O Paraná como o Brasil tem uma economia diversificada. Poderíamos dizer que nossa produção pode ser estratificada pela hierarquia de importância econômica. No entanto essa hierarquia se estabelece pelo valor monetário da produção ( valor que não tem distribuição justa, nem da renda nem dos benefícios sociais que deveriam ser consequência dessa produção), e quase sempre desprezamos o valor e a obrigação social da produção. Para que você entenda melhor. Produzimos cerca de 37 milhões de toneladas de grãos anualmente no Paraná. O percentual de industrialização dessa produção é muito baixo. A capacidade de armazenamento é minima. Portanto não é difícil entender que produzimos para exportação de afogadilho. Num pais onde ha populações com baixíssimo nível alimentar, o governo deveria regular a quantidade destinada ao consumo e comercio interno, mas não o faz com eficiência..
Embora possamos dizer que essa produção é privada e que é livre para a exportação, não se pode negar que ela tem que ter uma responsabilidade para com o Brasil. Com a entrada dos transgênicos, com semente hibridas, patenteadas e necessitadas de insumos quase sempre importados, o Brasil, passou a ser como se fossemos aqueles que arrendam suas terras para a produção casada e vinculada as grandes dividas para com os financiadores da safra. Produzimos, mas não para nós, e o teórico lucro acaba sendo também transferido para o sistema monetário internacional.
Se escolhemos, neste texto, apenas a estratificação econômica da Agricultura, nos salta aos olhos as deformações que sofremos:
Monocultura extensiva.
Falta de infra-estrutura de armazenagem ( inclusive para garantir melhores preços).
Transporte rodoviário caríssimo ( que tem servido como silagem, ou seja, a safra espera nos caminhões o embarque portuário).
Ausência de companhias de transporte marítimo nacionais.
Infra-estrutura férrea insuficiente. ( voltada apenas para exportação e não para a distribuição dessa riqueza no mercado interno de um pais com dimensões continentais).
Pouquíssimas agro-industrias para impor valor agregado e absorver o desemprego provocado pela monocultura extensiva).
Tendencia a perenidade desses problemas e seu agravamento com a entrega desses setores a capitais estrangeiros. Companhias estrangeiras, e ate mesmo grupos estrangeiros indefinidos e dissimulados no conceito de empresa nacional.
Total inercia de um sistema de tomadas de preços internacionais, respeitadas as sazonalidades, de modo a garantir preços aos produtores, haja visto, apenas como exemplo, toneladas de grãos sairem de nosso portos com preços minimizados com destino a Argentina, e de la os mesmos grãos serem comercializados com a Europa ou Asia por preços muitas vezes superior.
Então o que é governar.
1) Diminuir a monocultura dentro de uma conceitos de segurança alimentar e de fortalecimento do mercado interno.
2) Ampliar e modernizar, dentro do mesmo conceito a capacidade de armazenagem.
3) A politica de preços favoráveis aos interesses brasileiros, pode crescer tanto em termo de renda, que é possível sobrar recurso para modernizar e distribuir essas riquezas no solo pátrio com vantagens diante dos preços praticado no atual sistema. Portanto, via embaixadas do Brasil, consulados, agencias e escritórios de representação, num trabalho serio poder-se-ia alavancar o comercio exterior brasileiro e paranaense.
4) Um programa de descentralização de infra-estrutura e industrialização para diminuir graves e profundas desigualdades sociais entre as diversas regiões do estado e do pais. Tudo, com a preocupação de gerar o maior numero de empregos possáveis, e não apenas pela tese da eficiência na produção mecanizada ( dentro do falso conceito de competitividade internacional de cujas informações carecemos)
5) terminar a rede ferroviária do estado com novo conceito circular, para garantir distribuição e ou coleta em todo o território paranaense em rede com o sistema nacional ( também quase inexistente e sucateado).
6) Separar e segregar o transporte pesado em rodovias especializadas.
7) Garantir como já fazemos hoje baixos preços para a energia destinada a agricultura, a pecuária e a agro industria, e a industria de corte, congelamento, enlatados e derivados .( incluindo leite e seus derivados, rações e farelos de origem animal)
8) O Brasil, produtor de Petróleo e Gás, não pode continuar praticando os preços que pratica com uma clara armadilha ao povo brasileiro, encarecendo todos os custos de produção.
9) O crime da trans genia já esta instalado no país. Empresas estrangeiras controlam as sementes dos principais combustíveis humanos ( forma eficiente de sujeitar os povos), portanto a sua diminuição ate a extinção deve ser tentada.
10) A criação, dentro de órgãos já existentes de bancos de sementes orgânicas.
Penso que esse texto esclarece muitas das atitudes tomadas pelo governo Requião com relação a nacionalização dos interesses da pecuária e agricultura do Paraná.
Wallace Requião de Mello e Silva.
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sábado, 12 de março de 2016
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