Minha mãe na França.
Era o sonho de minha mãe. Sua
irmã havia morado em Paris, o irmão e uma das irmãs de meu pai também. Ou seja,
eles aspiravam os mistérios da cidade luz. Mas papai, medico no Brasil, não
reunia os recursos para um turismo de elite, viajavam de trem. Minha mãe,
mulher simples e inteligente, pela janela do trem alimentava o seu espírito e
guardava tudo em seu coração. Papai exultava de alegria, sonhador, completava
com a imaginação o que não queria ver.
Eu era bem pequeno, e os meus
outros irmãos, também podem testemunhar, papai e mamãe não fechavam a porta do
quarto. Conversavam longas horas sobre tudo, e nós tínhamos assim, aulas
gratuitas sobre a vida adulta. Possivelmente essas longas conversas garantiram
o longo casamento de meus pais.
Certa vez eu escutei de mamãe:
Thadeu, havia algo de muito estranho na França, nas feiras haviam frutas
tropicais frescas. Muitos derivados de leite, bons vinhos, uma prosperidade invejável,
no entanto marido, pela janela do trem eu não via criações suficientes para
prover aquela fartura. O bucolismo das colônias francesas, dizia mamãe, não era
capaz de garantir toda áqüea prosperidade.
Eu pensava: De onde mamãe tirava
aquelas idéias. Eu amava as cartas de minha mãe por esse motivo, eram obras
literárias.
Com o tempo, entendi o que ela
queria dizer. É fácil falar em Fraternidade, Libertade e Igualdade, quando se
mantém nações inteiras sob seu jugo, riquezas naturais, carnes, leite e mel, no
dizer bíblico, apropriados pelas armas, ou politicamente.
Assim estou disponibilizando dois
textos para você leitor. Um da Wikipédia e outro do interessante blog Café
História. Leiam com cuidado, como quem toma um bom vinho, Saboreie e compreenda
o que o coração simples de uma mulher sintetizou apenas olhando pela janela de
um trem e observando os produtos das feiras livres da França.
Império colonial francês
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Empire colonial français
Império colonial francês
Império
1534 – 1980
Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Império Francês
Mapa anacrônico do Império Colonial Francês (1534-1970).
Continente África,
América, Ásia e Oceania
Capital Paris
Língua oficial Francês
Religião Catolicismo
romano
Governo Monarquia
absoluta
República
Soberano
• 1643 - 1715 Luís XIV
• 1799 - 1815 Napoleão I
• 1852 - 1870 Napoleão III
Período histórico Colonialismo
• 1534 Fundação
• 1980 Independência de Vanuatu
Área 23 500 000
km²
O Império colonial francês foi o conjunto das colônias que a
França estabeleceu na África, Américas, Ásia e na Oceania entre os séculos XVI
e XX.
As primeiras tentativas dos franceses para estabelecerem
colônias no Brasil (França Antártica), em 1555, e na Flórida, em 1564 (em Fort
Caroline, atualmente Jacksonville), realizada por huguenotes, não tiveram
sucesso, devido à vigilância dos portugueses e espanhóis. A tentativa seguinte
foi em 1598, em Sable Island, no sudeste da atual província da Nova Escócia do
Canadá; esta colônia não teve abastecimentos e os 13 sobreviventes tiveram de
voltar a França.
A história do Império colonial francês começou em 27 de
Julho de 1605 com a fundação em Port Royal, atualmente Annapolis (igualmente na
Nova Escócia), da colônia da Acádia.
Índice [esconder]
1 Colônias
francesas na América do Norte
2 Colônias
francesas no Caribe
3 Colônias
francesas na África
4 Colônias
francesas na Ásia
5 Referências
6 Ver
também
Colônias francesas na América do Norte[editar | editar
código-fonte]
Depois da fundação em Port Royal, em 1605, Samuel de
Champlain funda Quebec em 1608, e esta colônia passa a ser a capital da enorme,
mas pouco povoada, colônia de "Nova França" (também chamada
"Canadá"), que tinha como objetivo o comércio de peles.[1]
A França também tomou possessão das ilhas de São Pedro e
Miquelão, que até ao presente mantêm a cidadania francesa.
Colônias francesas no Caribe[editar | editar código-fonte]
No Caribe, a França colonizou as ilhas de Martinica,
Guadalupe e Haiti. A ilha de Saint Martin foi dividida com a Holanda.[2]
Colônias francesas na África[editar | editar código-fonte]
Na África, foi no Senegal que os franceses primeiro
estabeleceram entrepostos em 1624, mas não formaram verdadeiras colônias até ao
século XIX, limitando-se a traficar escravos para as suas colônias no Caribe.
No Oceano Índico, os franceses colonizaram a Île Bourbon (atual Reunião), em
1664, Île de France (atualmente Maurícia), em 1718 e as Seychelles, em 1756.
Durante o reinado de Napoleão, o Egito foi também conquistado por um breve
período, mas a dominação francesa nunca se estendeu para além da área imediatamente
à volta do Nilo.[3]
O verdadeiro interesse da França pela África manifestou-se
em 1830 com a invasão da Argélia e o estabelecimento de um protetorado na
Tunísia, em 1881. Entretanto, expandiram-se para o interior e para sul,
formando, em 1880, a colônia do Sudão francês (atual Mali) e, nos anos que se
seguiram ocupando a grande parte do Norte da África e da África ocidental e
central. Em 1912, os franceses obrigaram o sultão de Marrocos a assinar o
Tratado de Fez, tornando-se outro protetorado.
Foram os seguintes os atuais países africanos que se
tornaram independentes da França no século XX (data da independência):
Marrocos (2 de Março de 1956)
Tunísia (20 de Março de 1956)
Guiné (2 de Outubro de 1958)
Camarões (1 de Janeiro de 1960)
Togo (27 de Abril de 1960)
Senegal (20 de Junho de 1960)
Madagascar (26 de Junho de 1960)
Benin (1 de Agosto de 1960)
Níger (3 de Agosto de 1960)
Burkina Faso (5 de Agosto de 1960)
Costa do Marfim (7 de Agosto de 1960)
Chade (11 de Agosto de 1960)
República do Congo (15 de Agosto de 1960)
Gabão (17 de Agosto 1960)
Mali (22 de Setembro de 1960)
Mauritânia (28 de Novembro de 1960)
Argélia (5 de julho de 1962)
Comores (6 de Julho de 1975)
Djibouti (27 de Junho de 1977)
República Centro Africana (13 de agosto de 1960 )
Entretanto, vários territórios africanos continuam sob
administração francesa, depois de vários referendos:
a ilha de Mayotte, nas Comoros; e
a ilha da Reunião e várias outras ilhas que dependem
administrativamente deste departamento ultramarino, mas que são parcialmente
reclamadas por Madagascar ou Maurícia.
Colônias francesas na Ásia[editar | editar código-fonte]
Colônias da Indochina Francesa[4] [5]
Referências
Ir para cima ↑ ANDREWS, C. M. The American Nation: a history
of colonial self-government, 1652-1689 Harper & Brothers, 1904 - 369 pg.
Ir para cima ↑ David Patrick Geggus (2002). Haitian Revolutionary Studies
Indiana University Press [S.l.] p. 28.
Ir para cima ↑ KANYA-FORSTNER. "FRANCE, AFRICA, AND THE FIRST WORLD
WAR." The Journal of African History 19.1 (1978): 11-23. Print.
Ir para
cima ↑ Paul French (2011). The Old Shanghai A-Z Hong Kong University Press
[S.l.] p. 215.
Ir para
cima ↑ "Protectorates and Spheres of Influence – Spheres of influence
prior to World War II" Encyclopedia of the New American Nation
Ver também[editar | editar código-fonte]
Assimilação colonial
História da França
Império global
O desenvolvimento do capitalismo, ocorrido na Europa na
segunda metade do século XIX, criou a necessidade de buscar novos mercados de
investimentos para o capital excedente gerado na Europa, garantindo o
escoamento da gigantesca produção industrial e o fornecimento de matéria-prima.
Existiam, ainda, outros fatores que tornavam a política
colonialista atraente para os governos europeus: a possibilidade de transferir
colonos para as regiões conquistadas, resolvendo o problema de superpopulação
na Europa. Além disso, a mão-de-obra barata das colônias interessava aos
investidores, pois a classe trabalhadora européia, organizada em poderosos
sindicatos e partidos políticos, tinha conseguido garantir bons salários e
melhores condições de trabalho.
A propaganda em favor do imperialismo, vital para o
desenvolvimento do capitalismo, baseava-se em teorias pseudo-científicas. Essas
teorias, em geral, estabeleciam uma hierarquia entre os diferentes povos,
classificados como “mais” ou “menos” civilizados. O primeiro lugar,
naturalmente, cabia à sociedade européia, modelo para o resto do mundo. Assim,
a dominação de outros povos seria uma contribuição para o progresso da
humanidade.
A conquista da Ásia
O comércio entre a Ásia e a Europa remontava ao império
romano. A primeira era uma tradicional fornecedora de artigos de luxo ao
continente europeu.
Após a Revolução Industrial, essa relação se alterou. A
expansão da indústria têxtil inglesa provocou a estagnação do artesanato
asiático. Depois disso, a Ásia passou de vendedora a compradora dos produtos
europeus, especialmente os britânicos. Esse foi o primeiro passo para a
conquista colonialista européia.
A conquista da Índia
Já na segunda metade do século XVIII, a Inglaterra iniciou a
coloni-zação dessa região. Após conquistar o litoral, o governo inglês, auxiliado
pela Companhia das Índias Orientais, iniciou a investida para o interior.
Valendo-se das rivalidades que dividiam os principais estados da Índia, a
Inglaterra, ora aliando-se, ora dominando pela força, impôs sua autoridade
sobre todos os reinos.
Em 1857, estourou a revolta dos sipaios, última tentativa de
resistência à conquista britânica, dura-mente reprimida pelo exército
colonialista. Em 1876, a rainha Vitória, da Inglaterra, foi coroada imperatriz
da Índia. O domínio britânico na Índia permaneceu inabalável até 1919.
A China
Até a primeira metade do século XIX, o , comércio da China
com o Ocidente era realizado quase que exclusivamente no porto de Hong-Kong. Os
europeus nada tinham a vender aos chineses em troca de imensas quantidades de
chá, seda e outras mercadorias chinesas.
A situação começou a se modificar quando a Companhia das
Índias Orientais passou a contrabandear ópio para a China. O ópio era produzido
na Índia e na Birmânia, em grandes plantações exploradas pelos europeus, e seu
tráfico para a China gerava enormes lucros.
O governo chinês apelou para o governo inglês, na tentativa
de evitar o contrabando. Como não obtivesse resultados, tomou medidas mais
enérgicas: em 1839, na cidade de Cantão, foram queimadas 20.000 caixas de ópio.
A Inglaterra reagiu prontamente, declarando guerra à China.
Vencido pelo poderio naval inglês, o governo chinês assinou
o Tratado de Nanquim, em 1842. A Inglaterra anexou Hong-Kong ao seu império;
cinco portos chineses foram abertos ao comércio inglês; e os cidadãos ingleses
tornaram-se imunes às leis e à justiça chinesa.
Depois dessa derrota, a China se transformou em alvo de
outras potências imperialistas. Em fins do século XIX, Inglaterra, Alemanha,
Japão, Estados Unidos, França e Itália dividiam entre si os lucros vindas da
exploração chinesa.
Em 1851, estourava na China uma grande revolta popular,
liderada pelo movimento Taiping, “a grande paz”. Essa revolta só foi debelada
em 1864. Mas sua herança não se perdeu e, em 1901, outro movimento estourava na
China: era a Revolta dos Boxers, assim conhecida porque seus integrantes
utilizavam-se das artes marciais chinesas para atacar os europeus. Também foi
duramente reprimida.
As outras regiões da Ásia
Na segunda metade do século XIX, o Sudeste asiático foi
reduzido à condição de colônia francesa. Em 1859, após 57 anos de lutas, a
França conseguiu dominar as cidades de Saigon e Tourane. Pouco tempo depois,
valendo-se da rivalidade entre os governos do Camboja e do Sião, o império
colonialista francês converteu o Camboja em seu protetorado (1863).
Com o avanço das fronteiras coloniais francesas para o
oeste, a Inglaterra impôs sua autoridade à Birmânia (1886).
Para garantir a supremacia britânica sobre a Índia, a
Inglaterra fomentou a formação de “estados intermediários”, independentes mas
sob a proteção britânica, isolando as fronteiras do império colonial inglês das
regiões disputadas por outras potências. Foi o caso cio Nepal (1816), do Butão
(1865) e do principado de Sikkin (1890).
A conquista da África
Até o início do século XIX, o interior da África era
desconhecido para os europeus. Em meados desse século, com a divisão de quase
todo o território asiático completada, os governos europeus voltaram seus
interesses para o continente africano. Foram organizadas as primeiras missões
religiosas e expedições exploradoras para esse continente.
Em 1867, foram descobertas as jazidas de diamantes do
Transvaal. Logo depois, importantes reservas de cobre foram encontradas no
território da futura Rodésia. Iniciou-se então a partilha do território
africano. Em troca de álcool ou algumas garrafas de gim, os chefes ou reis,
induzidos pelos exploradores, cediam todo o seu território às sociedades
anônimas.
Atrás das companhias, vinha o governo, organizando a
infra-estrutura para a exploração da colônia, preservando os direitos de
exploração do território da concorrência estrangeira e submetido os nativos
“rebeldes”. Assim, em menos de 20 anos, todo o território ao sul do Saara foi
submetido ao colonialismo europeu.
A partilha
A França foi um dos primeiros países a conquistar colônias
na África. Em 1830, a Argélia foi ocupada com o auxilio da legião estrangeira,
corpo expedicionário criado pelo governo francês e composto por criminosos,
desertares, imigrados políticos e aventureiros. Em 1844, o Marrocos foi
parcialmente submetido ao controle francês e, em 1854, foi a vez do Senegal.
Partin-do desses pontos, a França avançou para o interior do continente,
conquistando a Guiné, o Gabão, uma parte dos territórios do Congo e do Sudão.
Em 1910, esses territórios formavam a África Ocidental Francesa.
Na mesma época, Madagascar e a Tunísia foram incorporados ao
império colonial francês, apesar da disputa com a Itália pela Tunísia.
O projeto colonial inglês, definido na expressão “do Cairo
ao Cabo”, era unificar numa única colônia todos os territórios compreendidos
entre a colônia do Cabo (Sul da África) e o Egito (Norte da África).
A construção do canal de Suez impulsionou a Inglaterra em
dire-ção ao Egito, apesar da presença francesa na região.
A colonização inglesa no Sul do continente africano foi
iniciada por Cecil Rodhes, que explorava as reservas de ouro e diamantes
encontradas nessa região. Em 1888, a companhia dirigida por Cecil Rodhes
iniciou a conquista da Rodésia.
Entre 1888 e 1891, o Quênia, a Somália e Uganda foram
incorporados ao império britânico. Em 1899, os ingleses tornaram o Sudão da
França e o Transvaal dos bôeres, população de origem holandesa que lá estava
desde o século XVIII.
Mas as pretensões coloniais ingle-sas esbarraram em um
empecilho – a Alemanha, que reclamava para si o território de Zanzibar. Além
dessa colônia, a Alemanha havia conquistado, entre 1884 e 1885, os territórios
de Camarões, Togo e Namíbia (Sudoeste africano).
Não podemos esquecer Portugal, que havia muito tempo tinha
colonizado a costa de Angola e Moçambique, Guiné-Bissau e as ilhas de Cabo
Verde.
A região central do continente africano era disputada por
vários países europeus. Para decidir a questão, foi organizado um congresso
internacional em Berlim. Foi a denominada Conferência de Berlim (1884-1885).
O congresso reconheceu a soberania belga sobre o Congo,
garantindo liberdade de comércio para todos os países presentes no congresso. A
ocupação desse território foi uma das mais sangrentas da história do colonialismo
europeu. A população local foi escravizada, milhares de pessoas morreram de
fome, pelos trabalhos forçados, pelas doenças trazidas pelos brancos e pelos
massacres coletivos promovidos contra as aldeias que se rebelavam.
O RESULTADO DA COLONIZA-ÇÃO
No final do século XIX, praticamente todo o mundo estava
dividido e dominado pelas potências imperialistas da Europa Ocidental. Em
geral, os povos conquistados eram sociedades praticamente auto-suficientes, com
uma produção capaz de suprir suas necessidades.
A penetração do capitalismo nessas regiões quebrou esse
equilíbrio. As colônias tinham, para os conquistadores, funções econômicas
específicas: suprir a metrópole das matérias-primas necessárias e absorver
grande parte do capital excedente da metrópole. Para atender à pri-meira
função, os nativos tiveram que sacrificar suas plantações de subsistência e
passar a trabalhar nas plantações de produtos que interessavam à metrópole como
matéria-prima. Em segundo lugar, toda a economia dos países colonizados foi
reestruturada em função das novas necessidades criadas pelos investimentos nas
atividades de exportação: ferrovias foram construídas, ligando o interior a
portos, sem respeitar as necessidades de integração regional de cada continente.
Mas não foi só na Ásia e na África que o neo-colonialismo
aconteceu. As potências imperialistas disputavam também o mercado que os países
independentes da América Latina ofereciam.
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