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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Pena de Morte no Brasil

Republicado

A Pena de Morte.
                              Há muita verdade omissa, na justiça que anda aí.
                               Em nome dessa justiça, quanta injustiça eu já vi.
Argentina de Mello e Silva.
(Trova Dispersa)

Com o fuzilamento do jovem judeu curitibano envolvido com o tráfico de drogas na Indonésia, o assunto “Pena de Morte” voltou à tona. A mídia nacional, o Itamaraty e o Governo Federal tentaram criar uma comoção pública; um movimento de sensibilização para o problema da “Pena Capital”. No entanto nenhum resultado surtiu, houve isto sim, uma frieza, um descaso por parte do povo brasileiro. Por que isso aconteceu? Porque estamos tão frios diante da violência e da desvalorização da vida? Por que o povo brasileiro virou as costas para aquelas duas execuções?
Vou tentar algumas respostas.
 A primeira coisa que nos salta aos olhos é o fato daqueles brasileiros estarem envolvidos com o trafico internacional de drogas. Ninguém, em sã consciência, consegue ter misericórdia de traficantes, ainda que o Trafico Internacional de Drogas seja sustentado oficialmente por governos, no passado, no presente e no futuro, com diversas finalidades.
A segunda coisa que salta aos olhos é que a “pena capital” esta desde muito instituída entre viciados e traficantes, chegando a gerar 40 homicídios em um final de semana numa cidade como Curitiba. Quem pode ter pena de executores que fazem a “injustiça com as próprias mãos”?
Como vemos a Pena de Morte esta em vigor numa sociedade absolutamente ímpia como a nossa. Mata-se em diversas modalidades, mata-se em acidentes de transito, mata-se por dinheiro, mata-se passionalmente, mata-se por egoísmo. Os valores norteadores da juventude em nosso país são três: Dinheiro, Sexo e Drogas; nada mais.
Como não há trabelho dignificante e com perspectivas de prosperidade e capitalização, a via para se obter dinheiro é o crime, o trafico, o sexo. Somente as autoridades não vêem isso, e querem acobertar a violência com as teses da “Educação”, uma das maiores mentiras do nosso país;
Postos assim, já podem lembrar do erudito, do sábio, do competente Padre Leonel Franca S.J.
Em seu monumental livro “A Crise do Mundo Moderno”, editora Agir, 1955, tenta abrir os olhos das autoridades brasileiros para as conseqüências da corrupção oficial do tecido social; Para ele a missão da sociedade é produzir homens e mulheres cada vez mais civilizados, cada vez melhores, e não produzir automóveis e computadores (* 1955). Se a Sociedade falha nessa missão humanitária e civilizadora ela enveredou pelo caminho da autodestruição; Leonel Franca procurava mostrar a seriedade da fabrica natural de homens, a família, instituição natural e anterior a qualquer organização dita ESTATAL; Leonel, mal comparando, poderia comparar seu livro como um manual de construtores engenheiros, pois assim seria fácil comprovar que se a família não tinha bases sólidas de valores morais e econômicos de sobrevivência e educação, seria como engenheiros e construtores que procurassem construir em bases frágeis, cujas obras tenderiam a destruírem-se por si mesmas; assim as destruições dos valores da família levariam a sociedade como um todo a se decompor tornado-se inapta para a construção civilizada, ora e se assim é, ela por outro lado torna-se apta para a geração de animais, violentos e truculentos, voltando no tempo a períodos imemoriais de bestialidade e brutalidade; Mas o Brasil rejeitou essa obra, e recebeu o divorcio, lei de Mario Carneiro, que pretendia acabar com a violência no lar, e permitir o amor. Vejam no que deu? As famílias já não são capazes de gerar, prover e educar seus filhos. O filho já não tem condições de respeitar, reconhecer e aceitar seus pais; o tecido social vai se tornado inapto para gerar pessoas melhores, ai esta o núcleo do problema brasileiro.

Falamos em desenvolvimento, mas o verdadeiro desenvolvimento de uma nação é o desenvolvimento de pessoas melhores, razoáveis, sociáveis e não violentas no sentido relacional e comercial. De nada vale o empreendedorismo cruel e massacrante, excludente, marginalizante e homicida.



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