diz imperfeição potencia
é a capacidade de perfeição.
Uma perfeição pode ser:
Simples, pura, quando o seu conceito diz somente perfeição,
sem envolver noção de alguma imperfeição (somente ato, sem envolver potência)
de modo que em qualquer hipótese é sempre melhor possuir essa perfeição do que
não a possuir, por exemplo: bondade, sabedoria, justiça, vida...
Mista, quando o seu conceito implica alguma imperfeição (ato
e potencia). Por exemplo: racionalidade, sensibilidade, corporeidade.
Todavia pode-se dizer que há menos bondade e mais bondade,
mais amor menos amor, portanto existem perfeições em grau limitado.
Ora uma perfeição simples limitada é uma perfeição causada,
que um ser possui como recebida de outro.
Com efeito, uma perfeição simples não tem em sua essência a
razão suficiente de uma limitação. Ela não implica nenhuma imperfeição, ou
nenhuma falta dessa mesma perfeição, embora nela não esteja contida nenhuma
imperfeição ela pode ser comparada em grau a perfeições maiores, logo podemos
supor uma perfeição absoluta, ilimitadamente perfeita.
Se, portanto alguma perfeição simples existe em grau
limitado, ela não subsistirá por si mesma, nem em si mesma, mas é causada por
outrem.
Fica, pois evidente que uma perfeição simples limitada é
necessariamente um perfeição recebida num ser como causada por outro.
Sendo real a perfeição simples limitada; real também deve
ser a existência da causa. Tal causa é a perfeição existente per si em grau
infinito. A Bondade mesma, a Justiça mesma, o Amor mesmo.
Ocorre, porém que as perfeições simples subsistentes de modo
ilimitado implicam- se umas as outras num único ser infinitamente perfeito, que
é Deus.
De fato qualquer perfeição infinita inclui na sua essência a
própria existência. Esta existência infinita inclui em si todas as modalidades
de existência; por identidade ele é todos os modos de existência, é a um só
tempo, a Bondade, a Justiça, o Amor.
Por isto no ser infinitamente perfeito as variam perfeições
não constituem realidades distintas, cada perfeição significa explicitamente
aquela perfeição e implicitamente, bondade, justiça, amor, verdade.
Nós as distinguimos por causa da limitação comparativa de
nossa inteligência, incapaz de exprimi-las todas num conceito único que aponta
ser infinito.
Em conclusão: a quarta via nos leva ao Conhecimento de Deus
como ato puro, Ser infinitamente perfeito. Existência mesma Subsistente. Ora,
tal é o constitutivo da natureza divina, a sua essência metafísica, da qual, como
de sua raiz, segundo o nosso modo de entender, se derivam todos os atributos de
Deus.
Assim esse Ser Supremo na quarta via dos graus de perfeição
se nos aparece como:
Causa exemplar-, que todos os seres imitam pelo fato de
participarem limitadamente de suas perfeições;
Causa final-, para a qual todos tendem;
Causa eficiente-, da qual todos SOS seres recebem a
existência.
Agora discorreremos sobre a quinta via.
Quinta via: ordem e finalidade do universo.
Tal argumento é também chamado finalista, porque parte da
observação de seres que agem para um fim, em oposição à atividade casual. È
também dita a prova cosmológica (de Kosmós = ordem, beleza, harmonia, universo
ordenado).
Quem considerar o universo, não pode deixar de nele a ordem
estupenda e a tendência de múltiplos elementos em demanda para um fim bem
determinado.
O macrocosmo, por exemplo, ou o mundo dos astros apresenta
um mundo de corpos sabiamente ordenados dentro de proporções astronômicas, ou
seja, que escapam as cifras que habitualmente a razão humana habitualmente lida
aqui na terra. (a matéria é imperfeita).
O microcosmo, ou o mundo do átomo (indivisível) reproduz
simetricamente a estrutura do macrocosmo. As minúsculas dimensões e as enormes
velocidades dos corpúsculos que teoricamente giram dentro de um átomo, atingem
por sua vez cifras astronômicas.
No mundo dos viventes, a harmonia dos elementos que
constituem um vegetal ou um animal causa espanto dada a complexidade das
funções coordenadas.
Tal maravilhosa ordem, tão segura tendência a um fim
pressupõem uma inteligência que as tenha concebido e produzido.
Pois bem, um conhecimento tal é característico de um
espírito, (imaterial) ou de uma ser perfeito (por isso imaterial) dotado de
inteligência.
O ser Inteligente que se chega a descobrir pela via do
raciocínio haverá de ser absoluto, ilimitado, incriado, pois a Ele se deve não
apenas o ato de dispor em ordem alguns ou muitos seres que ele concebe em sua
mente, mas igualmente o ato de conceber o plano do universo inteiro e de cada
um dos seres componentes.
Essa causa total (Primeiro Motor) da ordem natural só pode
ser o Autor dessas essências. Por conseguinte a Inteligência Ordenadora é
também a Inteligência Criadora. A primeira por ser a causa total da ORDEM deve
ser subsistente por si mesma não dependendo de outrem. A Segunda, infinitamente
perfeita e criadora, atributos de ordem espiritual, imaterial, que apontam para
o Ser Absoluto.
No dizer de Victor Hugo: “A Ordem do Universo é a grande
janela aberta sobre o alem (desconhecido), pela qual vemos passar a sombra de
Deus, Deus é o invisível evidente”
Isaac Newton respondendo a quem lhe pedia uma prova da
existência de Deus, apontava ao Céu e dizia: Vede. No entanto o céu visível é
imperfeito, afora dele, há o Ser perfeito.
É impossível apelar para o calculo das probabilidades a fim
de explicar pelo puro acaso a existência da vida sobre a terra. O acaso dizia
Victor Hugo, é um prato feito pelos espertalhões para que o comam os tolos.
Com esse texto encerramos as cinco provas metafísicas, e
passaremos agora às provas Morais. Em Psicologia do Cabo ao Rabo.
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