O papa Francisco em sua recente encíclica vai contra
uma falsa ecologia que defende a "mãe-terra" em detrimento do
gênero humano. Abaixo, pequenos trechos da encíclica:
1. «LAUDATO SI’, mi’ Signore – Louvado sejas, meu
Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos
que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a
existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas,
meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz
variados frutos com flores coloridas e verduras».
5. São João Paulo II debruçou-se, com interesse sempre
maior, sobre este tema. Na sua primeira encíclica, advertiu que o ser humano
parece «não dar-se conta de outros significados do seu ambiente natural, para
além daqueles que servem somente para os fins de um uso ou consumo
imediatos».[4] Mais tarde, convidou a uma conversão ecológica global.[5]
Entretanto fazia notar o pouco empenho que se põe em «salvaguardar as condições
morais de uma autêntica ecologia humana».[6] A destruição do ambiente humano é
um facto muito grave, porque, por um lado, Deus confiou o mundo ao ser humano
e, por outro, a própria vida humana é um dom que deve ser protegido de várias
formas de degradação. Toda a pretensão de cuidar e melhorar o mundo requer
mudanças profundas «nos estilos de vida, nos modelos de produção e de consumo,
nas estruturas consolidadas de poder, que hoje regem as sociedades».[7] O
progresso humano autêntico possui um carácter moral e pressupõe o pleno
respeito pela pessoa humana, mas deve prestar atenção também ao mundo natural e
«ter em conta a natureza de cada ser e as ligações mútuas entre todos, num
sistema ordenado».[8] Assim, a capacidade do ser humano transformar a realidade
deve desenvolver-se com base na doação originária das coisas por parte de
Deus.[9]
6. O meu predecessor, Bento XVI, renovou o convite a
«eliminar as causas estruturais das disfunções da economia mundial e corrigir
os modelos de crescimento que parecem incapazes de garantir o respeito do meio
ambiente».[10] Lembrou que o mundo não pode ser analisado concentrando-se
apenas sobre um dos seus aspectos, porque «o livro da natureza é uno e
indivisível», incluindo, entre outras coisas, o ambiente, a vida, a
sexualidade, a família, as relações sociais. É que «a degradação da natureza
está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana».[11] O Papa
Bento XVI propôs-nos reconhecer que o ambiente natural está cheio de chagas
causadas pelo nosso comportamento irresponsável; o próprio ambiente social tem
as suas chagas. Mas, fundamentalmente, todas elas se ficam a dever ao mesmo
mal, isto é, à ideia de que não existem verdades indiscutíveis a guiar a nossa
vida, pelo que a liberdade humana não tem limites. Esquece-se que «o homem não
é apenas uma liberdade que se cria por si própria. O homem não se cria a si
mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza».[12] Com paterna
solicitude, convidou-nos a reconhecer que a criação resulta comprometida «onde
nós mesmos somos a última instância, onde o conjunto é simplesmente nossa
propriedade e onde o consumimos somente para nós mesmos. E o desperdício da
criação começa onde já não reconhecemos qualquer instância acima de nós, mas
vemo-nos unicamente a nós mesmos».[13]
50. Em vez de resolver os problemas dos pobres e
pensar num mundo diferente, alguns limitam-se a propor uma redução da
natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de
desenvolvimento, que condicionam as ajudas económicas a determinadas políticas
de «saúde reprodutiva». Mas, «se é verdade que a desigual distribuição da
população e dos recursos disponíveis cria obstáculos ao desenvolvimento e ao
uso sustentável do ambiente, deve-se reconhecer que o crescimento demográfico é
plenamente compatível com um desenvolvimento integral e solidário».[28] Culpar
o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e selectivo de alguns
é uma forma de não enfrentar os problemas. Pretende-se, assim, legitimar o
modelo distributivo actual, no qual uma minoria se julga com o direito de
consumir numa proporção que seria impossível generalizar, porque o planeta não
poderia sequer conter os resíduos de tal consumo. Além disso, sabemos que se
desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e «a comida que
se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre».
120. Uma vez que tudo está relacionado, também não é
compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável
um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às
vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá protecção a um embrião
humano ainda que a sua chegada seja causa de incómodos e dificuldades: «Se se
perde a sensibilidade pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham
também outras formas de acolhimento úteis à vida social».[97]
O Cântico do Sol
“Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção.
Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor Irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.
E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo é a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste claras
E preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo
Pela qual às tuas criaturas dás sustento.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.
Bem aventurados os que sustentam a paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes á tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!
Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.
«Cântico
das Criaturas», de S. Francisco de Assis
Altíssimo, Omnipotente, Bom Senhor
Teus são o Louvor, a Glória,
a Honra e toda a Bênção.
Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as Tuas criaturas,
especialmente o senhor irmão Sol,
que clareia o dia e que,
com a sua luz, nos ilumina.
Ele é belo e radiante,
com grande esplendor;
de Ti, Altíssimo, é a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor,
pela irmã Lua e pelas estrelas,
que no céu formaste, claras.
preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor.
pelo irmão vento,
pelo ar e pelas nuvens,
pelo sereno
e por todo o tempo
em que dás sustento
às Tuas criaturas.
Louvado sejas, meu Senhor,
pela irmã água, útil e humilde,
preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor,
pelo irmão fogo,
com o qual iluminas a noite.
Ele é belo e alegre,
vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor,
pela nossa irmã, a mãe terra,
que nos sustenta e governa,
produz frutos diversos,
flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor,
pelos que perdoam pelo Teu amor
e suportam as enfermidades
e tribulações.
Louvado sejas, meu Senhor,
pela nossa irmã, a morte corporal,
da qual homem algum pode escapar.
Louvai todos e bendizei o meu Senhor!
Dai-Lhe graças e servi-O
com grande humildade!
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