Brincando com as palavras.
Nunca vou me esquecer de minha primeira ou segunda comunhão quando o padre ao dar-me a eucaristia disse: Deixa de ser visionário e torna-te missionário. Essa frase me incomodou por anos.
Interessante, agora que a doença prejudicou-me gravemente a visão, eu de certo modo deixei de ser visionário. Na verdade sempre tive uma acuidade visual privilegiada, com uma visão lateral de mais de 180 graus. Esse dom determinou que minha relação com o mundo fosse prioritariamente visual, tornei-me sem saber um psico- ótico. Como enxergava longe, pouco ligava para o meu entorno imediato, olhava para frente prevendo movimentos longínquos. Por isso, talvez, eu gostasse tanto de pilotar e dirigir, olhando para frente, as chaminés e a direção do vento, a velocidade das nuvens e suas formações características, o granizo e a chuva para evitá-los. O imediato era por assim dizer mecânico, automático. Posso dizer sem erro que minhas relações sociais e afetivas também eram assim.
Com a perda da visão tornei-me psico-tátil e psico-aúdioco. Desculpem os neologismos. Mas meu mundo se tornou mais imediato, mais próximo, mais ao alcance das mãos e dos ouvidos. Hoje pego ( toco) muito mais do que pegava quando enxergava. Hoje dou muito mais atenção as palavras, tons, respiração, tônus muscular e postura do que antes.
Se essa perda me tornou menos visionário, é possível que esteja me tornado mais missionário, mais próximo dos outros, mais atento as suas dores e necessidades... MAS AINDA ESTOU EM FASE DE ADAPTAÇÃO.
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
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