Prezados,
Ate aqui estamos vendo que as infra-estruturas, e as exportações são essencialmente de bens primários não renováveis. Será que isso não é suficiente para acordar os economistas brasileiros? Ou eles vivem o sonho da Soja? Vivemos de maneira igual aos tempos do descobrimento, damos bens essenciais em troca de bugigangas.
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domingo, 30 de novembro de 2014
Aviso aos navegantes.
Aviso aos navegantes.
Penso que o leitor brasileiro e estrangeiro esteja entendendo o que quero mostrar com as ultimas postagens. Estou tentando mostrar que a Amazônia Legal Brasileira, tem imensas áreas proibitivas ( ecologicamente proibitivas) aos brasileiros e liberadas aos estrangeiros. Tento mostrar que essa área correspondente a 60% do território nacional nunca esteve adormecida e protegida soberanamente pelos interesses brasileiros, mas esteve desde seu inicio pressionada e resguardada por interesses estrangeiros. Se pensarmos bem, no inicio, a Espanha e Portugal disputavam a área. Se olharmos a história desses países, vemos que dissimuladamente elas hospedam interesses de outras nações antigas, seja por acordos, seja pelo casamento da nobreza. Em seguida vamos encontrar a disputa da Venezuela, e das Guianas, por nações estranhas aos "interesses" de Portugal. Concomitantemente assistimos o desenrolar da epopeia da descoberta e conquista da navegação do rio Amazonas desde o Equador ate a ilha de Marajó, ai vemos os mapas jesuíticos, sinalizando minas de ouro com precisão, algumas em exploração ainda hoje. Mas quem eram os jesuítas? Frades de diversas nacionalidades, belgas, franceses, espanhois, portuguesas, etc. Não esquecer qie pelos casamento da realeza o Brasil pertenceu inteirinho a Espanha por 70 anos, assim como as colonias espanholas pertenceram a Portugal por ihial periodo. Quando analisamos os mapas da expansão da Capitania de São Paulo,(Entradas e Bandeiras) vemos que ela se estendeu desde São Paulo, passando pelo Mato Grosso, perseguindo a margem sul do rio Amazonas, descendo pelo Brasil Central. Rondon vai encontrar o Forte da Baira, no expremo oeste da Amazonia Brasileira comprovando que já os antigos defendiam a área de incursões estrangeiras. Acontece que quando falamos nestes períodos estamos falando em um Brasil europeu, disputado pelo Reino de Portugal e Espanha prioritariamente, e por ingleses, franceses, holandeses secundariamente. Indios como brasileiros, somente massa de manobra. Somente com a independência, ato simbólico que nos tirava da soberania portuguesa, mas nos lançava economicamente de cabeça aos interesses e dependencia de outras e variadas nações. Com a Republica ( maçonica), a nossa independência de fantasia, passou a ser submetida através de dividas internacionais forjando para nós brasileiros outro tipo de dependência. A tentativa de Getulio , nacionalista, e independente, logo foi neutralizada, e suas estatais estrategicas importantes privatizadas. Nesse contesto estamos sendo explorados há anos. No entanto os brasileiros perderam a noção de que a independência ainda precisa ser construída. E é possivel. Dois tipos de brasileiros se desenvolvem nesse período, os serviçais do capital sem fronteiras, que vendem a soberania nacional por interesses próprios, nesse grupo estão os corruptos. O segundo grupo, os omissos, cidadãos que com culpa, ou não, não enxergam o que acontece com o seu país. Leiam de Eduardo Galeano, por favor, o livro " Veias Abertas da America Latina", é uma otima fonte de pesquisas. A nossa riqueza é tão grande, que bilhões de dólares são desviados para bancos, por exemplo, suíços, e a elite brasileira, ou coopera com esses desvios, ou desconhece os fatos, sempre com prejuizo , grandes prejuízos do povo brasileiro.
As duas guerras revelaram uma verdade estonteante, estrangeiros conheciam mais da Amazônia, que os melhores e mais preparados brasileiros. Essa lição não serviu para muita coisa, continuamos sem fazer um esforço leal para compreende-la e explorá-la e ocupa-la racionalmente. Ela continua sendo explorada, por capitais estrangeiros, seja nos minerais, no turismo, na botânica comercial, na industria de medicamentos, no gás e no petróleo, na madeira, na química industrial, e até no cinema, enquanto para nos brasileiros é construída uma imagem de intocabilidade, inacessibilidade, destrutividade criminosa. Lamento.
Use o Google para ver vistas aereas de Roraima, cujo solo parece um queijo suíço pela exploração de minerios na área Yanomami. É mole ou quer mais? O Google Earth Pro permite descer até 300 metros sobre a floresta. No entanto ninguém me explica porque sobre o Paraguay podemos descer aos 50 metros, e qual o motivo de algumas áreas do Brasil aperecerem fora de foco.
Quando eu assinalo Republica Maçonica é para lembrar que nossa Republica e o fim do Imperio obdecia a forças " secretas", maçonicas, que por sua vez obdecem a outras forças "secretas!
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Penso que o leitor brasileiro e estrangeiro esteja entendendo o que quero mostrar com as ultimas postagens. Estou tentando mostrar que a Amazônia Legal Brasileira, tem imensas áreas proibitivas ( ecologicamente proibitivas) aos brasileiros e liberadas aos estrangeiros. Tento mostrar que essa área correspondente a 60% do território nacional nunca esteve adormecida e protegida soberanamente pelos interesses brasileiros, mas esteve desde seu inicio pressionada e resguardada por interesses estrangeiros. Se pensarmos bem, no inicio, a Espanha e Portugal disputavam a área. Se olharmos a história desses países, vemos que dissimuladamente elas hospedam interesses de outras nações antigas, seja por acordos, seja pelo casamento da nobreza. Em seguida vamos encontrar a disputa da Venezuela, e das Guianas, por nações estranhas aos "interesses" de Portugal. Concomitantemente assistimos o desenrolar da epopeia da descoberta e conquista da navegação do rio Amazonas desde o Equador ate a ilha de Marajó, ai vemos os mapas jesuíticos, sinalizando minas de ouro com precisão, algumas em exploração ainda hoje. Mas quem eram os jesuítas? Frades de diversas nacionalidades, belgas, franceses, espanhois, portuguesas, etc. Não esquecer qie pelos casamento da realeza o Brasil pertenceu inteirinho a Espanha por 70 anos, assim como as colonias espanholas pertenceram a Portugal por ihial periodo. Quando analisamos os mapas da expansão da Capitania de São Paulo,(Entradas e Bandeiras) vemos que ela se estendeu desde São Paulo, passando pelo Mato Grosso, perseguindo a margem sul do rio Amazonas, descendo pelo Brasil Central. Rondon vai encontrar o Forte da Baira, no expremo oeste da Amazonia Brasileira comprovando que já os antigos defendiam a área de incursões estrangeiras. Acontece que quando falamos nestes períodos estamos falando em um Brasil europeu, disputado pelo Reino de Portugal e Espanha prioritariamente, e por ingleses, franceses, holandeses secundariamente. Indios como brasileiros, somente massa de manobra. Somente com a independência, ato simbólico que nos tirava da soberania portuguesa, mas nos lançava economicamente de cabeça aos interesses e dependencia de outras e variadas nações. Com a Republica ( maçonica), a nossa independência de fantasia, passou a ser submetida através de dividas internacionais forjando para nós brasileiros outro tipo de dependência. A tentativa de Getulio , nacionalista, e independente, logo foi neutralizada, e suas estatais estrategicas importantes privatizadas. Nesse contesto estamos sendo explorados há anos. No entanto os brasileiros perderam a noção de que a independência ainda precisa ser construída. E é possivel. Dois tipos de brasileiros se desenvolvem nesse período, os serviçais do capital sem fronteiras, que vendem a soberania nacional por interesses próprios, nesse grupo estão os corruptos. O segundo grupo, os omissos, cidadãos que com culpa, ou não, não enxergam o que acontece com o seu país. Leiam de Eduardo Galeano, por favor, o livro " Veias Abertas da America Latina", é uma otima fonte de pesquisas. A nossa riqueza é tão grande, que bilhões de dólares são desviados para bancos, por exemplo, suíços, e a elite brasileira, ou coopera com esses desvios, ou desconhece os fatos, sempre com prejuizo , grandes prejuízos do povo brasileiro.
As duas guerras revelaram uma verdade estonteante, estrangeiros conheciam mais da Amazônia, que os melhores e mais preparados brasileiros. Essa lição não serviu para muita coisa, continuamos sem fazer um esforço leal para compreende-la e explorá-la e ocupa-la racionalmente. Ela continua sendo explorada, por capitais estrangeiros, seja nos minerais, no turismo, na botânica comercial, na industria de medicamentos, no gás e no petróleo, na madeira, na química industrial, e até no cinema, enquanto para nos brasileiros é construída uma imagem de intocabilidade, inacessibilidade, destrutividade criminosa. Lamento.
Use o Google para ver vistas aereas de Roraima, cujo solo parece um queijo suíço pela exploração de minerios na área Yanomami. É mole ou quer mais? O Google Earth Pro permite descer até 300 metros sobre a floresta. No entanto ninguém me explica porque sobre o Paraguay podemos descer aos 50 metros, e qual o motivo de algumas áreas do Brasil aperecerem fora de foco.
Quando eu assinalo Republica Maçonica é para lembrar que nossa Republica e o fim do Imperio obdecia a forças " secretas", maçonicas, que por sua vez obdecem a outras forças "secretas!
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A mineração na Amazônia
Neste artigo muito bem feito, você perceberá que aqui também vemos apenas um aspecto da mineração. Nada se fala do Petróleo de Urucu, gás do Acre, Nióbio em Roraima, ouro em diversas regiões ( como se os garimpos fossem uma riqueza menor). Também nada diz de que a Estatal Vale do Rio Doce, foi vendida a um grupo estrangeiro protegido pelo genro ( judeu) de Fernando Henrique Cardoso à época Presidente da Republica, e que por ser estatal detinha quase 100% dos direitos de lavra no Brasil. Digo quase pois alguns direitos já haviam sido concedidos a Ingleses-Canadenses, norte-americanos, etc. E não se fala, pois esta fora do contesto da ÁGUA.Todavia o texto é muito informativo.
A mineração na Amazônia
A amazônia tem uma contribuição significativa na atividade de extração e transformação mineral realizada em território brasileiro, considerando a ocorrência na região de diverso minerais que influenciam na balança comercial do país, sendo o Pará o segundo maior Estado exportador de minérios.
A extração do Nióbio colocou o Brasil em 1º lugar ranking internacional, em 2º com a extração do Ferro, Manganês e Aluminio(bauxita), e em 5º com o Caulim e Estanho. O Estado do Amazonas participa com 12% do Nióbio extraído no Brasil, e com 60% do Estanho.
O minério de Ferro de Carajás, sudeste do Pará, representa 26% da extração nacional, colocando o Estado atrás apenas de Minas Gerais. O Manganês da Mina do Azul, em Carajás, e da Buritirama, em Marabá, contribuíram com mais de 50% da extração de 2,4 milhões de toneladas em 2008.
O Estado do Pará é responsável por 100% da extração nacional dos minérios de Caulim, 85% de bauxita, 60% do cobre e 10% do Ouro, nas regiões Nordeste, Oeste e Sudeste..
A tendência para 2009, dependendo das condições da crise na economia mundial, é de que haja um crescimento significativo na extração de Bauxita, Cobre, Níquel, Fosfato e Ferro, considerando a entrada em operação das minas de Cobre e Níquel, da Vale, em Carajás, a mina de Bauxita da Alcoa em Juruti, e o salto da extração de Ferro de Carajás para 126 milhões de toneladas/ano.
Na Amazônia Legal a extração mineral responde por 25% do total das exportações, a transformação responde por 21%. Os estados do Pará e Maranhão, em 2008 responderam por 26% das exportações, com destaque para o ferro, cobre e manganês, que representaram 89% da comercialização de minério da Amazônia ao exterior.
A situação dos minérios mais extraídos na Amazônia, é esta: em primeiro lugar o ferro(35,2%), em segundo a alumina -bauxita(17,6%), em terceiro o alumínio(15,1%) e em quarto o cobre(11,3%).
Na pauta de transformação, destacaram-se as exportações de ferro gusa, alumínio e alumina, que representam 88% da exportação deste segmento na Amazônia Legal.
O extrativismo mineral representou 59,2% dos US$ 8 bilhões produzidos pela indústria mineral do Estado do Pará. O município de Parauapebas participou com 35,8%(minério de ferro), Barcarena com 33,3%(alumina e alumínio), Canaã dos Carajás com 10%(cobre), Marabá com 7,1%(ferro gusa e manganês),Oriximiná com 6,3%(bauxita), e outros com menor participação.
A extração e transformação mineral na amazônia tem contribuído para o crescimento do PIB nos municípios, vejamos o caso dos 10 primeiros colocados no Estado do Pará: 1º lugar, Belém(28,21%), 2º, Barcarena(8,03%), 3º, Parauapebas(6,72%), 4º, Marabá(5,91%), 5º, Ananideua(5,56%), 9º, Canaã dos Carajás(1,58%), e 10º, Oriximiná(1,42%).
Tratando-se de reservas, conhecidas, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em Bauxita, com depósitos concentrados em três distritos principais: Trombetas(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Paragominas-Tiracambú(plataforma Bragantina).
Expressivos depósitos de Caulim estão distribuídos em três principais distritos: Manaus(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Capim(plataforma Bragantina). Ouro e Cassiterita, estão distribuídos pelas mais diversas áreas da região amazônica.
As jazidas de Ferro de Carajás, com seus 18 bilhões de toneladas de minério, corresponde à maior concentração de alto teor já localizada no planeta. Distribuídas em quatro setores principais: serra Norte, serra Sul, serra Leste e serra de São Félix ou serra Arqueada.
A pesquisa, extração e transformação mineral no estado do Pará ocorrem em quatro principais regiões: no Oeste, envolvendo os municípios de Oriximiná, Juruti, Monte alegre, Alenque e Óbidos; Nordeste, de Paragominas, São Domingos do Capim a Barcarena; Sudeste, Marabá, Cuiriomópolis, Parauapebas e Canaã dos Carajás; e Sul, Xinguara, Ourilândia, Tucumã, São Félix do Xingu, Rio Maria, Floresta do Araguaia, Santa Maria das Barreiras e Conceição do Araguaia.
As principais empresas de extração e transformação atuando no Pará, são: Vale, Anglo Americam, Alcoa, Albrás, Alunorte, Rio Tinto, Mineração Rio do Norte, CBA, Imerys Rio Capim Caulim S.A, Caulim da Amazônia S.A(CADAM/Vale), Pará Pigmentos S.A(PPSA/Vale), Xtrata e Caraíba Metais.
A CONTRADIÇÃO
A mineração na Amazônia tem se dado de forma espoliatória e predatória, desterritorializando populações tradicionais, degradando o meio ambiente, com poluição do ar, do solo, das bacias hídricas, desflorestamento, a destruição dos habitats naturais dos animais silvestres e destruição dos sitios arqueológicos.
São projetos dirigidos de fora para dentro da região sem que os povos amazônidas tenham a oportunidade de discutir e opinar sobre a viabilidade e necessidade dos empreendimentos.
Os núcleos urbanos próximos das áreas a serem mineradas passam por rápidas e indesejáveis transformações com o crescimento da população que migra motivada pela expectativa da empregabilidade. Os efeitos até então incontroláveis tem sido a elevação do índice de prostituição, da violência e de acidentes de trânsito.
As empresas aproveitam da conivência e submissão do Estado, das precárias condições que vivem a maioria das populações dos municípios onde elas se instalam, para através da manipulação da consciência das pessoas, com o discurso da chegada do desenvolvimento, criar um ambiente favorável para sua implantação.
Uma situação emblemática, que até hoje gera impacto negativo, foi a exploração do manganês, em Macapá. Depois da retirada de quase todo o manganês ficaram as crateras de até 170 metros de profundidade e um estoque de 70.000 toneladas de rejeitos, proveniente da extração de 34 milhões de toneladas de manganês, do processo de pelotização, com um percentual de arcênio muito superior ao encontrado no minério in natura.
Percebe-se pelas diversas experiências que o impacto da mineração é localizado, desestruturante e ao mesmo estruturante, ao modo que interessa às empresas. Desestrutura as comunidades locais, urbanas e rurais, provocando a migração de pessoas vindas de outras regiões e do campo para a cidade.
O aumento sem controle da população no entorno dos projetos constituindo grandes aglomerados nos núcleos urbanos, o aumento da criminalidade, o comércio de drogas, a superlotação nas escolas e a falta de serviços de atendimento à saúde para tanta gente, são impactos mais visíveis.
Sobre a população da área de Influência Direta(AID) da Vale, na região de Carajás, considerando os anos de 2000, 2005 e a projeção para 2010, os dados mostram um crescimento do ano de 2000 para 2005, no total da área, de 22,9%, e uma projeção de crescimento do ano de 2005 para o ano de 2010, de 92,9%. Registrando um total de habitantes no ano de 2000, de 344.386, no ano de 2005, de 423.361, e a projeção para o ano de 2010, de 817.268 habitantes.
Embora o crescimento da população total da área, do ano de 2000 para 2005, tenha sido de 22,95, mas no município de Canaã o crescimento foi de 88,3%, saltando de 10.921 para 20.570 habitantes.
A projeção do aumento populacional para 2010, no total da área, é de 92,9, mas é bom ressaltar que os índices por município variam de 61,2 %(Tucumã) a 197,9%(Canaã). Os maiores índices de crescimento populacional previstos são dos municípios de Parauapebas(107,3%), Ourilândia(139,1%) e Canaã(197,9%). Os outros municípios são: Marabá(81,2%), Eldorado(67,2%), e Curionópolis(77,2%).
Crescimento Populacional na Área de Influência Direta da Vale
AID/ANO 2000 2005 % 2010 %
Parauapebas 71.570 95.777 33,7 198.596 107,3
Canaã 10.921 20.570 88,3 61.295 197,9
Marabá 168.021 199.555 18,6 362.050 81,2
Curionópolis 19.487 22.591 15,9 40.046 77,2
Eldorado 29.607 41.525 40,3 69.468 67,2
Ourilândia 19.472 20.465 5,0 49.033 139,1
Tucumã 25.309 22.877 – 36.777 61,2
TOTAL 344.386 423.361 22,9 817.268 92,9
Fonte: Diagonal
Sobre a taxa de ocorrência de roubos (quando ocorre violência e uso de arma), Marabá se destaca com 639 ocorrências para 100.000 habitantes, no Estado do Pará a taxa é de 423 ocorrências.
Sobre a taxa de ocorrência de furtos (quando não ocorre violência e nem uso de armas), em Marabá é de 661, em Parauapebas varia de 574 a 611, e em Canaã varia de 356 a 574, no estado do Pará a taxa é de 423 ocorrências por 100.000 habitantes.
Sobre a taxa de ocorrência de homicídios, para 100.000 habitantes: Marabá(95), Parauapebas(de 70 a 95), curionópolis(de 40 a 70), Canaã(de 29 a 43), Eldorado(de 12 a 29), no estado do Pará a taxa é de 18,5 e no Brasil é de 27. Aqui matam mesmo.
Sobre a taxa de ocorrência de estupros: Marabá(7 a 7), Parauapebas(6 a 7), Canaã(4 a 6), no Estado do Pará a taxa é de 4,6.
Sobre lesão corporal as taxas da região estão abaixo das taxas do Estado e do país, um indicativo é que aqui as pessoas não batem, matam mesmo, a outra é que não diagnosticaram a violência contra mulher, porque na região a cada minuto uma mulher é espancada.
Sobre o tráfico de entorpecentes: Parauapebas(de 17 a 17), Canaã(de 12 a 17), Marabá(de 11 a 12), Curionópólis(de 9 a 11), no Estado do Pará a taxa é de 4,86.
A espoliação é confirmada quando deparamos com o valor do royalties ou a CFEM – Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais repassada pelas empresas, que varia de 1 a 3% do faturamento líquido, enquanto que para a exploração de petróleo é de 10% sobre o faturamento bruto.
Em 1997, da movimentação da bauxita extraída em Oriximiná, a produção de alumínio em Barcarena, do faturamento de mais de US$ 2 bilhões conseguido pelas empresas, somente US$ 30 milhões foram recolhidos aos cofres públicos, o que representa 1,5% do faturamento. Em 2008, 0 recolhimento de R$ 700 milhões representa 1,44 do faturamento.
Outra situação marcante do processo de degradação social é a modalidade do trabalho escravo contemporâneo como marca da relação de produção, principalmente na cadeia de produção de ferro gusa na região de Carajás, incluindo os Estados do Pará, Maranhão e Tocantins.
ÁREA PERÍODO 2000 a 10/2007 Incl.no DFS CASOS TE CASOS FISC ENVOLVIDOS LIBERTADOS
MA PA TO TOTAL MUNIC.MA PA TO com TE 146 1103 483 27414 11667
DFS TOTAL MUNIC. DFS com TE 64 674 295 14996 7011
MA PA TO TE no DFS/TOTAL MA PA TO 44% 61% 61% 55% 60%
MA PA TO total munic do DFS 95
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 67%
PA TOTAL MUNIC. PA com TE 59 785 297 20837 8152
PA TOTAL MUNIC. DFS com TE 24 460 171 10643 4602
PA TE no DFS/TOTAL PA 41% 59% 58% 51% 56%
PA total munic do DFS no PA 29
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 83%
TO TOTAL MUNIC. TO com TE 48 161 101 3372 1805
TO TOTAL MUNIC. DFS com TE 19 101 61 2152 1209
TO TE no DFS/TOTAL TO 40% 63% 60% 64% 67%
TO total munic do DFS no TO 34
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 56%
MA TOTAL MUNIC. MA com TE 39 157 85 3205 1710
MA TOTAL MUNIC. DFS com TE 21 127 67 3083 1242
MA TE no DFS/TOTAL MA 54% 81% 79% 96% 73%
MA total munic do DFS no MA 32
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 66%
n° munic n° casos %
26 mun.do DFS = 50% dos casos 26 531 100,0%
no MA 5 83 15,6%
no PA 18 405 76,3%
no TO 3 43 8,1%
31 mun.do DFS = 50% dos envolvidos 31 12101 100,0%
no MA 6 1739 14,4%
no PA 22 10550 87,2%
no TO 3 945 7,8%
27 mun.do DFS = 50% dos libertados 27 5903 100,0%
no MA 5 798 13,5%
no PA 19 4544 77,0%
no TO 3 561 9,5%
Fonte: CPT e MTE, 2000 a 2007.
Em toda a região de extração e transformação mineral os movimentos sociais tem se manifestado contrário a esta lógica perversa do capital dirigida pelas corporações, no intuito de resistirem, enfrentarem e alterarem o modelo dominante.
Na região de Carajás, em 2008, ocorreram várias manifestações com a ocupação dos trilhos da estrada de ferro de Carajás ao porto em São Luis-MA, administrada pela Vale, coordenados pela Via Campesina e povos indígenas, que culminou na criação do Movimento dos Trabalhadores na Mineração(garimpeiros), e o lançamento de um manifesto, intitulado MANIFESTO DA MOBILIZAÇÃO DOS CAMPONESES DE MARABÁ.
Para que a mineração na Amazônia possa gerar benefícios para as populações locais e diminuir as desigualdades e pobrezas e não aumentá-las, como tem sido até o momento, se faz necessário que seja planejada pelo Estado, e não pelas empresas, com participação da sociedade civil, com uma outra política de arrecadação e aplicação dos royalties.
Bibliografia:
Informações e Análises da Economia Mineral Brasileira, do Instituto brasileiro de Mineração, IBRAM, 3ª edição, 2008.
Industria da Mineração, IBRAM, Ano III, nº 20, 2008.
50 ANOS DE MINERAÇÃO NA AMAZÕNIA, Fórum Paraense de desenvolvimento, Ed. Cejup, Belém, 2003.
DFS de Carajás: O trabalho escravo visível a olho nu, Xavier Plassat, CPT, artigo, 2008.
Impacto socioambiental da mineração na região de Carajás, Raimundo Gomes da Cruz Neto, CEPASP, artigo, 2008.
Recursos Minerais da Amazônia, Breno Augusto dos Santos, artigo, 2002
A extração do Nióbio colocou o Brasil em 1º lugar ranking internacional, em 2º com a extração do Ferro, Manganês e Aluminio(bauxita), e em 5º com o Caulim e Estanho. O Estado do Amazonas participa com 12% do Nióbio extraído no Brasil, e com 60% do Estanho.
O minério de Ferro de Carajás, sudeste do Pará, representa 26% da extração nacional, colocando o Estado atrás apenas de Minas Gerais. O Manganês da Mina do Azul, em Carajás, e da Buritirama, em Marabá, contribuíram com mais de 50% da extração de 2,4 milhões de toneladas em 2008.
O Estado do Pará é responsável por 100% da extração nacional dos minérios de Caulim, 85% de bauxita, 60% do cobre e 10% do Ouro, nas regiões Nordeste, Oeste e Sudeste..
A tendência para 2009, dependendo das condições da crise na economia mundial, é de que haja um crescimento significativo na extração de Bauxita, Cobre, Níquel, Fosfato e Ferro, considerando a entrada em operação das minas de Cobre e Níquel, da Vale, em Carajás, a mina de Bauxita da Alcoa em Juruti, e o salto da extração de Ferro de Carajás para 126 milhões de toneladas/ano.
Na Amazônia Legal a extração mineral responde por 25% do total das exportações, a transformação responde por 21%. Os estados do Pará e Maranhão, em 2008 responderam por 26% das exportações, com destaque para o ferro, cobre e manganês, que representaram 89% da comercialização de minério da Amazônia ao exterior.
A situação dos minérios mais extraídos na Amazônia, é esta: em primeiro lugar o ferro(35,2%), em segundo a alumina -bauxita(17,6%), em terceiro o alumínio(15,1%) e em quarto o cobre(11,3%).
Na pauta de transformação, destacaram-se as exportações de ferro gusa, alumínio e alumina, que representam 88% da exportação deste segmento na Amazônia Legal.
O extrativismo mineral representou 59,2% dos US$ 8 bilhões produzidos pela indústria mineral do Estado do Pará. O município de Parauapebas participou com 35,8%(minério de ferro), Barcarena com 33,3%(alumina e alumínio), Canaã dos Carajás com 10%(cobre), Marabá com 7,1%(ferro gusa e manganês),Oriximiná com 6,3%(bauxita), e outros com menor participação.
A extração e transformação mineral na amazônia tem contribuído para o crescimento do PIB nos municípios, vejamos o caso dos 10 primeiros colocados no Estado do Pará: 1º lugar, Belém(28,21%), 2º, Barcarena(8,03%), 3º, Parauapebas(6,72%), 4º, Marabá(5,91%), 5º, Ananideua(5,56%), 9º, Canaã dos Carajás(1,58%), e 10º, Oriximiná(1,42%).
Tratando-se de reservas, conhecidas, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em Bauxita, com depósitos concentrados em três distritos principais: Trombetas(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Paragominas-Tiracambú(plataforma Bragantina).
Expressivos depósitos de Caulim estão distribuídos em três principais distritos: Manaus(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Capim(plataforma Bragantina). Ouro e Cassiterita, estão distribuídos pelas mais diversas áreas da região amazônica.
As jazidas de Ferro de Carajás, com seus 18 bilhões de toneladas de minério, corresponde à maior concentração de alto teor já localizada no planeta. Distribuídas em quatro setores principais: serra Norte, serra Sul, serra Leste e serra de São Félix ou serra Arqueada.
A pesquisa, extração e transformação mineral no estado do Pará ocorrem em quatro principais regiões: no Oeste, envolvendo os municípios de Oriximiná, Juruti, Monte alegre, Alenque e Óbidos; Nordeste, de Paragominas, São Domingos do Capim a Barcarena; Sudeste, Marabá, Cuiriomópolis, Parauapebas e Canaã dos Carajás; e Sul, Xinguara, Ourilândia, Tucumã, São Félix do Xingu, Rio Maria, Floresta do Araguaia, Santa Maria das Barreiras e Conceição do Araguaia.
As principais empresas de extração e transformação atuando no Pará, são: Vale, Anglo Americam, Alcoa, Albrás, Alunorte, Rio Tinto, Mineração Rio do Norte, CBA, Imerys Rio Capim Caulim S.A, Caulim da Amazônia S.A(CADAM/Vale), Pará Pigmentos S.A(PPSA/Vale), Xtrata e Caraíba Metais.
A CONTRADIÇÃO
A mineração na Amazônia tem se dado de forma espoliatória e predatória, desterritorializando populações tradicionais, degradando o meio ambiente, com poluição do ar, do solo, das bacias hídricas, desflorestamento, a destruição dos habitats naturais dos animais silvestres e destruição dos sitios arqueológicos.
São projetos dirigidos de fora para dentro da região sem que os povos amazônidas tenham a oportunidade de discutir e opinar sobre a viabilidade e necessidade dos empreendimentos.
Os núcleos urbanos próximos das áreas a serem mineradas passam por rápidas e indesejáveis transformações com o crescimento da população que migra motivada pela expectativa da empregabilidade. Os efeitos até então incontroláveis tem sido a elevação do índice de prostituição, da violência e de acidentes de trânsito.
As empresas aproveitam da conivência e submissão do Estado, das precárias condições que vivem a maioria das populações dos municípios onde elas se instalam, para através da manipulação da consciência das pessoas, com o discurso da chegada do desenvolvimento, criar um ambiente favorável para sua implantação.
Uma situação emblemática, que até hoje gera impacto negativo, foi a exploração do manganês, em Macapá. Depois da retirada de quase todo o manganês ficaram as crateras de até 170 metros de profundidade e um estoque de 70.000 toneladas de rejeitos, proveniente da extração de 34 milhões de toneladas de manganês, do processo de pelotização, com um percentual de arcênio muito superior ao encontrado no minério in natura.
Percebe-se pelas diversas experiências que o impacto da mineração é localizado, desestruturante e ao mesmo estruturante, ao modo que interessa às empresas. Desestrutura as comunidades locais, urbanas e rurais, provocando a migração de pessoas vindas de outras regiões e do campo para a cidade.
O aumento sem controle da população no entorno dos projetos constituindo grandes aglomerados nos núcleos urbanos, o aumento da criminalidade, o comércio de drogas, a superlotação nas escolas e a falta de serviços de atendimento à saúde para tanta gente, são impactos mais visíveis.
Sobre a população da área de Influência Direta(AID) da Vale, na região de Carajás, considerando os anos de 2000, 2005 e a projeção para 2010, os dados mostram um crescimento do ano de 2000 para 2005, no total da área, de 22,9%, e uma projeção de crescimento do ano de 2005 para o ano de 2010, de 92,9%. Registrando um total de habitantes no ano de 2000, de 344.386, no ano de 2005, de 423.361, e a projeção para o ano de 2010, de 817.268 habitantes.
Embora o crescimento da população total da área, do ano de 2000 para 2005, tenha sido de 22,95, mas no município de Canaã o crescimento foi de 88,3%, saltando de 10.921 para 20.570 habitantes.
A projeção do aumento populacional para 2010, no total da área, é de 92,9, mas é bom ressaltar que os índices por município variam de 61,2 %(Tucumã) a 197,9%(Canaã). Os maiores índices de crescimento populacional previstos são dos municípios de Parauapebas(107,3%), Ourilândia(139,1%) e Canaã(197,9%). Os outros municípios são: Marabá(81,2%), Eldorado(67,2%), e Curionópolis(77,2%).
Crescimento Populacional na Área de Influência Direta da Vale
AID/ANO 2000 2005 % 2010 %
Parauapebas 71.570 95.777 33,7 198.596 107,3
Canaã 10.921 20.570 88,3 61.295 197,9
Marabá 168.021 199.555 18,6 362.050 81,2
Curionópolis 19.487 22.591 15,9 40.046 77,2
Eldorado 29.607 41.525 40,3 69.468 67,2
Ourilândia 19.472 20.465 5,0 49.033 139,1
Tucumã 25.309 22.877 – 36.777 61,2
TOTAL 344.386 423.361 22,9 817.268 92,9
Fonte: Diagonal
Sobre a taxa de ocorrência de roubos (quando ocorre violência e uso de arma), Marabá se destaca com 639 ocorrências para 100.000 habitantes, no Estado do Pará a taxa é de 423 ocorrências.
Sobre a taxa de ocorrência de furtos (quando não ocorre violência e nem uso de armas), em Marabá é de 661, em Parauapebas varia de 574 a 611, e em Canaã varia de 356 a 574, no estado do Pará a taxa é de 423 ocorrências por 100.000 habitantes.
Sobre a taxa de ocorrência de homicídios, para 100.000 habitantes: Marabá(95), Parauapebas(de 70 a 95), curionópolis(de 40 a 70), Canaã(de 29 a 43), Eldorado(de 12 a 29), no estado do Pará a taxa é de 18,5 e no Brasil é de 27. Aqui matam mesmo.
Sobre a taxa de ocorrência de estupros: Marabá(7 a 7), Parauapebas(6 a 7), Canaã(4 a 6), no Estado do Pará a taxa é de 4,6.
Sobre lesão corporal as taxas da região estão abaixo das taxas do Estado e do país, um indicativo é que aqui as pessoas não batem, matam mesmo, a outra é que não diagnosticaram a violência contra mulher, porque na região a cada minuto uma mulher é espancada.
Sobre o tráfico de entorpecentes: Parauapebas(de 17 a 17), Canaã(de 12 a 17), Marabá(de 11 a 12), Curionópólis(de 9 a 11), no Estado do Pará a taxa é de 4,86.
A espoliação é confirmada quando deparamos com o valor do royalties ou a CFEM – Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais repassada pelas empresas, que varia de 1 a 3% do faturamento líquido, enquanto que para a exploração de petróleo é de 10% sobre o faturamento bruto.
Em 1997, da movimentação da bauxita extraída em Oriximiná, a produção de alumínio em Barcarena, do faturamento de mais de US$ 2 bilhões conseguido pelas empresas, somente US$ 30 milhões foram recolhidos aos cofres públicos, o que representa 1,5% do faturamento. Em 2008, 0 recolhimento de R$ 700 milhões representa 1,44 do faturamento.
Outra situação marcante do processo de degradação social é a modalidade do trabalho escravo contemporâneo como marca da relação de produção, principalmente na cadeia de produção de ferro gusa na região de Carajás, incluindo os Estados do Pará, Maranhão e Tocantins.
ÁREA PERÍODO 2000 a 10/2007 Incl.no DFS CASOS TE CASOS FISC ENVOLVIDOS LIBERTADOS
MA PA TO TOTAL MUNIC.MA PA TO com TE 146 1103 483 27414 11667
DFS TOTAL MUNIC. DFS com TE 64 674 295 14996 7011
MA PA TO TE no DFS/TOTAL MA PA TO 44% 61% 61% 55% 60%
MA PA TO total munic do DFS 95
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 67%
PA TOTAL MUNIC. PA com TE 59 785 297 20837 8152
PA TOTAL MUNIC. DFS com TE 24 460 171 10643 4602
PA TE no DFS/TOTAL PA 41% 59% 58% 51% 56%
PA total munic do DFS no PA 29
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 83%
TO TOTAL MUNIC. TO com TE 48 161 101 3372 1805
TO TOTAL MUNIC. DFS com TE 19 101 61 2152 1209
TO TE no DFS/TOTAL TO 40% 63% 60% 64% 67%
TO total munic do DFS no TO 34
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 56%
MA TOTAL MUNIC. MA com TE 39 157 85 3205 1710
MA TOTAL MUNIC. DFS com TE 21 127 67 3083 1242
MA TE no DFS/TOTAL MA 54% 81% 79% 96% 73%
MA total munic do DFS no MA 32
DFS/TOT MUNIC.DFS com TE/TOT.DFS 66%
n° munic n° casos %
26 mun.do DFS = 50% dos casos 26 531 100,0%
no MA 5 83 15,6%
no PA 18 405 76,3%
no TO 3 43 8,1%
31 mun.do DFS = 50% dos envolvidos 31 12101 100,0%
no MA 6 1739 14,4%
no PA 22 10550 87,2%
no TO 3 945 7,8%
27 mun.do DFS = 50% dos libertados 27 5903 100,0%
no MA 5 798 13,5%
no PA 19 4544 77,0%
no TO 3 561 9,5%
Fonte: CPT e MTE, 2000 a 2007.
Em toda a região de extração e transformação mineral os movimentos sociais tem se manifestado contrário a esta lógica perversa do capital dirigida pelas corporações, no intuito de resistirem, enfrentarem e alterarem o modelo dominante.
Na região de Carajás, em 2008, ocorreram várias manifestações com a ocupação dos trilhos da estrada de ferro de Carajás ao porto em São Luis-MA, administrada pela Vale, coordenados pela Via Campesina e povos indígenas, que culminou na criação do Movimento dos Trabalhadores na Mineração(garimpeiros), e o lançamento de um manifesto, intitulado MANIFESTO DA MOBILIZAÇÃO DOS CAMPONESES DE MARABÁ.
Para que a mineração na Amazônia possa gerar benefícios para as populações locais e diminuir as desigualdades e pobrezas e não aumentá-las, como tem sido até o momento, se faz necessário que seja planejada pelo Estado, e não pelas empresas, com participação da sociedade civil, com uma outra política de arrecadação e aplicação dos royalties.
Bibliografia:
Informações e Análises da Economia Mineral Brasileira, do Instituto brasileiro de Mineração, IBRAM, 3ª edição, 2008.
Industria da Mineração, IBRAM, Ano III, nº 20, 2008.
50 ANOS DE MINERAÇÃO NA AMAZÕNIA, Fórum Paraense de desenvolvimento, Ed. Cejup, Belém, 2003.
DFS de Carajás: O trabalho escravo visível a olho nu, Xavier Plassat, CPT, artigo, 2008.
Impacto socioambiental da mineração na região de Carajás, Raimundo Gomes da Cruz Neto, CEPASP, artigo, 2008.
Recursos Minerais da Amazônia, Breno Augusto dos Santos, artigo, 2002
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O caso Acre.
Tratado de Petrópolis
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O atual estado brasileiro do Acre era, no início do século XX, uma região pertencente àBolívia, que vinha sendo ocupada por seringueiros, brasileiros em plena época de expansão da economia de extração da borracha. Para resolver a tensão que se agravava, o Barão do Rio Branco dirigiu as negociações que resultaram no Tratado de Petrópolis, firmado em 17 de novembro de 1903 na cidade brasileira Petrópolis, que formalizou a incorporação do Acre ao território brasileiro. Com esse acordo, o Brasil pagou à Bolívia a quantia de 2 milhões de libras esterlinas e indenizou o Bolivian Syndicate em 110 mil libras esterlinas pela rescisão do contrato de arrendamento, firmado em 1901 com o governo boliviano.1 2 Em contrapartida, cedia algumas terras no Amazonas e comprometia-se a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para escoar a produção boliviana pelo rio Amazonas.
O estado do Acre era propriedade da Bolívia desde de 1750. Havia naquela região uma busca intensa por látex e isto fez com que os seringueiros do Brasil subissem o rio Purus e iniciassem então o povoamento da região. No ano de 1898, após a independência da América Latina, o Brasil reconheceu que aquele território pertencia á Bolívia, porém os bolivianos não povoaram este território já que eram de difícil acesso.
Foi naquele mesmo ano que a Bolívia enviou uma missão de ocupação ao Acre, causando uma revolta armada dos colonos brasileiros que ali estavam e que já eram um grande número. A revolta estourou um ano depois, em maio e contou com o apoio do Estado do Amazonas.
Pressionados, os bolivianos foram obrigados a deixar a região. Receoso de um possível retorno, o governador do Amazonas, Ramalho Júnior organizou uma unidade de aventureiros que regressaram ao Acre e proclamaram a República da região no dia 14 de julho de 1899, mudando o nome para Porto Acre.
O governo brasileiro tomando ciência do ocorrido, reconhecia a região como território boliviano e não brasileiro, a fim de dissipar essa revolta e acabar com a festa, enviaram tropas que dissolveram a República do Acre no dia 15 de março de 1900.
Após esse episódio, a Bolívia organizou uma pequena missão militar de ocupação na região. Mas, foram impedidos pelos ocupantes brasileiros que ainda se encontravam no local. Como na primeira vez, os revoltosos ainda contaram com o apoio do governador do Amazonas, Silvério Neri, que enviou uma nova expedição para a ocupação, que foi denominada como a Expedição dos Poetas, onde proclamaram a segunda República do Acre em novembro de 1900. Porém desta vez, quem reagiu foi a própria tropa militar boliviana, que colocou fim a República um mês depois.
Em 6 de agosto de 1902, um militar brasileiro, chamado Plácido de Castro foi enviado para o Acre pelo governador do Estado do Amazonas e iniciou a Revolução Acreana. Os rebeldes tomaram toda a região e implantaram a terceira República do Acre, agora com o apoio do atual presidente do Brasil, Rodrigues Alves e do seu ministro do Exterior, Barão do Rio Branco.
A Bolívia pensou em reagir novamente quanto a tomada do território acreano, mas antes que ocorresse alguma batalha significativa, o Barão do Rio Branco intermediou diplomaticamente propondo um acordo entre o Brasil e a Bolívia, que ficou conhecido como o Tratado de Petrópolis. Ambos os países assinaram esse tratado em 21 de março de 1903.
Ficou acertado de que a Bolívia abriria mão do estado do Acre em troca de territórios brasileiros do estado do Mato Grosso e receberia também a quantia de 2 milhões de libras esterlinas devido a látex extraída da região, enquanto essa pertencia a mesma.
Fontes:
Pontos mais importantes[editar | editar código-fonte]
O tratado estabeleceu definitivamente as fronteiras entre Brasil e Bolívia, compensando a anexação do Acre por meio da cessão de pequenos territórios próximos à foz do rio Abunã (numa região próxima ao Acre) e na bacia do rio Paraguai, do pagamento da quantia de 2 milhões de libras esterlinas,3 o correspondente a, atualmente, 630 milhões de reais.
Como a Bolívia perdeu, após guerra com o Chile, sua saída para o mar, dois artigos do Tratado de Petrópolis obrigaram o Brasil e a Bolívia a estabelecerem um Tratado de Comércio e Navegação que permitisse à Bolívia usar os rios brasileiros para alcançar o oceano Atlântico. Além disso, a Bolívia poderia estabelecer alfândegas em Belém,Manaus, Corumbá e outros pontos da fronteira entre os dois países, assim como o Brasil poderia estabelecer aduanas (alfândegas) na fronteira com a Bolívia.3
O Brasil assumiu também a obrigação de construir uma ferrovia "desde o porto de Santo Antônio, no rio Madeira, até Guajará-Mirim, no Mamoré", com um ramal que atingisse o território boliviano. Era a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.4 Por fim, o Brasil se obrigava a demarcar a nova fronteira com o Peru. A licitação para a ferrovia foi realizada em 1905; as obras foram iniciadas em 1907 e concluídas em 1912.3
Além da questão territorial, havia um componente econômico em disputa: a fonte de uma das matérias-primas mais valorizadas no mercado internacional, o látex, responsável pelos milhões de dólares movimentados pela indústria mundial da borracha.2
Ver também[editar | editar código-fonte]
O Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Tratado de Petrópolis
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Esposas de Cristo.
Freiras são esposas de Cristo. O cristianismo naquilo que herdou do judaísmo é monoteisra e monogâmico. No entanto Jesus dá o "mau"exemplo possuindo milhares de dedicadas esposas. Como é mulherada piedosa, Jesus também sente solidão. Imaginem eu que não tenho nenhuma! Embora a natureza de minha solidão seja diversa da de Jesus.
Martina Purdy, jornalista da BBC, abandona carreira para se tornar freira de clausura
29 de novembro de 2014Sem comentários
Luis Dufaur
A jornalista política da BBC na Irlanda do Norte, Martina Purdy [foto acima, à esquerda], uma das mais conhecidas repórteres, vai deixar sua carreira de 25 anos para ingressar numa ordem religiosa contemplativa, noticiou o jornal inglês The Telegraph.
Martina anunciou pelo Twitter que escolheu “uma vida completamente diferente” na congregação das Irmãs Adoradoras de Belfast.
Desde 1991 ela cobria a política norte-irlandesa e sua decisão deixou desconcertado o establishment político-midiático do país.
Martina foi à procura de algo muito mais importante: a Adoração Reparadora do Santíssimo Sacramento. “Peço orações – disse ela – ao embarcar nesse caminho com toda humildade, fé e confiança”.
A decisão da jornalista causou enorme impacto na Irlanda. Martina disse ter ficado “verdadeiramente sobrecarregada” de mensagens de apoio, mas esclareceu que não comentaria mais o assunto, pois seus pensamentos estão todos postos na vida religiosa.
Muitas pessoas custavam acreditar, até quando ela apareceu indo à Missa dominical rodeada de religiosas do Convento da Adoração de Belfast.
Exemplos edificantes como o de Martina Purdy não são raros na história da Igreja, e até houve artistas ou mulheres do jet-set de grande destaque que abandonaram o mundo para abraçar uma vida severa de penitência e oração, até mesmo em Carmelos.
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sábado, 29 de novembro de 2014
Para você entender a questão das fronteiras do Brasil, objetivos estrangeiros.
Evolução territorial do Brasil
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Parte de uma série sobre a |
História do Brasil |
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Colônia (1530–1815)[Expandir]
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Reino Unido (1815–1822)[Expandir]
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A formação do atual território do Brasilremonta ao século XIV, ao início da chamada Era dos Descobrimentosquando se impôs a partilha das terras descobertas e a descobrir entre as monarquias ibéricas, pioneiras nas grandes navegações. Sucedem-se, a partir de então, uma série de iniciativas e questões, que culminam no início doséculo XX, com a definição dasfronteiras terrestres, e prosseguem em nossos dias, no tocante à fixação das fronteiras marítimas, na questão denominada pela Marinha do Brasilcomo " Amazônia Azul ".
Índice
[esconder]Limites geográficos atuais[editar | editar código-fonte]
O Brasil limita-se ao norte com a Guiana Francesa, o Suriname, a Guiana e aVenezuela; a noroeste, com a Colômbia; a oeste, com o Peru e a Bolívia; a sudoeste, com o Paraguai e a Argentina; ao sul, com o Uruguai e a leste com o Oceano Atlântico.
Os pontos extremos do território brasileiro são:
- Ao norte, a nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, Estado de Roraima (5º 16' delatitude norte), na fronteira com a Guiana;
- Ao sul, o Arroio Chuí no Rio Grande do Sul (33º 45' de latitude sul), fronteira com oUruguai;
- O extremo leste da parte contígua do Brasil é a Ponta do Seixas, em João Pessoa, na Paraíba (34º 47' de longitude oeste); porém, as ilhas oceânicas de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, arquipélago de São Pedro e São Paulo, Trindade e Martim Vaz ficam ainda mais a leste, sendo o extremo leste absoluto (sub-mainland insular) do território brasileiro uma ponta sem nome na Ilha do Sul do arquipélago de Martim Vaz, a cerca de 28° 50' de longitude oeste;
- A oeste, a serra da Contamana ou do Divisor, no Acre (73º 59' de longitude oeste), na fronteira com o Peru.
História[editar | editar código-fonte]
Antecedentes[editar | editar código-fonte]
Considerando-se como marco inicial daexpansão marítima europeia a conquista de Ceuta, no norte da África, em 1415, a baixa lucratividade daquela conquista levou a que Portugal empreendesse a busca das fontes de ouro presumidas ao sul do deserto do Saara, projeto coordenado pelo Infante D. Henrique (1394-1460). As descobertas resultantes, os altos investimentos exigidos e o desejo da exclusividade dos lucros resultantes, diante da disputa com Castela, conduziram à mediação pela Santa Sé, verdadeira autoridade supranacional reconhecida pelos reinos cristãos. Desse modo, em janeiro de 1450 o Papa Nicolau Vconfirmou os direitos de Portugal a todas as terras novamente descobertas, concedendo ao Infante D. Henrique o monopólio da exploração até à Índia. A bula Romanus Pontifex (8 de Janeiro de 1454), do mesmo pontífice, legitimou os objetivos expansionistas portugueses, definindo a conquista colonial como um instrumento da expansão do cristianismo, ao conceder ao rei de Portugal e ao Infante o direito a todas as suas conquistas marítimas, nomeadamente a Madeira, os Açores, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe1 .
Uma nova etapa iniciou-se após a morte do Infante. Foi marcada pela negociação e assinatura do Tratado de Toledo (6 de Março de 1480), entre Afonso V de Portugal e osReis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Por este diploma, em troca da posse do arquipélago das Canárias para aEspanha, estes soberanos deixavam para Portugal todas as terras descobertas ou por descobrir das "Canárias para baixo, contra a Guiné". Este tratado confirmava o Tratado de Alcáçovas (ou das "Parcerias do Moura"), que encerrou a guerra dinástica na península Ibérica (4 de Setembro de 1479) e foi ratificado pela bula Aeterni Regis, doPapa Sisto IV (21 de Junho de 1481).
Um terceiro momento é definido após a descoberta de Cristóvão Colombo, a serviço dos Reis Católicos, em 1492. As incertezas decorrentes da posse dessas novas terras a Ocidente, perturbaram o equilíbrio de poderes no Oceano Atlântico. Desse modo, a diplomacia espanhola obteve do Papa Alexandre VI (o aragonês Rodrigo Bórgia) uma série de Bulas:
- Eximiae Devotionis e Inter Coetera (3 de Maio de 1493), que concediam à Espanha o direito às terras não pertencentes aos príncipes cristãos;
- a segunda bula Inter Coetera (4 de Maio de 1493), que concedia à Espanha as terras, descobertas e a descobrir, a oeste de um meridiano 100 léguas a oeste e ao meio-dia (sul) das ilhas dos Açores e Cabo Verde;
- Dudum Siquidem (26 de Setembro de 1493), que confirma as bulas anteriores.
Insatisfeito com a arbitragem pontifícia, João II de Portugal negocia diretamente com os Reis Católicos e assina, na povoação castelhana de Tordesillas, o Tratado denominado oficialmente como "Capitulación de la partición del mar Oceano" (7 de Junho de 1494)2 . Este novo diploma dividia o mundo descoberto e a descobrir, estabelecendo um meridiano a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde entre as Coroas de Portugal (a quem cabia o Este) e da Espanha (a quem cabia o Oeste), preservando os interesses de cada uma das Coroas. Como curiosidade, assinou como testemunha por Portugal, Duarte Pacheco Pereira, futuro autor do roteiro de navegação "Esmeraldo de situ orbis" (1505), a quem se atribui o descobrimento do Brasil em 1498 (BUENO, 1998:131). Coincidentemente ou não, pelo novo Tratado, pertenceriam a Portugal parte das terras do Brasil, que só seriam descobertas seis anos mais tarde, em 1500. Assinado dois anos após o descobrimento da América por Colombo, mas seis anos antes da descoberta do Brasil por Vicente Yáñez Pinzón,Diego de Lepe e Pedro Álvares Cabral, este diploma assegurava os interesses de Portugal no périplo africano e na descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Embora o Tratado tenha sido aprovado pelo Papa Júlio II, em 1506, através da bula Ea Quae Pro Bono Pacis, os seus termos jamais foram reconhecidos pelas demais potências europeias, por ele excluídas das conquistas e riquezas do Novo Mundo. Adicionalmente, a indeterminação do meridiano3 e subsequentes conflitos gerados na América (pela posse da bacia do rio da Prata) e no Oceano Pacífico (pela posse das ilhas Molucas), levaram à aquisição das Ilhas Molucas (inclusive as Filipinas, Timor eSolor) por Portugal à Espanha através da Capitulação de Saragoça (23 de Abril de 1529).
O Brasil Colônia[editar | editar código-fonte]
Do início da colonização à Dinastia Filipina[editar | editar código-fonte]
As oscilações que se observam na linha de Tordesilhas a partir do século XVI devem-se não apenas à imprecisão dos meios cartográficos da época, mas também a erros intencionais, de caráter político-ideológico. Da sua análise, percebe-se a existência de um projeto português que pretendia definir os limites do seu território americano pelo controle dos seus dois grandes cursos fluviais: o rio Amazonas ao norte e o rio da Prata, ao sul. Essa visão foi sustentada pelo historiador e diplomataJaime Cortesão, que demonstrou que a cartografia portuguesa do Brasil refletiu alenda de uma unidade territorial como uma grande ilha, envolvida pelas águas dos dois grandes rios, cujas fontes se situariam em um lago central, unificador. Desta forma, a união das duas grandes bacias hidrográficas possivelmente mostrava o desejo português de que o meridiano de Tordesilhas constituísse também uma fronteira natural. Mesmo que provado que a linha lindeira ficasse mais a leste, não se poderia discutir o fato "inquestionável" dos limites naturais.
A lenda da "Ilha Brasil" foi sendo progressivamente superada, à medida que se registrava a interiorização da colonização e principalmente pelas observações dos padres jesuítas Diogo Soares (1684-1748) eDomenico Capacci (1694-1736) na primeira metade do século XVIII.
Ainda com relação aos termos de Tordesilhas, os questionamentos das demais nações europeias no tocante ao domínio dos mares levará à disputa do litoral inicialmente com franceses, posteriormente com ingleses e neerlandeses, que se utilizarão largamente do corso, aliados ao não aos indígenas, como instrumento para obterem acesso às riquezas coloniais.
Ver artigo principal: Invasões francesas do Brasil
Ver artigo principal: Invasões holandesas do Brasil
Dado o relativo insucesso das chamadas "expedições guarda-costas" de Cristóvão Jaques, a Coroa Portuguesa investe na colonização, recorrendo à fórmula já ensaiada com sucesso nas suas ilhas atlânticas: a implantação do sistema de Capitanias hereditárias com a introdução da cana-de-açúcar como gênero capaz de garantir suporte econômico à ocupação. O relativo sucesso deste sistema, por sua vez, conduziu ao estabelecimento do Governo Geral, em Salvador (1548).
Durante a Dinastia Filipina (1580-1640), se por um lado cessam as disputas sobre as fronteiras terrestres, estas são dilatadas com a conquista do litoral da região Nordeste do Brasil em direção à foz do rio Amazonas, concluída com o estabelecimento doForte do Presépio (1616) e em seguida, com a conquista da própria foz do Amazonas, campanha que se estenderá por cerca de uma década, entre 1625 e 1635. Em 1636 tem lugar a épica viagem de Pedro Teixeira que partindo de Belém do Pará sobe o curso do Amazonas alcançando Quito, no Equador. Ao mesmo tempo, registram-se:
- as invasões do Nordeste Brasileiro pelas forças da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, em duas vagas: 1624-1625 e 1630-1654.
- a conquista das reduções jesuíticas na bacia do rio Paraguai, no sul.
Da restauração da Independência ao Tratado de Madrid[editar | editar código-fonte]
No contexto da Restauração da Independência Portuguesa, novas questões se colocam quanto às fronteiras do Brasil Colonial. Inicialmente é necessário fazer face à chamada "Guerra Brasílica". Para esse fim, foi assinado o Tratado de paz entre os Países Baixos e Portugal (Haia, 6 de Agosto de 1661). Por ele, os neerlandeses reconheceram formalmente a perda de suas possessões no Nordeste do Brasil e na costa ocidental africana (São Tomé e Príncipe e Luanda), em troca de uma indenização de quatro milhões de cruzados, da devolução da sua artilharia, da cessão de algumas colônias no Oriente e de vantagens comerciais.
Em 1668 estabelecia-se a paz com a Espanha, encerrando-se a Guerra da Restauração na península. Uma década mais tarde, em 1678, a Coroa Portuguesa determina a ocupação da margem esquerda do Rio de Prata, que se materializa com o estabelecimento da Colónia do Sacramento (22 de Janeiro de 1680), reabrindo as disputas territoriais com a Espanha no sul da colónia. Com a sua conquista por tropas espanholas oriundas de Buenos Aires (7 de Agosto de 1680), o Tratado Provisional de Lisboa (7 de Maio de 1681) devolvia a Portugal a Colônia.
Poucos anos mais tarde, no extremo oposto da colónia, em Maio de 1697, tropas francesas sob o comando do marquês de Ferroles, governador da Guiana Francesa, invadiram a região do Amapá, conquistando os fortes de Macapá e do Araguari. No desenvolvimento do conflito, são assinados dois diplomas:
- o Tratado Provisional e Suspensivo de Lisboa (4 de Março de 1700) - firmado entre Portugal e a França, declarou indefinida a posse das terras entre o Forte de Macapá e o rio Oiapoque (ou Vicente Pinzón), estipulando a demolição do Forte de Macapá e a do Forte do Araguari, e a retirada de tudo o que neles houvesse. Esse tratado jamais foi cumprido formalmente pela Coroa Portuguesa, em virtude de instruções secretas em contrário, transmitidas ao Governador e Capitão General do Pará, Fernão Carrilho.
- 1º Tratado de Utrecht (11 de Abril de 1713) - firmado entre a Grande Aliança (Inglaterra, Países Baixos e Áustria) e a França de Luís XIV, derrotada no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1713). Este diploma pretendeu estabelecer um sistema político europeu estável, baseado no equilíbrio de poder entre aquelas potências. Com o apoio da Inglaterra, João V de Portugal obteve, pelo artigo VIII do Tratado, que a França desistisse das suas pretensões às terras doCabo Norte, e que o rio Oiapoque (ou Vicente Pinzón) passasse a ser a fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil.
A partir deste Tratado estreitou-se a relação entre Portugal e a Inglaterra, em processo idêntico ao que se registou entre a Espanha e a França. Deste modo, as nações ibéricas conseguirão manter os respectivos domínios coloniais face à rivalidade anglo-francesa durante todo o século XVIII, até ao Congresso de Viena (1815).
Ainda no contexto das negociações diplomáticas em Utrecht, é assinado um segundo diploma, entre Portugal e a Espanha, a 6 de Fevereiro de 1715, encerrando o conflito luso-espanhol. Por ele a Espanha devolveu a Portugal a Colônia do Sacramento (reconquistada pela Espanha em 1705).
Tendo o conflito se reacendido no sul da Colónia Brasileira, com o sítio Espanhol da Colónia do Sacramento desde 3 de Outubro de 1735, foi assinado um armistício, a 2 de Setembro de 1737, entre as duas Coroas.
Entretanto, o momento culminante da diplomacia envolvendo as fronteiras do Brasil Colônia, que lhe assegurou a atual configuração foi o Tratado de Madrid (13 de Janeiro de 1750). Firmado entre João V de Portugal e Fernando VI da Espanha para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, sucedeu a Bula "Inter Coetera" (1493), o Tratado de Tordesilhas (1494), a Capitulação de Saragoça (1529), o Tratado Provisional de Lisboa (1681), e o 2º Tratado de Utrecht (1715). Foi defendido por um brasileiro, Alexandre de Gusmão, considerado por essa razão o "avô dos diplomatas brasileiros". Partia das seguintes premissas:
- o Tratado de Tordesilhas jamais havia sido demarcado;
- as bandeiras de apresamento, especialmente durante a Dinastia Filipina (1580-1640), e as de prospeção mineral, alargaram o território brasileiro além do meridiano de Tordesilhas;
- a presença portuguesa na bacia do rio da Prata tornou-se ostensiva, a partir do estabelecimento da Colônia do Sacramento (1680).
- baseava-se no chamado Mapa das Cortes, privilegiando a utilização de acidentes naturais (rios e montanhas) para demarcação dos limites;
- consagrava o princípio do direito privado romano do "uti possidetis, ita possideatis" ("quem possui de fato, deve possuir de direito"), delineando os contornos aproximados do Brasil atual.
Pelos seus termos, Portugal entregava a Colônia do Sacramento à Espanha (art. XIII), recebendo os territórios do Sul, pela linha de [Monte] Castilhos Grande, às nascentes do rio Ibicuí, as Missões, a margem direita do rio Guaporé e cedendo o território ocidental do rio Japurá ao rio Amazonas e a navegação do rio Içá (art. XIV); complementarmente, em caso de guerra entre as Coroas de Portugal e da Espanha, na Europa, os seus vassalos na América do Sul permaneceriam em paz (art. XXI).
Do Tratado de Madrid à Independência[editar | editar código-fonte]
Na prática, as demarcações que deveriam ter tido lugar em virtude da assinatura do Tratado de Madrid jamais tiveram lugar. Por essa razão, uma série de diplomas se sucedeu, com variadas disposições:
O primeiro deles foi o Tratado de El Pardo (12 de Fevereiro de 1761), assinado entreJosé I de Portugal e Carlos III de Espanha no contexto do chamado Pacto de Família(15 de Agosto de 1761) que uniu os Bourbon da França, da Espanha, de Nápoles e deParma e acirrou a tensão entre Portugal e a Espanha. Face às dificuldades nos trabalhos de demarcação de limites - a norte, na Amazônia, e a sul, com a eclosão da chamada Guerra Guaranítica (1753-1756) -, Portugal se recusou a tomar posse do território conflagrado dos Sete Povos das Missões, e se negou a devolver a Colônia do Sacramento à Espanha. O tratado anulou as disposições do Tratado de Madrid (1750), e deixou em suspenso as questões de limites na Colónia Brasileira.
Em seguida, foi importante para as fronteiras do Brasil o Tratado de Paris (10 de Fevereiro de 1763). Firmado entre a Inglaterra e a França, este diploma colocava fim àGuerra dos Sete Anos (1756-1763). Pelos seus termos, a França cedeu à Inglaterra as terras do Canadá, o vale do rio Ohio, e a margem esquerda do rio Mississipi, abdicando de qualquer pretensão na Índia, e a Espanha cedeu à Inglaterra a região daFlórida. Em virtude deste diploma, Portugal recebeu de volta a Colônia do Sacramento, conquistada pelos espanhóis desde 30 de Outubro de 1762, que, entretanto, permaneceram em posse de outras áreas na região do Rio Grande do Sul. Este tratado consolidou a supremacia inglesa nas relações internacionais.
A região da bacia do Prata, que na banda espanhola se mantivera como uma dependência do Vice-Reino do Peru, a partir de 1776 foi elevada a Vice-Reino do Rio da Prata. Com isso, até então dependente economicamente da rota de abastecimento do Pacífico (a partir da Espanha via istmo do Panamá, Oceano Pacífico e Chile), passou a utilizar a rota do Oceano Atlântico para o escoamento dos seus produtos (couros e charque). Nesse contexto ocorreu, em 1777, uma nova invasão espanhola que, sob o comando de D. Pedro de Cevallos, destruiu as fortificações da Colônia do Sacramento, obstruindo o seu porto, e conquistou a ilha de Santa Catarina (3 de Junho). Estas ações conduziram à assinatura do Tratado de Santo Ildefonso (1777), entre Maria I de Portugal e a Espanha. Pelos seus termos, restabeleceram-se as linhas gerais do Tratado de Madrid (1750) para a região Norte do Brasil e, na região Sul, onde a presença militar espanhola era mais forte, a Colônia do Sacramento, o território das Missões e parte do atual Rio Grande do Sul foram cedidos à Espanha, em troca da restituição da ilha de Santa Catarina a Portugal.
Posteriormente, no contexto das Guerras Napoleônicas, Portugal foi invadido por um exército franco-espanhol, no episódio conhecido como Guerra das Laranjas. Para encerrá-la, foi assinado o Tratado de Badajoz (5 de Junho de 1801) entre Portugal e a Espanha. Por este diploma, acordava-se a paz entre ambas as Coroas: a Espanha mantinha a praça-forte conquistada de Olivença (1801), na península Ibérica (verQuestão de Olivença). Na América do Sul, Portugal permaneceu em poder dos territórios conquistados (as Missões e parte do atual Rio Grande do Sul), fixando a fronteira sul do Brasil na linha Quaraí-Jaguarão-Chuí. A Espanha continuou na posse da Colônia do Sacramento. Note-se que este tratado não ratificou o Tratado de Santo Ildefonso (1777), nem determinou restabelecer o "statu quo ante bellum".
Ainda no contexto das Guerras Napoleónicas, após a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, deliberou-se a conquista da Guiana Francesa (1808, ocupada militarmente até 1817, após anos de negociação, já que os portugueses se recusaram em desocupar o território sem que se definisse previamente os limites definitivos. Nas negociações do tratado de Viena em 1815, ficou posteriormente estabelecido que Portugual deveria devolver o território conquistado à França. A diplomacia portuguesa contestou, no entanto, tal solução, principalmente pelo fato de parte da representação dos interesses lusitanos ter sido exercido pela Inglaterra. Portugal exigia uma indenização referente ao esforço militar de ocupação e definições precisas das fronteiras na região. O principal objetivo da Coroa Portuguesa era o de estabelecer limites territoriais seguros para a posse da foz do rio Amazonas.
O Brasil Império[editar | editar código-fonte]
Com a proclamação da Independência do Brasil (1822), a unidade territorial foi assegurada, internamente, no desenvolvimento da chamada Guerra da Independência(1823-1824). No plano externo, as fronteiras do novo país ficaram definidas pelo diploma que a reconheceu, o Tratado de Paz e Aliança (29 de Agosto de 1825). Este diploma foi firmado entre o Brasil e Portugal, com a interveniência da Inglaterra. Pelos seus termos:
- João VI de Portugal cedeu a soberania ao Brasil, e tomou para si o título de Imperador, ao que Pedro I do Brasil, seu filho, anuiu;
- O soberano brasileiro prometeu não aceitar proposições de quaisquer colônias portuguesas para se unirem ao Império do Brasil;
- Estabeleceu a paz e a mais perfeita amizade (art. IV), definindo direitos dos súditos no outro país, e a restituição ou indenização de todos os bens confiscados ou destruídos durante a Guerra da Independência;
- Restabeleceu o comércio bilateral, taxado à base de 15% "ad valorem" sobre todas as mercadorias;
O diploma foi acompanhado pela chamada Convenção Pecuniária (ou Adicional), firmada na mesma data como se fosse um anexo ao Tratado, mas mantida em segredo para o público até à abertura da Assembleia Legislativa de 1826. Ela estabelecia um pagamento de dois milhões de libras esterlinas a título de indenização de reclamações do governo português (art. I).
Ambos os diplomas tiveram o mérito de restabelecer a paz e o comércio entre Brasil e Portugal, garantindo os interesses financeiros da Inglaterra e os interesses coloniais de Portugal na África. Por outro lado, à opinião pública brasileira desagradou o uso, por D. João VI de Portugal, do título de "Imperador do Brasil", e, sobretudo a partir de 1826, a divulgação dos termos da Convenção Pecuniária. Os limites territoriais do Brasil eram mantidos implicitamente, o que era ratificado pela Constituição brasileira de 1824.
Ainda no contexto da Guerra da Independência, no tocante à província Cisplatina, o Tenente-general Carlos Frederico Lecor, barão da Laguna, entrou com as suas forças em Montevidéu (1824), obtendo que o cabildo da cidade jurasse a Constituição do Império, obtendo desse modo a sua anexação oficial ao Império do Brasil. Esta ocupação foi efêmera, uma vez que, tendo os seus interesses prejudicados localmente, muitos cisplatinos, com o apoio das Províncias Unidas do Rio da Prata (que também desejavam incorporar a Cisplatina) iniciaram conflitos (inclusive a guerra decorso) contra as forças brasileiras. Após diversos choques desfavoráveis ao Brasil, em 1828, com a intermediação do Reino Unido, uma Convenção Preliminar de Paz, ratificada nos anos seguintes, tratava do comum acordo de desistência das duas partes do controle da região e a independência da República Oriental do Uruguai.
À época do Segundo Reinado foi assinado o Tratado de limites entre o Brasil e o Uruguai (1851), acordando-os praticamente como o são hoje, sendo modificadas posteriormente apenas algumas disposições do mesmo.
Com relação às fronteiras com o Paraguai, estas foram estabelecidas ao final daGuerra da Tríplice Aliança (1864-1870) quando, em 1872, foi firmado um Tratado de Paz, no qual constavam os respectivos limites com o Brasil. Segundo o historiador brasileiro Hélio Vianna, este diploma respeitava os convênios da época colonial e reivindicava para o Brasil apenas as terras já ocupadas ou exploradas por portugueses e brasileiros.
No contexto da Guerra da Tríplice Aliança, com a assinatura do Tratado de Ayacucho(23 de Novembro de 1867), o Império do Brasil reconheceu a região do atual estado doAcre como pertencente à Bolívia e em troca, recebeu desta o sudoeste do Amazonas.
O Brasil República[editar | editar código-fonte]
Após a Proclamação da República Brasileira (1889), os seus governantes defrontaram-se com a questão dos seus limites territoriais que, embora definidos pelaConstituição brasileira de 1891, não se encontravam delimitados. Por essa razão, a chamada República Velha vê-se envolvida numa série de questões de limites, tendo o seu máximo expoente na figura de José Maria da Silva Paranhos Júnior, barão do Rio Branco. Foram essas questões:
A Argentina reivindicava a região Oeste dos atuais estados do Tocantins ao norte de Goiás foi entregue a países da região sul da América, mediante ordem do Congresso Nacional em 1888,do Paraná e de Santa Catarina, pretendendo as fronteiras pelos rios Chapecó e Chopim, supostamente com base no Tratado de Madrid (1750).
Pouco antes da proclamação da República, ambos os países haviam acordado que o litígio seria solucionado por arbitramento. Nesse contexto, Quintino Bocaiúva, então Ministro das Relações Exteriores do Governo Provisório, assinou o Tratado de Montevidéu (25 de Janeiro de 1890), que dividia a região entre ambos. O Congresso Nacional Brasileiro não ratificou o Tratado (1891), e a questão foi submetida ao arbitramento do presidente estadunidense Grover Cleveland (1893-1897), cujo laudo foi inteiramente favorável ao Brasil (5 de Fevereiro de 1895), definindo-se as fronteiras pelos rio Peperiguaçu e Santo Antônio.
Nesta questão, estreou como advogado do Brasil, a partir de 1893, o barão do Rio Branco, escolhido pelo presidente marechal Floriano Peixoto (1891-1894) para substituir o barão Aguiar de Andrade, falecido no desempenho da Questão. Rio Branco apresentou ao presidente Cleveland uma exposição, acompanhada de valiosa documentação, reunida em seis volumes: A questão de limites entre o Brasil e a República Argentina (1894).
- A Questão do Amapá (1894-1900)
Embora o 1º Tratado de Utrecht (1713) houvesse estabelecido os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa pelo rio Oiapoque ou de Vicente Pinzón, esse limite havia sido contestado após a Revolução Francesa, sucessivamente pelo Diretório, pelo Consulado, e pelos impérios de Napoleão I e Napoleão III de França, sendo questionada a identidade daquele rio. A expansão colonialista europeia do final doséculo XIX suscitou novos conflitos na região, com o surgimento da República de Cunani e choques armados no rio Calçoene (1894).
O Tratado de 10 de Abril de 1897 escolheu para árbitro da Questão o presidente doConselho Federal Suíço, Walter Hauser.
Os argumentos brasileiros foram expostos pelo barão do Rio Branco, encarregado em 1898 da Questão. A mesma já vinha sendo estudada informalmente pelo barão desde 1895 que, ao chegar a Berna, apresentou uma memória de sete volumes: A questão de limites entre o Brasil e a Guiana Francesa (1899-1900).
A sentença arbitral, datada de 1 de Dezembro de 1900, foi favorável ao Brasil, mantendo-se a fronteira pelo rio Oiapoque. A popularidade de Rio Branco atingiu uma dimensão nacional, e ele assumiu a Pasta das Relações Exteriores (1902-1912).
- A Questão da ilha da Trindade (Janeiro de 1895 - Agosto de 1896)
A ilha da Trindade foi ocupada por forças do Almirantado britânico. Diante da reclamação diplomática brasileira, o "Foreign Office" informou que a ilha fora tida como abandonada, e que se pretendia a instalação de um cabo telegráfico submarino paraBuenos Aires, na Argentina.
O Brasil recusou o arbitramento do litígio, previsto inclusive pela Constituição de 1891, considerando que não havia o que contestar sobre a soberania brasileira da ilha. Diante do impasse aceitou, entretanto, a mediação diplomática de Portugal, uma vez que este país dispunha de documentação histórica sobre o descobrimento e posse da ilha, além de fortes relações com o Executivo britânico. A Grã-Bretanha desistiu de sua pretensão (3 de Agosto de 1896), desocupando a ilha.
- A Questão do Acre (1899-1903)
O povoamento da região, no contexto do Ciclo da Borracha, foi feito por seringueiros com o apoio de seringalistas do Amazonas.
O governo da Bolívia determinou a ocupação da região, levando à proclamação doEstado Independente do Acre pela população brasileira (1899), também com o apoio de seringalistas amazonenses. O processo foi liderado pelo jornalista espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias, e o regime instaurado uma república, com capital emPuerto Alonso, atual Porto Acre.
A questão agravou-se em 1901 com o arrendamento da região a um consórcioestadunidense: o "Bolivian Syndicate", com amplos poderes. O brasileiro José Plácido de Castro liderou uma nova reação, registrando-se choques armados que culminaram com a derrota das forças bolivianas (1902). Em função dos mesmos, tropas doExército brasileiro concentraram-se em Corumbá.
Na iminência de um conflito armado internacional, o Chanceler brasileiro, barão do Rio Branco, iniciou negociações com a Bolívia, tendo préviamente indenizado a Companhia estadunidense em 110 mil libras esterlinas pelo abandono de suas pretensões.
O Tratado de Petrópolis (17 de Novembro de 1903) encerrou a questão: mediante a retificação de pequenos trechos da linha de fronteira, o Brasil ficava com a região, mediante o pagamento de dois milhões de libras esterlinas e da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
O Tratado do Rio de Janeiro (1909) incorporava o restante da região acriana ao Brasil, mediante a permuta de terras com o Peru.
- A Questão do Pirara (1904)
No século XIX acentuou-se a presença inglesa na fronteira com Roraima, a pretexto da indefinição de fronteiras, e de proteção aos missionários britânicos na catequese de populações indígenas.
Submetida ao arbitramento do rei Vítor Emanuel III da Itália, este dividiu a área pleiteada entre as partes (1904), cabendo a parte maior à Grã-Bretanha.
Atuou como advogado pelo Brasil, Joaquim Nabuco.
- Os limites com a Guiana Holandesa (1906)
Os limites com a Guiana Holandesa foram fixados diretamente entre o barão do Rio Branco e o representante dos Países Baixos, Frederico Palm.
- Os limites com a Colômbia (1907)
Os limites com a Colômbia foram fixados através do Tratado de Limites e Navegação Fluvial em 1907.
- Os limites com o Uruguai (1908)
Por iniciativa do barão do Rio Branco, foi concedido ao Uruguai o condomínio da lagoa Mirim e do rio Jaguarão.
- Os limites com o Peru (1909)
Os limites com o Peru foram fixados através do Tratado do Rio de Janeiro (1909), baseado no princípio do "uti possidetis".
Os nossos dias[editar | editar código-fonte]
Atualmente discute-se se a demarcação das terras indígenas nas fronteiras pode vir a representar um problema para a segurança nacional. Também em nossos dias, procuram-se ampliar as fronteiras marítimas, visando otimizar a exploração da Zona Econômica Exclusiva Brasileira no Oceano Atlântico, nomeadamente no tocante aos recursos da pesca e da exploração de gás e petróleo.
Evolução das divisões internas[editar | editar código-fonte]
Data | Subdivisões | |||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1534-1573 | capitanias | |||||||||||||||||||
1573-1578 | Repartição Norte | Repartição Sul | ||||||||||||||||||
1578-1608 | unidade | |||||||||||||||||||
1608-1612 | Repartição Norte | Repartição Sul | ||||||||||||||||||
1612-1621 | unidade | |||||||||||||||||||
1621-1737 | Estado do Maranhão | Estado do Brasil | ||||||||||||||||||
1737-1772 | Estado do Grão-Pará e Maranhão | Estado do Brasil | ||||||||||||||||||
1772-1775 | Estado do Grão-Pará e Rio Negro Estado do Maranhão e Piauí | Estado do Brasil | ||||||||||||||||||
1775-1821 | indefinido |
Data | Subdivisões | ||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1821-1823 | Grão-Pará | Maranhão | Piauí | Ceará | Rio Grande do Norte | Paraíba | Pernambuco | Alagoas | Bahia | Mato Grosso | Goiás | Minas Gerais | Espírito Santo | Rio de Janeiro | São Paulo | Santa Catarina | Rio Grande do Sul | Cisplatina | |||
1823-1827 | Sergipe | Bahia | |||||||||||||||||||
1828-1849 | território separou-se | ||||||||||||||||||||
1850-1852 | Amazonas | Pará | |||||||||||||||||||
1853-1888 | São Paulo | Paraná |
Evolução territorial do Brasil em mapas (1534-atual)[editar | editar código-fonte]
Referências
- Ir para cima↑ "(...) concedemos ao dito rei Afonso a plena e livre faculdade, entre outras, de invadir, conquistar, subjugar quaisquer sarracenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo aplicar em utilidade própria e dos seus descendentes (...).
Determinamos e declaramos que o mesmo rei Afonso, seus sucessores, e o Infante, poderão livre e licitamente estabelecer naqueles, tal como nos outros seus domínios, proibições, estatutos e leis, mesmo penais, assim como tributações, tanto nas terras já adquiridas como nas que venham a adquirir (...).
Poderão fundar nessas terras igrejas ou mosteiros, para lá enviar eclesiásticos seculares e, com autorização dos superiores, regulares das ordens mendicantes, sendo lícito a tais eclesiásticos aí exercer suas funções e jurisdição própria (...).
E também que, sem especial licença do mesmo rei Afonso, e seus sucessores, e o Infante, ninguém, direta ou indiretamente, se intrometa na atividade do tráfego ou navegação destas partes, ou por qualquer forma tente impedir a sua pacífica posse (...)." (Bula Romanus Pontifex, 1454) - Ir para cima↑ O seu original encontra-se depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tomboem Lisboa, maço 4, gaveta 17.
- Ir para cima↑ O meridiano mais aceito passava, ao norte, por Belém (fundada em 1616), e, ao sul, por Laguna (fundada em 1683).
Notas
Bibliográfia[editar | editar código-fonte]
- História do Brasil nos Velhos Mapas. Rio de Janeiro: Instituto Rio Branco, 1965.
- Imagens da formação territorial brasileira. Rio de Janeiro: Odebrecht, 1993.
- Mapas e planos manuscritos relativos ao Brasil colonial. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 1960.
- Mapas históricos brasileiros (Col. Grandes Personagens da Nossa História). São Paulo: Abril Cultural, 1970.
- CALMON, Pedro. História diplomática do Brasil. Belo Horizonte: Livraria Editora P. Bluhm, 1941.
- RENATO, Carlos de. História diplomática do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.
- CORTESÃO, Jaime Zuzuarte. Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1958.
- DIAS, Demosthenes de Oliveira. Formação territorial do Brasil: origem e evolução. Rio de Janeiro: Na Loja Carlos Ribeiro, 1956.
- DIX, Arthur. Geografia política. Barcelona: Editorial Labor, 1943.
- MORAES, Antonio Carlos Robert. Bases da formação territorial do Brasil: o território colonial brasileiro no longo século XVI. São Paulo, 1991. Tese (Doutorado) de Geografia.
- OLIVEIRA, Roberto Monteiro de. A última página do Gênesis: a formação territorial do Estado brasileiro na Amazônia oriental (o caso do Amapá). São Paulo, 1998. Tese (Doutorado) de Geografia.
- QUESEDA, Vicente G. Historia diplomática Latino-América III: la política imperialista del Brasil y las cuestiones des limites de las republicas sudamericanas. Buenos Aires: Casa Vacaro, 1920.
- RATZEL, Friedrich. Geografia. São Paulo: Ática, 1990. Grandes Cientistas Sociais, Vol. 59
- ROGRIGUES, José Honório. Uma história diplomática do Brasil: 1531-1945. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
- SOUZA, Augusto Fausto de. Estudo sobre a divisão territorial do Brasil. Brasília: Fundação Projeto Rondon, 1988.
- VIANA, Hélio. História da República e História diplomática do Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1957.
Teixeira Silva, Jorge K. e Palmer Lima, Maria H. Evolução do marco legal da criação de municípios do Brasil. IBGE.
- Esta questão da demarcação de áreas indígenas na fronteira fere a Constituição Brasileira. E é uma hipocrisia, os índios são cidadães como nós, com os mesmos direitos e deveres. Caso contrario vamos devolver o Brasil a eles, pois o uso e posse do solo, vale para nós "civilizados", mas nunca valeu para negros, índios, chineses, indianos etc e tal, onde quer que houve alguma colonia ou escravidão declarada ou dissimulada.
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