Preste muita atenção ao que eu vou escrever. É possível que eu não seja capaz de bem expressar a ideia que me veio ao coração.
Ninguém constrói uma casa começando pelo telhado, pela cumeeira suspensa no ar. Parece humano e logico começar a construção pelo chão, pela pedra fundamental, pelos fundamentos.
Essa parece ter sido a ideia de Deus ao promover a encarnação do VERBO. Sair do invisível, do imponderável, e descer ao nível dos homens, ou seja, ao alcance da compreensão humana, e ao nível dos limites naturais do homem ao mesmo tempo que lhes indicava um projeto, um ideal e uma cumeeira.
Quando eu escrevi como titulo de um artigo: O Papa Fala e eu não escuto; isso causou entre amigos católicos algum escanda-lo. Como um católico pode dizer uma coisa dessas, resmungavam.
No ambiente onde vivo, entre católicos, divide-se a questão em dois seguimentos. Os que rejeitam o Papa, argumentando que como cardeal ele foi condenado por defesa de heresia, e que portanto vivemos um tempo de anti-papa com o Papa Bento XVI obrigado a resignar-se; e um outro grupo que mais do que adorar o Papa, fanatiza-se pelas novidades. Afora isso temos os evangélicos, os judeus, e os muçulmanos que odeiam o Papa, qualquer Papa.Temos ainda os ditos ateus, e outras religiões de mistérios.
Mas eu estou escrevendo para católicos. Então me entendam. Quando pecamos nós desobedecemos a Deus. Disse Deus. Ora se desobedecemos a Deus, sem a menor cerimônia, muito mais desobedecemos ao Papa, que é o vigário de Deus na Terra. Deus acima, o Papa abaixo. Mas como vimos não construímos de cima para baixo. De cima (do imponderável) para baixo ( o ponderável) somente Deus, nós os homens construímos de baixo para cima.
Ou seja, a Paz não se construirá por ideais, pelas virtudes, muito pelo contrario se construirá pelos defeitos, pelo reconhecimento dos limites humanos. Toda vez que alguém se eleva como juiz dos outros a Paz se dissolve. Todas as vezes que nos reconhecemos pecadores nos reconhecemos nivelados nas nossas misérias e necessitados de Deus. Felizmente nos nivelamos por baixo. Nos elevamos todavia pelo arrependimento. Essa a questão que me perturba a alma na construção da Paz. A construção deve começar pelos fundamentos, pelo reconhecimento dos limites humanos diante de qualquer ideal, religião ou seita. Somos pecadores não juízes. Somos réus, não carrascos. Hoje em meu coração essa parece ser a pedra fundamental da construção da Paz.
A simples contemplação de Jesus na Cruz abre meus olhos para esse fato, pois vejo a ideologia cristã crucificada, presa a uma forma, humilhada para se tornar fundamento humano. O Grande se fez Pequeno. E no Pequeno temos o fundamento da construção da Paz.
Os poderosos, os ricos, os profissionais da ilusão são todos desobedientes, todos pecadores, e todos , ou reconhecem a sua miséria, ou permanecerão na construção do ÓDIO, da injustiça, da fome, da ganância que tem pautado a história da humanidade.
Existem os que acreditam que a Paz é impossível, e assim se justificam. Compreendem. Não obedecem a Deus, com seus pecados, mas se julgam capazes de defender a Deus, ao Papado, a Igreja e impor à força, as vezes pelas armas, a ideologia do Príncipe da Paz. Contradição das maiores.
O que temos em comum na humanidade são os vícios, os limites e as misérias, não as virtudes. Os pecados, não as santidades. Os limites, o ponderável não o imponderável. A Morte, limite do medo somente vencida por Cristo, para nos ensinar que a vida se repete em primeiro lugar naqueles que estão vivos. Que a vida não é obra humana e nem do acaso, que a vida ressuscitará se for extinta do planeta, porque ela não é obra do Planeta, como querem os materialistas, cujo maior pecado é a negação de Deus. Esses querem construir embora cegos e sem projeto.
Não se trata de negar as virtudes. Essas são as cumeeiras das nossas vidas individuais, mas aqui se trata de reconhecermos que cagamos, que comemos, que bebemos, que respiramos, que exalamos mal cheiro mesmo se somos cristãos, judeus ou muçulmanos. Mais ainda se somos ateus. E Deus o nosso criador nos contempla a todos. Ao justo e ao injusto. E somo todos injustos, pois não podemos evocar nossos méritos.
Assim podemos compreender a ideologia cristã na Cruz ao dizer: Pai eles não sabem o que fazem ( não sabem amar, não sabemos amar) e mais adiante: Pai porque me abandonaste (Para que pudéssemos ressuscitar).
Me parece que algumas pessoas não entenderam esse texto. Como eu já contei em outros artigos, participei de algumas catástrofes naturais: Um furacão no sul da Florida, as enchentes de Santa Catarina, e as de Curitiba. Quando a água chega no pescoço e o vento varre do mapa as nossas casas, já não há negro e branco, rico e pobre, judeu e islâmico, católico e protestantes. Somos unidos na desventura, igualados na urgência da solidariedade, somo apenas vitimas e colocamos o nosso melhor na partilha das soluções. Assim leia novamente o texto acima, acho que agora você o compreenderá melhor.
Isso não é humanismo, isso é cristianismo. Cruz esta fincada no chão, a ressurreição aponta a cumeeira, o ideal, o incomensurável.
wallace requião de mello e silva
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domingo, 6 de dezembro de 2015
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