A questão escriturística.
Abstraída a inspiração bíblica,
ao que concordam tanto judeus como cristãos, vamos de encontro a duras questões escriturísticas.
Se a Palavra de Deus escrita é
tão importante, qual o motivo de Jesus sendo Deus e Homem não nos deixar
nenhuma palavra escrita. Sabemos pelas escrituras que ele lia nas Sinagogas e
escrevia. Então por que não nos deixou nada escrito?
Quando Jesus faz do apostolo
Pedro a pedra fundamental de sua Igreja o faz sobre uma pessoa viva, não sobre
uma palavra escrita. Pedro e os apóstolos e discípulos são testemunhas oculares
e auditivas de Nosso Senhor.
Ao terminar seu Evangelho São
João escreve: “21, 25: Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escrita uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se
deveria escrever.”.
Está bem claro nesse texto
que há coisas feitas e ditas por Jesus que não estão escritas e que os
apóstolos e discípulos testemunharam. Isso é a Tradição Oral.
Não é difícil entender isso,
pois os Evangelhos de Jesus Cristo foram escritos tardiamente e muito depois de
sua morte e ressurreição; Se consideramos que Jesus morreu por volta do ano 30
de nossa era e ressuscitou ao terceiro dia e permaneceu 40 dias depois, há um lapso de tempo de mais de 20
anos até a feitura do primeiro Evangelho e mais de 60 anos ate a feitura do último Evangelho. Como os fatos foram transmitidos nesse tempo? Foi transmitido oralmente tudo indica, e
mais, como nos diz João, nem tudo foi escrito. Esse acúmulo de tradições não
escritas nós chamamos tradições orais. Existem, portanto as tradições orais, e
as tradições escritas não evangélicas, ou seja, escritos á época que dão
testemunho de Jesus sem, no entanto fazerem parte das Sagradas Escrituras, e
até mesmo, existem os chamados Evangelhos Apócrifos, não aceitos pela Igreja.
Ou seja, os conjuntos dos apóstolos reunidos em Pedro, ou mais tarde naqueles
que herdaram a autoridade de Pedro, os Papas. que no exercício do magistério,
declararam que aqueles Evangelhos não são canônicos, ou seja, não são
oficialmente aceitos. Aqui já vemos a importância institucional da escolha de
Pedro como príncipe dos apóstolos e posteriormente de seus substitutos.
Podemos também sem erro crer
que os “Hagiógrafos”, como são chamados os escritores bíblicos escreveram sob
inspiração do Espírito Santo, mas isso não nega o que Jesus fez ou disse como nos diz textualmente João ao
final do seu Evangelho. Afinal qualquer ato ou palavra dita por Jesus Deus e
Homem é fruto e fonte do Espírito Santo, assim vemos que houve muitos atos e
palavras de Jesus que não estão nos Evangelhos.
A Negação da Tradição, nada
mais foi do que uma maneira de surrupiar da Igreja a sua autoridade. Negava lhe
assim o enorme tesouro de documentos eclesiais que compõe a tradição eclesial
antiga e que também não se resumem nos Atos dos Apóstolos. Não será difícil encontrar
nas epístolas, ao seu fim, declarações como essas: Há muito mais para vos
escrever, mas não quis fazê-lo por escrito, aguardo para transmitir-vos à viva
voz.
Então sem forçar a verdade, a
Palavra de Deus Escrita, ou Falada tem o
mesmo valor. Assim os rebeldes, não só traduziam as Bíblias, o que permite
sutis mudanças nos conceitos bíblicos, como negando o Magistério Eclesiástico,
colocavam as Escrituras ao sabor da interpretação de qualquer um, o que gerou o
desespero que procuramos demonstrar no texto titulado “João Calvino, O Papa
Protestante”; as disciplinas utilizadas por eles ( os protestantes) para conter
os exageros, negavam injustamente o necessário primado de Pedro.
Acabamos de ver, que foi a Igreja
que guardou fielmente os Evangelhos por longos 14 séculos, nunca os falsificou,
pelo contrario, Lutero sim foi enganado. Acreditando que traduzia “ Originais”,
o que era impossível para um monge excomungado, numa pequena paróquia da
Alemanha, ou no Castelo de Frederico da Saxônia. Aqui ocorreu algo que nos fala
das possíveis falsificações que os Judeus faziam para enfraquecer a Igreja, mas
isso não é assunto para tratar aqui. Se os senhores leitores quiserem ler sobre
os “ Originais” mais antigos em poder da Igreja, e dos inimigos dela leiam o
livro titulado : “E a Bíblia tinha Razão” de autor protestante.
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